Poemas a um Poeta Olavo Bilac
A pressa com que nosso povo copia hábitos e modos de falar estrangeiros, dando mesmo a seus filhos nomes ingleses ou franceses, mostra a profunda indiferença popular por uma cultura que nada tem a lhe dizer sobre o sentido da vida e que, no máximo, lhe fornece, na música popular, no futebol e no Carnaval, os meios e a ocasião de se anestesiar, por meio de ruídos sem sentido, contra o sem-sentido da vida.
O amor humano vem mesclado de tantos elementos fisiológicos, lúdicos, sociológicos etc., que não passa de um vestígio remoto, uma sombra ou mesmo uma caricatura do amor divino, mas nem por isso ele deixa de ser real na sua própria escala. O amor divino devolve os mortos à vida, ao passo que o amor humano às vezes mal chega a aliviar um pouco os sofrimentos da pessoa amada. Mais do que todos os males e pecados, o amor humano é a prova da nossa miséria. O santo que intercede por nós tem um coração mais ardente de amor do que todos os amantes de todos os séculos. Levei setenta anos para perceber isso.
Educar, despertar inteligências, criar redes de intercâmbio cultural, tirando os jovens estudiosos de um isolamento que os oprime e debilita -- isso é TUDO o que me interessa, o objetivo e a justificação da minha vida. Quaisquer opções políticas estão subordinadas a isso. Infelizmente, não é possível realizar essa atividade sem que nela se intrometam pessoas que têm mil e um objetivos diferentes, mil e uma agendas escondidas. Umas querem subir na política, outras querem alistar gente em alguma seita, outras querem angariar adeptos para alguma campanha internacional, e assim por diante.
"Filosofia é a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. Esta definição aplica-se inclusive às filosofias que negam o conhecimento ou que negam a unidade da consciência."
"'Só o cristianismo é absoluto, tudo o mais é relativo', dizia o filósofo romeno Petre Tsutsea. Se esse grande espírito, marcado com ferro em brasa pelo estudo, pela meditação e pelo sofrimento, se contentava com uma dose tão modesta de certezas, por que deveria eu possuí-las em maior quantidade?
O segredo do sucesso econômico das grandes nações é o equilíbrio dialético do liberalismo na economia interna com a dose indispensável de protecionismo no comércio com as outras nações. A via segura do fracasso é, inversamente, o estatismo na economia interna aliado ao livre comércio internacional.
Quando alguém na nossa política vai entender que LIVRE MERCADO não é LIVRE COMÉRCIO?
Do mesmo modo que não se aprende a lutar boxe estudando manuais sem nunca subir no ringue, não se aprende a discutir estudando "lógica" ou "retórica", mas acompanhando com atenção as grandes discussões filosóficas que se desenrolaram ao longo da História.
[...] O gramscismo é a vigarice organizada, a engenharia do fingimento e da mentira. Todo poder conquistado por esses meios é corrupto e corruptor por natureza.
Perguntaram-me uma vez, num debate, como definia a honestidade intelectual. Sem pestanejar, respondi: é você não fingir que sabe aquilo que não sabe, nem que não sabe aquilo que sabe perfeitamente bem. Se sei, sei que sei. Se não sei, sei que não sei. Isto é tudo. Saber que sabe é saber; saber que não sabe é também saber. A inteligência não é, no fundo, senão o comprometimento da pessoa inteira no exercício do conhecer, mediante uma livre decisão da responsabilidade moral.
Durante mais de uma década só tive, na intelectualidade, amigos entre quinze e trinta anos mais velhos, como o Paulo Mercadante, o Meira Penna, o Roberto Campos, o Romano Galeffi, o Vamireh Chacon, o Antonio Olinto, o Miguel Reale, o Paulo Francis e outros sobreviventes da época áurea da cultura brasileira. Da minha geração, só tive o Bruno Tolentino (quando voltou da Inglaterra), o José Mário Pereira, o Ângelo Monteiro e, quando mudei para o Paraná, o José Monir Nasser.
Dentre centenas de autores marxistas que andei lendo ao longo da vida, Georg Lukacs e Antonio Negri são os dois únicos pelos quais tenho ainda alguma admiração, embora não de ordem moral.
Esquerda e direita não são discursos ideológicos estáveis, são símbolos de união grupal. Basta que duas pessoas se digam de direita ou de esquerda para que automaticamente essas facções passem a existir.
Cadeia não foi feita para recuperar ou fazer justiça com ninguém. Foi feita apenas para separar aqueles que não prestam da sociedade.
A MAIS GRAVE distorção da inteligência humana é substituir pelo raciocínio matemático a análise lógica das coisas reais.
"A vulgaridade efetiva mede-se pelo número de chavões e pela ausência de qualquer elaboração criativa que mereça o nome de 'literária'. E quando o autor vulgar se mete em assuntos que exigiriam um domínio superior da arte do estilo, a vulgaridade se torna degradação e obscenidade."
Como dizia Jesus, devemos morrer pelo ser amado. Quando a gente espera que o amor torne a nossa vida mais agradável, em vez de sacrificar a vida por ele, a gente fica sem o amor e sem a vida. O amor é o mais temível dos desafios. Mas quando o conhecemos, não queremos outra coisa nunca mais.
Se queremos preservar e desenvolver a inteligência do nosso povo, em vez de a esfarelar em tagarelice estéril, o que temos de importar não é a novidade: é toda a História, é todo o passado humano. Temos de espalhar pelas ruas, pelos cartazes, pelos monumentos, pelas livrarias e pelas escolas as lições de Lao-Tsé e Pitágoras, Vitrúvio e Pacioli, Aristóteles e Platão, Homero e Dante, Virgílio e Shânkara, Rûmi e Ibn ‘Arabi, Tomás e Boaventura.
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