Poemas a um Poeta Olavo Bilac
Eu penso em você
todos os dias
doidamente:
o meu peito
insistemente por ti
não para de bater,
me vejo nesses
lábios desfrutando
saborosamente.
De desejo em desejo,
De ternura em ternura,
De verso em verso,
De segredo em segredo,
Te faço todo meu
Mesmo sem você saber.
O tempo passa,
O quê sentimos não passa,
E a cada minuto é a prova
Que o quê calamos cresce
De maneira inadiável,
Porque é simplesmente incrível.
O café me faz
companhia,
No abismo
o mundo
se encontra
E mesmo assim
nada te tira
da minha mente,
Do meu coração
perdi a conta,
Não paro de te
querer simplesmente.
E o coração em silêncio
repleto de delicadeza
embala uma primavera
que não tem mais
como ocultar do mundo,
ele assume desinibido
que por ti espera.
Com a minha calma
irei te trazer para mim,
Tu és marujo,
e eu sou feita de mar,
Só quero ver aonde
nós dois vamos parar.
Se o mundo inteiro desistiu de viver
o sonho de amor, não desista de viver
o seu sonho de amor, porque o romantismo
pertence exclusivamente aos corações fortes.
Não engane e nem se engane:
se você tem a necessidade
de jogar ou seduzir,
pode ter certeza que não é amor.
Longe dos teus olhos
vivo no teu coração
como a tua Lua lírica
em meio a escuridão.
As estrelas instruíram
que as noites seriam
longas como todos
estão testemunhando.
Rocha em silêncio
inabalável no peito,
ciente que a paixão
nasceu anunciada.
Lua junto a Mercúrio
Júpiter e Saturno,
a tua espera no porvir
do Equinócio de Outono.
Do sequestro das meninas
da Nigéria o mundo cala
o nó na garganta sufoca,
e sem nada saber: tudo desespera.
O amor é a força mais
extraordinária do Universo
porque só ele é capaz
de nos devolver para a vida.
Uma real história de amor pode ser vivida
por todos que tenham a disposição
de vivê-la como ela merece.
A política quase
sempre é necro,
a poesia nunca;
Prefiram a poesia
porque a política
nunca deu certo.
Escrevo para
correr riscos
que me levam
pelos bosques,
E me envolver
com(paixões)
em longas noites;
Se não fosse
pela poesia
tais riscos
nunca correria.
"Xinjiang Uyghur"
Onde o presente tem
reinventado o capítulo
mais cruel do passado,
Todo e qualquer cuidado
é sempre muito pouco,
e ter esperança também;
Campos de concentração
em Xinjiang os pérfidos
fingem que nunca veem.
Querem cordilheiras além
das plantações cordiais
de algodão e de lavanda
para o seu próprio bem.
As cercas elétricas gritam
devastação cultural e étnica,
demoliram os sinais de fé
e incineraram toda a poética.
Querem aquilo que não
se pode ao autoritarismo dar:
o silêncio como palanque
para a voz da História se calar.
Este mundo sendo
virado do avesso,
sem medo confesso
que sonho o tempo
inteiro com você,
e assim te carrego.
Na janela da sala
o infinito da espera,
meditando a entrega,
o aroma das rosas
beijou o meu rosto:
não escondi o jogo.
As adagas da Lua
imortalizando sinais,
o céu rompendo
com o impossível
e abrindo caminhos
para o amor possível.
No jardim secreto
das noites de seda
as estrelas como
centáureas brancas
soltas na Via Láctea,
e eu hipnótica e nívea.
Os quadris no ritmo
do vento ao encontro
do teu como destino,
em festivo encanto
celebrando morada
e canção sussurrada.
Não temendo nada,
trazendo à tona
a vontade represada,
como uma pagã
convertida a religião
entreguei o coração.
Mesmo que você não saiba quem eu sou,
e eu não saiba quem é você,
sei que o meu romantismo e a minha poesia para ti importam,
e que o restante se encaminhará quando o destino
nos colocar no evidente caminho.
Quando você surgir na minha vida
só de amor que quero falar,
porque para mim
é o quê realmente importa.
