Poemas a um Poeta Olavo Bilac

Resta saber se o casamento é um dos sete sacramentos ou um dos sete pecados mortais.

Como o verniz cobre um pote de barro, as palavras fingidas cobrem um coração mau.

Um homem é tão mais respeitável quanto mais numerosas são as coisas das quais se envergonha.

Assim como, por costume, olhamos para um relógio parado como se ele ainda estivesse em funcionamento, assim também olhamos para o rosto de uma bela mulher como se ainda a amássemos.

A firmeza de propósito é um dos mais necessários elementos do caráter e um dos melhores instrumentos do sucesso. Sem ele, o gênio desperdiça os seus esforços num labirinto de inconsistências.

Se eu fosse um fabricante de livros, faria um registo comentado das diversas mortes. Quem ensinasse os homens a morrer, ensiná-los-ia a viver.

Um homem orgulhoso raramente é agradecido porque tudo quanto recebe ele crê que é merecido.

A medicina é o remédio para todas as dores humanas, apenas o amor é um mal que não tem cura.

O amor não mata a morte, a morte não mata o amor. No fundo, entendem-se muito bem. Cada um deles explica o outro.

Os espíritos ainda não encontraram uma palavra para definir a dor de um coração de mãe quando perde um filho.

Ter-se a consciência de que se é ignorante constitui um grande passo na direção da sabedoria.

O homem é um ser que se criou a si próprio ao criar uma linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si próprio.

Não se deve julgar o mérito de um homem pelas suas grandes qualidades, mas pelo uso que sabe fazer delas.

O nosso arrependimento não é tanto um remorso do mal que cometemos, mas um temor daquilo que nos pode acontecer.

Um dos primeiros efeitos da beleza feminina sobre um homem é o de tirar-lhe a avareza.

As lágrimas do mundo são inalteráveis. Para cada um que começa a chorar, em algum lugar outro para. O mesmo vale para o riso.

Quem vence um leão é um valente; quem domina o mundo é um homem de valor; mas, mais valente e corajoso do que todos eles, é aquele que realmente sabe dominar-se a si mesmo.

A filosofia não é um meio de descobrir a verdade. Mas é, como a arte, um processo de a «criar».

O amor-próprio é um balão cheio de vento, do qual saem tempestades quando o picam.

Creio que o homem sonha unicamente para não deixar de ver; pode acontecer que um dia jorre a luz interior em nós e nenhuma outra nos será mais necessária.