Poemas a um Poeta Olavo Bilac

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ASAS

O que o amor tem de ave
são asas do bem querer
voa intenso ou até suave
deriva do com quem haver

O seu voo agitado ou leve
são com as asas da emoção
podendo ser longo ou breve
depende do pouso no coração

Então, voa alto paixão!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Paráfase Abel Silva

Inserida por LucianoSpagnol

VIGÍLIA (soneto)

Não há graçola pelo cerrado tristonho
Distante é o olhar na sequidão erguida
Tanta melancolia, a felicidade suponho
Que contempla a relva tão adormecida

Corta o silêncio o vento na poeira trazida
Papoca secas folhas no sol enfadonho
Espalhadas no chão da irroração perdida
Ali, em craquelados plangeres enfronho

Então, vejo sozinho o deslizar das horas
Numa vigília as monocromáticas floras
Onde o tempo, lento, pousa no cansaço

E nesta vigília de quimeras fabuladoras
Tudo bordado a lantejoulas tataporas
Cravejam o céu de estrelas com lasso

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SECURA SEQUIOSA

Sequiosa a secura, como é frágua
o chão ressequido árido secou
Posso ter sede de mais água
mas do craquelado, o cerrado eu sou

E na cremação dos meus versos
saudades, magia e seca maresia
Rimando no cerrado, diversos:
O abrandar da noite, a azia do dia...

Fria está sequidão, ardida e fria!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

POEMA AUTOBIOGRÁFICO

Onde eu nasci
A cidade é sorriso
Do triângulo mineiro, Araguari
O cerrado é dos pés, piso
A juventude, amanheci ali
E a saudade inciso

Na chuva, brincando cresci
Ouvi os pássaros no quintal
E as estórias de saci
Fui criança, afinal...
Hoje longe, eu aqui
E lá sempre estarei

Em nada mudei!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

INVENTÁRIO (soneto)

Dos detalhes os anos tomaram conta
Já se foram muitos, algumas cicatrizes
Pois, lembranças, são meras meretrizes
Dum ontem, no agora não se faz afronta

O meu olhar no horizonte é sem raizes
Pouco lembro onde está a sua ponta
Tampouco se existe algo que remonta
O remoto perdido, pois sou sem crises

Gastei cada suspiro pelo vário caminho
Brindei coisas, na taça deleitoso vinho
Na emoção, chorei e ri, a tudo assistia

Em cada tropeção, espinho e carinho
Ali aconcheguei o meu lado sozinho
Não amontoei nada, nas mãos, poesia

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VIOLINO DO CERRADO

Violino do cerrado, o vento
Melodia, e toca pro vazio
Entre secas folhas, sedento
Dum árido chão e sombrio
Deslizante em um lamento
O som ressoa leve e macio
Orquestrando o movimento
Num ritmo de um assobio...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

22 de abril:
-descobrimento do Brasil
-dia do planeta terra

*vamos preservar o nosso maior patrimônio...

POEMA PLANETA TERRA

Terra planeta água, nosso lar
Toda azul, azul da cor do mar
Natureza, bela, mãe Terra
É Deus a nos abençoar,
chega de guerra.
Vamos nos abraçar!
Respeitar cada detalhe...
Somos parte deste entalhe
"Ubuntu"
Saboreemos este menu
Nossa terra!
Em frente, nada encerra
Pois, é ar, vida com vida
Atrás de nós, inteira, não repartida
Viva a vida! Mãe terra! Viva!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Dia do planeta terra

Inserida por LucianoSpagnol

ORAÇÃO (DO CERRADO)

Senhor, que és a diversidade, que és a vida e a morte!
O cerrado és tu, o por do sol encarnado és tu, o chiado do vento és tu.
Tu és a sequidão no lamento, do chão árido, agonizante em tormento, tortos galhos, tu és!
Tu és o mistério da folha seca no bale do fado, falta e aporte, desenhando a sua sorte.
Onde tudo parece deserto, tu habitas, eis a variedade e o concreto.
Onde nada está tu rege a tua toada.

Dá-me entendimento pra te seguir, nos teus passos os meu passos, amar sem desistir.
Dá-me água pra aguar a secura, e assim, ouvir-te límpido na vastidão do sertão em agrura.
Dá-me olhos pra ver, a benção dos ipês, escasso da chuva, e tão formosos e frondes.

Faze com que eu ame como a natureza, diversa, cada qual com a sua beleza.
Respeitando. Amando!
Que eu seja irmão e serva-te como pai. Adonai!

Torna-me seco para o pecado, e aquoso no amor, pra ser amado.
Torna-me fértil como a terra, afim, pra eu rezar tu em mim.
Que não haja cascalho nos caminhos do bem, onde a boa fé possa ir além.

Senhor, protege-me e ampare-me.
Dá-me alegria na melancolia, enfim,
pra eu me sentir teu, na tua glória.
Senhor, habitas em mim!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, abril. 05'40"
Cerrado goiano
paráfrase Fernando Pessoa

Inserida por LucianoSpagnol

A ALMA DO CERRADO

De alma pacata
De sol encarnado
O plural desata
A vida do cerrado

Suspiro e gemido
Folha aveludada
Horizonte comprido
A alma ressecada

Buriti ofegante
Olhar empanado
O céu delirante
O cerrado sagrado

Sertão e berrante
Estrada cascalhada
Marcha o caminhante
Na alma talhada

Emas no pasto
Ipês em cascata
No cerrado vasto
O fascínio dilata

Silêncio e mistério
O cerrado diverso
Vento em puerpério
Que poetam no verso

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

POEMINHA PARA AS MÃES

Tens três letras a pronunciar
MÃE: meiga, simples e singela
Nada nem ninguém pode anelar
Dentre a criação és a mais bela
Deus a fez pra que soubéssemos
o que é amar...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MADRUGADA

Do fundo do meu quarto no cerrado
Ouço a madrugada, de tão silenciosa
Que faz do vento trautear desentoado
E do canto do galo... prece religiosa!

Ouço a noite cochichar ao meu lado
Fuxico escusado da hora vagarosa
Sem dó nem piedade, nem agrado
Despetalando a solidão tal uma rosa...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

E quando não houver saída,
cave uma nova brecha
com as mãos na lida...
E a superação como uma flecha.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

INTERROGAÇÃO (soneto)

Indago se a loucura é traça
Aqui pergunto sem saber
Se sou são ou uma farsa
Quem pode me responder?

Que tenho alguma graça
Lá isto é do meu querer
Finjo fingindo chalaça
No fingimento sem ter

Aqui pergunto aos senhores
Quais são os tais louvores
Do poeta mineiro do cerrado?

Sou Luciano Spagnol, alguém
Trago no olhar: - paz e bem...
Porém, quer só ser amado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Parodiando Ana Cristina Cesar

Inserida por LucianoSpagnol

TUDO É FOI (soneto)

Num piscar de olhos, tudo é foi
Outros aléns são rapidamente
O tempo feroz é que nos corrói
E gera o amanhecer diferente

Então que o erro nos perdoe
Que a sorte seja contundente
Os olhares, olhares nos doe
Momento, muitos e ardente

Presenças, maior que a falta
Onde amor seja lhana pauta
E nos incendei da tal paixão

Nada nem sempre é à ribalta
Apressado por nós sem falta
A vida, em sua combustão...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 27 de maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA PARTIDA

Ao despedir do cerrado, central sertão
na noite, eu deixarei a luz da lua acesa
a minha admiração posta, fica na mesa
e as lembranças largadas no árido chão

Os cuidados, ao pai, deixo minha certeza
que o bem é mais, mais que a ingratidão
que a vida com amor é repleta de razão
e que o sono só descansa com nobreza

Talvez sinta falta ou talvez só indagação
o que importa foi a história com clareza
e paz que carrego no adeus com emoção

E nesta canção de laço e fé no coração
a esperança na bagagem, única riqueza
se parto, também, fica a minha gratidão

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AMAR DO VERBO AMOR

Amar do verbo amor, como enunciar?
Amor é complemento ao sentimento
Que acompanha o substantivo alento
Instinto sublimado do ser e do estar

Muito se pode nas flexões dele ligar
Só ter no verbo um desejo sedento
E um coração capaz de ter portento
Onde dele não se tem como olvidar

Não se une amor sem ter o elemento
Amar, é no presente ao se conjugar
Mais que perfeito n'alma, tal alimento

De tudo o amor também é o vigorar
Transitivo direto no encantamento
Que só saberá quem dele enluarar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

JUNHO

Mês do arraial
Frio e quentão
Mês tradicional
Festa e emoção
Casal em ritual
O amor aportou
Se avexe, não:

- Junho já chegou!

... não sei o que vem pela frente,
com fé, Deus, cuida da gente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO REFLEXIVO

Pare. Ouça o seu compasso
Seja você no seu único ser
Apressada é a vida no viver
Lentamente dê cada passo

Volte. Resgate cada perder
Fracione a soma em pedaço
Desate os nós, dê mais laço
Não te apavores num só ter

Espere. Descanse o cansaço
Escute. Pra que então correr?
Nesta vida só vale se for valer

Siga. Se breve, bom é sobreviver
Só quem se atreve ganha espaço
Pois, simetria abranda o sofrer...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PELOS SONHOS ANÔNIMOS

Clamo hoje pelos sonhos esquecidos
Os mais desejados e sempre dilema
Os que no ter não foram pertencidos
Nem citados ao menos num poema

Pouco lembrados e incompreendidos
Solitários que até nos causam pena
Nos fazendo chorar nos fados vividos
Falidos entre o prazer e a dor suprema

Assim perdidos nos traços da história
Desistidos e tão poucos na memória
Criando ilusões do tempo já passados

Clamo que revividos possam ter vitória
Que assim possam ter e ser divisória
Hoje, no fazer, para serem realizados

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A HORA

Morrer, Senhor, de súbito, eu quero!
Morrer, como quem vai em sua glória
Despedir-se do mundo em ato mero
De repente! Na bagagem só memória

Morrer sem saber, estou sendo sincero
Rogo, por assim ser, a minha tal hora
Morrer simples, sem qualquer exagero
Onde o olhar de Deus a minha vitória

Morrer, sem precisar ser feito severo
Das estórias que fique boa história
Fulminando sem lágrimas e lero lero

Assim espero, digno desta rogatória
Morrer fruto do merecimento vero
De ser ligeiro, cerrando a trajetória

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Augusto Frederico Schmidt

Inserida por LucianoSpagnol

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