Poemas a um Poeta Olavo Bilac

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À MINHA MÃE

Sei que a saudade, mãe! é bastante...
A esta, que não estou mais a teu lado
O aperto no peito, sentir, é constante
Vazio em vazio, um coração repicado

Aflição! Recordação! a cada instante
Ter... Volver, é um perceber replicado
De lembrança, no suspiro soluçaste
De ti, a falta, do teu amor tão amado

Minha mãe! Minha mãe! só saudade!
Estou com saudade! Cá lamentando
Passo a passo, a mais dura realidade

E aqui nestes versos tão maltrapilho
Minhas mãos, trêmulas, chorando
Lacrimejam saudades de teu filho...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

A ALVORADA DO DIA

Vê-se no cerrado; e vê, pela janela
A beleza diversa na vida vespertina
Casto, nasce o sol. A noite termina
Outro raiar, luzidio, e a magia trela;

Outro espanto, no apreciar revela
Encanto feroz que a alma morfina
Presenteia-lhe o dia, prova Divina
Mais que seduçāo, ato de ser bela!

Fios dourados... Ouro... composto
Enche-a de luz, para despertá-la
No surgir que aí vem... Só dá gosto

A surpresa, na admiração enleada
Altiva, e a cintilar, no atônito rosto
Os primeiros raios da rútila alvorada...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Final outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

RESPOSTAS NO AMOR

Amo... vejo envasado em nobre sentimento
Todo o meu ser em fulgor, a alma em união
Contempla-me a glória, inteireza na emoção
Ame! - E deixe o mal com o seu sofrimento!

Sofro... quando me encontro em desilusão
De espinhos, arranhão, então fique atento
O desdém que humilha, não há argumento
Pois, o contento, se deixa levar pela paixão

Se tem irrisão, perdoe, o perdão é prece
Árduo é o caminho, e perverso a injúria
E ter um bom alívio é o que se esquece

Amor... amar... amo, trova dum profeta
Ao coração enriquece, sem ser luxúria
A eterna inspiração do ser, de ser poeta!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ASSOMBRAÇÃO

Tenho uma solidão, tapera sombria
Assombrada, de sonhos penitentes
Onde anda a ilusão tristonha e fria
Na saudade, poetando os ausentes

E no vazio, a alma sem doce poesia
Tal paz duma sepultura, os poentes
Sois, num entardecer de melancolia
Tatalam as mãos, olhar e os dentes

No silêncio o ranger da imaginação
Pelos cantos os vultos em prantos
Das lembranças, tal qual fiel serva

Que invadem as órbitas da emoção
Soturnos fantasmas e, quebrantos
Segregando o espírito na tênia treva

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

OUVIR POESIA

Ora (direis) ouvir poesias! Exato,
Loucura! E vos direi, no entanto,
Que, da alegria ou de um pranto
Está lá, falante, no seu abstrato

E dialogamos vário, sem espanto
Porquanto, eu e ela um só retrato
Cintilante. Cheio de enigma e fato
Porém, em cada estrofe o encanto

Direis agora: tresloucado caro!
Que falas com poesia? Que razão
Tem o que indaga, neste amparo?

Aí vos direi: - amai pra entendê-las
Pois só quem ama pode ter emoção
E assim tagarelar-lhe sob as estrelas...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
08/11/2018, 05’30”
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

A MOCIDADE

A mocidade é tal qual a flor do ipê
Vigorosa, e na secura resplandece
Tudo pode, é formosa, sonha e crê
E suas inquietudes não lhe apetece

É a idade da beleza a sua mercê:
O presente não lhe traz estresse
E o futuro pouco ou de nada vê
O que lhe importa é a tua messe

Ousada, domina e brilha ao vento
Na desventura tem nenhum receio
Pois, é facilmente o esquecimento

Porém, o senhor tempo, tão voraz
Qual a flor do ipê, de frágil esteio
Cai ao chão, de um destino fugaz

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

QUEIRA

Olha-me! O teu amor sincero, venerando
Entra-me o peito, como uma doce razão
De brando e suave, sentimento, entrando
No meu viver, fazendo laços no coração

Fale-me! Só de amor e de amor, quando
Falas, deixando cálidos tino na emoção
E aos toques, carícias, no tocar radiando
O bem nobre que só traz pródiga afeição

Olhe-me! Fale-me então! Multiplicando
Sempre, sempre com ternura galanteia
Agora, agora com o cuidado que cintila

E enquanto me flamejas de ti, forjando
Em seu fulgor, o sabor da carícia cheia
Queira! o cortês amor que d’alma destila

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

NO TEMPO

Sou o eu que marcha, que andeja
Princípio, sou fim, poesia agarrida
Levo o plural: a tristura e a peleja
As vaidades, e os alardes da vida

O tempo passa, repassa, ou seja
Corre, e nesta ventura, a medida
Pra cada hora: a fé, assim esteja
Os anos no muito na sua torcida

Vou levando acertos e os danos
Vou levando o tudo e o instante
O amanhã a extensão dos anos

Ninguém pode evitar o talvez
Assim, que tudo seja vibrante
E o amor, o primordial da vez!!!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ANDOU

Como quisesse alegre ser, deixando
O queixume rotativo, zunindo a hora
O tédio, ao bafejo sequioso da aurora
Do cerrado, dentro de ti, comandando

Estranho querer, no peito te cortando:
Melancolia, silêncio, a paz indo a fora
Que te cala, maltrata e também chora
E chora... saudades então recordando

E logo, uma imaginação, compungida
Te perseguindo, surge como senhora
Dos teus sonhos, torturando a razão

Assim queixosa minha alma perdida
Andei largo instante, sem ir embora
E agora, o tempo antigo, é oposição!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
11, novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

VERSOS TATUADOS

Corpo do soneto, em versos tatuados
A poesia em delírio, e a mão a poetar
Impulso que pulsa, sonhos sonhados
E vida, em cada estrofe o vário estar:

Do beijo, do laço, desejos desejados
A fé ao nosso lado ajoelhada no altar
Ah! e o amor nos corações acordados
Em perfumes que nos fazem embalar

A inspiração: - messe e dádiva, tributo
Pra alma, semeando e colhendo fruto
Hóstia da ideia em purgação. Pensar!

E assim, saudades: - dolorosa rama
Que pelos versos, chora e derrama:
Quimeras e sorte, na pele a versejar!

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, novembro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ME PERDI, E ME ACHEI

Não me perdi na imensidão... me perdi
Na melancolia do cerrado. E me julguei
No chão, e da terra então, eu me achei
Se daqui eu sai, hoje, meu lugar é aqui

Mas há ilusão no tempo, se acolá e ali
Outros houve, e assim, eu então farei
Caminho, na diversidade, caminharei
Num ardor sublime, na terra araguari

Ah! Ó saudade de cólera tremenda
Os sonhos sonhados agora fugitivos
E as lembranças ao coração inflama

Poetizaram nas rimas desta lenda
A emoção tão comuns dos vivos
Os desenganos os deixo na lama.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2018
Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ALVORADA CHUVOSA

Fulge em nebuloso dia, o cerrado. O céu delira
As nuvens rugem, chora chuva rojando ao chão
Há torrentes de pujança, suprema é a renovação
De gota em gota, banham as folhas da sucupira

Bulcões pintam a paisagem na sua vastidão
O sol miúdo no horizonte quer arder em pira
O bem ti vi na carnaúba saúda com a sua lira
A alvorada, raiando a vida em doce gratidão

E o vento emborcando os galhos da paineira
Rolam no ar, andorinhas, gritam as maritacas
Clangorrando... - e avigora o sertão molhado

Novembro, é o mês das chuvaradas primeira
No tropel alinhado das barulhentas curicacas
Em cinza, em glória, o céu chuvoso no cerrado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

VITA NUOVA

Deste de outrora prazer me convidas
Se ao mesmo desejo me faz desejos
Nestas tão insensatas vindas e idas
É amor abrasador e de doces beijos

Não me poete das lágrimas perdidas
Não me troves os olhares em cortejos
Há neste amor, o amor de liras ouvidas
E dos pecados cem mil são os pelejos

Amo-te! A distância, apenas uma porta
Entreaberta. Deixe-a assim, eu volto!
Se a nós nada importa, o que importa...

Ainda te amo, o amor, amor que canto
E o tenho na poesia, teu cheiro envolto
VITA NUOVA! Sempre cheia de encanto.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de junho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

DESTERRO

Já do amor findo? Chega! Na tristura sou exilado
Irei, trôpego, embriagado, no amor assim sozinho
O silêncio em coro, nas rosas também há espinho
Choro, angústia, no cerrado, vazio no peito calado

Neste amor, como num sonho, sonho sonhado
Sorrisos, as alegrias espelhadas pelo caminho
Serão guardadas nas lembranças com carinho
Como quem guarda o tesouro um dia achado

Adeus, generoso afeto, prazer do meu desejo!
O mar onde navegou sonegados antigos idílios
Berço onde a quimera desenhou cada beijo!

Adeus! Esta partição, há de pesar-me tanto
Como quem na solidão suplica por auxílios
Jogado num canto, encharcado de pranto...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18/07/2019, 05’05’
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

CHOVE

Acordei
E vi que chove
Observei
Que não era só lá fora
Revestido de breu
Minha alma
Também chora
Dengosa
Amorosa
Reclama do olhar
Da sua beleza singular
Sua essência
Desta sua silenciosa ausência
Não importa os desencontros
A sua irreverência
Não diminui o meu amor
Nem a dor
De sua indolência
Onde está?
Os sonhos sonhados
Os beijos por nós calados
Curvo-me diante desta ferida
Aberta
Sofrida
Tocada sem nenhum pudor
Nenhuma compaixão
Nenhum valor
Acho que foi só ilusão!
Agora solidão...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Rio de Janeiro, 30/08/207
05'30"

Inserida por LucianoSpagnol

PROMESSAS DE PAIXÃO

As promessas de paixão perecem como fumaça
São versos que adoçam e azedam o pensamento
Palavras dispersas da empolgação em uma caça
Uma quimera, que no sonho do poeta, um invento

Perfumes imersos nas lembranças que devassa
A alma, vapor em um sopro ao torvelim do vento
Raios de ilusão que na noite cravejam a vidraça
Dos sonhos, e vivem em um único e só momento

Mas as que passam para o amor, em um feito
Ah! estas ao coração em um clarão alucina
Acalmam e fazem na emoção a sua morada

Acaloram os ouvidos e adentram pelo peito
É saciar a sede em riacho de agua cristalina
Tornando camarada a vida em sua caminhada

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

Lhe trago saudação.
Nesta data de comemoração:
- da vida, de gratidão, de afeto.
Que seu dia seja repleto:
- de amor, afagos, festividade...
Toda a felicidade!
E que tenhas saúde no novo itinerário.

Feliz aniversário!

Inserida por LucianoSpagnol

DOR DOÍDA

Há dor de diversa habilidade
A sem equidade, sem porém
Também, a sobra do não bem
Aquela ferida por maldade

É qual lança que vai além
Fendendo, e a alma invade
Sem dó e sem piedade
Dilacerando, e sem avêm

Dor dentro do peito, aí, arde
É covarde se da tirania caem
De um coração sem amizade

A que saem rumo ao refém
Impelindo com tal crueldade
É dor doída, vinda de desdém.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O amor tem vária faceta
Ao fraco, é assustador
No caminho, diversa seta
Ao apaixonado, factível amor

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MINHA BUSCA

Corro os olhos por almas, na cata dum olhar,
ou talvez apenas aquele sorriso roubado.

Então vou num serelepe agreste caminhar,
pelos abraços, laços, dum algo desejado.

E no afã dum afago, um riso, outro chorar,
aqui, ali, lá, vou tentando ter um agrado.

O vazio que me devora, implora, põe a orar,
vem do coração, que quer amor denodado.

Corro os olhos no fado, vejo o tempo passar,
o peito sofredor, e já com o fim tão cansado.

Sem sequer ter uma estória pra poder poetar,
se acostumou com uma solidão, está calado.

Quer versejar a rima perfeita com o tal amar,
ainda busca, não consegui estar parado...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 11 de agosto
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol