Poema para uma Amiga que se Mudou
DESQUALIFICADO
Eu sou apenas um alvoroço
Ilusão que vai, ilusão que vem
Barco sem rumo, fé no fosso
Vão no coração, sou ninguém
Nunca serei nada, um esboço
Do crédito pouco sei ir além
Os sonhos sem sal, insosso
Da janela, o destino, vaivém
E neste propósito sem nada
Sou vencido na encruzilhada
Porém, tentei, e não fui também
Falhei em tudo, levei bofetada
Do tempo. E nesta varia parada
Me resta, só o que me convém...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de agosto, 2018
Cerrado goiano
ode cair o céu
o mar me afogar
As pessoas me amarem
Me odiarem
Ou me baterem
Mas em nenhum instante
Tirei você dos meus pensamentos
Pode o inferno chegar
A bebida acabar,
O cigarro apagar
Você permanece eterno.
Em todos os momentos
Em todos os lugares.
Sorriso
A tua solidão é a minha incerteza
sobre o que vai na tua cabeça.
Isso é parte dos nossos momentos em que não ouço a tua voz o teu sorriso fica escondido
Nesses teus pensamentos.
Quando me aproximo e tento entrar,
Tu me puxa para trás
Mas eu não sou de desistir
Então pego o teu sorriso e tento puxá-lo para fora desses pensamentos que não deixam ele ir.
Se o sorriso fica e a porta se tranca,
eu te puxo pela mão e te levo a passear
Porque uma hora essa porta irá destrancar
Quando eu perceber, vou usar o meu sorriso para conseguir entrar e perceber porque esses pensamentos não deixaram o teu sorriso ir.
Depois tu irá ver o quão bonito é o nosso mundo
onde eu te puxo pela mão e te salvo com o meu coração
Só para ver esse sorriso e o brilho no olho de quem está feliz.
Teus olhos,
Teus lábios,
Teus cabelos,
Tuas curvas.
Mas não essas curvas,
Suas curvas.
Que brilham,
Estrelas a me fitar.
Tuas curvas.
Mas não essas curvas,
Suas curvas.
Vermelhas,
Com seu toque,
Tentando me drogar.
Tuas curvas.
Mas não essas curvas,
Suas curvas.
Macias.
Me envolvem
E me afogam,
Como ondas do mar.
Tuas curvas.
Agora sim,
Estas curvas.
Deslizo minhas mãos,
E rezo pro tempo parar.
O todo
é nele e com ele que desejo travar as batalhas
as lutas mais intensas... em vorazes sensações infames
delirantes desejos de cumplicidade salutar
O meu corpo deseja o teu, para unicamente amar
um ato puro e simples... em dias e noite de paz
apaixonado por ti, é assim que eu quero estar
(07/08/2018)
Desenhou nas águas o próprio rosto
para desvendar
os símbolos ocultos na sua alma.
Navegou incansavelmente – com teimosia
e somente ancorou
no porto abismal da Poesia.
Não me dê o fim!…
Quero entrelaçar o infinito
No nosso gozo
Quente, fulgurante de chamas.
Quero me ausentar,
Presentear
Quando preciso.
...
Não bata os olhos,
E não me dê o fim!...
¡atenção!
pede silêncio!
faça silêncio!
O mundo cala.
A TV cala.
A repórter cala.
A Boca cala,
o coração GRITA.
o olhar suspira!
¡atenção, num mundo de ira!
Eu sou tudo que escrevo
Tudo que sinto
E tudo que não perdi.
Eu sou essa voz apaixonada por dentro
Que fala de loucuras como quem ama
E que se ilude como quem se apaixona.
Eu sou esse tolo incompreendido
Que fala de coisas do profundo amargo
Aquele que nota e não é notado
Atormentado pelo fogo da paixão
Condenado a viver com um não
De quem não quer
A preencher um vazio com outros olhares.
Porque sou viajante...
@cicerolaurindotextos
Porque sou viajante
Acompanho a viagem e o caminho
Me perco porque sou caminho
Pergaminho em minha alma escrevo
Perseguido pelas sombras desse meu olhar
Olhar distante, mas não longe
Me perco em mim por você...
Por você me pedi, mas me encontrei...
@cicerolaurindotextos
Poderia passar meus dias escrevendo,
Lembro quando minha mãe me viu sofrendo.
Lembro das lágrimas do meu pai,
Quando me viu desistir da paz.
Lembro de minha irmã me ouvindo,
Aquele fim de tarde, todos os meus gritos.
Lembro das pessoas que deixei,
Histórias que nem mesmo sei...
Lembro das frases que foram ditas,
Lembro de levar marcas sem deixar pistas.
Foi no momento que joguei fora minha podridão,
Larguei marcas escuras no meu coração.
E quando o mundo enfim me derrubar,
Ainda tenho motivos pra outra vez sonhar.
E hoje me considero um vencedor,
Eu misturei a inteligência com o amor.
Ouvi pra não ter esperança,
Mas o tempo gira como uma dança.
Eu fui mesmo quando estive aqui,
Lembrei dos bons momentos e apenas sorri.
As frases que escrevi nunca saíram do papel,
E as da minha cabeça estão no céu.
E quando achei que ia cair,
Minha alma disse: "estou aqui".
O forte não é aquele que esta sempre de pé,
Mas aqueles que levanta quantas vezes puder.
E se alguém ouvir essa canção,
Saiba que em mim nao existe mais escuridão.
E quando o mundo enfim me derrubar,
Ainda tenho motivos pra outra vez sonhar.
E hoje me considero um vencedor,
Eu misturei a inteligência com o amor.
Talvez você saiba a melhor coisa que existe,
Mas assim mesmo minha duvida persiste.
Queria voltar no tempo, mas não posso,
Iria aproveitar esse tempo nosso.
Paixão
Olhares não mentem, o que ele faz o coração sente
O que a boca fala, o olhar e coração desmente
Ó paixão, repreende
Paixão, ó meu deus tenha compaixão
Meu coração está no chão, despedaçado por causa de você
Que me fez entender, que paixão as vezes só faz doer
Começo a chorar em desespero, pelo meu apego
Mas vou melhorar, para o meu sossego
Meu desapego veio de repente
Feito parapente, leve, livre e decadente
Juro que estou bem, mas com o trauma que fiquei
Amar alguém outra vez, não vai ser fácil talvez
Mas que fique a ferida, lição e amadurecimento
Tem que ter coragem, se apaixonar assim novamente
Empoderamento se espalha em mim constantemente
Ame você primeiro antes de qualquer outra gente
Aprenda a demonstrar
Carinho é ato nobre de se valorizar.
Quem nunca recebeu pode aprender a dar.
Mas que economiza no afeto é melhor evitar.
Hesite em escolher quem sofre de mal estimar.
Pabulagem dos covardes
Vade-retro com sua inveja faceira.
Mau sintoma de cobiçar a habilidade alheia.
Abrenúncio toda infestação de raiva pela incapacidade.
Tarrenego o desperdiçar da vida e fica aí, comendo poeira.
Escreveu não leu
Fiz poesia pra você
E você nada, você nem
Um dia você vai ver! Um dia você vai ler!
Se vai gostar ou não
Aí o poema é seu.
BORBOLETA (soneto)
À flor de lobeira do cerrado, azulada
Voa a borboleta erradia lentamente
De asas tal multicor do sol poente
Num dueto de um balé na estrada
É tão imponente e é tão refulgente
No horizonte rubro, em uma toada
Que hipnotiza o ver e mais nada
Doidejando o encanto da gente
Só a flor, o que importa, a ela atada
Somente! E ao seu redor indiferente
Onde ali, a vida se faz multiplicada
Neste valsar vaporoso e inocente
Do diverso do cerrado camarada
Borboleta em voo, é o belo ingente!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
TRAGÉDIA, SANGUE, SOLIDARIEDADE
"Bom dia" só que não pra muita gente
Que em luto hoje chora magoado.
Batida, a colisão de frente a frente
Com morto e ferido, atordoado.
Se foram muitas vidas preciosas
Em última viagem, vaticínio.
Viagens e estradas furiosas,
Ceifando muitas vidas, extermínio.
Eu quis doar um pouco do que tenho
E ia com alguns outros doar sangue.
Mas muitos outros querem nesse empenho,
Eu não vou mais, mas calma, não se zangue.
Pois já tem muita gente nesse ato
É a superlotação de doadores.
Por isso, tendo em vista esse fato
O grupo aqui adiou nossos favores.
Mas deixo aqui meus pêsames e digo:
Seja mais consciente nas estradas.
Também, sim, doe sangue, seja amigo,
Ou queres ver outras vidas ceifadas?
23/06/2017
Onde mora a fé, tem esperança.
Onde mora a felicidade tem um sorriso disponível.
Onde mora a saudade, tem um amor escondido.
Tudo passa
O tempo passa
O amor passa
A vida se vai
Até o orgulho se desvai
Não há sentimento que perdure
O tempo deixa cicatriz
Nos magoamos infelizmente
E perdemos tudo em um tris
Perdão e amizade
Mesmo não tendo o que se espera
Podemos lutar
E vencer o mal que dilacera
Deixemos a paz
Deixar tudo ir
Ninguém é de ninguém
Por mais que haja desdém
A felicidade brota de si
O amor próprio também
Podemos seguir a vida
Mesmo depois da despedida
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