Poema Nordestino
Meu cuscuz.
Não tem vida sem destino
não tem fé sem ter a luz
não tem pipa sem menino
não tem amor sem Jesus
não tem pobre nem granfino
não tem um só nordestino
que não goste de cuscuz.
Oração da chuva!
Quando a seca se aproxima
devastando a plantação
o sertanejo se lastima
pede a Deus em oração
uma mudança nesse clima
e que derrame lá de cima
um pouco d'água no sertão!
Sabor de milho.
É um alimento Divino
a sua mistura é aparte
passa de Pai pro menino
da nossa vida faz parte
é um produto tão fino
que o cuscuz nordestino
virou uma obra de arte.
Decisão!
Tem os que desistem cedo
tem também quem se aproxima
tem quem não levante o dedo
outros que tem autoestima
os fracos fogem com medo
e os fortes partem pra cima.
Eu.
Sou filho de um plano
que ao destino pertence
nada é feito por engano
de Deus não há suspense
sou nordestino do tutano
do amor de um paraibano
por uma noviça cearense.
Não nego.
Meu banco é o da praça
meu shopping é na bodega
não tenho nada de graça
pobre que não se entrega
sou nordestino de raça
origem que não se nega.
Fartura.
A nossa fome tem cura
muito mais que imagino
se é feito com ternura
tem a benção do Divino
e que venha de fartura
pra mesa do nordestino.
Nosso valor.
Não me considero pobre
trabalho desde menino
quando o coração é nobre
não tem medo do destino
pois na luta se descobre
o valor de um nordestino.
Tem muito disso.
O cabra passa um mês no Rio
vai morar numa maloca
descobre que se iludiu
e volta falando carioca
chia mais do que pavio
e pergunta ô Thi Thiiio
tem cuxcuxx e tapióóóca.
Cada calo.
Na garupa de um cavalo
na enxada no sol quente
todo dia brota um calo
todo calo é diferente
mas a raiz do nosso talo
não se tora no batente.
Sem diferença.
Mesmo boa a vida é dura
reclamar não tem por quê
toda essa arquitetura
Deus fez com tanto prazer
pôs beleza e deu cultura
e fez cada criatura
do jeitinho que fez você.
Meu sertão.
É aqui que eu me empenho
na tristeza ou na alegria
levo cana para o engenho
lavo roupa na bacia
e pelo pouco que eu tenho
eu agradeço todo dia.
SORTE
Eu agradeço ao destino
por não ter medo de nada
trabalho desde menino
puxando o cabo da enxada
não pedi pra ser nordestino
eu tive uma sorte arretada.
Pé de flor.
O sertanejo reza uma prece
pra Jesus nosso Senhor
pra ver se a chuva aparece
e diminua um tanto da dor
quem sabe na terra cresce
pelo menos um pé de flor.
HONRA.
Da terra sinto o aroma
ao toque da chuva fina
o trabalho é o que soma
o que a vida determina
e todo calo é um diploma
na honra da mão nordestina.
Se destina
A seca vem prematura
e a terra se contamina
no chão fica a rachadura
que da vida se destina
e fugindo dessa amargura
o sanfoneiro leva a cultura
da origem nordestina.
Povo carente.
Eu mesmo falo oxente
essa origem não se nega
aro a terra no sol quente
faço compra na bodega
moro num lugar carente
mas onde o povo é valente
sofre, mas não se entrega.
Vida dura.
É sol forte que ele enfrenta
pra ter a carteira assinada
são dez filhos que sustenta
com a mão sempre honrada
mas quando o peão aposenta
o dinheiro não dá pra nada.
Discípulo.
Pode chamar de brasileiro
ou discípulo de Virgulino
não trabalha por dinheiro
e é fiel ao seu destino
ergue a cabeça vaqueiro
tu és um herói nordestino.
Vencedor.
É mais forte que a dor
tem sangue de Virgulino
na vida é um lutador
das batalhas do destino
se existe um vencedor
o nome dele é nordestino.
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