Poema com mar
Talvez eu não consiga quanto amo
ou amei teu ser dizer, talvez
como num mar que tu não vês
o meu corpo submerso seja o ramo
final que estendo já não sei a quem
Todas íamos ser rainhas
de quatro reinos sobre o mar:
Rosalia com Efigenia e
Lucila com Soledad
No vale de Elqui, rodeado
de cem montanhas ou de mais,
que como oferendas ou tributos
ardem em vermelho e açafrão
O dizíamos embriagadas
e o tivemos por verdade
que seriamos todas rainhas
e chegaríamos ao mar.
Com as tranças dos sete anos
e batas claras de percal
perseguindo pássaros foragidos
na sombra do figueiral.
Dos quatro reinos,
dizíamos, indubitável como o Korán,
que por grandes e por certos
alcançariam até o mar
Quatro esposos desposariam
no tempo de desposar
e eram reis e cantadores
como David, rei de Judá.
GATO DE MADAME
O sol sobre o mar vai sumindo,
E o velho e simpático bichano,
No seu descansar vai curtindo,
No seu bem-estar vai sonhando.
Sentindo a brisa pura do mar,
E o ar fresco do anoitecer,
Deixando a vida o levar,
Na sua mordomia de viver.
Bem nutrido e paciente,
Sem qualquer preocupação,
Nem quer saber onde vende
Ou quanto custa a ração.
Sem o que fazer na vida,
Fica sempre na espreitada,
De uma gatinha amiga,
Para as suas paqueradas.
Livre e solto, na gandaia,
Sabe na vida aproveitar,
Enquanto o dono trabalha,
Curte férias à beira mar
É privilégio de bichano de madame,
Apreciar essa beleza em volta sua,
Do contrário, levaria uma vida infame,
Por ventura fosse um simples gato de rua.
Quando você for ver o mar
Seus olhos mergulhar na casa de Iemanjá
A Bahia de todos os santos vão abençoar
E verá seu interior festejar
A lembrança de ser livre
Na selva
No barro
No mangue
Nas dunas de um corpo que baila
No canto que o vento espalha
Segue o barco
Segue o rumo
Vai e vêm
Nas ondas o vai e vêm
O mar lhe faz refém
O desgosto da areia de sempre ver ir embora
Aquele que tanto lhe faz se sentir bem por fora
E em um simples vai e vem da vida
Onde amores e horrores saem e entram
Onde se calam e põe a falar
De quando quebram já fazem se reformar
E de um poema confuso de entender
As palavras se ajeitando vão
E se organizando da forma
Que lhe faz chamar atenção
Como nas ondas de vai e vêm
O mar lhe fazem refém
E com um poema que parece confuso
Faço você se sentir bem
Chega de voar por todo mar...
Vem descansar e se aconchegar em meu peito, seu eterno porto seguro.
Acalma este mar revolto de saudade de ti, que alguns chamam coração, mas eu prefiro chamar de amor...
FRIO
Banhei a alma desnuda,
calada e muda,
no rio da solidão!
Quem sabe era um mar!
Onde me aconcheguei
nas ondas de ímpeto
do meu amar.
E me afoguei
ao acreditar nas tuas mãos!
Tempestade cessou,
Depois de eu perseverar,
Pois quando você chegou,
Minha dor virou gota no mar.
Sem demagogia meu medo se foi confesso e te juro,
Não há o que temer quando o barco a deriva acha porto seguro.
"A vida é como um naufrágio
E enquanto umas pessoas
são como os destroços ao mar..
Outras se agarram ao
primeiro destroço que conseguem ..
com medo .. desperadamente atrás
de se "salvar'.. outros simplesmente
decidem parar de nadar
e se entregam ao cansaço de tentar.
A realidade é que
estamos todos perdidos..
Todos à deriva.. em busca de uma salvação encontrar."
"O mar me faz amar, amar o azul do mar
Azul que me faz lembrar, lembrar de teu olhar
É uma pena não te amar, mas continuo amando o mar."
Espalhem aos quatros cantos do mar
Que eu encontrei a mulher
Aquela que me foi destinada
Joguem aos ventos as minhas poesias
Para que todos os amantes ouçam as minhas palavras
Os meus gritos de amor
Diga a noite para que não tarde em voltar
Diga a lua...
Diga a ela...
mas diga sem lágrimas nos olhos
Que ela foi embora
A mulher que me foi destinada
Diga ao sol que nasça
Mas nasça devagar
Para que não acorde eu e a minha tristeza
Inexistência - 2016
Hotel, beira mar...
As cortinas são desenhadas por causa do sol,
Neste quarto que é melancolia, sem cor...
Os barcos valsam ao sabor das ondas brilhantes,
Vencendo as marés, que como as cortinas, são sopradas
Sobre as praias, tentando impedir seu lançar ao desconhecido...
Enquanto eu, sentado na areia da praia, sozinho,
Sinto as brisas de verão escreverem levas redondas, E se precipitarem lateralmente.
E uma após outra levantam a areia branca que envolvem meu rosto;
Meus olhos se encontram em silêncio, estáticos.
A alegria e o êxtase da cena parecem como um doce que deve ser comido.
E enquanto a luz do sol se impõe no fresco da manhã, as andorinhas, escravas dos beirais do mar, constroem seus ninhos em cima, como um homem que semeia polias, ao longo de um túnel de luz.
E para sentir a luz em mim, seguida de um rápido bater de asas dos pássaros, roubo mais um tempo da vida antes de virar e fugir dali.
Sinto o toque de um ínfimo grão de areia, que a rigor deveria passar despercebido, deliciosamente.
Giro lentamente até tocar a agua fria com meus pés.
Não há como se apegar;
Instintivamente, eles pulam as ondas.
Partem de mim, e eu a liderá-los por entre a folhagem fina que ladeia a praia.
Vou nessa vida como um cometa errante que leva para o infinito as mais raras gemas, espalhadas pelo vento alto, para novamente, terra-formar o desconhecido, desconhecido.
Portanto, inexisto, agora...
Meu espelho refletindo um olhar perdido...
Meus olhos, um mar de sentimentos
Minha alma sabendo amenizar tantas incertezas e trazendo de volta a esperança de quem sabe rir e chorar Oscilando entre aceitar e lutar.
Ele:
Têm no olhar,uma poesia
Nos cabelos,as ondas do mar
Na barba,o mais lindo versar
E no corpo,um universo de estrelas
Nos abraços, meu sossego
Nos beijos, meu sonho
Nos olhos, meus desejos
Felicidade, é ser teus planos
Me embriago nesse amor
Meu coração sofredor
Se transforma em bela flor
É plantando que se colhe
É regando que surpreende
Meu amor te amo sempre
Autora: #Andrea_Domingues
Todos os direitos autorais reservados 21/11/2019 às 00:05 horas
Manter créditos de autoria original #Andrea_Domingues
Como uma embarcação à deriva
Vou indo ao sabor das ondas
Navego em meio ao mar revolto da minh'alma
Procurando abrigo me lembro do afago
Um cais para o meu caos
Onde eu possa atracar
Estranho que precisem de heróis ou faróis
Eu só preciso de nós e anzóis.
O som das ondas
Hoje, num fim de tarde, fui ao encontro do mar.
As ondas quebravam nas pedras;
no meu rosto salpicava a maresia
e o sereno quebrava o meu cansaço.
Eu admirava aquele arrebol e seguia a orla,
então o som da rebentação das ondas me pareceu mais belo
que toda canção já escrita.
Sanava o gume de meus fracassos;
'curava' amores entalados cá dentro,
na alma.
Quando a noite, enfim, ascendeu,
eu queria viver.
Saudades do mar
Saudades do mar como se a ele houvesse pertencido minha vida inteira
como se o calor que me ardia os ombros me desfizesse de pesadas vestes
e me cobrisse de sal, areia e sol.
As palavras que digo não traem as montanhas de minhas solidões.
Mas o mar...
incólume em meus abraços, faz-me esquecer...
De volta ao caos, me perco outra vez, no mar contido nos olhos de um poente
ressaca que me lança de novo às águas fundas de um oceano intangível
são mais bondosos e risonhos que a minha loucura
aqueles olhos.
híbrido como o sol e a lua,
penetrável como a terra e o mar.
a vida nos demonstra muitas aventuras,
menos o presságio para amar.
Março
Começa com "M"
de Mar
Mar de esperança.
Mar de realizações.
Mar de viver em paz...
Mar de A-Mar
a nós e a todos os que
nos rodeiam.
Quero mergulhar na imensidão do seu mar
Quero mergulhar na imensidão do seu mar
E para ele me entregar
E os seus segredos desvendar
E em meios a devaneios me perder
E no seu balanço me encontrar
E todo medo com ele superar
E mesmo quando estiver revolto, com ele me acalmar
E em paz permanecer
Quero mergulhar na imensidão do seu mar
Para que eu possa, simplesmente, te amar!
