Poema Maos de Semeadora Cora Coralina
Meu grito
Meu grito é estertor de um rio convulso…
Do Nilo, ah, do Nilo é o meu grito…
E o que me dói é fruto das raízes,
ai, cruas cicatrizes!,
das bruscas florestas da terra africana!
Meu grito é um espasmo que me esmaga,
há um punhal vibrando em mim, rasgando
meu pobre coração que hesita
entre erguer ou calar a voz aflita:
Ó Africa! Ó África!
Meu grito é sem cor, é um grito seco,
é verdadeiro e triste…
Meu deus, porque é que existo sem mensagem,
a não ser essa voz que me constrange,
sem ecos, sem lineios, desabrida?
Senhor! Jesus! Cristo!
Por que é que grito?
Em maio
Já não há mais razão para chamar as lembranças
e mostrá-las ao povo em maio.
Em maio sopram ventos desatados
por mãos de mando, turvam o sentido
do que sonhamos.
Em maio uma tal senhora Liberdade se alvoroça
e desce às praças das bocas entreabertas
e começa:
"Outrora, nas senzalas, os senhores..."
Mas a Liberdade que desce à praça
nos meados de maio,
pedindo rumores,
é uma senhora esquálida, seca, desvalida,
e nada sabe de nossa vida.
A Liberdade que sei é uma menina sem jeito,
vem montada no ombro dos moleques
ou se esconde
no peito, em fogo, dos que jamais irão
à praça.
Na praça estão os fracos, os velhos, os decadentes
e seu grito: "Ó bendita Liberdade!"
E ela sorri e se orgulha, de verdade,
do muito que tem feito!
Notícia
A nuvens trouxeram-me notícias
do céu...
As aves disseram-me como iam
as montanhas...
Coisas estranhas
começaram a dar-se então
com minha alma...
Rumo
Às vezes ergo os olhos, interrogo
o seco céu sem urubu, sem nódoa
de nuvem: Deus,
que queres?
Que eu me atropele
com minha própria sombra, que embranqueça
meu dorso e voe?
poesia antes da escrita
A poesia veio antes da escrita, existe tanto semianalfabeto um poeta e tanto, daqueles que gramática nenhuma poderia botar defeito e nenhum "dotô", falaria mais bonito. A poesia é alma, poesia boa mesmo é do tipo cantiga no mato, na roça com a vó, ou buscando a lenha pra acender o fogão. Poesia também já veio numa "borná", com um lápis e uma folha de papel de pão. Poesia já veio até no "calcanhar", já veio no joanete que contava muita história no tempo do frio. Não se nasce alfabetizado na língua dos homens, mas. Pode-se nascer alfabetizado na língua do amor e da poesia, portanto, pra ser poeta, basta-o ser.
MARIA, O AMOR SEMPRE VENCE!
(Livro: Amar Até Dizer Chega)
Verdade absoluta
Eu nem sei o que dizer
Estou sendo estreada de novo com você
Já te falei né? Então... Também to descobrindo coisas em mim junto contigo. Você é tão mais do que você imagina pra mim, que não tem idéia. Ahm
Eu acredito e vivo isso como se fosse uma verdade absoluta. De verdade.
Pode até ser que você desista ali na frente por milhões de motivos, mas uma coisa é certa, eu vou viver isso, viver você, viver nós até a última gota. Mergulhei.
Tu me convenceste a mergulhar.
Você é tão foda, tão importante.
Putz... Fora o amor.
Ainda tem o amor.
Você sabe disso.
Não morra agora, pode demorar mais uns 60 anos pelo ao menos... Será pouco, mas será um bom começo.
MARIA, O AMOR SEMPRE VENCE
(Livro: Amar Até Dizer Chega)
AMIGO OCULTO
Eu ainda tenho medo
As vezes me pego tendo medo de ser feliz
As vezes meu medo é que seja verdade, outras que tudo não passe de uma enorme mentira
Ahn...Eu queria...
Não. Eu quero. Quero tanto que me perco nos rios de sentimentos que brotam das nascentes do meu coração encharcado de sentimentos e de amor. Você nunca mais me escreveu. Você também já não me parece com tanta empolgação. Sim. Eu sei o quanto é terrível algumas coisas, mas o mais terrível é amor não correspondido. E vá por mim, disso eu entendo.
As vezes eu pego pensando se de novo vão desistir de mim, porque o amor é menos importante que as outras coisas. Não Tô dizendo que eu quero que fique por obrigação. Ninguém é obrigado a nada, muito menos aqui nessas bandas. TO DIZENDO EM LETRAS GARRAFAIS que O AMOR DEVERIA SEMPRE SER O MAIS IMPORTANTE, mas as vezes parece que não é, esse é o meu medo.
Já vi tanta gente desistindo do amor...só não gostaria de passar isso novamente. Entende?
Eu não pedi nada não. Eu parei de pedir ha muito tempo. Foi apresentado a mim, jogado na minha cara, eu só aceitei o presente, eu achei ser presente, eu espero ser presente. Se não o meu presente, ao menos o seu presente. Se não der pra duas pessoas saíram felizes desse amigo oculto, que pelo ao menos uma saia.
(Livro: Amar Até Dizer Chega)
Eu não queria que houvessem construções...
Casas ou ruas pavimentadas
eu não queria!
Eu queria que fosse tudo árvore
E que morássemos na árvore...
Queria que o mundo fosse mato!
Que só ficassem de pé
os museus
os teatros
as bibliotecas públicas
os templos religiosos que pregassem o amor e a caridade...
E as casas de chocolate!
O Viajante Interplanetário
Eu quero que lembrem de mim quando eu partir
Como sou realmente sou
(Uma mariposa enlouquecida na lâmpada!)
A verdade do que eu era...
Um caboclo cantador
Um feiticeiro da cobra coral
Um marinheiro...
navegador de estrelas
Um, que feito poucos
sonhou um mundo integrado,
igualitário, feliz e co-lo-ri-do!
Mal compreendido por isto
Bravo guerreiro errante
Arredio mas assertivo
Delicado e estrondoso
Dual!
Um, que cantou acima de tudo!
Apesar do mundo...
E uniu em seu próprio corpo
Paraísos e Infernos!
Um que tentou mil vezes
E que voltou até No Tempo
para pode fazer melhor!
E fez
Deu cerro
Ele cantou!
POETA as suas entranhas são de fogo puro!
Bandido do tempo
Arredio dançarino
Nigisnki do Metaverso!
Carmen e suas bananas de dinamite subatômicoss!
Naquela tarde, experimentávamos o amor
Não deixamos para amanhã
Não flertávamos com a insegurança
E o que prevalecia era o seu sorriso lindo.
Belos são os cachos dos teus cabelos
Observo um cuidado se revelando
Pressinto o amor existente se aproximando
Há gratidão por ser quem tu és.
Da roça...
Da roça, das mão suja de terra, que é de prantá,
Sô fia do mato, doce quinem água de mina,
Meus véi trabaiva na roça, pra famia sustentá,
O zói enche d’agua do tanto que admira.
Sô poeta lá da grota, dos versim de roça,
Carrego na voiz a sanfona e a viola,
Sô o disco de vinil da veia vitrola,
Minhas rima mantém viva aquelas moda.
Inda lembro do rádio vermeio do meu veio avô,
Da casa de assoaio alto, do chêro das marmita dos trabaiadô,
O café margoso pra curá as pinga de onte enquanto escutava,
Se eu tô aqui é purquê meu povo da roça abriu os camim na inxada.
Só cunverso nos verso cas palavra de antigamente,
Pra honrrá quem veio antes de eu e me firmô nesse chão,
Foi na roça que pai e mãe prantô pros fí coiê mais na frente,
Passano dificudade e guentano humilhação.
Meu povo era brabo demais da conta, pensa num povo bão,
Parece que iscuto a voiz dos meu véi quando iscuto os modão,
Meu peito dói de tanta farta que faiz, oi ai,
Vovô resmungava nos canto e parecia poesia, até dava paiz.
Da roça sim sinhô. Essa poeta aqui é fia do sertão,
Não herdô terra nem fazenda, mais nunca se invergonhô,
E eu vô falá procêis, tentano num chorá, guenta coração!
Eu tenho um orgulho danado doncovim e da muié que eu sô.
Angela, meus versos
Morena bonita
Quem aguenta o tanto que agita
Manda em tudo, se precisar, apita
O jogo, a ordem do dia, ordena
Anda por rodas, fogueiras, rezos e danças
- De onde surgiu, me perguntam
- Quem te seguiu, quem te formou?
Escreve para ser lida, não esquecida
Por janelas azuis, às vezes cinza
Se espelha sua alma, minha alma
Eu estou aqui nestes versos
Que gostaria de ter recebido,
Mas não fico sem homenagem
Eu mesma me dedico esta mensagem
Tento seguir em frente
Em uma via de contra-mão
Seguindo as coordenadas
Que estão no meu coração
As placas disseram pare
Mas minha mente dizia não
Bati no muro do amor
Quebrei meu corpo e meu coração
Sou um desmedido paradoxo
em cântico!
Sou um monge descabelado...
Um arlequim tristonho...
Um amante não amado
Um Cristo sem paraíso...
E bandido
SIGO...
Pela vida desamparado
O único remédio que tenho
É o meu verso
E às vezes este mesmo verso
que canto
Me machuca tanto
Feito aço enferrujado
Todos vamos morrer
Todos vamos desaparecer
E este é o único e justo motivo
para sermos tão incrivelmente vaidosos
A vaidade e o ego
são âncoras que nos atam a vida
Danados que somos
sem nunca ter visto Deus ou o Diabo
Encerrados neste corpo
que nem é o que queremos ser
e onde queremos estar...
Só temos a vaidade
para nos explicar
E soterrar
o medo da morte,
a raiva da vida
e a danação de ser gente
e não poder voar!
Estarei sempre no mesmo lugar
Mesmo que maior seja a atração
Que me induza para perto de ti
Mesmo que a paixão seja à indução
Os melhores momentos foram tão marcantes
E por isso, todos sempre corsevei
Mas chegou a hora e te direi
Que esse amor, eternamente guardarei
Não foi por acaso
Que naquele belo dia eu te pedir
Tocando em seus cabelos e suas mãos
O seu coração só para mim
Sua reação foi tão proporcional
Que te chamei de donairosa
Passou ser minha formosa Hera
Minha princesa, minha cheirosa
Por Isso não quero te perder
Minha força, massa e aceleração
Minha três leis de Newton
Meu amor, minha inspiração
O professor é incrível,
transforma pesadelo em sonho.
É um mestre que consegue entoar uma canção.
Em um simples instrumento de um só cordão.
E transforma uma cantiga, em um clamor.
O POUCO QUE EU SOU É
GRAÇAS AO PROFESSOR.
Hoje, sei falar e escrever
por causa do professor.
Esse poema só foi
escrito graças ao professor
que plantou um sonho
no meu coração de
ser um grande escritor.
O POUCO QUE EU SOU É
GRAÇAS AO PROFESSOR.
Que eu pertença tanto a alguém a ponto dela me permitir ser livre pra partir
E mesmo podendo ir
Ela tenha em si a certeza que eu escolherei sempre ficar
Mais uma vez:
Mais uma no vazio uma sala vazia e chaves na mão!
Mais uma vez faço uma lista de "a fazeres" sem saber como será, lá do outro lado, à esquerda ou à direita do desconhecido!
Mais uma vez, pernas trêmulas: incertezas.
Mais uma vez eu mudo para sempre, cheio de vontade de chegar do outro lado.
Mais uma vez, eu mascate saltimbanco, com o saco nas costas e vibrando com a incerteza das buscas.
Mas uma vez, de novo no mesmo lugar de antes...
Mais uma vez, faz um ano que mudei e agora é definitivo...
Mais uma vez, se não é "novo" é novamente de novo!
Até a próxima... e, se você não entendeu, imagina eu, um ano depois da última mudança, refletindo sobre a insustentável leveza do ser!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Poemas para o Dia dos Pais (versos de carinho e gratidão)
- Poema de Amor Verdadeiro
- Cora Coralina: frases e versos que inspiram e encantam
- 28 poemas sobre a infância para reviver essa fase mágica da vida
- Poema para Irmã
- Poema Amor Incondicional
- Poemas de carinho e amizade para demonstrar afeto