Poema de Pablo Neruda Crepusculario
A sonata 14 de Beethoven me consola,
Os sentimentos ficam explícitos a cada nota
A tristeza toma conta, a angústia me apavora,
No momento, me sinto a própria derrota...
Eis me aqui a dor
A vida é lastimável,
E não existem remédios que curem, ou melhorem,
Lamentos e sofrimentos incessantes,
Quando tudo começou?
O sofrimento é intermitente:
Eles somem...
Mas sempre voltam de repente.
Não existem mais motivos,
Tudo que era bom dissipou
Ódio e ganância nos destroem
A tristeza é uma doença,
A felicidade é uma substância,
O amor, a possível salvação...
MINHAS PEDRINHAS DE JOÃO E MARIA
Telhas d’água cobrem casas
copas, vagas, matas.
Dos poucos vãos que restam,
réstias beijam testas.
E, no palheiro da imensidade,
continuo a procura do pássaro perdido.
Perco-me como já perdi o chão tantas vezes.
Mas ouso adiante ir, porque é busca
de uma vida...
As margaridas silvestres da beira da esteira,
semeei-as para marcar o caminho da volta.
Talvez eu retorne pelo cheiro do ouro vivo,
talvez pelo brilho das estrelas rasteiras.
A PRIMEIRA
E tudo era nada
e o nada era trevoso
E a treva, num súbito suave
pariu a estrela vertiginosa
E a refulgência foi feita
E era boa E era bela
Recendia primavera
E o verbo chamou, à lux, rosa
Foi a primeira Poesia
LÍNGUAS E LAVAS
nos céus
das bocas,
palavras soltas.
meias vozes.
odes! brados!
entre brasas
e águas vivas,
espadas de Eros
radioativas
em batalhas
amuralhadas
por pétalas
carnívoras,
vigias armadas
até os dentes
dos beijos
sem paz.
APRESSE-TE!
a manhã noviça
escorre
c’a areia movediça.
aos poucos,
com precisão inglesa,
morre no bojo da tarde.
hoje amanheci com a pá virada
pra lua de saturno:
pise leve nesta seara,
tire os coturnos a pressa os medos os remorsos.
voe revigorado
e pouse em mim pólen desgarrado
& beije-me para sempre!
que a manhã é noviça
e escorre
c’a areia movediça
.
.
.
OUTROUTONO
Outro outono entra
sem bater. Entra
para abater.
Para reabastecer
a máquina putrefaciente.
Para dar de comer
à máquina viva
que nos dá de comer.
Para vivermos.
Para morrermos.
[Deus, preciso beber algo
que esteja a salvo!
Dai-me de Vós, Senhor!]
Vírgulas
preciso vírgula
com urgência vírgula
desapegar-me das vírgulas vírgula
essas asas inversas vírgula
reguladoras dos voos livres
ESQUECIMENTO LENTO
Rutilava coisamentos
que lhe abrandavam a pensamentarada.
De déu em déu
domava o coração da saudade.
Quando não escrevo poesia sofro a falta do lápis.
Quando não escrevo poesia sofro a falta.
Quando não escrevo poesia, sofro.
Quando não, escrevo poesia.
a dor e as lágrimas
do profundo
do profundo de
minha alma
o homem que
preferiria morrer
a soltar suas mãos
e uma vez que
soltei
acabei por morrer..
acordou de seu devaneio
do dia que se foi,
o para sempre nunca,
o sonho se desfez
na realidade nua e crua
da poesia que o rejeitou,
e ante as palavras
que sangram
desistiu de concluir
este expressar..
e soprou o vento
de um pra sempre
de ontem
que o hoje tornou
em nunca,
trouxe um aroma
do sal do mar
que veio suave
pelo ar embalado
pelo voo de pelicanos..
Minha Doce Helena
eu soube que era Amor
quando cada palavra sua
ficou gravada em minhaalma
tal qualtatuagemem minha pele
perpetuou..
todo esse tempo que pareceu um século, dói tanto, tanto
e ainda assim o Amor cresceu a cada dia confirmando o pra sempre,
eu preferia o pra sempre quando vivíamos nossos pequenos infinitos..
a calmaria veio com teu Amor,
a tempestade veio com sua partida,
chovem lágrimas no seu adeus
encharcando de sentimentos
[...]
mais uma vez busco palavras,
não as encontro, o vento as levou,
lhe dedico então todas as palavras,
que habitam no meu silêncio..
te condenaria por desistir de ler-me?
minha bagunça enlouqueceu-me,
minha alma só produz gemidos,
o coração desaprendeu a escrever
insuficiência de palavras
[...]
é a vida? e o que é a vida?
um milagre que busca a morte,
o Amor, sentimento que trás tristeza,
as palavras, gritos para almas surdas
isto a poesia quem me segredou..
e só Deus sabe das palavras nunca ditas,
mas intensamente sentidas,
como se tivessem sido tocadas,
e foram tocadas com sua alma
eque só lhe direi
no silêncio
de um beijo..
Que Honra
Que honra
Viver
Em Tempo
Momento
Espaço
Que ti.
Que Honra
Estar
Aqui
Agora
Feliz
e são.
Que Honra
Cantar
Um som
Dançar
De pés
No chão.
Que Honra
Beijar
A boca
Com mel
Tocar
O céu!
Que Honra
Amar
Sorver
Sorrir
Chorar
No mar!
Que Honra
Ouvir
O vento
E a voz
Calor
Arder!
Que Honra
Despir
A alma
Pensar
Em ti
Aqui!
Que Honra
Sentir
Você
Fazer
Amor
Viver!
Edson Luiz Elo
25 de Março de 2021
Eu Adoro
Eu adoro olhar para seus olhos castanhos,
Eles são fascinantes
E me hipnotizam
Eu adoro seus beijos
Eles são doces como mel
E viciantes
Eu adoro estar com você
A sua companhia é extasiante
De uma maneira que não compreendo
Eu adoro ser amada por você
Me sinto feliz
E amada
DOCES DOMINAÇÕES
uma flor
pertenceu o beija-flor
que povoou meu coração
trespassado de violeta emoção
que bebeu amor
na taça da flor
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