Poema da Geladeira Elisa Lucinda
Lição de um cão putrefato
Certo dia a caminhar e pensar minha'mada,
Conjecturando se o amor me abatera pela beleza.
Não foi por serdes bela, esta foi minha certeza,
Após estudar um cão putrefato na estrada.
Parei à estudar aquela coisa torta.
Outrora criatura, agora poço de verme.
Transmutaram em piscina a antiga epiderme.
A vida surgindo da vida já morta.
É estado da mente a beleza encantada.
Muito aprendi em pouca caminhada.
Aprendi a lição e nisto sou grato.
Não sei se por justiça natural ou ironia,
Mas sei que tua beleza, querida, algum dia
Será semelhante à do cão putrefato.
Da família dos Anjos
Tudo o que tento se torna excremento.
Constato por fim que não posso esquecer.
Lembranças que me tornam um triste ser.
São correntes que, de fraco, não as arrebento.
Parece que sinto teu cheiro no vento.
Tamanho é esse meu desejo.
E quando te revejo me vem num lampejo,
Novamente todo esse meu sentimento.
Não pude esquece-la nem à custo,
Vendo-me criado, homem, marmanjo,
Creditei que havia algo mais em teu busto.
Em teus olhos haviam divinos arranjos,
Sei que não és da família de Augusto,
Mas certamente és da família dos Anjos.
O amor abortado
E viu com repúdio o que foi-lhe abortado.
E viu o parasita que lhe domara as entranhas.
Utopias antigas agora tão estranhas,
Sem os olhos do puro amor derrotado.
E viu encarnado em si mesmo este sol.
Sol este repleto de chamas valentes.
Valentes chamas tais quais mil serpentes.
Serpentes que dançam no próprio cheol.
E viu com repúdio o verme falante.
Bípede animal repleto de mal.
Abortara o amor e foi despertado.
"Não me impressiona um verme que cante "
Sem o parasita se viu racional,
E escarrou com repúdio o amor abortado.
Um certo verme
Há um certo verme impregnando-me a mente,
Com devaneios e sonhos embebidos em veneno,
Tornando-me impuro com muito que condeno.
Há um certo verme com beleza reluzente.
Há um certo verme escarrando-me esta dor.
Vomitando versos de longuíssimo sermão.
Andando num caminho e sonhando a contra-mão,
Na loucura controversa de quem vive o amor.
Há um certo verme que me faz desvairar,
Que mesmo não querendo vem me visitar,
Como anjo iluminado pra causar-me espanto.
Há um certo verme que me faz enlouquecer.
Querer não querendo e querendo sem querer.
Há um certo verme numa casca de encanto.
Talvez a vida esteja pesada
e você se jogue de cabeça
no abismo de palavras
entre a sua boca e a minha.
Separadas.
Não mais uma;
Singular.
Talvez você se pergunte
"Onde eu deveria estar?"
E se lembre de mim.
Logo de mim.
Que não tinha a pretensão de ser o primeiro,
nem o último.
Muito menos de ficar.
Mas que fui.
Fui embora.
Fui saudade.
Fui.
Veja que brilho intenso nesses teus olhos
Maravilha do mundo esse seu olhar
Até a luz do sol deseja o brilho de seus olhos
Olhos atentos que não deixam escapar nenhum movimento que seja feito em sua direção
Esses, são os mais puros olhos da verdade
O olhar de um amigo.
A Dança
Vem dançar comigo
que será a melhor dança que terá tido
ganhará de ti mesma sorrisos
Vem dançar comigo
Antes que minha energia tenha jazido
será o seu encontro com um corpo amigo
Vem dançar comigo
Saia da sua cama, do seu país, do seu cômodo
pra respirar de forma plena emeu braço sendo teu abrigo
Vem dançar comigo
que será o melhor pecado cometido
QUEM ESTAVA COM VOCÊ
Hoje bateu uma saudade de você
Desde despontar do sol
Que revolucionou meu coração
E fiquei totalmente apaixonado
Quando te vi pela primeira vez
Fiquei louco de paixão
E meu corpo tremia de emoção
Quando o meu pensamento se dirige a você
Fico todo entusiasmado
A partir de encontro e reencontro
Que revigorar a minha vida
Cada momento que me lembro de você
Insensatez
Você é minha consciência
Tão transparente como água
Aos tons da seda amarga
Desta inconsciência
Rubras sentenças que apaga
Feito uma praga
De veraneio ignorância
Despejando toda a ânsia
Monstro dentro da adaga
Perfurando a palavra
De perjúrio nesta saga
Parando o mundo Agora
Poente melodia sábia
Do que mais ria
Vinho
A cada beijo fica mais transparente
Mesmo fria sinto seu doce sabor
Sendo seca me das mais vigor
De todas és a mais atraente
Minha melhor amiga
Minha melhor amante
Venha deixar-me fumegante
Sem rodeios ou intriga
Contigo tenho mais chance
De ser o que sempre quis
Boêmio e sempre aprendiz
Viverei este eterno romance
Só tu entende este semblante
Que em minha vida és constante
Segunda Garrafa
Você altera meus sentidos
Bani meu discernimento
Aflora o velho ressentimento
Com sentimentos feridos
No doce sabor você me trai
Ao mesmo tempo que atrai
Através do que já sabia
Vide a bela agonia
De estar mais um dia
onde posso ver
e posso ser
Apenas na segunda rodada
é que se vê a magoa
de forma incessante
Brilho Eterno
Em um dourado luar
Da qual já não tenho ciência
Cheios da inocência
De pejos à beira mar
Fez então em um olhar
Todo o brilho que este pode lhe dar
Inundando de luz
Aquilo que seduz
Será que és um anjo
E essa são suas auréolas
Ou és o rearranjo
De certas pétalas
Que não ouso falar
Para tais olhos prontos para amar
Margarida
Bem me quer uma hora
Mal me quer em despedida
Bem me quer em sua vida
Mal me quer agora
Bem me quer Pandora
Mal me quer arrependida
Bem me quer a contrapartida
Mal me quer a que implora
Bem me quer senhora
Mal me quer na aurora
Bem me quer na ida
Mal me quer de saída
Bem me quer sonhadora
Mal me quer outrora
Segunda Via
Quero viver no sonhar
Pois lá você é minha
Onde toda fantasia obtinha
Sem medo de acabar
Realidade imaginada aclarar
Regada a doce molinha
Das lágrimas infinitas nessa linha
Dominado pelo desejo de amar
No véu e imaculado de um olhar
Enclausurado pela sede que tinha
Da venusta companhia
Que venho abonar
E nesse reino que quero morar
É onde a realidade vira poesia
Anjo Negro
Eu filho da crença e esperança
Dono de luz e paz
Acalanto mordaz
Escondido nessa temperança
Eu que sou de fala mansa
E discípulo de um solarengo
Mudo palavras de realengo
Do senhor da Hamsá
Recôndito nessa ânsia
Em suma instância
Envolto ao impossível
Como tudo que é invisível
Anjo resoluto e voraz
Da luz que não possuo mais
Você
Sinto falta de nossas conversas
Falta dos teus verdes olhos
Esperando meus conselhos
Com pedidos à expensas
De uma nova trama
Sem se importar com a minha má fama
Se ao menos pudesse velos
Quais são seus pesadelos
Se ao menos soubesse
O motivo disso tudo
O que vive lá no fundo
Se pudesse tocar tudo o que disse
E assim extraísse
Toda a dor do seu mundo...
Introdução ao réquiem
Venham todos e prestem atenção
Vou falar sobre uma maldição
Alguns a chamam de vida
E outros de causa perdida
Sim é sobre os amores
E tudo o que ele traz
Nobre capataz
Que floresce todas as cores
Sentido do viver
Em fim sem sentido
Devora tudo que é detido
Pelo sentimento sem querer
Constante errante
Constantemente irritante
Irreversível atroz
Comumente a nós
Primeiro Réquiem
Só a loucura faz sentido
Só ela serve de abrigo
Deixe a sanidade em seu jazigo
E o bom senso perdido
Olhe meu amigo
Um mundo distorcido
Seja bem vindo
E venha comigo
De valores invertido
Há de ficar enrubescido
Com o que digo
Palavras em castigo
Fique de orgulho ferido
E ache o próximo artigo
Réquiem 2
Para falar da morte
Tem que se falar da vida
E o que nela é contida
Tendo o amor de estandarte
Alegrias e dores também fazem parte
Em suma vontades sem sentido
Faz da razão um bandido
Tornando a vida uma arte
Sem certo ou errado
Onde nada é proibido
Para um coração inspirado
Na pratica um pecado
Por conta da libido
Então o amor é desferido
Sobre o Réquiem
Vou apenas esclarecer
Que o amor dramático pode fazer
Parte das minhas poesias
Mas não dos meus dias
Não que não tenha amores ou rancores
Apenas vivo sem pensar
você já deve ter ouvido falar
Dentre todos esses rumores
Que a vida está a passar
E nós somente a olhar
Se dou um tempo de tudo
E ao final fico mudo
Não é por desafeto
E sim porque o futuro é incerto
Como tudo nessa redoma de concreto
Que um dia se desfaz
E no outro se refaz
Estes são os meus sentimentos
Que nuca são sãos mas sempre verdadeiros
Apenas acredite na fantasia
E siga a melodia
Assim como a que dizia
Neste ciclo infinito de perguntas
E respostas prescritas
Mas que nunca são ditas
Se não entendeu
Ou apenas se perdeu
Fique tranquilo
E veja aquilo
Que falei inúmeras vezes
Para todos os deuses
Nada é tão complicado
E nada é tão simples
Já que é assim que é a vida
Porque não ter uma bela despedida?
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