Poema da Geladeira Elisa Lucinda
Chuva.
Simplesmente chuva.
Gosto da chuva. É divertido corre na chuva. Mas é ruim fica doente.
Ela tem esses dois lados. Um Bom. Um Ruim.
Eu e Ela somos iguais.
Sabemos ser boas, e gostamos disso.
E sabemos ser más, e amamos isso.
Chuva.
Simplesmente chuva.
Tão linda e tão fria.
Gosto da chuva. É divertido corre na chuva. Mas é ruim ficar doente.
Ela é assim tem dois lados. Um bom. Outro ruim.
Eu e ela somos iguais.
Somos boas sendo legais com quem é com a gente.
Mas somos perfeitas sendo ruim com quem deslizar com a gente.
Cuidado:
A vida é um pedaço de papel muito delicado.
Pode escrever nele o que quiser, mas se tentar apagar vai deixar marcas.
...E CHUVA CAI.
E deixo a chuva fina cair sobre mim
Escorre pelos meus cabelos,
morrendo nos meus lábios frios
de beijos...
... Quem me dera ela lavasse minh'alma
de toda essa mágoa
acumulada,
essa raiva sobre a qual não consigo descrever ao certo.
É como uma dor que dói no peito,
sufoca a garganta,
apertando,
massacrando,
me fazendo sucumbir ao medo que odeio sentir.
Mas sinto.
E o sinto com total veracidade...
Medo da vida
Do que ela traz nos rolos do tempo
Nas areias da ampulheta
Como uma predestinação de abandono
Uma negação perpétua do amor
Do ser bem querida
Do ser cuidada
protegida...
Mas o que é ser amada?
...Agora a água da chuva cria pequenas poças
nas curvas entre meus seios.
Oxalá adentrassem o tórax
e lavasse meu coração
de toda essa dor...
...E O QUE FAREMOS NÓS
E o que faremos nós dos nossos dias imensos?
Estes "hojes" tão cheios da mesmice de todo o tempo?
O mesmo vento que tocou minha face ontem,
hoje resmunga suas lástimas aos meus ouvidos.
É uma reincidência quase insuportável do ser...
Os mesmos sinos tocam no cume da catedral
Os mesmos hipócritas se alto proclamam santos
O mesmo olhar sem esperança no miserável de rua.
Ahh, vida... Tu que se impõe à mim todos os dias!
Eu, que nunca esmolei a luminosidade do nascimento...
Suporto-te, talvez por covardia, ou mesmo por audácia.
E o que faremos nós destas horas vazias, eternas
Dos momentos de saudades que nos arrastam na lama
Somos pássaros presos em gaiolas sem grades.Nada mais!
Anna e o Corvo
Quando o corvo pousou no caibro do quarto de Anna
Chovia uma chuva fina, o ar estava parado e denso
Em seus pensamentos não havia nada. Alma vazia
de qualquer sentimento;debilidade e alheamento...
Entreabriu os olhos, cerrou seus longos cílios negros
e fitou o olhar vermelho da criatura... Insondável!
Mas de certa forma, ela sentiu que o bicho sabia dela
Que podia ver além... Prescrutar seu ser desolado,cético.
Silenciosa, mas sem temor algum, Anna se moveu
Andou pelo quarto,tropegamente, porém sem temor algum
Nada havia naquela ave espantosa que a afugentasse
De certa forma, o universo de ambos se confundiram...
A escuridão da alma de Anna e da ave se substanciaram
Nada havia para ser dito, entendido ou explicado...Enfim,
ambos eram seres da escuridão... Mortos de calor ou amor!
Ela continuou a mesma; mas o corvo não partiu, nunca mais.
O GRITO
Não, sinto muito, mas não posso mais
O pranto me sufoca a garganta, tusso convulsivamente
Me rouba o sono, me tira a paz, me torna incapaz
Preciso gritar no poema que cala
esbravejar na poesia, essa utopia sem eira nem beira
assim mesmo...
Sem métrica, sem rima, sem metáforas ou alegorias
Qualquer coisa aqui dentro precisa de desvencilhar,
bater asas pelo céu escuro da madrugada,
desencarnar o verbo, livrar o corvo
dessas grades de prata!
Meus olhos estão cansados
Já não comportam mais as torrentes lamaçais
Crispo os dentes em desespero e rancor
Nem sei se vivo ou morro
( E eu tenho escolha?)
O diabo me ronda a alma...
A navalha ao meu alcance,
um lance
Um lance apenas
e jamais...
...Nunca mais debilidade
Basta um pequeno corte na radial
Sangria intermitente
Fim, eminente.
Eternamente...
E na insanidade
Nesta dubiedade colossal vou seguindo
Escrevendo estas linhas dementes
Que talvez ninguém chegue à ler!
Mas não faz diferença
Vou esbravejar aos quatro ventos minha dor
meu lamento cheio de apatia,
" nisso" o que chamo de
poesia.
De que outra forma perdurar a vivência,
já que sou covarde por demais para estanca-la,
e não tenho como, ou para onde fugir...!
Ei-la, Eulália
E quando Eulália sai pelas noites além,ruas frias e vazias
Todo o ar se condensa em torno dela, uma tristeza corpórea
Ela não anda. Plaina leve tal qual um fantasma desgraçado
Uma aparição que surgiu não se sabe de onde, para onde...
Eulália nem mesmo sente mais como uma mulher corpórea
Há muito perdeu a crença em qualquer sentimento alheio à dor
Vaga pela vida, branca como a neve, o seu rosto belo e medonho
Àqueles que a veem, à desejam, mas fogem dela com pavor!
Ela é a expressão de todas as " Eulálias", Marias e Anas da vida
As mulheres que se doam e nada recebem, tornam-se opacas
Não aspiram mais o amor nem carícia alguma que as embale...
Por isso, apartem-se de Eulália_ Deixem-na só com sua agonia!
Que ela perambule pelos bares ébrios e confins desta terra morta
Deixem-na só com seus sonhos mortos, com sua poesia triste...
Eu nunca acreditei muito em destino. Até acreditaria se ele não dependesse de outras pessoas. Mas não digo só no amor. Não, nada disso! É claro que o destino se "encaixa" no amor, mas eu digo também na realização de um sonho. É estúpido e monótomo, mas é verdade. Tão verdade que se você recebe um não em uma entrevista de emprego, isso pode descartar suas chances de realizar o sonho de trabalhar em determinado lugar. Mas é aí que tá, algumas pessoas acreditam que isso seja o destino.
Então quer dizer que podemos classificar o destino como sonho não realizado? Sim, porque se perdemos ou se ganhamos foi o destino. Prefiro acreditar em sorte, oportunidade e capacidade. Acho que essas três coisas andam juntas e é isso que faz com que você realize um sonho. Acreditar nelas.
Às vezes, ou sempre, um sonho pode demorar um pouco a se tornar realidade.. mas é aí que tá o segredo. Saber qual é a hora de realmente parar de lutar. E eu ? Não estou disposta nem um pouco! O meu sonho vai se realizar. E o destino? Talvez me mostre que ele realmente existe e está comigo!
O ENCONTRO
Lá vem ela
a primavera
Como ela vem?
Feliz,
com flores até o nariz!
... E lá vou eu
Como vou?
Com esperança de ao menos uma dança no jardim do meu amor.
Elisa Salles
AINDA O CORVO
Eis, agora, talvez seja todo o pior momento
Da poetisa cujo corvo vive nos umbrais...
Não por ter um quinhão à mais de lamento
Mas por estar sabedora de todo o "Jamais".
Outrora fora ainda o poema negro e belo
A noite inocente e a lua de prata no céu...
Hoje o amor não mais aguarda o anelo
Tudo não passa de barquinhos de papel.
Talvez agora sua ida seja mais fácil. Penso...
Não há o que a retenha nas sendas do vento.
Nem a dor . Apenas um ar morto de denso!
Há sim uma calmaria fria. Só um mau amorfo.
O medo ainda há aqui. Paira na renda do tempo
Tão real... Mas não amedrontador. O Corvo!
Anna Corvo
Pseudônimo de Elisa Salles
VIDA INDESEJADA
Ahh, vida terrível, ingrata, feia e lamuriante...
Porque se recusa a ceder-lhe o fim piedoso
Obriga-te à ostentar este amargo semblante
Porque te recusas à navalha?Mais honroso!
Rezaste pedindo este peso nos ombros?
Quando foi que apelaste ainda por sol e lua?
Não pediste nada. E ganhaste escombros!
Á ti, a tão desejada morte, apenas se insinua...
Aguardas com ânsias o seu derradeiro versejar
O eterno silenciar do teu choro. Alheamento...
...O não mais dor. O poema último a bradar!
Mas o tempo é lento, arrasta-te nas loucuras
Nem gritas mais, calaste teus gritos de ventos
Pois sobre ti voeja o pássaro da alma escura!
Anna Corvo
(Pseudônimo de Elisa Salles
A TRISTEZA DAS SUAS PALAVRAS
Nunca foi uma mulher de alma leve e alegre
Corria atrás da graça, mas não sorvia a leveza
Seus caminhos cobertos por uma frieza de neve
Trazia nos ombros a dor do mundo. Tristeza...
Ninguém nunca ofertou-lhe rosas ou lírios...
Pedras e espinhos, foi tudo o que sempre colheu
Erou em sonhar os feitiços do amor onírico
No seu mundo, toda a carícia, aos poucos fenesceu.
Eis o porque dos seus versos negros e infelizes
Onde a poesia não questiona seu lamento. aceita.
Não se fez filha das sombras. É fruto das raízes...
Por isso, não se atentem pela dureça da sua poesia
Perdoem-a se derrama sua amargura no papel
Ela é a poetisa do Corvo. Mas sua alma é vazia.
Anna Corvo
(Pseudônimo de Elisa Salles)
DESATINO
Meus sonhos de querer-te andam perdidos
Meus dedos doem ao ansiar o seu ardor
Sou porém, querida, o poeta mais desvalido
Que se encanta, por ti meiga, meu doce amor.
Meus versos se ocupam pelas noites adentro
No ensejo de ter de ti, querida, toda a adoração
És todo o passear dos meus loucos pensamentos
Amo-te, surreal, no brilho da lua_ Contemplação.
Espanco-te a porta, buscando tua presença
Nesse vício de querer-te a face ver_ Desatino
Por ti, amada, entrego à Deus a inocência...
Sou réu confesso até do teu mínimo suspiro
Quando osgasmicamente confessas me querer
Eis a razão do meu viver no ar que respiro.
Elisa Salles
@Direitos autorais
POESIA NÃO ESCRITA
Anunciação da primavera
Vivacidade.
A brisa despencou sobre meus cabelos
tocou meu vestido, ornando minha pele,
criando uma segunda derme composta
de sublimação,
euforia,
inocência e sensualidade.
Paradoxo,
não inverdade!
Leveza
e um êxtase calmo.
Brando, sem urgência...
Uma vontade imensa de voar
O cheiro de alfazema
Cor de margaridas
Ausência de dor
De medo
Sentimento de eternidade
Desejos de beijos
De braços envolventes
De pertencer à alguém
Quem?
Não sei
Só uma vontade...
Uma loucura deliciosa
Uma satisfação gloriosa
Plenitude de consciência de ser
Ser gente
que ama gente,
que cheira flor,
que exala amor.
E a tarde desce,
primaveril num céu de anil
Leva toda a saudade
Toda a incerteza.
Trazendo um quê maior de paz,
de satisfação,
de alegria,
de poesia...
... Botão de açafrão.
Só restando Vida.
Momento de poesia não escrita.
Exaltação.
Elisa Salles
@Direitos autorais reservados
SEM PRIMAVERA PARA ISABEL
E quando chegará a primavera para Isabel
Se os céus para ela baixaram as cortinas?
Se a flor que conheceu foi de cetim e papel
Buquês murchos; festivais sem serpentinas...?
Pedem sorrisos à moça triste e espectral?
Não veem os seus olhos marejados de dor?
Isabem descansa senão sobre o velho umbral
Primavera para ela?_ Apenas a morta de flor.
Pois o corvo volta mais uma vez do inferno
De onde não se ouve senão voz de agonia
Qual solstício para ela, além do inverno?
Pois para Isabel o amor não sorriu jamais...
A orquídea negra pauta o verso da sua poesia
E pelos seus sonhos grasna o corvo: "Nunca mais".
Anna Corvo
(pseudônimo de Elisa Salles)
(19´/10/2017)
Sou um aprendiz aqui na terra.
As vezes sou reprovado,em algumas matérias mas continuo tentando aprender essa arte de ser gente , de ser humano.
Hora parece que sei todas as perguntas então concluo que tenho respostas, mas dai vejo quão equivocado eu estou.
Mas uma prova que nossa existência aqui, é uma escola onde o apreender e continuo, vai alem dessa vida.
Vez ou outra fico a me perguntar, porque isso porque aquilo!
Sem resposta eu sigo com as mesmas perguntas,será esse o meu erro !? talvez devesse inovar ...não perguntar não questionar ,não querer saber.
mas continuarei sem respostas.
Como é bom ver de novo esse sorriso!
Acho que amor é isso, felicidade em ver quem vc ama feliz,e eu posso sentir tua alegria de viver, tua força em lutar e superar cada obstaculo nessa nova jornada de tua vida.
Parabéns a você, que o tenho guardado nas minhas lembranças e em meu coração.
Perdão, estou precisando me perdoar, me perdoar por ter te amado sem restrições,por ter me equivocado tanto...
Por não ter lido a bula de efeitos colaterais.
Por usar esse sentimento chamado amor, esperança, sem medo sem questionar.Amor: medicamento natural,mas não pode ser usado as cegas pode causar danos irreversíveis.tais como: decepção, tristeza e uma dor infinita no coração.
Não consigo me perdoar por ter sido tão ingenua.
