Poema água
Sou alguém que necessita mergulhar em oceanos profundos; não apenas molhar meus pés em poças d'água...
É tudo tão quieto agora, só ouço os motores dos ares condicionados, da água que faz barulho quando pinga no chão e de um latido distante. Não dá pra ver muito daqui, a tela não faz brilhar as estrelas, só consigo ver uma ou duas. A luz que vem do canto parece que tem vida no fechar e abrir de olhos. Sinto um cone batendo em minha perna, meu fiel amigo da madrugada, tá pedindo um pouco do meu chá enquanto luta pra estar acordado. Hoje foram dois saquinhos de chá, pode ser que ajude. Ajude no sono, ajude nas dores, ajude na vida. Enquanto tomo meu chá e tento focar nas estrelas daqui, lembro de não compensar as pernas, não pode, não deve, tenho que me atentar a isso. Mais um dia vivendo, sobrevivendo. O que esperar de 2017? O que 2017 espera de mim?
O homem erra quando foge de sua própria natureza, deixar de seguir o coração é como beber água e sempre ter sede.
Há um rio formoso, abundante, que corre junto aos meus pés, e, eu tendo sede fui buscar água no deserto.
A poesia pode ser demasiadamente verdadeira. Pura como água destilada. Quando a verdade não é nada senão a verdade, ela é antinatural; uma abstração que com nada se parece do mundo real. Na natureza há sempre tantas coisas estranhas misturadas à verdade essencial! Eis porque a arte nos comove: precisamente porque está depurada de todas as impurezas da vida real. As orgias verdadeiras nunca são tão excitantes como os livros pornográficos. Num volume de Pierre Louys todas as raparigas são jovens e tem formas perfeitas; não há soluços de bebedeiras, nem mau hálito, nem fadiga, nem tédio, nem lembranças súbitas de contas a pagar ou de cartas comerciais a responder; nada disso para interromper os arrebatamentos. A arte nos dá a sensação, o pensamento, o sentimento absolutamente puros; isto é: quimicamente puros.
Você quer plenitude? Vá cumprir a sua missão. Vá para a água profunda porque é lá que está o que você está procurando.
Marina às vezes queria desaparecer como a água que evapora na terra seca. Ela buscava uma liberdade que até então não sabia definir ou onde encontrar. Então ela pensou que se parecia muito com o vento: forte, misteriosa e às vezes devastadora. E Marina não via comparação melhor, pois ela não queria ser vista, mas queria ser notada. Não era uma fuga, era apenas uma vontade incontrolável de viver sem nenhum julgamento, sendo apenas quem ela era-Marina. Na verdade devia estar aí a sua vontade de ser como o vento. Ele existe, mas ninguém o vê, ninguém o controla, ninguém o para. E nada consegue mudar isso. Ele apenas é. Marina queria apenas ser.
Ela aprendeu a transformar suas lágrimas em um mar de água corrente, onde foi deixando todas as suas dores, tristezas, decepções e frustrações no passado.
Quando fecham-se as cortinas, minha alma esconde sorrisos; meus olhos derramam jatos de água. É no vazio do silêncio que minha boca se entrega aos prantos!
"A conheço tão bem, quanto a vida conhecia a água, a destruição conhece o fogo e o ódio conhece o amor... Por que quando se ama nunca se esquece."
A água converge para o Oceano maior e segue, ao largo das subjetividades e métricas, energizando-se sem o (limitado) temor de retornar à fonte da qual emergiu.
“Esvazie sua mente, não tenha formato, sem contorno como a água. Quando vc coloca a água em um copo, ela se torna o copo. Você coloca a água em uma garrafa, ela se torna a garrafa. Você coloca ela em uma chaleira, ela se torna a chaleira. A água pode fluir ou pode destruir. Seja água meu amigo.
A verdade é que muitos querem transformar água em vinho, mas esquecem que é (de) fé que se procede o caminho.
Joguei minha mais leve e rasa opinião na água, de fato ela boiou e acabou escondendo toda razão que havia no oceano.
Sê como lâmpada para os que caminham nas trevas, alegria para o triste, água para o sedento, refúgio ao abatido, sustentáculo e defesa da vítima da opressão. Integridade e retidão sejam a divisa de todos os teus atos.
