Pessoa Educada
“Pobres das flores dos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo”...
(trecho extraído do livro em PDF: Poemas de Alberto Caeiro)
O homem está acima do cidadão. Não há Estado que valha Shakespeare.
(extraído do livro em PDF: Aforismo e Afins)
Tem coisas que a gente não tem como determinar. Simplesmente é a vida. Eu já aprendi que tentar controlar tudo só faz tudo fugir do controle.
Quando estiver defendendo seus princípios, não tema e não recue diante da adversidade. As pessoas em contrário não possuem os mesmos princípios e em alguns casos é capaz de não possuirem princípios.
ADEUS...
ADEUS…
O navio vai partir, sufoco o pranto
Que na alma faz nascer cruel saudade;
Só me punge a lembrança que em breve há-de
Fugir ao meu olhar o teu encanto.
Não mais ao pé de ti, fruindo santo
Amor em sonho azul; nem a amizade
De amigos me dará felicidade
Igual à que gozei contigo tanto.
Dentro do peito frio meu coração
Ardendo está co'a força da paixão,
Qual mártir exilado em gelo russo...
Vai largando o navio p'ra largo giro:
Eu meu «adeus» lhe envio n'um suspiro,
Ela um adeus me envia n'um soluço.
É preciso ir com calma, não sabemos o dia de amanhã, porém não podemos deixar de viver a oportunidade de amar e ser amado. O amor está em lugares inusitados, pessoas desajustadas, às vezes elas são as mais cheias de amor e paixão.
Respire! Não se estresse, há sempre alguém orando e cuidando devocê, mesmo de longe... Continue percorrendo seu caminho,enquanto isso aventure-se nas boas lembranças.
O que foi? Já foi, porém chegará um caminhão cheio de coisas novas,novas ideias, pessoas e experiências.
Porquê se precipitar? Sorria! Quebre as regras do protocolo das suas dores, pule o muro das suas lamentações e se deixe ser abraçado pela simpleza da graça daquele que nos amou primeiro.
Vivemos em constante metamorfose, ora casulos ora borboletas, ora presos ora livres,estamos tão perto,estamos tão longe. A vida tem seus mistérios, por isso que ela é uma dádiva de Deus.
Há dias tristonhos, as vezes a saudade atormenta, as emoções sacode a nossa alma, os sentimentos balançam a nossa estrutura, faz parte da faculdade da vida, no final sempre fica tudo bem!
Ouça a melhor música, dance sobre a ramerrame, vá para o seu lugar preferido, fique ali na presença da grande obra do Criador: VOCÊ, e se AME.
Dieke
ULYSSES
O mytho é nada que é tudo.
É o mesmo sol que abre os céus.
É um mytho brilhante e mudo —
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Este, que aqui aportou,
Foi por não ser existindo.
Sem existir nos bastou.
Por não ter vindo foi vindo
E nos criou.
Assim a lenda se escorre
A entrar na realidade,
E a fecundá-la decorre.
Em baixo, a vida, metade
De nada, morre.
(Mensagem)
Mas para que me comparo com uma flor, se eu sou eu
E a flor é a flor?
Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro.
Pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado.
Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente.
Quando muito, nem penso...
Tenho a impressão que as duas figuras se cruzaram na rua, nem então nem agora,
Mas aqui mesmo, sem tempo a perturbar o cruzamento.
Olhámos indiferentemente um para o outro.
E eu o antigo lá subi a rua imaginando um futuro girassol.
E eu o moderno lá desci a rua não imaginando nada.
Guardo ainda, como um pasmo
Em que a infância sobrevive,
Metade do entusiasmo
Que tenho porque já tive.
Quase às vezes me envergonho
De crer tanto em que não creio.
É uma espécie de sonho
Com a realidade ao meio.
Girassol do falso agrado
Em torno do centro mudo
Fala, amarelo, pasmado
Do negro centro que é tudo.
Eu sou o disfarçado, a máscara insuspeita.
Entre o trivial e o vil m[inha] alma insatisfeita
Indescoberta passa, e para eles tem
Um outro aspecto, porque, vendo-o, não a vêem,
Porque adopto o seu gesto, afim que […]
Julga o vil que sou vil, e, porque não me
No meandro interior por onde é vil quem é
Julga-me o inábil na vileza que me vê.
Assim postiço igual dos inferiores meus,
Passo, príncipe oculto, alheio aos próprios véus,
Porque os véus que me impõe a urgência de viver,
São outro modo, e outra (...), e outro ser:
Porque não tenho a veste e a púrpura visível
Como régio meu ser não é aceite ou crível;
Mas como qualquer em meu gesto se trai
Da grandeza nativa que irreprimível sai
Um momento de si e assoma ao meu ser falso,
Isso, porque desmancha a inferioridade a que me alço,
Em vez de grande, surge aos outros inferior.
E aí no que me cerca o desconhecedor
Que me sente diferente e não me pode ver
Superior, julga-me abaixo do seu ser.
Mas eu guardo secreto e indiferente o vulto
Do meu régio futuro, o meu destino oculto
Aos olhos do Presente, o Futuro o escreveu
No Destino Essencial que fez meu ser ser eu.
Por isso indiferente entre os triviais e os vis
Passo, guardado em mim. Os olhares subtis
Apenas decompõem em postiças verdades
O que de mim se vê nas exterioridades.
Os que mais me conhecem ignoram-me de todo.
E hoje, querida vida...
Meu coração esperou ansioso por uma mensagem.
Das mais reais e sinceras, até ilusões e miragens.
Carta ou notificação.
Uma palavra ou um sinal!
De tristeza ou compaixão.
Reticências ou ponto final!
Apenas pra ver se confortava o meu coração.
Se aliviaria a dor no meu peito.
Ou se daria logo um jeito
Nessa minha desilusão!