Pena eu Nao fazer parte do seu Mundo

Cerca de 877175 frases e pensamentos: Pena eu Nao fazer parte do seu Mundo

⁠SONETO SEM SONO

Tarde da noite. Ao meu leito me abrigo
Meu Deus! E está insônia! Que conversa
Morde-me o pensamento, e tão perversa
Numa flameja que acorda, tal um castigo

Meia noite. E o silêncio também versa
Tento fechar o ferrolho, e não consigo
Da espertina. E assim impaciente sigo
Olho pro teto, numa quietude inversa

Esforços faço, remexo, me envieso
Disperso, nada! O sono se concreta
E o meu fastio já se encontra farto

Pego no devaneio, e o olhar ali reteso
Arregalado, e nesta apertura secreta
Fico ancorado neste túrbido quarto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/08/2020 – Triângulo Mineiro
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A ESCULTURA (soneto)

Idealizada, em traços no pó de mármor
Num luzidio de inspiração e de talento
Nas minúcias de fêmea em movimento
Fixas em forma rara, de delicado primor

Transpirando volúpia, vida e portento
Do pó de pedra forjada com tenro amor
Surge a forma e, prostrada em fomento
Abrigo imortal, num cendal esplendor

Do albor da imaginação, dos desejos
Surge assim esquia e férteis latejos
Ante a estátua feita, minha ovação

E o espanto avido do meu espreitar
Põe a beleza e delicadeza no olhar
Dela, a escultura amoldada a mão

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/08/2020, 11’41” – Triângulo Mineiro
Inspirada na escultura de Eliete Cunha Costa

Inserida por LucianoSpagnol

Orquídea

⁠Essa flor misteriosa
e, exuberante
de significados, laboriosa
insinuante
bela, formosa
- as orquídeas, tão mimosas
que cada cor sua, poeta:
o amor, a flor, o poder
a sedução secreta
do desejo, a nos emudecer
diante da sua opulência profeta
- tão lindas de se ver!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020 - Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O AMOR QUE É AMOR

O amor que é amor jamais vacila
Nas paixões iradas entra sem medo
Leva consigo a afeição e o enredo
Do doce olhar, e o abraço que asila

O desejo é uma variedade tranquila
Pra quem cobiça, pois, vence o quedo
E dum para o outro não tem segredo
Enquanto o apuro o veneno destila

Amor que é amor, a tudo transforma
Um ato de grandeza e de plataforma
Do bem, onde se tem a sorte ao dispor

Esse esplendor, regado com flores
São muito mais que simples amores
É a natureza do amor que é amor...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 de agosto de 2020 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠[…]pão de queijo
tem pra todo o gosto
gostoso como beijo,
grande, miudinho, simples, composto
e o cheiro, ah! exagerado por demais
janeiro, fevereiro, agosto
qualquer dia, mês, hora - são os tais!
de manhã e de tarde no café, disposto
é bão demais sô! Uai, é daqui das Gerais...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 de agosto de 2020 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

A alma ganha essência
No entardecer do cerrado
Sabiás cantando em cadência
E João-de-barro sempre ocupado
Na obra de sua subsistência...
desenham o nosso cerrado!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/08/2014, 18'00" - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O CONDENADO

O sentimento está triste. Tão calado
O pensamento solitário, num canto
Com agonia, ali, assim, compassado
E os olhos lacrimejando entretanto...

E no sofrimento de um crucificado
Pulsa na dor e chora árduo espanto
Se sentindo, um tal tão desgraçado
No drama e paixão, sem encanto...

Do algoz, cruento, e seco cerrado
O silêncio lasca o peito com tensão
Que suspira em pranto, fulminado

Tal um réu, um desafortunado, então
Largado na ilusão, e se vendo de lado
Soluça saudades o condenado coração!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 de agosto de 2020 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Porque sempre adio meus sonhos?
Por que minha coberta é mortífera e minha cama é criminosa,me seduz e me mata.
Prefiro ficar horas com meu corpo esticado sonhando acordada e nada fazendo,do que correr atrás daquilo que posso conquistar.
Todos os dias a cama assassina e o cobertor criminoso me ilude...não me deixa correr atrás dos meus ideais.
A sepultura viva que me guarda atropela meus sonhos ilude minhas capacidades e mente pra mim.
É eu idiota e atrasada que sou deixo me manipular por uma doença que não sei o nome.
Agora mesmo estou escrevendo e sonhando com uma coisa que não existe ..mas que é muito boa pra mim...mas não passa de sonho, de imaginação conquistou mentiras e sonhos que não se realizam.
Que uma força maior me coloque em pé agora e me ajude caminhando comigo rumo aos meus sonhos realizados.Descobri que posso mas preciso de ser empurrada.

Inserida por Mileidi58

⁠ADVERSO DUM VERSO

Essa sensação de face cansada
Que vês no meu poetar azedo
De trova tremente e mirrada
É falta que lamenta no enredo

O versejar pouco camarada
Da satisfação já em degredo
De rima velha e desgraçada
Em que não se profere ledo

Ontem, de viço e alegria
Hoje, o choro e sofrência
Um fado. Na vã poesia

Nesta dura sina em riste
Do canto em decadência
Verseja um poeta triste!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/08/2020, 16’45” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ONDE O CERRADO MORA

Uma secura à beira de um barranco
No entorno: ipês, buritis, e o pequi
Por todo lado o agigantado céu rubi
No horizonte, um devaneio franco

O dia acorda na alva, num só tranco
Onde ouve o canto da brejeira juriti
E o passeio do solitário macho quati
Ali, alvoraçando a vida num arranco

À tardinha, em romaria, o regresso
A melancolia deitada na rede, espera
O entardecer mais bonito, confesso!

Se crês na quimera, ela existe, porém:
É no torto do cerrado de falsa tapera
Onde mora, que há encanto também!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/08/2020, 15’17” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠⁠IRREVOCÁVEL

A minha solidão tem sonhos imensos
Que poetam sensações sem arreatas
Onde o eco do querer, em serenatas
Na inquietação, tem vigores extensos

Meu coração tem umas tais colunatas
E ali agitado, vivo com olhares densos
Atraindo, com devaneios tão intensos
E uns sentimentos e pesares primatas

Nesse templário de sonhos e poesia
Entrei ávido nessa catedral um dia
Pra me contagiar com o doce sabor

Doados pelos cavaleiros medievais
Da paixão, amos destas catedrais:
Me vi, irrevocável, ao provar amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de agosto de 2020- Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠FIM DE TARDE

Cindindo a vastidão do céu do sertão
Do planalto, num entardecer encantado
Sulcando as nuvens com raios dourado
Devassando o espanto, e sedutora visão

E no horizonte sem fim do torto cerrado
Ei-lo purpureando em toda a amplidão
Abarcando o cenário com tal composição
De matizes, alumiado por dom imaculado

Brilha, e se eleva em busca do infinito
O findar do dia, no céu é manuscrito
Auroreando a inspiração, numa poesia

Cheio de escarlate, assim, a cintilar
Que se vê na fulgência deste lugar
Vai-se a luz, e vem a noite sombria...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20/08/2020, 17’00” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Tamojuntos,misturados e amassados,
em qualquer situação,ocasião ou estação.
Tamojuntos,nessa vida que Deus governa,e também na vida eterna,semprejuntos.

Inserida por Mileidi58

⁠ALVO

Pra onde houveres, sonho, pra onde fores
Irei também, suspirando a mesma utopia
Para amenizar o penoso logro, a fantasia
E, sossegar a quimera de suas mil dores

Que triste, a emoção sem as dadas flores
E eu tão sem agrado e o ser sem alegria
Sonhando sem inspirar a romântica poesia
Pesadelos molestando e fazendo horrores

Golpeou-me a direção? Que sorte sombria
Nas escarpadas faces dos postiços amores
De assim magoar-me sem que amor havia

Seria a mão do azar, então me tocando?
Se sou sonhador, e o amor com valores
Não o ter, nefasto eu, Deus! até quando?

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25/08/2020, 10’36” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SUSPIROS PROFUNDOS

Ninguém sentiu o meu choro inseguro
Ó dolorosa dor entre as dores minhas
Embriagada solidão, máculas daninhas
O falto para mim foi silencioso e duro

Permaneceste no pensamento escuro
Vazia e casta, tristes eram as tadinhas
E chegaste a ter mais do que tinhas
Tornando-te em um flagelo impuro

Invisível tornou o meu sofrer inquieto
A minha poesia, o sentimento secreto
Jorrados do sentir, ali tão moribundos

E, neste trágico, pedaço dos pedaços
Ele, que habitou a ter esses embaraços
Fez-me o dono de suspiros profundos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/08/2020, 12’28” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠VELHO TEMA

Só a graça da poesia, em toda a sensação
Palia o engano de um amor, mais nada
Nem mais os soluços do infeliz coração
Disfarçam a dor da devoção malograda

A insistente quimera por ela estacada
No seu encanto, chora toda a emoção
Da desilusão: no canto, na rima falada
Criando outro sonho, de novo a paixão

E, nessa inspiração que supomos
Duma tal felicidade que sonhamos
Em cada versejar, a verdade somos

Assim, nessa concordância, sejamos
O olhar, o afago, se na prosa fomos
O sentimento, ai no amor estamos!

© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
27, agosto de 2020 - Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ESPERA

Ah! quem dera que as lembranças de outrora
Inda aromatizasse! Ah! e que assim pudera
O tempo de ontem fosse o tempo de agora
E não só este imaginar: - a outra primavera

Já não se tem mais uma extasiada aurora
No vetusto ser, tudo é igual, sem quimera
Onde a imaginação era de hora em hora
Agora, silêncio. Ah! como díspar quisera:

Debruçado nos sonhos, e o sonho recendia
O desconhecido, cheio de poesia intensa
No brotar do alvorecer duma nova hera

Ah! quem me dera que isto, fosse um dia
Uma razão, e não devaneios d’alma densa
De saudades, que poeta suspira e espera...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/08/2020, 15’18” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

LIBERTINA (soneto)

Recordo, ao ler-te, as épocas sombrias
Ó escura poesia, de outrora, tão torta
À inspiração, lasciva, e da alegria morta
E em tuas trovas, as vis sensações frias...

Simetria e rimas, nas fantasias vadias
Enroupadas, pária de Suburra à porta
E a impudicícia em tuas linhas, absorta
Acabrunhando o decoro nas ousadias

Ó nuvioso e tristonho cântico em ruína
Na esquina pesada, tendo a fonte impura
Do lampejo, na qual se traje de Messalina

Tu, prosa descarada, sem amável ternura
Sem o amor, traindo a mão na sua rotina
Libertina, que ao poético só traz amargura

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/03/2020, 04’59” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

BRASIL CENTRAL (cerrado)

Ó cerrado! ó sertão místico e mestiço
Ó visão, dum pôr do sol que vermelha
- chão, que a secura está sobre a grelha
E o encanto ao dissonante é submisso

Pois o airoso, onde ao torto parelha
Abre a admiração à surpresa do viço
Da tosca vista de ambiente maciço
O gérmen vivo da variada terra velha

Sempre o constante! azul do céu anil
Sobre o planalto... flores exuberantes
De renovo e de um invariante desafio

Anda a poesia aos olhos sussurrantes
Desse seio onde nasce o feitiço luzidio
Do território central do nosso Brasil!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/03/2020, 10’26” - Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO PLENO

Amando, soando o coração, mão nervosa
Suspira. A emoção sai da poesia, excitada
E toma-lhe, a palpitar, a prosa apaixonada
Em uma inspiração com estrofe carinhosa

Tenta a ideia romântica: verseja com rosa
Inspira. E a rima, assim, do amor é retirada
Com afeto em que o desejo brota do nada
Seduzindo a trova numa louvação gloriosa

Pega o pensamento, doma a ode em cena
De satisfação, liberta as palavras apertadas
Na solidão, e as busca da sensação secreta

E, assim, tão profundo, no delírio do poeta
Em gritos de triunfo, e clausulas douradas
Ao pé do mundo, confessa a sua obra plena...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/03/2020, 06’36”- Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

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