Pegadas
Marcas do antigo sobrado,
nas soleiras pegadas e histórias
Cintos, correias, macas e correntes
Cacos de vidros das janelas quebradas
trazem a saudade da chuva
que por elas escorria e me levava
a um lugar qualquer, bem longe dali
Troncos secos espalhados pelo jardim
Mortas sensações escondidas atrás das portas,
trazendo de volta rostos mortos
e o ranger de portas e janelas
que o silêncio quebrava
Foram noites de desespero
testemunhadas pelas paredes do quarto
Hoje ando livre do medo de quem me
atormentava, e do que me acontecia
Longe das celas, dos quartos tenebrosos,
das noites intermináveis
no antigo sobrado
MINHA POESIA
É onda rolando
Lambendo a areia
Deixando pegadas
Mulher sereia...
Minha poesia
É noite
De céu estrelado
É segredo de lua
Cenário de apaixonado...
Minha poesia
É amanhecer
Com gotas serenadas
É desejo que fica
Nas frias madrugadas...
Irá Rodrigues
http://ira-poesias.blogspot.com.br/
Você sabe que esqueceu, quando distraída olhar para trás e, ver que suas pegadas de mágoa, foram completamente cobertas pelo pó da indiferença.
SAUDADE
Saudade é o prazer de estar só a fazer companhia ao universo.
in "Nas Pegadas da Poesia" OxaláEditora
Olhei para trás e lá, distante, estavam nossas últimas pegadas. O coração apertou. O mar que adorava beijar nossos pés se acanhou e as areias que amavam sentir nossas vibrações, estavam irreconhecíveis... frias. Nossas pegadas denunciavam que caminhávamos para lados distintos, abrindo um espaço tão enorme que só cabia saudade.
As pegadas que deixei
o mar apagou...
e as flores que plantei
o vento soprou...
me trouxe o seu perfume
essência do amor
e já não importa se chove ou faz frio...
Pense antes de seguir pegadas ou rastros. Algumas trilhas são lamacentas; outras podem conduzir a areias movediças.
Todos os dias o tempo beija-me a face sutilmente. E na suposta invisibilidade de suas pegadas, deixa sobre minha alva pele a inexorável marca de sua passagem como se fosse uma carícia inocente.
A cada passo deixam-se as pegadas, mesmo que invisíveis aos olhos de quem vem atrás, são visíveis em suas lembranças
"Tempestade "
Ao escutar o barulho dos pingos da chuva penso que é as pegadas de alguém vindo me visitar,mas ao abrir a porta vejo que é apenas a chuva regando as plantas do meu jardim
Ao escutar os trovões imagino que é uma voz de uma pessoa muito especial gritando meu nome,olho pela janela do quarto e não vejo ninguém a minha procura,só vejo as gramas molhadas
Quando me deparo com os relâmpagos,lembro das pessoas que já foram luz na minha vida,me pergunto se eu fui bom o bastante para ser luz na vida de alguém
Ao escutar o barulho dos pingos da chuva
Ao escutar o barulho dos pingos da chuva
Dá um aperto no meu coração,não sei os motivos mas eu sei muito bem os nomes que deixa meu coração entristecido
Espero uma ligação,espero receber mensagens,e não escuto a voz de ninguém e não leio a escrita de ninguém,a insônia baixa a guarda e o sono vem me visitar e durmo sem antes receber uma companhia
Espero que o sol volta amanhã e seca essa tempestade que está dentro de mim,desejo que ninguém saía de casa e veja as ruas inundadas,espero que essa chuva que derramei,espero que minhas lágrimas,não tenha força de derrubar casas,desmonorar apartamentos,derrubar árvores e os postes da cidade
Ao escutar o barulho dos pingos da chuva penso que é as pegadas de alguém vindo me visitar
Ao os trovões imagino que é uma voz de uma pessoa muito especial gritando meu nome
Quando me deparo com os relâmpagos lembro das pessoas que já foram luz na minha vida
Espero que o sol volta amanhã e seca essa tempestade que está dentro
A CAATINGA
Caatinga,
Sol 40º,
Pegadas secas,
Nos rios secos.
Mandacarú,
Flores alvas,
Alimento,
Carcaça de bois,
Como troféus abandonados,
Fazendo cemitério...
Caatinga,
Pobre mendigo,
Desamparado,
No nordeste,
Que nem o céu,
Não mais ouve,
O grito agreste
De suas dores!
