Pausa
Pausa
Momentos de pausa,
madrugada fria, agonia,
e eu em clausura mofada:
com pensamento empoeirado,
perdendo os fios da poesia,
travando comigo uma guerra...
Angústias por se lavar,
mas um bucado de fadiga, mental.
Aindassim recaio
no colo fraterno da Musa,
como bicho de pelúcia,
sem vontades, sem emoções,
sem espanto,
quase morta.
E enquanto ela me acalanta,
vou chorando,
agonizando,
amargando os versos
que estão presos
e não querem vir à baila.
Mas, sobremodo,
entendendo
que meus versos,
por hora,
emudecem,
talvez,
porque eu não estou
pronta para eles.
MAIS UMA DO PREFEITO
- Esta cidade jamais será a mesma! – fez uma pausa para um caquiado ( O dele era levar a mão à orelha e aperta-la nervosamente num movimento automático),e continuou – consegui fazendo das fraquezas forças, junto ao Deputado Bebeto, a solução para por fim ao desemprego e a falta de dinheiro da nossa cidade.
Qualquer palavra que era dirigida ao povo, o nome do deputado Bebeto sempre aparecia.
Dona Bernadete, ajeitou-se melhor na cadeira, apurou os ouvidos enquanto procurava lentamente encaixar os pés dentro da sandália, e resmungou:
- Ô prefeitinho doido! O que será dessa vez?
Era sempre assim. Toda ideia nova, ele convocava o povo à praça . Defeitos ele os tinha, porém, ninguém de sã consciência negaria a sua vontade incansável em trazer melhorias financeiras para seu município ( O FPM ainda não havia chegado por lá). Dona Bernadete o conhecia desde garotinho. Por vezes era meio atrapalhado, mas, existe bom sem defeito? E já que o povo havia votado nele,que fosse. Melhor do que um de fora!
A casa de Dona Bernadete estava fincada bem no meio da ladeira da praia. A calçada era alta e de degraus, servindo de posto de observação para seus olhinhos curiosos. De lá, dava uma vista direta para a praça. Quisesse encontra-la, passasse por lá depois de quatro da tarde. Hora não tinha para se recolher à cama, e até mesmo o café com bejú era saboreado lá mesmo.
- Senhores, na próxima semana as máquinas estarão chegando! E a própria técnica irá treinar e ensinar a usá-la.
Naquele momento ele estava orgulhosamente expondo sobre a fábrica de fazer sorvetes e picolés em grande quantidade. Se a cidade era praieira, e tinha vocação para turismo, por que não aproveitar a oportunidade?
- A manhã logo cedo começam as inscrições, vocês podem ir na prefeitura levando o título e uma foto 3X4.
Como era de se esperar, o povo aplaudiu estrondosamente o prefeito de ideias tão brilhantes. A temporada de praia começaria em um mês,e, esse seria o tempo de treinar,se uniformizar e correr à praia vendendo picolés e sorvetes!
E o tão esperado dia da redenção financeira e consequentemente,de abertura do verão, chegou. O palco à beira do rio, pomposo, imponente, denotava a expectativa para o evento. Fogos de artifícios e uma banda, trazida especialmente, já iniciava a programação musical. Dois ônibus e número satisfatório de carros particulares repletos de crianças com suas algazarras, desfilavam ladeira abaixo rumo à praia.Dos dois mil moradores, mais de quatrocentos haviam dito sim ao comércio de picolés e sorvetes ( praticamente, uma pessoa representando uma família). Agora, animadamente, percorrem a orla jardinada da praia, os becos, o centro da cidade, comercializando os deliciosos, produtos doces.
Nunca houvera primeiro dia tão rico e esperançoso. Toda a produção da fábrica vendida antes mesmo das cinco da tarde. Semblantes alegres, noite de comemoração, até o prefeito fez questão de se misturar ao povo com sorriso largo de quem havia resolvido de vez todo e qualquer problema concernente a finanças da comunidade. Até dona Benta, que quase sempre ficava com o pé atrás com as ideias inovadoras do prefeito, curvara-se, e estava eufórica. O que a fez abaixar a guarda,, foi a alegria do neto que a estas horas já desfilava e gastava o lucro dos picolés nas lanchonetes do centro.
Tempos atrás, Vô Léo, pescador veterano e conhecedor das correntezas e de todas as espécies de peixes do rio Tocantins, pedira uma audiência com o prefeito. Este , disse que concedia, mas que fosse conversa informal à noitinha na sua casa.
- Entre homem de Deus! – convidou o prefeito.
- Carece não seu Dionízio, podemos conversar aqui fora mesmo, as botas com barro vão sujar sua cerâmica.
O prefeito concordou e os dois sentaram-se ali mesmo no terraço de fora.
-Desembucha Vô Léo .
-Senhor prefeito, você sabe que conheço essas bandas como ninguém, e descendo a última curva nas terras de seu Olegário, vi que um cardume de branquinhas, tamanho jamais visto, está subindo o rio, e , o mais tardar, amanhã a noite passa por aqui.
- E o que tenho eu com isso? – sorriu o prefeito de soslaio , enquanto mexia o corpo com seu caquiado.
- Prefeito, o senhor bem que podia doar umas tarrafas novas pra nossa colônia, pois as que temos estão furadas e os remendos já não resolvem. Na verdade nem valem à pena serem consertados . Com tarrafas novas poderemos ganhar uns trocados a mais e até vender os peixes mais baratos.
Terminada a conversa, o prefeito Dionízio prometeu a vô Léo ajuda nas tarrafas. Mas a noite, matutando as ideias, chegou-lhe à mente apurada de político, que poderia tirar proveito daquela situação. Se a colônia de pescadores era composta por quatro pescadores, garantidos estavam apenas quatro votos, e se estendesse a doação de tarrafas a mais pessoas?
Contactado na manhã seguinte, o dono do único armazém que vendia tarrafas, garantiu que não faltariam as mercadorias mesmo que tivesse que mandar comprar fora. Não se pode sorrir adiantadamente, por que a vida nos prega peças senhores. Acontece, que correu de boca em boca essas notícias. Primeiro, que passaria um cardume nunca visto de peixes com local e data marcada. Segundo, que o prefeito havia autorizado a entrega de tarrafas a quem levasse título e foto.
Primeiro resultado: Prefeito Dionízio teve que arcar com o pagamento de 150 tarrafas novas. Segundo resultado: Carros-de-mão cheios de branquinhas, cambitos repletos de branquinhas, bancas da feira, também com branquinhas. Ninguém mais conseguiu vender peixes. Sacos e mais sacos até a tampa de branquinhas despejados nos terrenos baldios da cidade, gerando mau cheiro. Alguns moradores chegavam a afirmar que estavam doentes devido ao consumo exagerado de branquinhas no almoço e no jantar. Terceiro resultado: A colônia entrou na justiça processando o prefeito e exigindo cesta básica , como indenização pelos prejuízos com a pesca sem comprador.
Voltando ao picolé. Segundo domingo de temporada de praia. Carros de picolés e sorvetes espalhados estrategicamente pela cidade. Meio dia e nada de ônibus de caravanas, nada de carros particulares. O pior, é que parecia que a cidade toda estava a vender o mesmo produto. O jeito era chupar e saborear as próprias mercadorias naquele domingo, e, aguardar dia melhor na outra semana. Mas repetiu-se a tragédia. Expectativas frustradas, mentes desoladas e isso durou até o fim da temporada.
Não se viu mais o prefeito Dionízio pela cidade. Se algum eleitor se dirigia até a prefeitura para tomar satisfação pelo acontecido, encontrava apenas, sob sua foto majestosa e sorridente, um cartaz escrito assim: “ Prefeito viajando pra capital em busca de novos convênios para o povo”.
O silêncio é uma pausa para reconstrução. É no silêncio que ouço as melhores respostas. É uma espécie de luz para novos caminhos.
Farei uma pausa: não escreverei sobre o amor.
O amor me chamou. E eu vou.
Vê-lo, vivê-lo, tê-lo, sê-lo.
Amar, se amar e ser amada.
Na próxima parada, em outra estação, volto com mais inspiração.
Agora, farei uma pausa.
Na pausa não há musica, mas no decorrer da canção a música precisa da pausa: para que possa retomar a próxima nota com mais precisão e ainda mais forte.
Assim é a vida!
Filosofia: Pausa e Perplexidade
Gosto de pensar que a Filosofia começa na pausa, no silêncio. Vejo quanta gente na sala de aula, querendo demonstrar o que sabe, e não saboreia a Filosofia nos seus menores detalhes. A pressa de demonstrar conhecimento sufoca o espaço silencioso da reflexão construtiva, que acontece à conta-gotas. A reflexão começa com a perplexidade com a realidade, como diria o filósofo Gerd Bornheim. Não falo de um silêncio estático e torturante, mas de um silêncio inquieto que sobrevive de indagações escondidas. Parece que o homem de hoje, perdeu a capacidade de ficar perplexo, de não se conformar com as coisas que acontecem em sua volta. Parece que perdeu a capacidade de parar e ficar consigo mesmo, sem pressa de chegar. Por isso que uma aula de Filosofia não faz efeito em mim no mesmo dia em que ela foi dada, demora um certo tempo, o tempo que essa aula demora em mim. Sinto seus desdobramentos, suas nuances. Sou formado e ao mesmo tempo inacabado. Como diria Husserl, meu limite é o infinito, minha finalidade é a infinidade. Não vou sozinho, tenho companheiros que junto comigo, desbravam a aventura de ir até o limiar da razão e descobrirem os limites da razão e o que pode ir além dela. Por isso que a minha travessia, feita de pedras, é mais feliz...
"Deus criou todas as coisas e vendo que era perfeito,
deu olhos a alma humana , para que pausasse o tempo
e captasse a magia... E chamou isso de Fotografia."
Pausa
Vem e traz o ar de posse
As certezas e a intimidade
Sê a estátua de carne
Neste momento de silêncio
Muda e quieta
Como uma boca pousada
No meu sono
Traz-me de ti
O tudo e o nada
Do abandono
E acampa no trevo
Acre e macio
Deste corpo em festa
Depois, vê o que resta
Da minha fome e do cio
Retoma a tua gesta
Deixa-me vazio
A noite chegou
Um descanso, um sossego.
Uma pausa pra nós mesmo.
Uma parada pra agradecer aquele que nos deu a vida.
Obrigado meu Deus!
Quando paramos em certo momento apenas para uma breve pausa e continuamos em seguida, não importa quanto tempo. Entendemos e aprendemos, que prosseguir nos leva a conquistar tudo aquilo sonhamos alcançar um dia.
Desistir jamais...
Ricardo Baeta.
— Você nunca cantou para mim.
Fez-se uma pausa quase imperceptível. Então:
— Ah, você — disse ela. — Você nunca teve medo do escuro.
— Que espécie de criança de 10 anos nunca tem medo do escuro?
A vida é uma jornada de aprendizagem onde cada parada é uma pausa para deixarmos nossas bagagens pesadas inúteis e seguir em frente mais leves.
Essa é uma pausa importante para unir o que estava separado, para acordar e dar valor nos verdadeiros valores da vida, para que o renascimento do novo floresça. DEUS mais uma vez na sua infinita bondade e misericórdia nos mostrando a sua face, que DEUS é DEUS.
O tempo é uma roda gigante com uma pausa entre o céu e a Terra e faça noite ou dia seguimos em círculos com nossa sina.
O SONHO ACABOU
Para o audaz sonho
Pausa eu proponho
Naquelas núpcias
Loucas carícias
... Com sedução!
Porto seguro
O que procuro
Não vou contigo
Eu quero abrigo
... És contramão!
Teu compromisso
Tosco sei disso
Podes deixar
Em teu pensar
... Quanta ilusão!
Não se condene
Teu ser perene
Vai outra encontrar
Para te amar
... Com devoção!
Madalena de Jesus
Pausa para o café.
Uma pausa para um café é muito mais que simplesmente tomar um café.
Pelo menos para mim, nesse tempinho em que eu faço a pausa para um café, penso no que foi meu dia ate essa hora, pessoas com quem conversei, detalhes sobre minha manhã no trabalho entre outros pensamentos.
Essa pausa para o café pode ser o momento no qual posso conhecer alguém, ou talvez reencontrar alguém que a muito não via.
Bem,,, é isso pausa para uma café e muito mais que só um café.
Val Francis ( meu café)
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