Paraiba
SAGA NORDESTINA.
Eu tenho orgulho de ser nordestino
do Piauí, da Paraíba ou da Bahia
de Pernambuco, do frevo e da poesia
de Sergipe, de Alagoas e do destino
do artesanato das mãos de Vitalino
e do talento de Jackson do pandeiro
porque todo nordestino é brasileiro
mas nem todo brasileiro é nordestino.
E o preconceito me segue de menino
entristece mas não fere o meu oxente
o nordestino é um povo resistente
apesar dessa aparência de franzino
a coragem quem assina é Virgulino
e a vontade vem do nosso sanfoneiro
porque todo nordestino é brasileiro
mas nem todo brasileiro é nordestino.
A seca nos transforma em peregrino
mas não há nada que abale a nossa fé
como num verso de Patativa do Assaré
acreditamos no amor do ser Divino
mesmo tratado como um povo clandestino
como um dia foi Antonio Conselheiro
porque todo nordestino é brasileiro
mas nem todo brasileiro é nordestino.
Um velho cruza a soleira
De botas longas
De barbas longas,
De ouro
O brilho do seu colar
Na laje fria
Onde quarava sua camisa
E seu alforje de caçador.
Oh! meu velho e invisível Avôhai!
Oh! meu velho e indizível, Avôhai!
Neblina turva e brilhante
Em meu cérebro coágulos de sol
A manita matutina
E que transparente
cortina ao meu redor
Se eu disser
Que é meio sabido
Você diz que é meio pior
E pior do que planeta
Quando perde o girassol.
É o terço de brilhantes
Nos dedos de minha vó
E nunca mais
Eu tive medo da porteira
Nem também da companheira
Que nunca dormia só.
Uh! Uh!... Avôhai!
Uh! Uh!... Avôhai!
Um brejo cruza a poeira
De fato existe
Num tom mais leve
Na palidez desse pessoal.
Pares de olhos tão profundos
Que amargam as pessoas
Que fitar
Mas que bebem sua vida
Sua alma, na altura
Que mandar
São os olhos,
são as asas,
cabelos de Avôhai.
Na pedra de turmalina
E no terreiro da usina
Eu me criei
Voava de madrugada
e na cratera condenado
Eu me calei
E se eu calei
Foi de tristeza
Você cala por calar
E calado vai ficando
Só fala quando eu mandar.
Rebuscando a consciência
com medo de viajar
Até o meio
Da cabeça do cometa
Girando na carrapeta
Num jogo de improvisar.
Entrecortando
Eu sigo
Sempre a linha reta
Eu tenho a palavra certa
pra doutor não reclamar.
Uh! Uh!... Avôhai!
Uh! Uh!... Avôhai!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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Entrar no canal do WhatsappO Rio Paraíba cobre uma grande extensão
Com suas águas e caminhos que preenchem nosso coração,
Ele pode não ser ser tão grande como o mar,mais é um artefato que nós temos que preservar,porque se ele acabar,muitas consequências teremos que arcar,e a fauna e a flora presentes nesse lugar se romperam,deixando mais uma vez os seres-vivos na mão e logo logo provavelmente faleceram.
De Pernambuco a Paraíba
De Pernambuco a Paraíba
O cordel se concretiza
No nordeste vasto
Se eterniza
A rima bem escrita
E bem "dizida"
É onde pode se encontra
A sua dona Maria
Seu amor vivido
Um coração dividido
Sempre buscando
Buscando o indivíduo
Onde o nascer sertão
Onde o sol raia
Onde o seu brilho
A "claridão" desbrava
Onde final de semana
Não tem perdão
Junta a galera
E vamos para o "forrozão"
Turmalina Paraíba
Mar imenso de azul profundo;
Brilhos escaldados de estrelas lapidadas;
Chãos duros de vidas secas;
Brotam pedras raras e escassas;
Que vestem vitrines de grifes abastadas
À CAMINHO DO MEU AMOR
Autor: Edson Cerqueira Felix
Localização: Paraíba do Sul
Homenagem: Cantor Fabinho Mello e Amigo Rodrigo Motta
Você a me demonstrar
Sinais de um longo adeus
E eu ainda diante de você nem consigo ficar triste
Pois se 0lh0 para baixo
Vejo os teus lindos pés
Eu fui pescado por eles
E não foi nem um pecado
Mas eu vejo estes pés, hora de bailarina
Hora de capoeirista
(Hora de fé)
Hora foge de mim
Hora dá meia-volta pra mim
E eu agradeço por dar pra mim o caminho lindo
Desses pés quando à caminho
Do meu amor
Esses pés têm asas e voam
Só quero que me leve e me ensine tudo
Com esses ligeiros pés de corça
Eu perdi a corrida para essa corça
Mas eu preferia tomar minha corça
Que viaja tão rápido
Pra perto e longe de mim
Me deixe
Tocá-los (seus pés) e tratá-los
Com fragrâncias selecionadas
Como perfumes
Óleos e chás
E me deixe orar por eles quando passo minhas mãos
Data: 19-01-2018
A ESTAÇÃO
Estação de Cabo Branco
Niemeyer projetou
Fica em João Pessoa
Paraíba conquistou
É um palco da ciência
E também pra ter vivência
De um tempo que amou
A Paraíba está quente
De João Pessoa até Patos
Uns quarenta graus na sombra
Cozendo talheres e pratos
O fogo tá se bronzeando
Açudes evaporando
Quentura assando os sapatos!
A Paraíba também é um local para amar
Seja no sertão ou no mar,
Contigo quero passear
De mãos dadas no Pavilhão do Chá.
Do alvorecer ao crepúsculo no Rio Sanhauá
Quero você agarrado na minha cintura,
Indo muito além do forrozar
Vamos juntos namorar...
Eis-me aqui, e você aí
Dá até para escrever uma letra de forró,
Quando você não está aqui
Porque foi na Paraíba que eu te conheci.
Não existe o 'cedo', e nunca é tarde
Para amar sempre existe tempo,
Aos poucos vamos nos aproximando
Por causa desse amor que está florescendo...
"Campina Grande Paraíba:
Mais pobre de cultura,
O céu mais rico de rima.
Isso devido à partida,
E pela chegada, de
Ronaldo Cunha Lima."
RUTH GUIMARÃES,A FADA DA LITERATURA
O Vale do Paraíba celebra insuficientemente os seus representantes da literatura. Com algumas exceções, como a inovadora disciplina de Literatura Valeparaibana, criada pelo professor José Luiz Pasin, em Guaratinguetá, e como as honestas iniciativas da Fundação Cultural Cassiano Ricardo de São José dos Campos, os alunos do Vale do Paraíba pouco sabem dos seus escritores.
O justo destaque dado a Monteiro Lobato deixa a impressão injusta de que o taubateano foi o único escritor do Vale do Paraíba. Merecem pouco espaço, até da imprensa regional, o lorenense Péricles Eugênio da Silva Ramos, o joseense Cassiano Ricardo e os cachoeirenses Valdomiro Silveira e Ruth Guimarães.
E é de Ruth que quero falar. A fada da literatura. Quem disse isto foi Guimarães Rosa, em dedicatória que fez a ela, num exemplar de "Corpo de Baile", quando os dois eram mocinhos, ambos escritores iniciantes, e repartiam uma noitada de autógrafos com Lygia Fagundes Telles e Amadeu Amaral. A dedicatória é assim: "A Ruth Guimarães, minha irmã, parenta minha, que escreve como uma fada escreveria."
Por essa época, Ruth era muito moça, muito pobre, muito magra, e muito míope, como ela mesma se definia. Trabalhava em dois empregos para criar quatro irmãos menores: datilógrafa à tarde, revisora da Editora Cultrix à noite. De manhã cursava Letras Clássicas na USP. Hoje, aposentada de 35 anos de aulas de português, grego e latim, não abandonou a máquina de escrever. Produz crônicas semanais para o jornal ValeParaibano, traduz obras do francês e do latim. Escreve duas horas por dia, como mandou o seu mestre Mário de Andrade, com quem aprendeu folclore, e sob cuja orientação escreveu "Filhos do Medo", uma pesquisa sobre o diabo na mitologia valeparaibana.
Ruth nasceu em junho, "junho das noites claras, de céu nítido", na minha Cachoeira Paulista, no Santo Antonio de 1920.
"Eu quisera escrever em tons suaves, em meios tons que sugerissem preces." É trecho de um de seus poemas, ainda inéditos.
Conhecia-a quando eu não passava dos 13 anos, e ia à sua chácara, plantada à beira do Rio Paraíba, buscar inspiração na sua sabedoria. Quantos textos não levei para ela avaliar e criticar. Era e é severa. Rabisca, em nome da velha amizade, textos meus, até hoje. E cada traço só faz melhorar o escrito.
Em um de seus livros ("Contos de cidadezinha"), escreveu: "Viu as mãos ávidas de Teresa desfazerem o embrulho, viu o porta-jóias de porcelana azul surgir à luz com alguma coisa de deliqüescente e maculado. Nunca havia notado aquilo que somente as mãos trementes da mulher acusavam. Ah! As mãos de Teresa." Fala, nesse conto, das mãos de Teresa, mas são as suas que não deixam de produzir páginas e páginas de bela literatura.
Como esta, no romance "Água Funda": "A gente passa nesta vida, como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada. E quando alguém mexe com varejão no lodo e turva a correnteza, isso também não tem importância. Água vem, água vai, fica tudo no mesmo outra vez."
Ou, como esta, no conto "Francisco de Angola": "Depois, os dois trabalharam por mais três. E cinco por mais três. E oito por mais cinco, e todos por todos, até que toda a tribo foi alforriada. Livres! Que língua, que pena, que pincel, poderá dar uma idéia de quanto ressoa essa palavra no coração dos escravos?"
Mas também escreve para crianças. Tem um lindo compêndio chamado "Lendas e Fábulas do Brasil", com uma linguagem gostosa e cristalina.
Ruth Guimarães está lançando mais um livro, no final deste mês de setembro. Mais um, que vai somar 52 publicados. Este "Calidoscópio" é um monumental tratado sobre Pedro Malasartes, o pícaro, o malandro, o nosso herói folclórico sem nenhum caráter. Um trabalho de fôlego que qualquer faculdade de antropologia e de sociologia de primeira linha deveria adotar.
Minha recomendação é esta: leiam Ruth Guimarães, conheçam Ruth Guimarães, ouçam Ruth Guimarães. Ela já contou - e ainda tem muito a contar - sobre o Vale do Paraíba, suas cidades e tipicidades. Sua literatura é nítida, como as noites de junho em Cachoeira Paulista. E ela é uma fada. Uma fada que nestas breves linhas eu quero homenagear.
senhor presidente quero deixar bem claro pra vc que o Maranhão ñ é Paraíba ,Maranhão está situado na região Nordeste ,mais nem por isso esse estado é Paraíba, qual foi o tipo de droga que a vossa excelência usou?, kkkkk só rindo mesmo, vá estudar mais um pouco sobre geografia e caia pra dentro do mapa do Brasil e suas regiões e seus estados e esqueça o Estados Unidos.
"Nasci numa cidade pequena do interior da paraíba. Monteiro, lá ainda não tem água encanada nem esgoto, mas disseram-me que em breve o rio são francisco será desviado para lá.
Acho que isso não é verdade, quem poderia fazer tal obra, cavar todo o sertão para levar água a meia dúzia de nordestinos famintos, pessoas sem muita importância na cadeia social?
Não será mais uma promessa de campanha de algum candidato desesperado?
Os senhores sabem, que em época de eleição os homens fazem mais milagres do que os santos!"
De algum livro que não escrevi...
Raios de Sol
Paraíba do Sul – RJ, Brasil
02.04.2019
Para o Filho da Amiga “Verônica”
Os meus olhos me levaram
Aos passos certos
De um bom menino
Um bom garoto
Que Deus há de fazer
Crescer
No bom caminho
Para ele
O sol surgiu no infinito
E olhou para ele
Em cima de um grande monte
De sabedoria
Onde qual águia fez seu ninho
Na fenda da rocha
PARA O CARLINHOS
BOCA-BOCA
Criador: Edson Cerqueira Felix
Época/Ocasião: 20-12-2018 | 15:30
Região: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Abalroamento: O beijo da vida
Proporcionamento: À todos(as) os(as) leitores(as)
Sugestão: Para todas as idades
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Eu fui nadar e pegar umas ondas, é claro, no litoral
Praia movimentada, fim de semana, vários surfistas
E a sensação de adrenalina é mais pelo fato de surfar perto dos recifes
Isso mesmo, eu disse recifes (de coral)
Peguei a primeira onda, segunda, terceira e quarta, e assim por diante
Tudo bem, sem problema. Tudo okay
Até o momento que eu distraído pensando na última onda...
Tomei um caixote, indo contra o recife onde bati a cabeça
A água ficou vermelha, era o sangue da minha cabeça ferida
Perdi os sentidos, lembro de beber um pouco da água [...]
Tive a sensação de ver tudo escurecer
Na areia da praia, começo a ver uma luz clareando minha mente
Era o sol, e devagar meus olhos se abriram
Uma salva vidas que parecia uma deusa me fazia, boca-boca
ATRÁS DE PIPAS
Criador: Edson Cerqueira Felix
Época/Ocasião: 21-12-2018 | 17:00
Região: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Abalroamento: À procura de algo, a mais
Proporcionamento: À todos(as) os(as) leitores(as)
Sugestão: Para todas as idades
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Uma menina mocinha, jovenzinha franzina, menina meio moleque
Corre atrás de pipas na localidade
É boa de pipa, no cruzamento, sempre leva a maior
Quando está sem pipa, corre atrás de pipas, 'avoadas'
Olhar no alto, mira o cruzamento, mas de repente, vem é de longe
Um pipão e cheio de linha, avoado
Numa tarde deserta de verão na rua, só vai dar ela
Disparada ela foi atrás daquele pipão, que ia ao longe
Pelo menos não muito longe daquela área ali, do miolo local
A pipa ia descendo, perdendo altitude, e a menina no encalso da pipa
Até que ela agarra numa árvore grande de maçãs
A menina corre pra subir, pegar aquela pipa, e invade o quintal do vizinho
E na árvore havia uma serpente, que disse pra menina comer do fruto
E aquela donzela viu que o fruto era bom, e o tomou, e comeu dele
O CAMINHO ESTREITO
Autoria: Edson Cerqueira Felix
Data e Hora: 08.01.2019 18:06
Local: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Assunto: O cinza do dia-a-dia
Dedicação: Nenhuma específica
Indicação: Livre
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A cada dia que passa, eu me sinto cada vez mais só
E assim eu vou vivendo cada dia, um de cada vez
Quando olho pro meu rosto no espelho
Não consigo me reconhecer bem, vejo a imagem embaçada
E minha cara, um pouco, meio desfigurada
E assim vou levando, tipo, finjo que não percebo
Que não há nada errado e assim renego a mim mesmo
Bem ali naquela cena e não há muito o que fazer
A não ser, esperar, aguardar o tempo que melhor modifica as coisas
Que melhor sana as coisas equivocadas e dá uma luz
Uma luz no fim do túnel, uma luz no fim de um mundo de trevas
Bom, e eu, sem perceber vou sendo salvo nessa de dar
Tempo ao tempo, nessa de dar tempo ao próprio tempo
Deixar que o tempo nos dê a sua sábia ajuda com sussuros do vento
UM PARAÍSO PERFEITO
Autoria: Edson Cerqueira Felix
Data e Hora: 09.01.2019 17:02
Local: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Assunto: Uma vida trânqüila
Dedicação: Nenhuma específica
Indicação: Livre
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Eu estou num bom momento, estou em um bom momento
Os dias são mais curtos e as noites como sempre
São sempre mais longas e eu sofro muito nelas
De lembrar de tanta coisa e ter tanto tempo pra pensar
Em tanta coisa, quando na bíblia diz que Deus fez tudo
Em 7 dias, eu acho que ele era um trabalhador mais noturno
Mais notívago do que outra coisa
Pois em uma só noite, sozinho, longe dela
Eu vejo a transformação de um segundo em muito, muito,
Muito tempo e em um segundo desses dá para formar muitas coisas
Pois a noite sozinho longe dela o tempo pára
Só para me fazer sangrar por dentro e me fazer sofrer
Em, bem em silêncio. Sofrer em silêncio
E em sete dias ele fez o mundo e algo a mais, um jardim no Éden
ALÉM DAS ESTRELAS
Autor: Edson Cerqueira Felix
Data e Hora: 09.01.2019 17:59
Local: Paraíba do Sul - RJ, Brasil
Abordagem: Um amor distante de todos
Em Homenagem de: Sem especificação
Classificação: Livre
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Ela está além das estrelas
E é pra lá que eu vou
N'algum lugar onde eu possa encontrar
A expressão que é dela
Minhas expressões são o que ela mais procura
As rosas no jardim
Me lembram ela
Somos Adão e Eva sem pecado
Temos algo maior que a carne
E sabemos disso
Temos uma pérola e seixos brancos
Somos duas estrelas que permitem se tocar
Sabemos o que é permitido
Um eclipse entre nós igual o sol e a lua
