Palavrão
Esse é pra você,
Que diz que em Deus crê...
Que sabe do atraso moral que é um palavrão,
Mas o usa em toda situação.
Traições, omissões, drogas e bebida
É isso mesmo que quer pra sua vida?
Nega, mas não deixa de fazer um só dia
Será que não tem amor por sua família?
Você que fala tanto em Jesus
Mas vive na escuridão e não emana nenhuma luz.
Atenção vive a pedir...
Mas o amor não consegue sentir.
Aplausos vive a clamar
Mas ser humilde é mais que falar.
Não dá valor no seu pai
E esquece que um dia ele se vai.
E só o que fica é a culpa
Por não ter tido boa conduta.
Sentimento esse que mata,
Pense no quanto maltrata!
Cada xingamento, cada palavrão, cada ato revoltante, cada ofensa proliferada, só revela o retorno em si mesmo com alto teor de insanidade, e insensatez.
A língua portuguesa é extensa, o meu vocabulário é rico, para que eu vou falar um palavrão se eu sei falar bonito.
O palavrão existe para aquelas situações onde responder delicadamente é compactuar com o intolerável.
Xingamentos na minha opinião são fome, miséria e discriminação. Isso sim é "palavrão"; o "resto" se bem usado, são apenas formas de expressão.
Ultimamente estou ligando o Fo...(pera aí, espirrei, hoje não é palavrão)
..."Foi bom, mas chega!"
Está me fazendo bem, eu super indico.
SEMPRE ASSIM
Grito milhões de palavras,
Serei lembrado por um palavrão!
Escrevo mil poesias,
Para ser lembrado um mau escrito!
Faço centenas de declarações,
Conquistarei quando não dizer mais nada!
Faço-me presente todos os dias,
Na ausência terei valor!
Ofereço o melhor de mim todos os dias,
A relevância dos meus atos...
Só quando partir!
É assim por mim;
É assim contigo...
É assim com todo o mundo
Sempre será assim!
A princesa também briga, encrenca, berra e fala palavrão
Me recuso a buscar essa discutível perfeição
PARADOXO
Quero a paixão, e também a doçura.
Quero o palavrão, e a palavra pura.
Quero ser a esposa, e também a outra.
Ser a amiga sensata, e também a louca.
Quero o beijo casto e o beijo devasso.
Quero da mão o afago e o bofetão
Da língua, o amargo e o melaço
Ah! Eu quero tripas e coração.
Quero ser anjo, mas também ave de rapina.
O caminho seguro e o penhasco da perdição.
Quero, enfim, ser a harmonia que desafina
Em sinceras juras de amor e de maldição.
Pois a vida é um paradoxo
De vida-morte, dor-prazer
De que vale o ortodoxo?
Nos opostos está o equilíbrio do ser.
PALAVRÃO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Xingaria o mais alto que pudesse,
pra quebrar os andores do poder
com a fúria do verbo e do seu eco
nas tocas das excelências.
Nos covis das majestades.
Nas tocaias da hipocrisia
dos que dominam por lei
ou por farsa e graça
da liturgia.
Eu queria gritar o palavrão,
pra ferir os ouvidos do político,
do jurista e do sabiocrata,
do mandachuva cristão,
de todos os que se arrogam
donos das virtudes
e da verdade.
Por sobrevivência ou medo,
Xingo baixinho; em segredo:
Honestidade... honestidade.
O palavrão às vezes é, nada mais nada menos que a manifestação da mais sincera verdade.
12.04.2020 às 18:39 h