Pablo Neruda Lembrancas
A desconfiança de possíveis momentos bons se tornarem futuras lembranças é, em sua maioria, presente. E desta é gerado o medo de ter saudades pelo cativar das agradáveis vivências, formando de alguma forma uma deturpação sobre o pensamento do mudar, que resulta, muitas vezes, em fazer-nos ficar na nossa própria zona de conforto.
Consequentemente isto transforma nosso amadurecimento em um envelhecimento de tristeza e insatisfação por não termos aproveitado, talvez, o máximo daquelas boas épocas de nossas vidas, nos tornando em pessoas frias e inseguras com o novo, além de ativar gatilhos que geram auto defesas e bloqueios para a chegada de coisas boas sobre nós. Sendo que, são resultantes do lembrar de experiências positivas que cativaram um espaço em nossas vidas por terem resgatado para si próprias um período de nosso fôlego de vitalidade aqui nesta terra.
Todavia, e mesmo assim, não podemos desistir de viver os bons momentos que nos foram entregues, pois sem eles não há referência para a esperança encontrar os registros necessários para sobreviver e se desenvolver dentro de nós. Portanto, esta esperança é como uma semente que é plantada, mas que sem terra, água e sol não consegue se manter para germinar e, em sua idade madura, produzir vários frutos sobre seus galhos.
Muita gente faleceu
O segredo para vencer a saudade são as lembranças do coração. Nesse momento a insônia faz parte do processo e a gente fica pensando, pensando e pensando. A gente fica irritada porque colocamos a pessoa amada em segundo plano, às vezes a gente nunca a visitava e arrumou tempo para a visita apenas quando ela estava na uti.
Quando a gente dorme não pensa em coisas ruins e não ficamos remoendo o remorso de poder ter feito mais. É um perigo descobrir a falta que alguém nos faz só quando essa pessoa parte.
Agora se você não perdeu ninguém na pandemia, agradeça a vida, ao universo, a Deus e melhore seu astral, mesmo que tenha perdido emprego, ou se os negócios não andam como antes, tudo é recuperável. Acredite!
Dedique-se aos que ficaram vivos, aos que não partiram, aos que estão chegando. Não trave a sua vida morrendo junto, tendo outros filhos para criar, eles também precisam de amor de mãe.
Confesso que fico chateada quando a minha cabeça fica cheia de pensamentos generosos para com os outros e acabo não tendo a reciprocidade desejada. Já fui de xingar, gritar e pôr para fora, hoje fico na minha como se nada tivesse acontecido. Um mal que faço a mim mesma.
Não há nada mais triste do que está convivendo com quem não se importa com você. Gosto de ficar sozinha, pensando nas coisas, fechada em mim mesma, cansada de tentar construir amizades e amores verdadeiros, prefiro ler e esquecer da vida.
Dedico parte da minha vida ao trabalho, aproveito cada oportunidade e crio relações harmoniosas para subir cada degrau profissional. Engraçado como a gente muda, eu não era de me esforçar para falar com ninguém no trabalho, preferia a concentração e a dedicação. Nunca esqueci os meus propósitos de ser bem-sucedida.
Nunca tive a obrigação de ficar à disposição, mas era impossível não amar um homem que via qualidades em mim que nem eu mesma enxergava, mas quase não dava atenção porque tinha os meus sonhos inadiáveis.
Eu precisava de espaço para receber esse amor, ao mesmo tempo passei por um período triste, enfadonho, sem vontade de fazer nada, porém ele sempre dizia o que eu queria ouvir. Eram frase de incentivo incríveis e não era só da boca para fora. Do nada, ele me fazia sentir bem feliz.
Eu me afastei de amizade conquistada pelo que temos e não pelo que somos e passei a sentir felicidade como se voltasse a viver os melhores anos de minha vida. A gente pode se beneficiar com qualquer relação, boa ou má, desde que a gente saiba lidar com ela. Precisamos entender o que é aceitável, o que é manipulação, egoísmo, interesse...
Engraçado é que as pessoas nunca sabem direito o efeito que causam nas outras, às vezes são feridas irreversíveis, outras, alegrias imensuráveis. Tem gente que não sabe o que é afeto nem para si.
Passei por uma fase que o meu negócio era tudo sem compromisso, não tinha comando de nada seguia modinhas, misturada a mágoas e cansaço de desafetos, eu queria mostrar que eu era mais eu.
Era fácil para mim ficar paralisada pelas frustrações, no entanto, com esse radicalismo, não valorizei o bem mais precioso que apareceu na minha vida, não estou dizendo isso porque ele se foi, estou dizendo porque eu cheia de regras na cabeça, me tolhi de amar com profundidade.
Criei uma ilusão e alimentei isso na minha vida, peço desculpas por não ter agido com o coração e nem com a razão, fui cruel sem medida, injusta, egoísta. Fiquei cansada quando o perdi e preferia dormir o dia inteiro porque deixei a vida passar, o amor escorrer.
Eu já visite o fundo do meu poço e não há saudades e nem boas lembranças de lá, as vezes nossa queda não é rápida e isso nos traz uma falsa liberdade e por isso sempre temos que reavaliar a forma como estamos conduzindo nossas vidas.
Para você meu querido amigo e minha querida amiga, se estiver passando por esse deserto que muita as vezes é a depressão, sabia que esse deserto ele tem seu fim, não tenho medo de buscar um tratamento, de ir ao um psiquiatra, de expo que está passando para as pessoas que você amar e tem confiança, te garanto que esse primeiro passo, fará toda a diferença, todos nós temos nossas subidas e descidas nessa escada da vida, mais o importante é não para de caminhar.
Afinal, as lembranças eram criaturas fantásticas - elas se erguiam com o mais leve sopro de alimento.
O tempo
Autora Ilda Leite Amina
O tempo passa e agente nem sente..
São lembranças que ficam no passado ,esquecida como uma pedra no meio de tantas que ficaram ..
Pena que o tempo apaga com o tempo, como chuva que apaga a poeira e os rastros que nelas ficam.
E aos poucos a janela do passado vai se fechando esquecemos até mesmo da nossa identidade!
A lei da vida que não sabemos como chegamos e não sabemos como saímos e nem para onde vamos !
Deixamos lembranças para muitos ,mais pouco vão se lembrar..
13/10/020
As lembranças no papel
podem sofrer contratempo,
amarelam ou se rasgam,
caem no esquecimento,
mas no peito essas memórias
não se apagam da história,
se eternizam pelo tempo.
Do passado só carrego as boas lembranças.
Tudo o que possa ter me ferido depositei no esquecimento.
As decepções, as tristezas, as deslealdades podem ser carregadas por um curto espaço de tempo. Apenas o suficiente para aprendermos as lições que contêm, entendê-las e em seguida esquecê-las por completo. Já as alegrias, o que de bom nos fizeram, os afetos verdadeiros e os sentimentos do bem devem ser tratados com relevância absoluta e jamais esquecidos. Cika Parolin
Boas memórias
história, sonoras lembranças
a vitória,
a glória,
o amor...
Você!!
Marcado na alma,
lápis e papel
poesia do céu...
meo, meu, teu, seu
ou apenas nosso.
A sombra da lua,
luz do teu sorriso,
teu corpo
meu abrigo!!
E se o tempo é pouco
nosso amor é eterno
afeto,
discreto
um sentimento concreto.
Memórias são o auge da poesia apenas quando são lembranças de felicidade. Quando roçam em feridas sobre as quais cicatrizes se formaram, elas se tornam uma aflição dolorosa.
As mais belas das lágrimas são as das lembranças, essas que deixaram marcas de saudades e que jamais serão esquecidas.
Gilberto Brostel
Meu pai Herói.
Meu pai se chamava Heleno Francisco do Carmo, não tenho dele muitas lembranças, ele morreu quando eu tinha onze anos, contudo, guardo algumas lembranças, sobretudo da época em que ficou doente. Meu pai era um homem muito forte, um trabalhador exemplar. Era um lavrador, homem que cuida da terra, ele próprio tinha um pequeno pedaço de terra, por onde passava um riacho, terra fértil, onde plantava cana e milho e melancia. É disso que me lembro bem, também plantava bananas.
Não sei dizer se meu pai era um homem triste, se tinha crises existenciais, talvez fosse muito feliz, pois tinha uma bela família e uma linda esposa, honesta e trabalhadeira. Lembro-me da sua relação com minha mãe, eram felizes, combinavam em quase tudo, ambos desejavam que seus filhos estudassem para não serem analfabetos como eles eram. Meu pai era alto e moreno, tinha ombros largos como eu, era um homem bonito, mas não me recordo que alimentasse alguma vaidade nem vícios. Trabalhava incansavelmente para sustentar sua família, grande para os padrões atuais.
De domingo a domingo ele sempre repetia sua rotina; acordar cedo e ir ao trabalho, além de suas próprias lavouras, milho e feijão, ele ainda trabalhava de meia ou para outros produtores rurais. Meu pai era homem temente a Deus, pelo menos é essa a impressão que tenho até hoje, pois sempre ia à missa aos domingos de manhã, com toda família, mas ao voltar pra casa, logo depois do almoço, ia ao trabalho, cuidar de um pequeno e produtivo roçado, que ficava perto de casa, meu pai só retornava à noite com um feixe de cana nos ombros.
Éramos oito filhos, cinco homens e três mulheres, minha mãe ficou grávida de uma menina quando meu pai faleceu. Foram seis meses longos, a duração da doença fatal de meu pai. Meu pai nunca ficava doente, era como touro, todos os homens o invejavam por seu físico e por sua moral. Mas todo herói fatalmente sucumbe no final da epopeia. Meu pai tinha chagas desde adolescência. Fora picado por um barbeiro, na região onde foi criado esse inseto fez muitas vítimas, e a medicina não tinha os meios para prolongar a vida dos seus pacientes. Meu pai só veio manifestar os sintomas da doença aos quarenta anos, foi avassaladora sua enfermidade, em seis meses apenas ele veio a óbito.
Minha mãe foi uma guerreira e fez tudo que pôde e o que não pôde para salvar a vida do seu amado. Lembro-me com muita tristeza, de uma vez que eles voltaram de uma cidade próxima; aonde eles foram, em busca de uma nova forma de tratamento, mas não havia muito que fazer, meu pai estava com o coração muito comprometido, estava rejeitando os remédios, e não havia nenhuma esperança de cura ou de melhora, ele vivia muito cansado, e minha mãe passava longas noites ao seu lado. Nós éramos muito pequenos, mas já compreendíamos que nosso herói estava condenado à morte trágica. Logo se agravou seu quadro, minha mãe teve que o internar no hospital público de nossa cidade, onde foi bem cuidado, mas em poucos dias, ele já demonstrava fraqueza extrema, não se alimentava e as injeções que tomava não causavam mais nenhum efeito paliativo, então meu guerreiro pediu para morrer em casa, pedido que fora atendido pelos médicos dele, minha mãe o levou pra casa, mas meu velho não aguentou a pequena viagem de pouco menos de três quilômetros, faleceu nos braços de minha mãe dentro da ambulância.
Essa é mais uma das inúmeras tentativas que faço, para escrever sobre meu pai. Sei que daria um belo e humano romance, todavia nunca serei capaz de levar a cabo esse projeto, é doloroso demais para mim, pois a dor e o trauma da sua ausência em minha infância ainda são deveras penosos para mim.
2019...
Foi um ano muito especial, construído de risadas, sorrisos, e principalmente, lembranças que ficarão para sempre marcadas em minha memória.
Mas, como todo ano: 2019 teve seus altos e baixos, teve choro, teve tristeza, saudades, decepções, e aconteceu coisas que por pouco não me fizeram desistir de tudo, porém também foram essas coisas que me fizeram levantar a cabeça, superar e seguir em frente.
Eu só espero que 2020 seja tão especial quanto 2019 e que a tristeza, e as lágrimas que tiveram em 2019, se concretize em felicidade nesse novo ano que está começando.
Ivo Terra Mattos
47 min ·
Lembranças do meu pai Lazinho e do seu assistente Correia. (Vulgo rabo de tatu)
--"Vai ter que trabalhar sim! Vai engraxar sapatos", (idade 7 anos)
--"Não gosto de filho homem.
--"Nasceu mais um macho (quando nasceu meu irmão Carlão)
- Se eu te pegar no rio vou te dar um tiro.
-Eu não falei para você não ir nadar? Volta aqui! não voltei, ele levou meu calção. Quando cheguei em casa já era noite, aí...
o Correia entrou em ação; “Quando eu falar para você não ir no rio, você me obedeça". e dá lhe mais, Correia.
-Quem te falou que galinha voa? Eu, arremessando uma galinha para o alto sem ver que ele estava bem atrás de mim. Primeiro foi uma tijolada, depois um ponta pé na bunda.
--Por que que cavalo está suado? Era só você ir buscar ele no pasto e não sair galopando com ele. Não foi isto que eu te falei, hein? Não corra, volte aqui. Mais umas lambadas nas costas.
-Se você brigar na rua e apanhar eu te arrebento aqui em casa.
-Homem não chora. (Aprendi a chorar para dentro)
-Fumando? Foi um tapa com tanta força que arrebentou o cigarro e a minha boca. Molhei a calça, me mijei (idade 8/9 anos)
-Para onde você estava indo? (Primeira fuga 9 anos) vou ensinar você a fugir de novo. Apanhamos em dupla, eu e meu amigo de fuga, um vizinho. Eu do meu pai e ele do dele.
-Desta noite você não escapa; o diabo vem te buscar.(eu tinha comprado todo o salario dele em figurinhas de jogador de futebol)
- Por que, que o seo amigo traz dinheiro e mais carne para casa e você só traz um pouco de dinheiro? Está gastando o dinheiro de engraxar com figurinhas? Apanhei sem poder falar, que meu “amigo” comprava carne na conta do amante da mãe dele. Quando descobriram, apanhei por não ter contado.
-Comprei uma paçoquinha para você, toma, coma! (lembrança do presente)
-Você não vai dar em nada na vida. Vai ser igual seu tio,,,,(meu tio morreu de depressão, era doente)
um dia, com doze anos, fiz duas fugas ambas sem sucesso, apanhei pelas duas e mais algumas que supostamente viriam. não parou por ali. fiz a terceira com o auxilio da minha irmã, que praticamente me adotou. Fiquei morando com ela até meus dezoito anos. Depois disso, voltei a morar com meus pais por mais dois anos. Com vinte anos fui embora para São Paulo e nunca mais voltei pra minha cidade de Santa Mariana.
Enquanto o sol não vem!
Lágrimas na chuva disfarçam a dor de lembranças trazidas pelo tempo.
Coloridas por olhos vermelhos esmagados pela timidez, buscam alento.
O sol aparece, mas o alivio...ainda não sei!
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