Outono

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"É outono, não se prenda as folhas mortas, deixe elas caírem."

Somos as gotas de orvalho
Somos as flores do tempo
Somos as folhas do outono
Somos o vale de lágrimas
Somos a doçura do mel
Somos os seres benditos
Somos um rio sem destino
Somos um grito hediondo
Somos a morte das sombras
Somos as lágrimas de alegria
Somos feitos de dor e amor.!

Folhas

Apesar de secas
Ondulam ao ritmo do vento.
A chegada do outono
Indica a passagem da estação.
Acumuladas no chão
Deixam o destino de quem passa
Um tapete infinito
Na cor pálida
Cor do outono
Cor da tua pele.

Lacrimejam-se os olhos, chegou o outono
trazendo a fragilidade do encanto das flores
as folhas caem, desprendendo-se em prantos
é hora de transformação e novos amores!

Chega um momento em que se pode perceber o quanto aproveitamos pouco, seja aquela tarde de outono ou até mesmo aquela hora de almoço de uma segunda-feira qualquer. E é a partir desse momento em que começamos a perceber coisas que antes não conseguíamos enxergar; você percebe as horas com mais atenção, costuma prestar mais atenção na vida e passa a viver mais os momentos. São nesses momentos da vida em que se percebe o quanto ela é curta.

Outono da minha vida

Adentrando ao outono da minha vida,
Um paradoxal inverno quente me anima.
E a primavera, florida, faceira e sorridente
Reflete a esperança de um dezembro caloroso,
Com o verão pulsando caloroso em minhas veias.

Com certeza um natal muito feliz
Entre familiares e amigos.
Um “adeus ano velho” ruidoso
Com prazerosos brindes, fortes abraços,
Estalados beijos e furtivas lágrimas.

Mais um Ano Novo repleto de promessas.
Que aventuras viverei em janeiro?
Viagens, estradas, novas paragens.
Fevereiro de olhares, sorrisos e afagos.
Conquistas merecidas, achados fortuitos,
Quiçá novos amores, explosivas paixões,
Prazeres incontáveis, noitadas inesquecíveis.

Assim a vida se renova, até a hora da partida.
Março trará corações dilacerados,
Almas partidas, bilhetes rasgados,
Pulseiras, anéis e colares jogados.
Roupas rotas, tênis gastos,
Revistas dobradas, livros esquecidos.
Enfim, páginas viradas, vidas passando.

Os passos antes largos, agora lentos,
Os olhos lassos, as nuvens altas,
Prolongados suspiros, ais, sussurros.
O tempo escoando entre dedos e frestas,
As ondas do mar lavando lamentos,
Na areia desenhando imagens funestas...
(J.M. Jardim, setembro/2013)

Folhas verdes, cheias de vidas, sinônimo de clorofila, folhas maduras que se declinam no outono para fazerem ao solo a alimentação necessária ao ciclo de outras vidas. A juventude de tudo é a graça aos olhos dos que só veem o lado externo da vida, mas que não observam o âmago do ego, onde se concentram os maiores venenos e, onde se fere e é ferido, onde mata e morre.

Desfolhos

Do outono no cerrado e seus desfolhos
Minha saudade caia ao chão fragoso
Do meus ásperos e mirrado tristes olhos
Em tal lira de verso aflito e rancoroso

Nos ventos secos e enrugados chiavam
Os gritos da noite numa solitária canção
Onde lembranças aos astros clamavam
Esmolando do silêncio alguma atenção

Só um olhar neste brado de compaixão
Um olhar, um eco, uma mão...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/04/2016, 18'00" – cerrado goiano

Bosque tranquilo

na fresca manhã de outono —

Sacro refúgio

Desejos achados na estação da alma...

Neste final de outono tem árvores
em que as folhas resistem ao tempo,
não se deixando ir...

Tal e qual como as pessoas,
que não se deixam ir abaixo
na primeira dificuldade!

-- josecerejeirafontes

amo a minha terra
quer seja inverno ou verão
trago dela a primavera
e o outono no coração

deixei nela minha figura
da qual não resta nada
só a saudade perdura
no peito sempre acordada

Março, é Outono

É março de dois mil e vinte
É outono no Brasil
O verde se funde ao vermelho castanho
Nuanças gradativas, nada linear
A tarde arde
A brisa do entardecer refresca, causa arrepios

É março de dois mil e vinte
É Outono no Brasil
Meu coração se aquece com as lembranças dos beijos cálidos e do olhar sereno e doce dela

É março de dois mil e vinte
É Outono no Brasil
As flores se desprendem e caem lentamente...
Dançam como bailarinas, suavemente, até encontrar a superfície

É março de dois mil e vinte
É Outono no Brasil
As ruas estão vazias
As famílias se reúnem em torno da mesa
Já não somos os mesmos e
temos medo até de respirar...

É março de dois mil e vinte
É Outono no Brasil
Temos que abdicar dos abraços, dos beijos...
aguardando para demonstrar afeto...
Por hora, sinta a poesia que alimenta a alma

É março de dois mil e vinte
É Outono no Brasil
Apesar da solidão, tudo é intenso, pensamentos caem na alma
Observo a liberdade dos pássaros
E preso a esse papel, escrevo!

É março de dois mil e vinte
É Outono no Brasil
Vamos lá poeta
Soou a trombeta para humanidade
A solidariedade agora é ficar
Observar de longe teu riso nos jardins
Sei que ficaremos bem
Juntos seremos um só novamente

É março de dois mil e vinte
É Outono no Brasil
Não teremos despedidas
Nem agradecimentos pela companhia
Nossa luz permanecerá acesa, tenha fé!
Mais alguns dias e a primavera virá
E tudo voltará a florir...

As folhas de Outono

Um imenso chão
Forrado de folhas
Em seus tons alaranjados
Anunciam ares outonais

É tempo da dança do vento
As folhas feito bailarinas
Convidadas a bailar
Num espetáculo da estação

O sol já nasce tímido
As vezes nostálgicos
Fazem reluzir entre as frestas
Das folhas, agora já caídas, a luz

Tardes mornas me inspiram
E por instantes fecho os olhos
Saboreio o toque fresco da brisa
A acariciar meu rosto

E buscar no íntimo as palavras
Delicadezas da alma
De um profundo sentir
Na sutileza da Poesia

⁠Vida é ciclo.
Cair, levantar, recomeçar...
cair, levantar, recomeçar... verão, outono, inverno, primavera, verão...
É esta a beleza da vida!

Minha vida é baseada nas estações do ano!
primavera, verão, outono e inverno!
.....

A alma também tem suas estações do ano. O calor e luz do sol do verão, a caída do outono, a frieza do inverno e o florescer da primavera. Aquela que mais nos identificamos, é a estação que a alma se encontra.

⁠Me conceda uma dança
Sobre toda ruína
E cante nossa canção
Outono é nossa estação

As vezes não me sinto bem
O dinheiro não ameniza a dor
Nem o vento suave das flor
Não sou digno do seu amor
Essa noite eu me vou

Essa noite eu me vou.

⁠Só um amor que já foi outono-inverno pode se tornar primavera-verão.

Vesti-me de ti nas folhas
Que o outono despia
Cores de tanta beleza
Nos olhares 👒
Que me deixas nua

Outono - Noite fria - Madrugada sombria
Brilha a Lua de Outono, noite quase fria, madrugada sombria, assombros da planetária pandemia, que nos atingiu ao romper do dia, quando o povo ainda amanhecia. Implacável, cruel, tornou-se fiel companhia àqueles que com alguma doença incurável convivia, ao infortunado que com baixa imunidade sobrevivia, na esperança que de alguma forma a cura viria. Insone, eu prometia que resistiria, que escreveria e aos quatro ventos postaria, que amplamente compartilharia meus temores, presa fácil da sutil armadilha, da oceânica quinquilharia, da orbital pancadaria. Uma morte inglória assim, é tudo o que eu não pretenderia... Jamais sonhei que assim quedaria, inerte, sem a esperança de um novo e abençoado dia.
(Juares Sasso Jardim / Sacy Pererê do Grande ABC - Santo André / São Paulo - SP)
(© J. M. Jardim - Direitos reservados - Lei Federal 9610/98)