Outono

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Outono, uma estação da alma que nos convida para uma reflexão profunda à redesenhar nossas verdadeiras intenções de vida.

A alma também tem suas estações do ano. O calor e luz do sol do verão, a caída do outono, a frieza do inverno e o florescer da primavera. Aquela que mais nos identificamos, é a estação que a alma se encontra.

⁠periferia
o vento de outono soprou
e fui colhendo folhas...
em cada uma havia um verso
e todas juntas um poema,
que agora averbo em teus ouvidos
e na margem deste mundo.
o meu poema te rodeia,
espaço branco producente,
de umidade e razão.
garça, alba plumagem
onde escrevo teu nome.

Belas Manoelas descem as ruelas do São Francisco
rumo ao sol tirano do outono
belas folhas renascem nas nascentes secas do velho senhor
meninas sorrateiras, verdadeiras relíquias à margem do arredio
belas Manoelas desfilam ao lado das sombras dos canaviais
certas que chegarão ao planalto
lá no alto da serra
onde o poder encerra a ira dos mandantes
que por instantes se rendem
ao charme das belas
e as levam para serem amantes
dos mordomos jovens, que o poder faz de conta que não vê..

No verão sabemos, no inverno nos aproximamos, no outono descobrimos que é verdadeiro, na primavera, há sim na primavera, já sabemos que é eterno.

CHUVAS DE OUTONO

⁠Sonhei que chovia, acordei chorando. Antes de levantar-me, penso sobre o quanto a vida é injusta, e o quanto somos egoístas ao ponto de priorizarmos nós mesmos e nossos sentimentos. Bom, ao deixar minha cama, volto ao meu cotidiano entediante.

Já não fico mais faminto, é como se eu estivesse cheio, mas de que ? Sendo que não comi nada. Cheio de sentimentos negativos ? Cheio de pensamentos autodestrutivos ? Talvez eu só esteja cheio de você.

Você é saudade, e vem rasgando minha carne. Mas eu me recuso a sofrer de novo, embora a tentação seja grande. Tomara que as águas de abril carreguem a tristeza e a solidão que em mim habitam.

⁠⁠Tarde de março

Tardes de março dão sinais de outono
Eu penso em formas de te descrever
Olhos fechados, preguiça e sono
Mesmo assim, fácil falar de você

Seus olhos grandes sorriem
Sem ao menos os lábios mexer
Mas quando eles se mexem
escancara uma beleza
E ao mundo entrega o prazer

Ah esse humor, e a leveza que tantas vezes me embalou
Ah essa alegria misturada com grandeza que sempre me alegrou

Essa é você
A todos os olhos digna de admiração
Palavras doces, frases certas como uma linda canção

⁠O outono chegou
o piano começará a tocar
a música te fara sentir
a música te fará chorar
o dedilhado sobre o piano te partira, mas sempre haverá o recomeçar
as flores, os jardins.
Tu iras amar novamente
o seu jardim ira florir novamente
a primavera chegara, mas chore, sinta, que logo
virá o seu Desabrochar
minha flor do Luar.

⁠Na primavera me fiz flor
No inverno me fiz cobertor
No verão me fiz alegria
No outono me fiz folha nova
Nas quatro estações te fiz amor!
Tudo por causa de você!
☆Haredita Angel

Se por enquanto estou no céu outono inverno, pouco importa. Meu coração está sempre aberto à luz que pode chegar... por isso nunca deixo a esperança, por mais grilos que saltem aos olhos.
Estou à espera do amor para ser estação definitiva dos meus passos. Muitos torcem para que minh´alma jamais receba esse dom... Para que a felicidade não seja definitiva nos domínios do que há de mais profundo e reservado em mim.
Serei feliz assim mesmo... Contra todas as previsões. Receberei essa graça numa hora inesperada. Quem olhar nos meus olhos verá flores... Os que duvidam de minha primavera... verão.

Mais um outono

Mais um outono aos amuos do vento
Desarraigando as folhas num valsar
De alento, saudade ou desalento
Que vão pelo umedecido e cinzento ar

Em pares, grupos ou solitárias
Vão se acomodando pelo chão
Em lentas e calmas romarias
Com doridas vozes em oração

Nos galhos os abraços dos ninhos
Acariciados pelos redemoinhos
Ali ficam poeirados e agarradinhos

As folhas são barcos nas corredeiras
Nos charcos descansam nas beiras
O outono costurando suas algibeiras

Luciano Spagnol

ALVORADA NO CERRADO (outono)

O vento árido contorna o cerrado
Entre tortos galhos e a seca folha
Cascalhado, assim, o chão assolha
No horizonte o sol nasce alvorado

Corado o céu põe a treva na encolha
Os buritis se retorcem de lado a lado
Qual aceno no talo por eles ofertado
Em reverência a estação da desfolha

Canta o João de barro no seu telhado
É o amanhecer pelo sertão anunciado
Em um bordão de gratidão ao outono

A noite desmaia no dia despertado
Acorda a vida do leito consagrado
É a alvorada do cerrado no seu trono

Luciano Spagnol
Agosto/ 2016
Cerrado goiano

Desfolhos

Do outono no cerrado e seus desfolhos
Minha saudade caia ao chão fragoso
Do meus ásperos e mirrado tristes olhos
Em tal lira de verso aflito e rancoroso

Nos ventos secos e enrugados chiavam
Os gritos da noite numa solitária canção
Onde lembranças aos astros clamavam
Esmolando do silêncio alguma atenção

Só um olhar neste brado de compaixão
Um olhar, um eco, uma mão...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/04/2016, 18'00" – cerrado goiano

Lá ao fundo, estava a casa com a porta da entrada coberta de folhas...caidas, deixadas, pelo outono....

..

Inserida por ssolsevilha

haikai

cores de outono
rodados e babados
bailam amores

Inserida por LuciahLopez

Outono

Trazia naquele rosto
despido de si mesmo,
gestos feitos no escuro
por mãos que falam,e

Frases que sentem o que
os lábios nao podem dizer,
se mostrou tão meigo,
tão puro,feito ele so,

Nem mesmo os ypês amarelos
estiveram mais lindos que
aqueles olhos azuis
que por ali passavam.

Vivo e forte,
tinha brilho,
Mais desfez-se,e
como folha seca, pelo vento levado,

Mais a estrada barrida,
clara e alumiada da ritmo
a passadas firmes na estrada da vida
que nao desiste de amar.

Inserida por MAGNUJHON

O sol da minha vida é como a tempestade no verão, no outono cai a felicidade e no inverno volta a brilhar meu coração.

Inserida por EduardoBlas

"OUTONO DE LETRAS"


Línguas de outono, arvores despidas folhas no chão
Escrevo palavras em forma de letras
Com o desejo do vento, que quer as folhas no chão
Gravo as palavras nas rotas dum livro, que quero navegar
Dito as cartas de uma cartografia doce da minha alma
Letras engarrafadas de teu amado corpo
Mar de gestos subtis nas ondas de ti em mim
Desejo-te como as raízes secas a pedir chuva no verão
Outono eterno, corpo desmaiado na memória das águas do passado
Eternos namorados nos vendavais das palavras que se cruzam
Nos teus dias e nos meus, onde não existe cegueira
Apenas sussurros, gemidos de desejos
Palavras sobre a língua do vinho fermentado
Suspiros recolhidos com o teu sorriso..
Rosmaninho doce do teu beijo, licores feitos com o nosso amor
Que bebo e de ti resguardo ainda as promessas por abrir..
Outono de línguas em forma de letras escritas no nosso pensamento
Letras engarrafadas que o vento deseja todas as folhas das árvores no chão!

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"CONTO DE OUTONO"

A chuva caia com imensa intensidade
A noite estava escura cheia de neblina
Como se não houvesse lua no céu
Ela estava perdida à procura do seu amado
Mas o seu amado não estava em lugar nenhum
O amor e a dor consumiam o seu coração
E uma parte dela morria
O seu amado havia levado essa parte com ele.
Ela não conseguia explicar a dor no seu peito
Chorava de saudade sangrando por dentro.
Pergunta ela porque o conheci?
Era uma simples noite de outono, numa simples festa
Num simples momento, um simples beijo
Coisas simples que foram o bastante para abrir um buraco
De esperança no seu coração para faze-la sofrer de amor
Ela fecha os olhos e pensa no seu amado
No dia em que se conheceram
Do primeiro abraço, do seu único beijo
Olhares profundos dentro dos olhos um do outro.
Uma lágrima desce vagarosamente pelo seu rosto
A dor que de repente a consome, simplesmente desaparece
Olhou para o passado para sentir o que viveu
Não no sentido de quem me dera voltar para trás
Mas apenas para perceber se valeu a pena amar tanto o seu amado!

Inserida por IsabelMoraisRibeiro

"LIVRO FOLHEADO"


Outono quente de livro na mão
Caminho descalça pela areia fria da praia
Oiço o mar a desfalecer
Chorava o mar de amor nas vagas que batiam nas rochas
Naufrago das palavras entre os livros lidos
Livros folheados asfixiados de felicidade
Páginas rasgadas que tu talvez nunca conseguirás ler
Tatuagem esboçada inundada de harmonia
Letras desdobradas, incompreendidas mal amadas
Outono quente onde escondo a minha alma na gaveta da cômoda
E os meus olhos entre os livros no cesto do nosso quarto .!

Inserida por IsabelMoraisRibeiro