Os Velhos Carlos Drummond de Andrade
Acreditar sem questionar é abrir mão da razão. E a razão, quando livre da manipulação dogmática, tende a buscar a verdade — por mais incômoda que ela seja.
Concluindo: a inteligência não está em crer ou não crer, mas em saber por que se crê ou se deixa de crer. Pensar é sempre um ato de coragem.
Só acredita na Bíblia quem, antes de tudo, busca pertencer a um rebanho e foi conduzido sem questionar se o que lhe disseram eram mentiras ou verdades. Isso ocorre porque não possui – ou não desenvolveu – lógica, razão, senso crítico e discernimento. Essas são faculdades mentais imprescindíveis para demonstrar inteligência ou, ao menos, a capacidade de pensar de forma independente.
A mentira tem pernas curtas, só que ao vermos em maioria os que a sustentam por serem mentirosos, é como se eles fossem as suas próteses, e as mídias sociais como a internet fazem com que ela tenha as suas alongadas também.
A mentira, conhecida por “ter pernas curtas”, geralmente não vai longe por si só. No entanto, quando encontra suporte entre os ingênuos, os mal-intencionados ou os fanáticos, ela ganha pernas novas — "próteses" que a fazem andar além do que deveria. Isso mostra que a mentira não resiste pela sua natureza, mas pela cumplicidade de quem insiste em carregá-la adiante.
A mentira não resiste pela sua natureza, porque o mal por si só se destrói,mas pela cumplicidade dos maus quem insistem em carregá-la adiante.
"Melhor conhecer um ou dois livros de um único autor que de fato existiu, do que um compêndio com 66 ou 73 livros escritos por cerca de 40 personagens míticos e fantasmas inventados, recheados de mentiras, contradições e adulterações."
— Marcelo Carlos Rodrigues
Feridas do Amor
Advertiram-me — o amor é lâmina e labirinto,
é clarão que cega e ternura que destrói.
Mas em ti, lancei-me, nu de razão,
embriagado pela ilusão do eterno.
Teu toque foi chama que encantou a carne,
mas teu silêncio — punhal de ausência.
Nos interstícios da memória ainda ecoa
a promessa não dita, o adeus sem palavra.
Amar-te foi cravar rosas no peito,
foi dançar sobre espinhos com os pés da alma.
E mesmo entre ruínas e cinzas frias,
o meu querer insiste — como febre, como fado.
Porque o amor, esse deus sem piedade,
faz de nós servos e mártires,
e transforma cada lágrima caída
em verso sagrado da dor vivida.
"Sussurros do Savana"
No silêncio da noite,
Onde as estrelas sussurram,
A savana desperta,
Com segredos que murmura.
As árvores dançam,
Ao ritmo do vento,
Folhas que sussurram,
Histórias que não conto.
No horizonte infinito,
O sol se esconde,
Deixando rastros,
De sonhos que se sonham.
"Memórias do Rio"
No rio que flui,
Onde as águas dançam,
Memórias que ficam,
Histórias que se contam.
As margens sorriem,
Ao sol que se reflete,
No espelho da água,
Sonhos que se projetam.
No silêncio da noite,
As estrelas se refletem,
No rio que murmura,
Segredos que se guardam.
Ao ver o não que sai da dor
O som da voz já vai no sim
No tom do céu não vi mais luz
Do que no sol que há em mim...
a estrada que te chama,
o raio de Sol na janela fechada,
a espera que não termina,
a gota invisível e insistente
que cai a todo instante,
o gosto que se desconhece,
o próximo distante,
a imagem clara que se tem mas não se vê,
o fogo ardente sem chama,
o infinito que cabe na sua frente,
sou tudo que você está sentindo
disfarçado de seu pensamento
@machado_ac
