O Velho Poema
Se nos casássemos, segundo os preceitos de Demostoroi, como queria o velho senhor do comboio, os edredons e o enxoval do leito eram pormenores que faziam parte do sacramento. Mas para nós, em que dez pessoas que contraem casamento só uma crê no sacramento, ou pelo menos pensa que é um dever; quando em cem homens há apenas um, que não tenha faltado à castidade e que não esteja na disposição de atraiçoar a mulher legítima; para nós em que a maior parte considera o ir à igreja uma mera formalidade para ter a posse de uma mulher, em particular, que significação podem ter os preparativos pré-nupciais?
É uma espécie de mercado. Vende-se uma filha a um devasso mas a venda faz-se sob as mais puras e poéticas aparências.
(Sonata a Kreutzer)
Uma vez, um velho amigo meu me disse, ingenuamente:
''Quando chego perto desta linda menina, minhas mãos tremem. Você poderia me dizer o que isso significa? Não compreendo.''
E eu respondi, subitamente: ''É amor, meu amigo. Isso se chama amor.''
Ele apenas sorriu e foi abraçá-la.
Ser jovem é uma coisa, ser velho é outra coisa
A juventude é um estado de espírito, a velhice é um estado físico
Astral
Sou um pedaço. Um traço. Um nada
Um vazio, rascunhando em um papel sujo e velho
Sou dor, ferida. Gripe mal curada.
Sou desfalecimento de corpos
Sou cegueira. Mas, visão na escuridão
Sou o tato, olfato e saliva.
Fui em vida um cantor. Um orador
Gritei pra você. Que horror!!
Hoje sou a mortandade, desvontade, quase descontente.
Hoje sou desafeto, saudade
Sou negatividade emanando da aura
Hoje sou sozinho. Esquecido de mim.
Quem sabe eu ainda sou criança
Ou um velho eu não sei
Quem sabe eu já entrei na dança
Quem sabe eu não dancei
Quem sabe eu não saiba nada
Ou saiba tudo que eu não sei
Quem sabe a hora está errada
Ou há horas já errei
Talvez eu deixe você escolher
Quem saiba eu ainda perca por aqui
Às vezes quero tudo que sonhei
Às vezes o que eu quero é desistir
Pedaços de papel rasgado
Em cima da mesa de um bar
Não fume, não beba, não viva,
Não pense em sonhar
Pedaços de um coração partido
Em frente a varias cartas de amor
Não chore, não ligue, não volte,
Não ouse me amar
Milhas e milhas eu fui percorrer
Por milhas eu não soube aonde ir
Às vezes não espero me encontrar
Talvez um dia eu te encontre por aí
Talvez eu deixe você escolher
Quem saiba eu me perca por aqui
Às vezes quero tudo que sonhei
Às vezes o que eu quero é desistir
Milhas e milhas eu fui percorrer
Por milhas eu não soube aonde ir
Às vezes não espero me encontrar
Talvez um dia eu te encontre por aí
Ah! eu sinto muito blues
VELHO GOIÁS
Olha os ipês no cerrado, mais belos
Do que as da estação da chuvarada
Tão antigos, tanto mais belos, nada
mais magnificante... e tão singelos!
Os brancos, os rosas e os amarelos
Nos galhos, a cantiga da passarada
E o frágil das flores no chão arriada
É o velho Goiás nos seus paralelos
Toca o berrante, boiadeiro e boiada
Carro de boi, os seus causos e viola
Assim, assim vão todos pela estrada
No suor da terra a mão do capataz
Cidade grande e também a aldeola
É o espírito do chão do velho Goiás...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Luto,
Faço de mim vestimentas de silêncio,
Enterro meu velho eu,
Poupo à mim e a ti,
Não queria estar aqui,
Sobrevivo,
As margens de um eu falido,
Cigarro aceso,
Queimando a brasa,
Fazendo fumaça,
Câncer.
O mundo muda de acordo com a morte.
É quando morre o velho para nascer o novo;
com a perspectiva de novas ideias.
O conhecimento é o meu mais velho aliado, companheiro de todas as batalhas,
Minha armadura impenetrável, que permitiu-me ficar sempre de peito aberto e não temer o perigo que se opõem a mim.
Meu escudo inquebrável, que resistiu e não cedeu a rachar nem mesmo nas maiores e perigosas tempestades.
Minha espada forjada a sangue, suor e lágrimas, mesmo que muito desembainhada, não perdeu seu corte e nem seu brilho.
Minhas botas leves que sempre orientou-me a não se perder no caminho e também a não pisar em falso, evitando a minha queda.
Meu capacete, protegendo-me a cabeça incessantemente de flechas venenosas, safando-me de envenenar meus pensamentos, guardando a minha razão.
Homem "velho'
Um homem "velho" não o é visto como
um homem ,posto ao descredito por
acreditarem que não mais o seja um
beligerante ,nem se dão conta de que toda sua paz e calmaria não trata-se de
declínio corpóreo ,mas trata-se de
ascensão intelectual a um novo modo
de ver o mundo ,sem os músculos ,
sem o mal ;ele tenha conhecimento e sabedoria acumulados capaz de torna-lo
tão beligerante à transformar tudo em pó,
mas não o faz ,por ser agora conhecido
como um bom "velhinho" .
POTENCIAL DA CRIAÇÃO
Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele. —Provérbios 22:6
Louis Armstrong era bem conhecido por seu rosto sorridente, voz rouca, lenço branco e extraordinária habilidade no trompete. Sua infância, porém, foi cercada de privação e dor. Foi abandonado por seu pai quando era criança e enviado para um reformatório quando tinha apenas 12 anos. De maneira surpreendente, isto veio a ser um acontecimento positivo.
O professor de música Peter Davis visitava regularmente a escola e proporcionava instrução musical aos meninos. Louis logo se destacou na corneta e tornou-se o líder da banda dos garotos. Sua trajetória de vida parecia ter sido reajustada para ele se tornar um trompetista de fama internacional.
A história de Louis Armstrong pode servir de exemplo para pais cristãos. O provérbio: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Provérbios 22:6) pode ser aplicado além dos aspectos morais e espirituais das vidas de nossos filhos. Devemos também compreender que a habilidade natural de uma criança, frequentemente determinará a sua área de interesse. No caso de Louis, um pouco de treino musical resultou em um excelente trompetista.
Quando, com amor, proporcionamos as instruções divinas da Bíblia aos nossos filhos, devemos encorajá-los em seus interesses e dons para que possam se tornar tudo o que Deus planejou que fossem.
Salve uma criança, salve uma vida. Dennis Fisher
Já fui feliz
hj minha espera acabou
O meu corpo cansado e eu mais velho meu sorriso sem graça chorrou
LAMPEJOS!
De repente o igual fica velho e decadente,
Quando chega o novo e diferente.
De repente o novo diferente, que era diferente,
Torna velho e decadente.
Tal é a mutação do tempo,
Dos caminhos e contratempos.
Vem a indagação da razão da vida,
Que de tão atrevida, teima em ser vivida.
O novo é belo porque é diferente.
O diferente é belo porque é novo.
Mas de repente o velho que era decadente,
Retorna novo e diferente.
Tal as mutações dos desejos,
De sonhos e ensejos.
São amores de sobejos,
Vividos em lampejos.
O ego que pede passagem,
Vislumbrando a imagem.
É o mesmo da aterrizagem,
Da fina arte da miragem.
Élcio José Martins
Um velho homem
O maior impedimento ao futuro é o medo. Ele não é um bom aluno, não usa suas cicatrizes para te ensinar e te estimular; ele te condiciona a pensar de forma submissa, a pegar a lâmina e a fazer novas cicatrizes. Ele te obriga a se alimentar do seu passado, sem te apresentar o gosto do seu futuro. Mesmo que a linha seja contínua. Mesmo que você possa mudar, você não o faz.
Imagine um jardim, sem absolutamente nada plantado. Um dia, aos seus 65 anos, você levanta pela manhã, e mesmo tendo se entristecido todas as manhãs, quando abria a janela, e via o mórbido jardim, naquela manhã, você decide plantar uma semente de roseira no jardim. Todos os dias em diante daquele, você abria a janela, e via brotar a roseira, que a cada dia estava maior.Até o dia em que deu flores
E você pode acordar com o som dos passarinhos que pousam à sombra da roseira. Você poderia ter escolhido acordar pelo resto da vida e abrir a janela para o jardim seco. Mas um dia resolveu semear nele, e vislumbrar todas as manhãs a infindável fonte de oportunidades que a terra poderia deixar florescer.
Assim somos nós. O nosso passado diz quem somos hoje, mas nosso presente diz quem podemos ser amanhã.
Não tenha medo, por mais que você se considere feliz, você ainda pode contemplar ser ainda mais feliz.
Aniversário não é tempo de se achar mais velho.
Idade a gente não conta em anos e sim em experiências vividas.
Idade não se conta em tempo, mas em amizades criadas e com sorte, mantidas.
Idade faz da gente mais gente e da vida, mais vida !
Um discípulo perguntou a um velho sábio sobre quem vinha primeiro, se era a energia ou a força. E com a serenidade costumeira a resposta do ancião pareceu cheia de complexidade para um entendimento superficial sem os mecanismos da reflexão profunda:
"Sem energia perdemos a força - respondeu-lhe o velho homem -, no entanto, você pode estar pensando que é a força que produz energia. Mas veja bem que não há força sem energia. Neste caso, precisamos descobrir o que é causa e o que é efeito. Não nos parece aquela mesma história de quem veio primeiro se foi o ovo ou a galinha? Então, onde estaria a energia neste caso? Porque a energia que a força produz é secundária, e a força que a energia produz é a força primeira ainda misteriosa como a própria luz. Observe que a luz também é efeito, pois a causa é a energia.", completou o mestre.
E o discípulo ouvindo tudo aquilo, não teve força para replicar, porque estava psicologicamente esgotado, sem energia para raciocinar.
Hoje acordei mais velho
E qual o dia que não se acorda mais velho?
Sou grato pela vida que tive,que tenho e que ainda vou ter
Sou grato pela minha família,base da minha dignidade
Sou grato pelos amigos que tive,que tenho e que ainda vou ter
Nem todas as primaveras que vivi tiveram flores
Mas sigo plantando flores em todas as primaveras
Quando ficar velho, e olhar o que passou
A noite vem a culpa por tudo o que aceitou
Vai sentir o peso por não ter nada mudado
Vai se envergonhar por não ter nunca lutado
Não somos
mais do que um velho lampião de lembranças na esquina de uma rua onde já
não passa quase mais ninguém.
