O Poeta e o Passarinho
Se você trabalhar o pensamento você viaja... Vai longe!... Mas a vida é realidade e para alcançar o seu ideal de felicidade... Ah meu amigo! Coloque em prática o que está em seu pensamento
INDIGENTE POESIA
Quando o vazio se ocupa do nosso peito
E a solidão nos consome e nos invade
O pranto não tem um qualquer direito
De em seu nome nos dar uma saudade
Ingratidão, suplício da dor sem respeito
Que dorido dentro d’alma sem caridade
Adentra o sentimento de um tal jeito
Que não acalma e nós deixa na metade
Estes silêncios são dívidas da sofrência
Que na carência não tem uma alegria
E no desamor o sonho é só impotência
Então, quando o não o falto anuncia
E no sim o amor perdeu a cadência
Lágrimas causam indigente poesia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/10/2020, 06’53” – Triângulo Mineiro
CARREAR
O silêncio, origem de um final
Conhece o caminho do suposto
Lágrimas correndo com tal gosto
Em uma sensação de dor visceral
Que lacera a alma tão brutal
Na fúria de qualquer desgosto
Como sombras dum sol posto
E uma avalanche descomunal
Do desejo, ali sentidos e cego
E nesta escuridão submerso
A emoção é arrancada do ego
Que maltrata, e deixa disperso
Na ilusão, e então as carrego
No olhar, no peito e no verso!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/10/2020, 10’33” – Triângulo Mineiro
A vida agita o preguiçoso, e ele diz: Que osso! Como vou resolver esse angu de caroço! Sua vida é a vida que vai de mal a pior, regride porque ele se agride com sua falta de atitude.
À SOMBRA DUM SONETO
Penso no amor e fico, com receio
De ser uma lembrança rejeitada
Dessas que ao sentimento veio
E que na estória foi descartada
E nesta poética largado. Creio
Ser emoção na poesia pousada
E no haver o sentimento alheio
Passa, nas pegadas de ser nada
Choro, desejo, também há medo
De o meu versar tornar obsoleto
Ou me perceber vazio e quedo
Porém, não tenho algum amuleto
Confesso que nem algum segredo
Só espero, à sombra dum soneto!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020, 05’46” – Triângulo Mineiro
SONETO LÉS A LÉS
Ainda que não seja, assim, poético
Que falte o olhar, o afago, a beleza
És tu, poetar, ao meu olhar estético
Bem, sem importar com a grandeza
Não temo se me acharem cético
Cada verso tem a minha certeza
Das rimas e do cântico profético
Do amor, a mais pura candideza
Outras vezes soneteio sem preito
Ah, tão em vão, tão sem emoção
Tão fantasiosos e, tão imperfeito
Mas, certo é que na sensação
Tudo se torna o versar estreito
Quando se é ausente de paixão
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/10/2020 – Triângulo Mineiro
AMOR AFIM
É em vão fugir da ilusão primeira
Se esconder na curva da estrada
A recusa que passa, passa inteira
Deixando a alma afastar imolada
É dia pós dia, mas que canseira!
Besteira complicar a madrugada
Escoando o sono tal uma goteira
Eis que surge a sensação esperada
É em vão desejar o tudo realizado
Sozinho, pois somos olhar risonho
Em par, pra aí, despertar a paixão...
Então, no ato de estar interessado
Ame afim, assim, o afeto inconho
No haver amor amado é partilhado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2020, outubro, 27 – Triângulo Mineiro
Tirou do seu coração o desejo de rever a decepção que vivia escondida naquele ser que enganava trazendo flores.
ALMA NUA
Ainda que silencioso, a trilhar, eu sigo
Despido de uma sensação que conforta
Tenho emoção, essa sorte que bendigo
Mesmo sabendo que a carência corta
A doce ilusão, como é bom e importa
Tudo é confiança, e nada eu maldigo
Bem sei que no tender se tem porta
E na simplicidade do querer o abrigo
Então, desconfortado, assim vou, eu
Tal qual um poeta sem devoção sua
A procurar o amor que já se perdeu
E nesta de ser feliz na infelicidade
Me vejo no espelho de alma nua
Matutando o mantra da saudade!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28/10/2020, 05’34” – Triângulo Mineiro
Pranto e sorriso (fado)
No pranto da alma um sorriso
De ilusão. Pesar não, encanto
Pois, haver a crença é preciso
Toda a doçura do amor, tanto!
Se bem, a risada é um paraíso
Cheio de cor, de cheiro e canto
Entanto, na dor chorar é inciso
Aliviando o coração, conquanto,
Nem sempre, a regra é a hora
Portanto, tenha o querer afora
Da renúncia, te soltes da tolice
Tem muito mais, creia, confie
E, com a satisfação... contagie!
Pois, o tempo traz já a velhice!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 12’12” – Araguari, MG
CONSTRUÇÃO
Dentre tudo eleito, põe-se o devaneio:
Ilusão por ilusão, embora tão recatada
No sentimento só sensação é traçada
Criando uma etérea emoção sem freio
Dentre tudo eleito, põe-se o anseio:
Forte, sussurrante, a ventura alada
Da alma, querendo ser apaixonada
Opondo a pluralidade, forte gorjeio!
E a poética é um versejar ondeado
Variado, tão cheio de rima por rima
Loucura, mas que traz a pura razão
Sobranceiro ao acaso, o amor estima
Lima, fazendo do coração enamorado
Numa terna e embaraçosa construção.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
20 janeiro, 2024, 18’28” – Araguari, MG
Soneto de janeiro
Então, janeiro, primeiro do ano
E, assim, caminha dia pós dia
A sorte na sua inquieta valeria
Agridoce magia, de fatal plano
O destino palpita tão soprano
Num canto de tristura, alegria
E, seguindo, cheio de fantasia
Faz-se vida, e o tempo decano
Indo, que se vai, caminhando
Fatos, estórias, n’alma flamas
Com um horizonte passageiro
Sentido, então, vai passando
Fugaz, vigente, em chamas
Alvorecendo mais um janeiro...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
21 janeiro, 2024, 14’12” – Araguari, MG
Não tenha pressa...
Estude...
E na prova do amor seja aprovado!
E a vitória não é o casamento,
Mas sim permanecer casado!
A NOITE DO CERRADO
Já bem sombria, oculta, a noite no cerrado
cerra o dia, o céu numa escureza pulsando
numa poética a noite as estrelas vai fiando
e a lua no horizonte num aparar alumiado
Anoitece o sertão em um tom cadenciado
que, a toada do pôr do sol vai ressonando
ouvindo o curiango a cantar, abençoando
a cada recanto do sem fim tão enturvado
O dia sepultado, no cerrado, a noite gesta
á sombra do cosmo, em uma diurna festa
inteiramente, diversa, e cheia de segredo
É cair da noite, é encantamento, o ir além
calmamente a esperar pelo raiar que vem
ninando os sonhos para um novo enredo.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/11/2024, 21’12” – Araguari, MG
OFERECIMENTO (soneto)
Eu finco em teu louvor este verso por inteiro
Para que tenhas sempre as altas venerações
Entalhei na rima o teu cheiro e, as emoções
Também, teu nome, gracioso e tão fagueiro
Cada estrofe, suspiro e um versejar cavaleiro
Carregado de sonoros versos com entoações
Tantas, cheias de encantos, tons e sensações
De amor, dando a paixão inevitável cativeiro
E nessa cantilena de sentimento, entoando
Oferecimento, dou-te o apreço, carregado
Onde a ternura a minh’alma vai poetizando
Tu és o sentido, quando se acha afortunado
E numa poética estes versetos vão narrando
A sensível sede de um coração apaixonado.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/11/2024, 21’12” – Araguari, MG
CIRCUNSTÂNCIA
Nas horas de saudade ou daquele vazio
a poesia a poetizar, bem junto da ilusão
às vezes continua, abstrata, a sensação
suspirando e, o sentimento com arrepio
O tempo vai, vai o tempo, anoitece o dia
reflito, penso e, ao fim, a falante solidão
colocando a confiança numa escuridão
e a cursar excessiva nesta dolorosa via
O silêncio toma conta de todo o sentido
recaio num torpor, o olhar mais perdido
e o tormento adentra aflitivo no coração
Sopra a esperança, a emoção traz fulgor
dentro deste vão, há inspiração e amor
uma é arte o outro a mais pura emoção.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/11/2024, 17’36” – Araguari, MG
CÉU, VENTO E CHUVA
Céu, vento e chuva, horizonte submerso
Em nuvens, e o cerrado todo verdejante
Enxurrada, e aquele pingar borbulhante
Na estrada, atiçando sentimento diverso
Alma retirada, um devaneio tão disperso
Chão molhado, cheiro de erva rastejante
Na poça d’água um espelhar coruscante
Sensação, precipitação, ó aquoso verso
Chove no cerrado, no cerrado a chover
Cada fauna no seu canto a se esconder
Canta a seriema num cântico sem fim...
Suplicante. Céu, vento e chuva, lá fora
Cai, em uma cadente poética trovadora
Tornando o sertão num sedoso jardim.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/11/2024, 10’48” – Araguari, MG
TER-TE EM VERSO
Ter-te em verso, em rima afeiçoada
em variado sentimento maravilhoso
cheiro, sussurro, um olhar malicioso
possuir, a ventura, alma enamorada
O amor, este, sem demandas, nada
que traga divisão, e sim um gostoso
beijo, e o fartar em abraço avultoso
deixando a poética toda encantada
Este versejar que busco do coração
na inspiração com suave sensação
com a paixão, a contê-la no acerto
A manter-se tão sentimental, forte
a emoção que traz ao peito aperto
a esperar avidamente pelo aporte.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/11/2024, 14’18” – Araguari, MG
BOA SORTE
Não infama ao ler esse soneto de ternura
é um cântico, sim, cântico de um amador
nele há mais do que só emoção, há jura:
pulsa um coração com o mais puro ardor
É o versar cheio duma ritmada partitura
em tons sensíveis e, apaixonado louvor
do criador pra criatura, em uma mistura
de olhar, toque, sensação, graça e pudor
Com o qual partilha toda emotiva certeza
e nas rimas o desejo com a dócil presteza
criando está narrativa de um enamorado
Ó paixão! Este verso traz d’alma o aporte
declamando na tua poesia o terno amor
da ventura de quem tê-lo terá boa sorte.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/11/2024, 14’07” – Araguari, MG
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