O Poeta e a poesia

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⁠" INJUSTAMENTE "

É vasto esse universo… A imensidão…
Nem sei se vim parar aqui, do nada,
pois sinto-me perdido nessa estrada
sem rumo, sem destino ou direção!

Pergunto-me se tenho, na parada,
alguma culpa e, até, condenação
por me incluir na imensa multidão
dos que, cá, nada sabem da jornada.

Sou réu ou vítima deste sistema
sem solução nenhuma pro problema
que foi me posto ao colo abruptamente?

É vasta a imensidão, esse universo
tão rico, tão confuso, controverso…
Aqui fui posto ao caos injustamente!

⁠" QUER? "

Que prenda linda: moça, dentes brancos,
sorriso aberto, intencional, sincero…
Fico a pensar e (dentro, em mim) espero
que os pensamentos dela sejam francos…

Pois, afinal, sem farsa ou lero-lero,
sorriu pra mim cercando-me nos flancos…
Aceito o risco, aos trancos e barrancos
acreditando que o amor é vero?

Sou homem das paixões, um poeta nato,
por vezes sonhador nesse aparato
de ver, onde não tem, vasto querer…

É moça linda, prenda das mais belas…
Aceito ou me reservo nas cautelas?
Difícil crer que quer, ela, me ter!!!

⁠" ACABOU "

Foi lá nos tempos postos na elegância
que fez-se forte a mágica do amor
e colocou o mundo ao seu dispor
ao exalar sutil a sua fragrância!

Mudou tudo o que havia a se compor
em nova e inexorável substância
e o cosmo lhe acolheu sem relutância
qual se o feitiço desse-lhe vigor.

Tudo era romantismo, efervescência,
paixão voraz coberta de inocência
num sonho de perfeita sociedade…

A mágica acabou! Perdeu o efeito
e tudo se esvaiu qual se desfeito
o amor um dia exposto à sua vontade!

⁠" APÓS "

Estamos nós, aqui, só de passagem?
Seria, a vida, curta e passageira
que simplesmente corre a mil, ligeira,
pra se findar, após, a sua mensagem?

Teria algum sentido esta besteira
de que se acabará toda a viagem
e nós nos findaremos nesta aragem
sem ter levado nada ao fim da feira?

Seríamos tão breves pensamentos
que um dia passariam, como os ventos,
sem que algo mais nos fosse destinado?

Olhai pra cruz! Nos parecia o fim…
Mas algo mais havia após, enfim,
e o Filho ao Pai voltou, ressuscitado!

⁠" LENTAMENTE "

Não quero mais ouvir meu pensamento
e as vozes dentro em mim em agonia
pedindo que eu me entregue à essa folia
de ter uma paixão por sentimento!

Amei intensamente, noite e dia,
e se tornou, o amor, o meu tormento!
Não vou tornar ao erro, enfim! Lamento!
Sofrer, minh'alma, assim, não merecia.

Preciso que se cale a consciência
que pede-me outro amor, com insistência
e as vozes que atormentam minha mente…

Meu ser está doente, machucado,
e se a paixão insiste estar-me ao lado
eu morro pouco a pouco, lentamente!

⁠" ENREDO "

Contaram minha história: dor, paixão,
acertos, desacertos, a alegria
expressa num sorriso, todo dia,
os ganhos, minhas perdas de montão!

Disseram que a lembrança me feria,
que as coisas do passado meu, então,
marcaram por demais meu coração
se não, penar igual, não sofreria.

Que a morte dos amores meus partidos
levaram, sim, também, os meus sentidos
e nunca mais fui terno como outrora…

Mas, quem ousou viver meus passos dados
e ter, ao fim, melhores resultados?
Só eu conheço o enredo que, em mim, mora!

⁠" PERGUNTADO "

Que nos dirá o amor, se perguntado,
aos ver-nos frente-a-frente, qualquer dia,
depois de nossa intensa rebeldia
pra com tudo o que tem nos ofertado?!

Será que nos verá com alegria
pesando, prós e contra, o resultado
ou nos dará por chão predestinado
sentença contra nós por heresia?

Pois que, pensando bem, culpa não tem
se não encontra o amparo de ninguém
já que o proclamam causa de sofrer…

Se perguntado, o que dirá o amor
ciente que só ele é o redentor
da cruz que decidimos nós viver?!

⁠" EMBUSTE "

Eis que ela fez a aposta; deu em nada!...
Jogou todas as fichas sobre a mesa
contando, displicente, co’a certeza
de, enfim, ganhar o jogo de virada.

O amor tem regras próprias, sem defesa!
Não deixa o uso de carta marcada
nem que se quebre a banca, se a jogada
negar o uso de total clareza.

Bancou seu jogo de fera matreira
e não notou o avanço da rasteira
que a levaria a, ali, quebrar a cara…

Nas mãos, as suas cartas deste embuste
mostraram-se, do amor, fora de ajuste
por vícios, por luxúria, farsa e tara!

⁠" CONFLITO "

Fico a pensar: pra quê? Qual o sentido?
Quem dita as regras desta sociedade
escravizante, inapta, na grade
de uma prisão sem fim? Caso perdido!

As normas dadas não têm de piedade
a pesa esse sistema, em si, falido
imposto num tormento desmedido
que rouba o senso, a paz, a liberdade.

Se faça assim, ou desse jeito assado,
do mesmo modo que foi no passado
e ai de quem não faça como dito…

Pra quê? Por quê? Que diferença faz
se, ao fim, de resultado nada traz
além de um coração sempre em conflito?!

⁠" ENCERRA "

Eu sou de São João da Boa Vista,
estado de São Paulo. Enfim, Brasil!
Sou filho dessa terra-mãe gentil!
Um poeta, um sonhador, quase um artista…

Banhada pelo sol num céu de anil
São João se curva à Serra da Paulista,
aos pés da Mantiqueira que, ao turista,
retrata sua beleza em bom perfil.

É terra de paixão, mulher bonita,
estrada do minério e da bauxita
que vem de Minas bordeando a serra…

Aqui me fiz, cresci, ganhei a vida,
amei com toda a força me estendida
e hei de morrer o verso que me encerra!

⁠" REVELE "

Ah, se soubesses ler o pensamento
ou desvendar o oculto ali guardado
terias, ante os olhos, revelado
deslizes tolos do meu sentimento.

Exposto, sem arranjos, desnudado,
quer mesmo no relance de um momento
o afeto, causa e cruz do meu tormento,
te mostraria o que tenho pensado.

Desejo? Só vontade? Sedução?
Lascívia que me brota ao coração
ou simplesmente amor à flor da pele?...

Não sabes ler o pensamento em mim,
porém, num dia desse, digo, enfim,
que pode ser que eu mesmo o te revele!

⁠" EXISTE "

O quanto, num olhar, existe expresso?
Palavras diz num movimento mudo
e, sem nada dizer, nos conta tudo
passando sua mensagem com sucesso!

A forma como diz e aqui aludo
diverge em muitos pontos no processo,
mas todo o conteúdo ali professo
revela mais que o dito à voz, contudo.

O olhar agride, mente, diz, desnuda,
convence, engana, chora, pede ajuda
e conta o que não diz sem dizer nada…

O quanto expresso num olhar existe?
Quem tenta descobrir, logo desiste
pois tem segredos dele na parada!

⁠" SER OU NÃO SER "

Pois é: ser ou não ser! Eis a questão…
Serei o que já sou sem o saber
ou não serei o que nem sei dizer
já visto que ando sempre à contramão?

É para ser ou não? Vou me abster…
Não tenho, para tanto, compreensão
e já nem sei se sou quem sou, então…
Melhor nem crer que sou do que descrer!

Me dizem para ser, mas não o são…
Contesto e já escuto um palavrão
que não condiz também com o ordenado…

Não ser, ou ser… Questão ainda aberta
que põe meus pés na via, a mim, deserta
sem dar resposta alguma ao questionado!

⁠" ABRASAR "

Não sei: que esquenta mais? O sol no rosto
chegando de mansinho na piscina
ou esse teu olhar que, a mim, se inclina,
com teu desejo, em minha carne, posto?

Percebo que algo em mim, pois, te fascina
e te apetece o paladar, o gosto,
querendo, corpo a corpo, o toque, o encosto,
o rala-e-rola que, prazer, destina.

Transpira a pele e já lateja a carne
a suplicar que essa paixão se encarne
no fogo que projeta esse calor…

O sol ou teu olhar? Já tanto faz…
Meu corpo se incendeia, a todo gás,
querendo se abrasar no teu amor!

⁠" COMIGO "

Eu sei que é bem difícil conviver
comigo, no trajeto desta estrada,
e que te sentes, pois, desamparada,
sem rumos pra poder me compreender!

Já fostes, muito mais, melhor amada
por outros companheiros do viver
e não mais queres nem sequer saber
se irás comigo nesta caminhada.

Só não descreias de que, nesse andor,
eu te acolhi no meu mais puro amor
querendo ser-te amigo e companheiro…

Difícil conviver com quem eu sou,
então, a tua paixão, enfim, cansou…
Jogado fui na val de algum boeiro!...

⁠" IMAGINÁRIO "

Eu busco, no prazer do imaginário,
o encontro de nós dois, a qualquer dia,
e vivo, ali, tão doce fantasia
mantendo o amor presente por cenário!

Vivemos, do desejo, essa magia
irreverente, de um querer diário,
sem restrições quaisquer! Pelo contrário:
em liberdade plena, audaz, bravia!

Te entregas como entrego-me: sem medo!
Deixamos que o prazer nos dite o enredo
e cumpra o seu destino nos traçado…

No imaginário, eu busco-te à vontade
porquanto esse querer me toma, invade,
e, ali, gozamos todo o amor arfado!

⁠" ASSIM "

Por certo foi amor expresso, escrito,
notório em teu sorriso, ali, discreto…
Te despertou, para outro alguém, o afeto
e um sentimento nobre, enfim, bonito!

Não haveria, eu, posto em secreto,
de abençoar-te o amor, raro, infinito,
que liberou, de outra paixão, o grito
e pôs-te o pé em tão feliz trajeto?

Contente fico aqui de ver-te bem
quer mesmo que nos braços de outro alguém…
Completa-se, portanto, a nossa história…

É sempre assim, o amor! Tem seu momento
e aquece-nos em puro sentimento
pra que nos permaneça na memória!

⁠" RESERVADO "

Não fugirei do que me for dado em destino
e nem irei, pois, recusar lhe olhar de frente!
Querer barrar-me, bem eu sei, há quem intente
só por maldade, mão de ferro e olhar ferino!

Sou o que sou, sem medo algum, bom combatente,
fiel a mim, já como o fui desde menino,
e piso o chão com pés de amante e peregrino
seguindo em busca do melhor, como é evidente.

Se queres vir seguir comigo nessa estrada
esteja, então, disposta a tudo e apaixonada
das mesmas coisas, mesmos sonhos me ofertados…

Pois, do destino que estiver-me reservado
não fugirei, nem quem comigo pôr-se ao lado,
até cumprir-se o que, no amor, for frutos dados!

⁠" ABATE "

Depois não quer ouvir nenhum gracejo,
cantadas, assobios, piadinha
de quem, por tal vontade, sai da linha
rendido, na visão, por tal desejo!

Se ofende dos olhares que ela aninha
depois de provocar querer sobejo
e segue erguendo as ancas no molejo
até mostrar as barras da calcinha.

Culpado, quem corteja e quem se expõe
no enredo em que, a atitude, se supõe
qual sendo, pois, de caça e caçador…

Quer venha o abate, ou não, no fim das contas,
depois das atitudes, das afrontas,
não se instaurou o vínculo do amor!

⁠" CANSASTES "

Cansastes, simplesmente! Perceptível!
Não acho nem uma outra explicação
para esse adeus sem causa nem razão
ao que era história rara, bela, incrível!

Qual foi, portanto, a tua motivação,
parece-me, o cansaço, mais plausível!
Estavas numa fase bem sensível
que te feriu, por certo, o coração.

Andar ao lado meu foi cansativo,
sem tréguas, sem paixão, sem lenitivo,
e a decisão tomada foi por isso…

Enfim, cansastes! Sim! De toda a história
e deste um fim no amor, sem qualquer gloria,
restando-me o penar posto em feitiço!

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