O Poeta e a poesia

Cerca de 3799 poesia O Poeta e a

E quando não houver saída,
cave uma nova brecha
com as mãos na lida...
E a superação como uma flecha.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

INTERROGAÇÃO (soneto)

Indago se a loucura é traça
Aqui pergunto sem saber
Se sou são ou uma farsa
Quem pode me responder?

Que tenho alguma graça
Lá isto é do meu querer
Finjo fingindo chalaça
No fingimento sem ter

Aqui pergunto aos senhores
Quais são os tais louvores
Do poeta mineiro do cerrado?

Sou Luciano Spagnol, alguém
Trago no olhar: - paz e bem...
Porém, quer só ser amado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Parodiando Ana Cristina Cesar

Inserida por LucianoSpagnol

TUDO É FOI (soneto)

Num piscar de olhos, tudo é foi
Outros aléns são rapidamente
O tempo feroz é que nos corrói
E gera o amanhecer diferente

Então que o erro nos perdoe
Que a sorte seja contundente
Os olhares, olhares nos doe
Momento, muitos e ardente

Presenças, maior que a falta
Onde amor seja lhana pauta
E nos incendei da tal paixão

Nada nem sempre é à ribalta
Apressado por nós sem falta
A vida, em sua combustão...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 27 de maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AMAR DO VERBO AMOR

Amar do verbo amor, como enunciar?
Amor é complemento ao sentimento
Que acompanha o substantivo alento
Instinto sublimado do ser e do estar

Muito se pode nas flexões dele ligar
Só ter no verbo um desejo sedento
E um coração capaz de ter portento
Onde dele não se tem como olvidar

Não se une amor sem ter o elemento
Amar, é no presente ao se conjugar
Mais que perfeito n'alma, tal alimento

De tudo o amor também é o vigorar
Transitivo direto no encantamento
Que só saberá quem dele enluarar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE IMPROVISO

Vem desse ar seco do cerrado
Um soneto tangido pelo vento
Que retumba do ipê frondado
Brisando odor no pensamento

Uma canção mágica de alento
Tal qual um afago resbuscado
Desfolhado em encantamento
Inebriando o estro engasgado

Um sopro de tão suavemente
Sentido, tão leve se presente
Que a alma sente sem perceber

É visão poética e contundente
Que traz fascinação para gente
Bela, que no encanto a de haver

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

JUNHO

Mês do arraial
Frio e quentão
Mês tradicional
Festa e emoção
Casal em ritual
O amor aportou
Se avexe, não:

- Junho já chegou!

... não sei o que vem pela frente,
com fé, Deus, cuida da gente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PELOS SONHOS ANÔNIMOS

Clamo hoje pelos sonhos esquecidos
Os mais desejados e sempre dilema
Os que no ter não foram pertencidos
Nem citados ao menos num poema

Pouco lembrados e incompreendidos
Solitários que até nos causam pena
Nos fazendo chorar nos fados vividos
Falidos entre o prazer e a dor suprema

Assim perdidos nos traços da história
Desistidos e tão poucos na memória
Criando ilusões do tempo já passados

Clamo que revividos possam ter vitória
Que assim possam ter e ser divisória
Hoje, no fazer, para serem realizados

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DUM AMOR IGNOTO

Obscuro este amor que me assume
E que delira no meu peito ativado
Me faz devanear, ser apaixonado
Do qual a razão não está incólume

Não o conheço, mas sinto, calado
Ruaceiro no juízo, em alto volume
Me extasiando com seu perfume
O coração totalmente encantado

Dele até me contamino com ciúme
Sem mesmo nunca o ter encontrado
E assim, no desejar, é só queixume

Este amor ignoto, e já tão amado
Neste oceano de vario cardume
O tal, reservado, virá a meu fado...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SECURA SEQUIOSA

Sequiosa a secura, como é frágua
o chão ressequido árido secou
Posso ter sede de mais água
mas do craquelado, o cerrado eu sou

E na cremação dos meus versos
saudades, magia e seca maresia
Rimando no cerrado, diversos:
O abrandar da noite, a azia do dia...

Fria está sequidão, ardida e fria!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

POEMA AUTOBIOGRÁFICO

Onde eu nasci
A cidade é sorriso
Do triângulo mineiro, Araguari
O cerrado é dos pés, piso
A juventude, amanheci ali
E a saudade inciso

Na chuva, brincando cresci
Ouvi os pássaros no quintal
E as estórias de saci
Fui criança, afinal...
Hoje longe, eu aqui
E lá sempre estarei

Em nada mudei!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O SINO (soneto)

Do alto do cerrado meu eco sonoro
Percutindo alarma de chamamento
Riscando no ar gemido em lamento
De sombrio ato, sofrença com choro

Da torre franciscana sou sentimento
Festo, de paz e bem ao som canoro
Saúdo a vida, com meu fado oximoro
O orante da ave Maria, às seis, atento

Canto, pranto, em ruído éreo, laboro
Trino o dia se pondo e no nascimento
Musicando os céus, e assim, o coloro

Com que júbilo planjo dobres portento
Me juntando aos anjos em um só coro
Sou crebros nobres, fé, no sacramento

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

22 de abril:
-descobrimento do Brasil
-dia do planeta terra

*vamos preservar o nosso maior patrimônio...

POEMA PLANETA TERRA

Terra planeta água, nosso lar
Toda azul, azul da cor do mar
Natureza, bela, mãe Terra
É Deus a nos abençoar,
chega de guerra.
Vamos nos abraçar!
Respeitar cada detalhe...
Somos parte deste entalhe
"Ubuntu"
Saboreemos este menu
Nossa terra!
Em frente, nada encerra
Pois, é ar, vida com vida
Atrás de nós, inteira, não repartida
Viva a vida! Mãe terra! Viva!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Dia do planeta terra

Inserida por LucianoSpagnol

ORAÇÃO (DO CERRADO)

Senhor, que és a diversidade, que és a vida e a morte!
O cerrado és tu, o por do sol encarnado és tu, o chiado do vento és tu.
Tu és a sequidão no lamento, do chão árido, agonizante em tormento, tortos galhos, tu és!
Tu és o mistério da folha seca no bale do fado, falta e aporte, desenhando a sua sorte.
Onde tudo parece deserto, tu habitas, eis a variedade e o concreto.
Onde nada está tu rege a tua toada.

Dá-me entendimento pra te seguir, nos teus passos os meu passos, amar sem desistir.
Dá-me água pra aguar a secura, e assim, ouvir-te límpido na vastidão do sertão em agrura.
Dá-me olhos pra ver, a benção dos ipês, escasso da chuva, e tão formosos e frondes.

Faze com que eu ame como a natureza, diversa, cada qual com a sua beleza.
Respeitando. Amando!
Que eu seja irmão e serva-te como pai. Adonai!

Torna-me seco para o pecado, e aquoso no amor, pra ser amado.
Torna-me fértil como a terra, afim, pra eu rezar tu em mim.
Que não haja cascalho nos caminhos do bem, onde a boa fé possa ir além.

Senhor, protege-me e ampare-me.
Dá-me alegria na melancolia, enfim,
pra eu me sentir teu, na tua glória.
Senhor, habitas em mim!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, abril. 05'40"
Cerrado goiano
paráfrase Fernando Pessoa

Inserida por LucianoSpagnol

A ALMA DO CERRADO

De alma pacata
De sol encarnado
O plural desata
A vida do cerrado

Suspiro e gemido
Folha aveludada
Horizonte comprido
A alma ressecada

Buriti ofegante
Olhar empanado
O céu delirante
O cerrado sagrado

Sertão e berrante
Estrada cascalhada
Marcha o caminhante
Na alma talhada

Emas no pasto
Ipês em cascata
No cerrado vasto
O fascínio dilata

Silêncio e mistério
O cerrado diverso
Vento em puerpério
Que poetam no verso

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Um poema festejando 15 anos

15 anos, segue o caminho
tem desvio, sol, chuva, frio
tem bandido, tem mocinho
tem amor, suspiros, tem feitio.
Se tem choro, também carinho...
Tem primavera e outono com desfolha.
Momentos em companhia e sozinho.
Siga, e faça a sua escolha!
A que escolher, contigo eu alinho...

Feliz anos dourados!
Feliz aniversário!

Inserida por LucianoSpagnol

SOLIDÃO EM VERSOS

Os versos que não pude criar
E que não redigem o tal verso
Na saudade é verso perverso
De um tal silêncio a me fincar

E nesta vaga do verso, o olhar
Perdido, e na quimera imerso
Áspero, de um vário universo
Que faz meu verso, um vagar

Suspiros em versos, reverso
Ao poeta do cerrado a poetar
Pois, o amor na alma, é terso

E de todos, o verso a me julgar
O infortúnio, me foi inconverso
Deixando a prosa sem seu par

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

BEM VINDO!
SETEMBRO...
...é sentir a beleza e a leveza de uma pétala.

SETEMBRO

É setembro, mês de transmudação
Nuvens metamorfoseiam em chuva
Chuva em flores que colorem o chão
O cerrado recamado de peúva (ipê)

É o mês de setembro, a primavera
Em coro, a passarada o que se vê
Beijando o beija flor... a flor da era
A natureza tão diversa em comitê

E o céu se rubra, e o sertão flama
Qual uma árida canção encantada
Disputam o botão na virgem rama
Floreando às margens da estrada

Briza casta de pureza despojada
Aflam quimeras rumo a novembro
No rodopio dum condão de fada
O renascer de mais um setembro...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

QUEM SOMOS

Quem somos? Poeira
Despidos
Singelos hora primeira
No equilíbrio divididos
No querer o poder
Revestidos
De variedade no viver
Da semelhança providos
Porém,
No ir além, a nós permitidos
O mal e o bem
Façam as escolhas!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A SOMBRA DUM PEQUIZEIRO

Fugi da sequidão
do mormaço, do calor grosseiro
busquei, na beira do ricão
a sombra de um pequizeiro

O fumo no céu embaçado
ar poeirado, era paragem
e na imensidão do cerrado
o horizonte, uma miragem...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VOZ DO SILÊNCIO

O silêncio brada vazios inconfessos
Num linguajar da emoção em espera
Desatados da tribulação tão megera
Tecendo sensos selvosos e travessos

No silêncio escoa solidão em esfera
Soprando suspiros turvos e espessos
Dos enganos emudecidos e avessos
Do tormento, ásperos, tal uma tapera

É no silêncio que se traga a memória
Desfolhados das sílabas da estória
Do tempo, despertando os momentos

Tal o vento, o silêncio é uma oratória
Que verborreia o pensar em trajetória
Nos lábios lânguidos, frios e sedentos

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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