O Poeta e a poesia

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ASSIM, O CERRADO

O cerrado, quando empoera
Ressequido o vento no ar
Chora seco folhas desespera
No azul do céu a bailar

O horizonte se põe a embaçar
Na miragem da atmosfera
Embaralhando o olhar
Na imensidão em quimera

Ah! Se o frescor assim espera
O tempo de chuva, pra se revelar
Retorcidos galhos esclera
Num cinza a cromatizar

Assim, o cerrado, se gera
Vida diversa, lato lugar
De exótica primavera
Quem te conhece, só amar...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MOCIDADE JAZ (soneto)

Mocidade em mim, em simpatia
A sua lembrança já é sem graça
Na arena, silêncio, pouca galeria
E já tão distante, saudade, lassa

Nesta morrinha, de lado a ideologia
Pois, acima ou abaixo, tudo passa
Apressadamente, serventia é ironia
Velhice, prudente palavra: desgraça

Nos licores de prazer, só mitologia
As perdas já fazem parte da vidraça
Do fado, e o entusiasmo na periferia

Porém, nem tudo é ledice sombria
Curtir a paisagem e brindar a taça
Do viver, dizer não, fazem a alegria

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO AMOR AFETO

O afeto amor, nos faz revestido
Da jura mais atraente do fervor
Enche os dias de colorida cor
E o coração de olhar conhecido

Se dele se é um querer fingido
Aos seus apelos nenhum dispor
Culposos encantos no propor
E dor nos sonhos então parido

Pra não ter ilusão e ter sabor
Tenha poesia no doce sentido
E nas mãos uma ofertada flor

Mas, se não quiser ser querido
Jamais será dele um coautor
E de ti então, o amor, terá partido

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADES SECAS (soneto)

Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas

Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram

Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba

São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FIAR POÉTICO

E então, ó poema?
A inspiração indaga:
qual trilha, que dilema
se a intenção vaga...

Reage a página vazia
siga a tua saga
de vida
tristura e alegria
desprezo e amor

Pois, só assim
verso e reverso
o poema há de compor

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Aliceando, Alice Ruiz

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO VAZIO

Meu cerrado, distante dos amores
Que me vê chorar no teu chão árido
Singrando entre cascalhos, e flores
Em uivos de dor no peito afluído

Em tal saudade, que tira os vigores
Da alma solitária e coração ferido
Imersos na tristura e pesares tutores
Da falta do afeto no passado perdido

Aqui na soleira do cerrado, temores
Com um assustado olhar esvaído
Olhando o horizonte que exala odores

De um velho sonhador de sonho diluído
Na solidão de secos sabores, incolores
Duma nostalgia, aqui pelo vazio fruído

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FELIZ DIA DO AMIGO!

Ao amigo(a)
Distante ou ao lado
De presença diária
Falante ou calado
De convivência precária
Enamorado
Os já visto pessoalmente
Os de influência necessária
E os que são virtualmente
Tem também,
Os que nos deixaram
Partiram para não mais voltar
Já outros, apenas ausentaram
Todos! Marcaram lugar
Não importando a distância
Nem o tempo, e sim estar...
Amigo é amigo de vital importância
Nos ensina como bom é amar!

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO MAL TRAÇADO

Nestas linhas mal traçadas
Um soneto quer ser parido
De longe ouço seu gemido
Parece mágoas anunciadas

Ainda nestas linhas, alarido
Das angústias acumuladas
Das ilusões das dores criadas
E neste soneto assim diluído

São de partidas ou chegadas
Cheios de um poetar sofrido
E todas da saudade derivadas

Perdido ainda na rima, crido
Em doçuras a serem citadas
Pois, o amor ao bem é unido

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PREDESTINADO

Fechei os olhos na saudade
Vi sussurros na minha boca
Eram lágrimas de tal vontade
E palavras de sonoridade oca

Fiquei em silêncio e confuso:
era o amor que sussurrava,
a saudade no afeto ocluso,
ou minha alma que sonhava?

Enxuguei então está carência
De ti querer em tudo adivinhar
Dediquei versos em reverência
E desta saudade pude poetar

Pois o amor vive um no outro
E não em algum diverso lugar
Pode-se querer ter naqueloutro
Predestinado está a quem amar

Luciano Spagnol
27/05/2016, 05'05"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

... o amor vive um no outro
E não em algum diverso lugar
Pode-se querer ter naqueloutro
Predestinado está a quem amar

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO MINGUANTE

Procurei por ti, ó lua, neste anoitecer
E tu estava sem sair à rua, silente
Nenhuma estrela estava reluzente
Tal qual a solidão aqui no meu viver

Noite de inverno, um vazio ingente
Cerrado seco, melancolia a verter
O silêncio no quarto a transcender
E a saudade ousando ser confidente

Escuto o vento na vidraça a bater
Querendo vir me abraçar contente
Se possível fosse sua privança ter

Neste minguante sentimento poente
Nas lembranças eu tento me aquecer
Pois, até a ilusão de mim está ausente

Luciano Spagnol
Julho, 23 de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Os ponteiros do relógio que levam
As boas horas do nosso bem viver
Também assinala as que elevam
E retine no tempo, pra sorte saber

Inserida por LucianoSpagnol

a saudade trova
sua lástima vem de dentro para fora
rimando as tramas ilusórias da solidão
em versos de dor e lágrimas da emoção...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Me ensina a desenhar o amor no teu coração
A ter asas para voar com infinita emoção
A ser ouvinte da paixão quando diz:
Amo você! Quero ser feliz!
Ensina-me!... Faça de mim aprendiz...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O vento sopra medos aos sem convicção,
e vira ferramenta de impulso aos ousados
na superação...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Para onde se vai, como saber?
O vento toca e não dá sinal
Na esquina dobrou o viver
O horizonte é além do final
No fado sempre tem um haver
E no amor é que se tem ideal

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Sussego é você ir para a cama
toda noite, e dormir o sono
do amor, no coração em chama.

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A cada uma das lágrimas vertidas
De chegadas, partidas e ou feridas
A cada olhar nas saudades perdidas

Deixo um pedaço de mim...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO INDIGNADO

Estes do profundo da indignação
Escritos com o verso suado
Saem dos gemidos do coração
Em tosco lamento articulado

A quem, senão a ti, oh emoção
Objeto do sentido privado
Pode escorrer pela devoção
Dum amor para ti devotado

E se notares são tão rebuscado
Aqui perfilado num certo cuidado
Do afeto que foi centro dos pesares

Saiba que neste indgnado soneto
A ânsia, a lágrima aqui no cerrado
Jamais será reza em teus altares

Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Se tento recordar, choro nas emoções
Se tento me conter, não sei me achar
Se tento ponderar, me firo em aguilhões

E assim, sou e nada sou, neste caminhar
Vou indo, paro, e novamente caminhando
Na busca te ser e ter o antigo e novo olhar

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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