O Poeta e a poesia
... o amor vive um no outro
E não em algum diverso lugar
Pode-se querer ter naqueloutro
Predestinado está a quem amar
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO MINGUANTE
Procurei por ti, ó lua, neste anoitecer
E tu estava sem sair à rua, silente
Nenhuma estrela estava reluzente
Tal qual a solidão aqui no meu viver
Noite de inverno, um vazio ingente
Cerrado seco, melancolia a verter
O silêncio no quarto a transcender
E a saudade ousando ser confidente
Escuto o vento na vidraça a bater
Querendo vir me abraçar contente
Se possível fosse sua privança ter
Neste minguante sentimento poente
Nas lembranças eu tento me aquecer
Pois, até a ilusão de mim está ausente
Luciano Spagnol
Julho, 23 de 2016
Cerrado goiano
Os ponteiros do relógio que levam
As boas horas do nosso bem viver
Também assinala as que elevam
E retine no tempo, pra sorte saber
a saudade trova
sua lástima vem de dentro para fora
rimando as tramas ilusórias da solidão
em versos de dor e lágrimas da emoção...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Me ensina a desenhar o amor no teu coração
A ter asas para voar com infinita emoção
A ser ouvinte da paixão quando diz:
Amo você! Quero ser feliz!
Ensina-me!... Faça de mim aprendiz...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
O vento sopra medos aos sem convicção,
e vira ferramenta de impulso aos ousados
na superação...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Para onde se vai, como saber?
O vento toca e não dá sinal
Na esquina dobrou o viver
O horizonte é além do final
No fado sempre tem um haver
E no amor é que se tem ideal
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Sussego é você ir para a cama
toda noite, e dormir o sono
do amor, no coração em chama.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
A cada uma das lágrimas vertidas
De chegadas, partidas e ou feridas
A cada olhar nas saudades perdidas
Deixo um pedaço de mim...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO INDIGNADO
Estes do profundo da indignação
Escritos com o verso suado
Saem dos gemidos do coração
Em tosco lamento articulado
A quem, senão a ti, oh emoção
Objeto do sentido privado
Pode escorrer pela devoção
Dum amor para ti devotado
E se notares são tão rebuscado
Aqui perfilado num certo cuidado
Do afeto que foi centro dos pesares
Saiba que neste indgnado soneto
A ânsia, a lágrima aqui no cerrado
Jamais será reza em teus altares
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
Se tento recordar, choro nas emoções
Se tento me conter, não sei me achar
Se tento ponderar, me firo em aguilhões
E assim, sou e nada sou, neste caminhar
Vou indo, paro, e novamente caminhando
Na busca te ser e ter o antigo e novo olhar
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
E se notares são tão rebuscado
Aqui perfilado num certo cuidado
Do afeto que foi centro dos pesares
Saiba que neste indgnado soneto
A ânsia, a lágrima aqui no cerrado
Jamais será reza em teus altares
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Tento escrever e só tem rima inocente
num papalvo poetar, sem a tal magia
e no complexo o inopinado ausente
Vendo que da mesmice ele não sairia
fico no comum e do belo pendente
e assim me conformo com sua amorfia
SONETO EM FRUSTRAÇÃO
Eu queria compor um soneto diferente
daqueles com harmonia na melodia
que nenhum outro já o tenha na poesia
onde ele possa ser o pódio da gente
Assim quero a inspiração com energia
e que no tempo possa ser ingente
tão e tanto que seja bem inteligente
e a todos reconhecido como ousadia
Tento escrever e só tem rima inocente
num papalvo poetar, sem a tal magia
e no complexo o inopinado ausente
Vendo que da mesmice ele não sairia
fico no comum e do belo pendente
e assim me conformo com sua amorfia
Luciano Spagnol
Julho, 2016, final
EXILADO
Quem jogou na minh'alma essa solidão
Que brada angústia com gosto amargo
E à ardente boa ventura causa embargo
Encarcerando está ânsia no meu coração
Quem com mãos frementes teve encargo
De incinerar com silêncio toda a emoção
Se o amor no viver necessita de sedução
E o fado no ter sorte quer este desencargo
Assim, como então sair duma maldição
Oh! Doce e pura felicidade, de olhar argo
Observe, e neste exílio me traga solução
Ah! Desventurado e vil desígnio letargo
Que me vê nesta temerosa e fria prisão
E me algema sem qualquer desembargo
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
Amor eterno do meu amor
Minh'alma gêmea desvelada
És a benção do Pai criador
A aliança ao afeto desejada
Esperança e carinho coesor
Bem maior, meu tudo no nada
Nesta trova, lhe trago flor...
No coração, ofereço morada!
Luciano Spagnol
cerrado goiano
Que vá [...]
Que o fado me conduza no saber
e assim, então me faça entender
que o bem não está em todos
e também, nem todo abraço
no amor é laço...
SONETO EM PRECE
Chia o dia na vida afora o muro
Num barulho no seu vai e vem
Tinindo o relógio o som também
Num soar seco e deveras duro
Passa a hora e no tempo refém
As saudades, realidade e futuro
E nesta velocidade fico inseguro
Aí eu me agarro no que se tem
Parto em busca do que procuro
Nada sei e não é nenhum desdém
Pois, como cego trilho no escuro
E nesta de cair, levantar, ir além
Vou com fé e prece, então, aventuro
Assim, quem sabe, diga: Amém!
Luciano Spagnol
01 de agosto, 2016
Cerrado goiano
TOLERÂNCIA (soneto)
Não venho aqui me desculpar com perdão
e nem tão pouco desfiar verso plangente.
Aqui declamo o que o coração deverás sente
onde há mais que tesa regra ou justificação
Não façamos ouvidos surdos a toda gente
no cada qual com a sua escolha ou razão.
Gratuita é a liberdade ofertada na emoção
tal qual cor na aquarela se faz diferente
Se amar é gesto que nos traz comunhão
porque assombra o fluxo contracorrente?
Pois na sombra não se erigi plena visão
É aflitivo crer que desafeto seja recorrente
da intransigência na diversidade de opinião.
Pois, a quem ama, a tolerância é presente...
Luciano Spagnol
Agosto, de 2017
Cerrado goiano
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