O Poeta e a poesia
Eu sou um ponto na reticência
Da vida. Interrogação na solidão
Exclamação na existência
E ponto final na desilusão.
Saudade em silêncio
Hoje é celebração em lembrança
Da tua ausência, forte presença
Que no peito floresce em dor,
Lança atravessada no meu amor, sentença
De tua falta, do teu total silêncio
Que na saudade se lamenta
Mãe não morre, ausenta!
Atire uma flor
Não rasque o peito alheio em dor
Oferte real sentimento ao coração
Não sangre em silêncio o amor
Afague o afeto com doce emoção
Acaricie a alma com leve frescor
Acredite na movimentação da paixão
Não atire pedras, atire flor...
Para além do tempo, a quimera
Para além da era, o amor
Para além da dor, a lágrima
Para além das palavras, porfia
Para além da vida, a glória
No epílogo da alma em poesia...
Sozinho sim, solitário não
Ausência no amor
Escassez no sentir
Verso pleno de dor
Exiguidade no sorrir
Pouquidade no olhar
Privação no coração
Falta no se doar
Sozinho sim, solitário não
Essências outras têm o gostar
E abundante é a emoção...
Alquimia
-uma pitada
-um montão
-alma apaixonada
-um coração
-palavras à sorte
-sentimento forte
-arrepio no cangote
-pensamento à levar
-estrelas verso luar
-olhar contra olhar
-mesclado no sentir
-dose de ouvir
-bucado de emoção
Mistura-se tudo a paixão,
até dar ponto de amor...
Tempo do fim
Morre-se a cada momento
No caducar do tempo
Sem se quer,
ter valia o lamento
De se é justo o instante
E num só solavanco
Num medo ofegante
A vez, faz-se saltimbanco
Tocando a paz interior
Num golpe franco
Despede-se do vigor
Da vida, assim,
Faz-se o tempo do fim
Amor com saudade
Nas reticências da vida perdi o meu amor
No evo. Privando nossa convivência a dois
Agora são caminhos difíceis de transpor
De lembranças. Que as deixo para depois
Se as procurei nas esquinas todas do destino
Foi pela urgência de querer sair da saudade
E assim, me vi em um oriundo peregrino
De olhar a olhar, em uma cabula eternidade
Quando na verdade só queria o seu sorriso
Gravados no seu desvelo, no seu carinho
Pois os meus foram seus, os seus ainda preciso
Neles pude aninhar, e agora privado, sozinho
E como lhe dar com está tão inopina nostalgia
Que me invade e me arrasta para um cantinho
Da dilação. Difícil é essa travessia...
O criado mudo
o criado mudo fiel ao lado
sempre lacaio se faz calado
serve pra tudo
servo de agrado
mudo servil
pajem criado
de cria gentil
fadado fado
multi fértil
criado
guerreiro
mudo
companheiro
contudo
servo, criado mudo...
Quando estiveres lendo este poema
Na rima o meu doce amor pressinta
Composto de apaixonado teorema
Não fale nada. Leia. Somente sinta
Não fale nada
Apenas note as batidas da composição
Musicadas no pulsar desta inspiração
Abafadas nas palavras de saudade
Não fale nada. Ouça. É pura verdade
São sons do olhar que por você cintilam
Tônica dos sentimentos que por ti afilam
Dialogando a grande falta que você faz
Não fale nada. Ouça. É sincero e tenaz
Não vou amar outro alguém tanto assim
Que me complete com beijos de alecrim
Que me estremeça num simples toque
Não fale nada. Ouça. No afeto enfoque
Quando estiveres lendo este poema
Na rima o meu doce amor pressinta
Composto de apaixonado teorema
Não fale nada. Leia. Somente sinta
À DISTÂNCIA
De longe vela meu amor
Engavetado no peito a soluçar
Que zela avidez e esplendor
Na tua nova via para triunfar
Se a tua ternura me fascinou
A solidão escreve tua ausência
Longe ou perto assim eu vou
Na recordação de tua existência
Nesta aquarela de sentimentos
Pincela admiração e importância
Num adeus que chora tormentos
Deste afeto que é só consonância
Aqui há quem de ti terá escassez
Na distância desenhada pelo fado
Se sentires lamentos em total nudez
De amor, és minha saudade ao teu lado
(Suspirando lágrimas de mais um talvez...)
Aprendiz...
Me ensina a desenhar o amor no teu coração
A ter asas para voar com infinita emoção
A cantar como o rouxinol, pra ti, uma canção
A navegar no teu olhar firme no timão
A ter coragem nos riscos de ter o amor
A aceitar as lágrimas ou risos se assim for
A mergulhar no teu hálito úmido de calor
A entender a tua linguagem corporal
A sonhar o sonho de forma racional
A ser um ouvinte da alma quando diz:
Vá em frente, não tenha medo de ser feliz!
Ensina-me!... Faça de mim aprendiz...
Cerrado...
Onde não tem inclinação
O por do sol é encarnado
E a secura racha o chão
Aqui, no planato encantado
Assim, como do fundo da solidão
O silêncio emudece
A voz da saudade cala o coração
Com mutismos que a alma conhece
Hoje te encontrei na saudade
Nas fotos no tempo amareladas
Que um dia se fez realidade
E as noites dores enrugadas
Eu te encontrei na saudade...
No varal do quintal pendurada
Quem já passou pelo amor
E nem se quer na dor doeu
Ou não amou, ou morreu
Pois amar é mais que o eu
É vida de encontros, valeu
E desencontros, aí perdeu
Então, seja nobre no amor
Pois o sofrimento é plebeu
O cerrado é um gole d'água na secura
Amargo, após saciado, vê-se o cerrado
Em sua candura árida, em sua ventura
Melancolicamente torto e cascalhado
Horizonte do por do sol que se agiganta
Um poema desigual, igual ser amado
Cerrado, gole na admiração que encanta
Sou de onde o cascalho forra o chão
Onde o vento se perde no horizonte
Aqui nasci, e a poeira trago na canção
Sou do cerrado, árido, a minha fonte
Onde bebo da água da poética ilusão
A volta
Quando eu partir
quero ir com saudade
assim, poderei sentir
saudade e liberdade
juntas no meu existir
arrumadinhas
sem nada por vir
só lembrancinhas
que as carregarei
no meu poetar
e assim, estarei
lembrando, sem recuar
sem mala, sem passaporte
pois estou voltando...
me deseje sorte!
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