O Passaro e a Rosa

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Não estar morto não significa estar vivo.

Todos os erros que cometi e todas as experiencias de vida que tive,criaram a pessoa que sou hoje...

i ( abe ) mó
v
e ( lha ) l
você ( n
a ) está ( ú
nica )
dorm ( rosa ) indo

chuva e sol,
olhos fitando os céus -
arco-íris ausente.

Raio de sol
nos louros cabelos -
verão chegando.

por entre as vinhas,
ele abraça mais forte
e beija mais doce...

sombras pelo muro:
a borboleta passa
seguindo a anciã...

comendo caqui
pensamento nele -
ternas mordidas.

com um traço
a desenhista faz
o vôo do pássaro

Sol. E nas asas
do pássaro morto,
secreta noite.

Num vôo direto
o pássaro volta
procurando um teto

pássaro tenor
afina a garganta
ao sol se pôr

O pássaro procura
os filhotes, o ninho.
Galho caído...

Seu olhar segue
o voo do pássaro -
será que desce?

No bico do pássaro
curioso passeia o peixe:
fugaz devaneio.

o coqueiro coqueirando
as manobras do vermelho
no branqueado do azul

Sapo não pula por boniteza, mas porém por precisão.

Guimarães Rosa
Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Nota: Trecho do conto A hora e vez de Augusto Matraga.

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O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim, esquenta e esfria, aperta e depois afrouxa e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre e amar, no meio da tristeza. Todo caminho da gente é resvaloso, mas cair não prejudica demais. A gente levanta, a gente sabe, a gente volta.

Ah, não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro, e receber, e saírem por este mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça aos demais. Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo – é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por que é que é.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

O sertão é dentro da gente.