O maior Gesto de Amor
Duas almas num só coração
Sinto passos ao meu redor
Em casa, não estou só.
A minha alma arrepia.
Um frio repentino;
atrás do pescoço, ao pé do ouvido.
Sinto sua presença;
lágrimas, em meus olhos a derramar;
lembranças de um passado distante.
Sem razões, sem motivos...
Não consigo recordar.
Um sentimento dentro de mim;
uma tristeza que não dá sossego.
Alma perdida, desiludida;
uma vida não vivida;
um amor tão profundo.
Palavras não são suficientes,
para descrever este sentimento.
Minha voz clama por ti,
rompendo o silêncio da tua presença.
Nossas almas se completam;
dois destinos que se cruzam;
reconhecendo-se através do olhar,
o verdadeiro significado de amar.
Ivanildo Sales
"Tem incômodos na nossa vida que não vão mudar, mas se buscarmos em Deus, ele na sua sabedoria nos ensina a viver com esses incômodos sem dores e angústias"
A lição da cerejeira: A seu tempo ela perde a beleza e adormece; A seu tempo ela se nutre e fortalece; A seu tempo ela acorda e floresce. Tudo ocorre no tempo certo. Até mesmo o amor, ele não passa, ele permanece.
a gente se esgota numa segunda-feira em plena manhã, quando levantamos para nos aprontar pro trabalho e o primeiro pensamento do dia não é mais de alguém, mas sobre não se atrasar. após um pedido de desculpa que não houve, numa palavra mal dita que não coube e numa mensagem que não houve. a gente se esgota quando o silêncio já não mais incomoda e a nossa música toca sem nos arrancar mais nenhuma emoção. quando o querer não faz mais abrigo e o bem-querer a nós mesmos é tido como prioridade. a gente se esgota quando passamos a ficar cansados do tanto faz e o que não fez. de tanto descaso e tantos "mas". quando estamos inteiros, sem ego, e a outra parte desfaz. quando percebemos que não estão fazendo o mínimo esforço para manter uma conversa, andam armados até os dentes de joguinhos e indiferença, e nosso pensamento já não faz mais visita e o coração presença. quando enfim recebemos um sinal de fumaça, uma ligação remota e inesperada que não consegue nos arrancar mais nenhum sentimento e percebemos que não há mais nada.
A ESQUINA
sobre o vislumbre noturno, o anoitecer enobrece ao terno luar,
e as estrelas fazem um espetáculo para atrair o teu encanto.
o pincel que corre sobre tuas curvas
perpetram tuas cores abrolhando de teu manto,
e na fortuita esquina que se descobrira,
o brilho era volvido apenas para que tua figura fosse ressalvada.
foi então por teu imo minha coadjuvante,
esmero pela natureza, esta soturna melodia que lhe coubera
poderia ser ouvida até nos firmamentos.
esta beleza dissonante virou canção até para os desalentos ,
para cada olhar, uma penitência, cada beijo, um desejo,
cada tato, um pecado.
umvoz que aprecio bem, não porque era bela,
mas porque era tua.
diante daquele velho asfalto cinzento da rua que vivi,
logo passou a ser reluzir ,
porque quando chamava meu nome,
já me pegava a sorrir,
não porque era meu,
mas porque já passou a ser teu .
É perfeitamente possível odiar sem deixar de amar.
E é também perfeitamente possível amar sem deixar de odiar.
a paixão é feita de idealizações
nos apaixonamos pelo que projetamos no outro,
e não exatamente por quem ele é.
o amor é feito de aceitação.
amamos quando já conhecemos suas falhas,
e mesmo assim, o aceitamos.
Tudo na vida tem seu tempo,
Mas parado muitas vezes perdemos o tempo,
E por dizer nos que não tem mais tempo,
Dormiu no tempo errado e perdeu o tempo,
Buscando acalento a tempos,
Esperando por tempos,
me perdi não tendo mais tempo,
E dormi no acalento que o tempo me trouxe a tempos,
e eu não tinha entendido a importância do tempo,
Só o entendi quando não o tinha mais.
DISSE-ME O CAPITÃO DO BARCO
Disse-me o capitão do barco Que eu navegasse
Sem a afoiteza dos que amam Mais do que
Intensamente.
Disse-me o capitão do barco
Que na direção ajuizada
Eu chego ao Mediterrâneo que tem ondas Que não batem tão
Intensamente.
Disse-me o capitão do barco
Que no mar do Japão
Não existe a salinidade exacerbada
Tal qual a desilusão que, indigesta, queima tão Intensamente.
Disse-me o capitão do barco
Que na escuridão do oceano
O farol se torna invisível
Aos que teimam em amar sozinhos e Intensamente
Disse-me o capitão do barco
Que a perda do amor eterno
Eterniza igualmente flutuada melancolia
Do marinheiro que embriagado há de afogar-se
Intensamente
VOCÊ É MÚSICA
Nos dias em que você acorda rock você é contestadora e demolidora de muralhas altas, que até então julgavam-se intransponíveis.
Você é caveira, que iguala, no final da vida, a todos os seres humanos do planeta.
Nos dias em que você acorda Jazz você é puro improviso, a elegância de fraseados únicos, e que jamais serão tocados da mesma maneira - já que você própria é única e inimitável.
Você cozinha Miles Davis com Chet Baker, e tempera tudo com as vozes da Sarah, da Ella e da Billie, e assim finalizando fabuloso prato.
Nos dias em que você acorda Blues você sente a melancolia em estado bruto, entremeada pelos seus cabelos, quase que etílica e desafiadora; você vira ácido rascante e dissolvente dos sentidos de qualquer incauto.
Nos dias em que você acorda Clássica você exala a erudição dos que ousaram inventar a música tal como a conhecemos hoje, não me permitindo com certeza discernir se você é complexa ao extremo ou contraditoriamente simples.
Você vira a mais harmônica sonata.
Nos dias em que você acorda Hip hop você traz dos guetos e dos morros de favelas suburbanos a voz revoltada daquele que não chegou jamais a ter alguma voz até agora; você grita em desespero pela igualdade e pela equidade absolutas.
Nos dias em que você acorda Eletrônica você eleva a sua agitação a um determinado nível de insanidade - e até de êxtase - peculiar aos que desejam segurar cada segundo a mais do tempo; e, de vez em quando, eu sinceramente não lhe aguento. Energia quântica em demasia.
Nos dias em que você acorda Barroca você vive a dualidade entre o divino e o mundano. Espírito e carne.
Você vive a mais pudica e a mais (deliciosa) depravada ao mesmo tempo. Você está na missa e no Beco do Mota simultaneamente, lá “pras” bandas de Diamantina.
Nos dias em que você acorda Caipira você se esbalda nos acordeons e nas violas aquecidas na fogueira e no arrasta-pé levantando poeira, que estende as madrugadas da fazenda, tomando cachaça de alambique.
Canta a alegria e a singeleza do homem do campo, tanto quanto a nostalgia e a saudade sertanejas dos que migram às cidades grandes.
Nos dias em que você acorda Disco você brinda à vida mergulhada em um mar de espumante, com a dança mais frenética e passos ensaiados ao longo de toda a sua existência.
Você sempre é a última, descalça e transpirante, a ir embora dos bailes de casamento e de formatura.
Nos dias em que você acorda Samba você se transforma em cerveja bem gelada, feijoada e bate-papo alegre nas manhãs de sábado naquele mercado antigo, quando a mesa de seu bar é templo: um oráculo indestrutível no qual as principais questões da humanidade são minuciosamente dissecadas e solucionadas com inconfundível (e não menos incontestável) sabedoria dos que vivem de verdade a vida.
...
Você faz com que os meus cinco sentidos sejam todos condensados em ondas sonoras, que me trazem o frescor de suas melodias, a limpidez de suas harmonias e a pujança de seus ritmos intensos e intermináveis.
Eu diria que você é música.
A inspiração começa na intenção. A intenção determina a materialização dos desejos, e das escolhas. O sentido de viver é real. A vida tem sentido quando fazemos com que ela tenha.
Independente dos infortúnios e desconfortos, a vida é algo incrível!
O amor é suficiente para tornar o impossível possível.
Ame a si, irradie amor!
Realize seus sonhos!
Feche os olhos e sonhe, pois, tudo é possível!
Viver os melhores sonhos, são aqueles que realizamos!
Em vez de cair nas asas da morte e morrer, viva!
Caia nas asas da luz, da felicidade, e do amor!
Os melhores, mais fantásticos e incríveis sonhos, são aqueles que realizamos e vivemos com os olhos abertos!
Sonhe e viva seu sonho!
O QUE FAÇO COM ESSA MENINA?
O que faço com essa menina que se acha feia?
O que faço com essa menina que, timidamente, diz aos quatro ventos que se encontra acima de seu peso?
O que faço com essa menina que disfarça o próprio corpo vestindo camisas largas e calças folgadas?
O que faço com essa menina que esconde o rosto porque acha que está demasiado flácido?
Devo eu dizer a ela que o seu sorriso é a maior das alegrias dessa minha vida?
Devo eu dizer a ela que apenas a sua sutil lembrança me aflige em desejo incontrolável?
Devo eu dizer a ela que a sua perspicácia transforma o planeta em um lugar mais habitável, mais inteligente e mais esperançoso?
Devo eu dizer a ela que o seu humor não apenas contagia a todos, mas vicia e entorpece o mais reticente dos humanos?
Como devo convencê-la de que é perfeita?
Como devo convencê-la de que é a cada dia mais apaixonante?
Como devo convencê-la de que hei de amar intensamente cada gesto e cada uma das palavras suas até o final dos tempos?
Como devo convencê-la de que morreria pleno e confiante ao seu lado?
Será mesmo que essa moça notará que jamais foi escrava de modismos de consumo e de estética?
Será mesmo que essa moça notará que ela é una e que intimida aqueles que se auto- denominam como audazes Casanovas?
Será mesmo que essa moça notará que tem o dom de arrebatar aquilo que deseja a todo tempo e a todo modo?
Será mesmo que essa moça notará que eu renegaria tudo para repousar silente e em calmaria, por entre as suas pernas?
Abra os olhos.
Eu lhe aguardo ansioso.
" Eu adoro seus lábios o sabor, adoro beija-los e quando dizem "te amo meu coração se entorpece desse viciante amor "
QUANDO BUSCO AS CRIANÇAS NA ESCOLA
Quando busco as crianças na escola A curiosidade me consome por inteiro Porque lá existe um universo
De pessoas e de diferenças Aviltantes
Observo ao chegar mais cedo Tantas e tantas mulheres
Com as infinitas faces
E os seus arroubos tão distintos.
Noto a mãe mais devotada
Cuja principal beleza é indisfarçável Por entre as roupas informais
E os cabelos presos
E que levam as imaginações ao infinito.
Há também aquela executiva
Sempre muito bem vestida
E que se adorna de frieza altiva
Disfarçando que é só menina desejosa de amor sincero E de alguém que lhe proteja.
Vejo as mulheres participativas
Criadoras de debates e polêmicas
Organizando o teatrinho do colégio
Para que olvidem rotinas melancólicas
Amargadas como fel daquilo que em tese deveria ser um lar em harmonia.
Não existe como não notar
A genitora que ao mesmo tempo em que recebe os filhotes e os beija com saudades e sorrisos (quase que em desespero)
Vive um dia-a-dia atropelado entre compromissos e maternidade
Já que tem um ex-marido cafajeste e descomprometido.
Sinto o perfume enjoativo
Da mulher que busca o filho
Com indiferença e mau-humor contagiosos Vez que não queria estar ali buscando o filho E ainda muito menos ter o tal do filho.
Eu também desvendo mães que foram já colegas minhas Na infância ou na adolescência
Algumas até me reconhecem
Outras reconhecem, mas me ignoram
E assim me questiono como se daria Se tivéssemos ficado juntos
Construindo vidas em uníssono.
E divirto-me, no fim de tudo
Com alguns homens estúpidos
Que puxam as conversas mais estúpidas
A fim de seduzirem as mulheres - nada estúpidas - que estão ali na escola (Esses, com certeza, necessitam é de muito mais maturidade)
Porque desconhecem o lirismo da conversa casual
E que inflama os nossos corações e almas Demonstrando que a vida nos reserva várias surpresas
E, quiçá, famílias novinhas em folha
Esculpidas
E escritas
Entalhadas
Costuradas
Na escola das crianças.
NAMORO À DISTÂNCIA
Na quinta feira eu a busco na rodoviária
E a gente vai para casa
E não se acanha nem mesmo no elevador do prédio
E espalha as roupas e sapatos e mochilas pelo chão do apartamento E ali ficamos, em silêncio de pequena morte.
Já na sexta feira levantamos tarde Só que acordamos cedo Despertados pelo maior dos desejos Quando assim começa o dia
Entre gozos e gemidos
E com a cama antiga rangendo desesperada Cada vez mais alto.
Sábado é dia de receber amigos sempre tão queridos E eu fico orgulhoso de mãos dadas
Quase que me exibindo aos convidados
Com a minha namorada tão maravilhosa
E que veio para estar no feriado
Ao meu lado
Fazendo o nosso almoço italiano
E encantando com o seu sorriso
A todos os ali presentes.
Domingo bem cedo andamos de bicicleta lá no parque da cidade Visitamos os meus pais idosos
Almoçamos uma barca de comida japonesa
Mas alguma coisa
(Eu já sinto)
Está severamente errada.
O dia transcorre
O meu enfado já está patente
A minha irritação fica notória
O mau-humor impera
E a minha namorada inaugura o pranto mais discreto
Disfarçado e silencioso
Sem saber o que de fato
Está conosco acontecendo.
Não se culpe, namorada
Porque a distância é que não permite
Que entremos
Com recíproca e com entrega
Na estranha liturgia de nossas rotinas
A centenas de quilômetros distantes
E assim eu sinto que sou invadido
Alcunhando-lhe covardemente como Invasiva
Estrangeira
Forasteira
E você, por consequência
Sente medo e insegurança
Acionando a perigosa chave de ciúmes
Com as reações de defensiva clássicas.
E é quando, então, a gente briga de verdade
E a gente chora junto
E eu deixo você na rodoviária no início da noite Em silêncio de sepulcro
E dessa maneira o feriado acaba.
Eu preciso ter você mais perto
Eu preciso ter você no dia-a-dia
Eu preciso viajar mais vezes
Eu preciso que retorne muitas outras vezes
E que nos comprometamos com o fato de que somos a prioridade um do outro.
Eu preciso lhe pedir desculpas
E dizer mil vezes o quanto eu a cada dia mais
Te amo.
E dizer também que a sua mera existência dá sentido à minha vida.
Encarar as frustrações como oportunidade de recomeçar, faz de mim resiliente e não vítima dos desencontros.
🔥 Já são mais de 4.000 pessoas transformando seus dias com reflexões que provocam mudança.
Junte-se ao canal do Pensador no WhatsApp e dê o primeiro passo rumo a hábitos mais conscientes.
Entrar no canal