Noites Traiçoeiras

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⁠GÊNESIS
Deus disse haja luz e a luz se fez...
e Ele separou os dias das noites
nas primeiras manhãs cheias de orvalho, pássaros de flores e de luz,
aquele sentimento de êxtase
diante do tinha criado invadiu seu espírito...
e Ele quis que o homem se sentisse assim
e criou a mulher...
Deus estava apaixonado.

Inserida por tadeumemoria

⁠Alguma coisa deveria ter mudado
as noites ainda são longas,
as catástrofes são frequentes
os eclipses e as ilusões de sempre,
outras novelas com os mesmos enredos,
os mesmos segredos que todos já sabem
alguma coisa deveria ter mudado
mas ainda sonho os mesmos sonhos
como se a tarde já não fosse tarde
e as noites com medos medonhos
castigos aos nossos pecados
passatempos, mas o tempo não passa
tudo muda, mas nada é mudado
não é sobre a solidão, não é sobre o cotidiano
não é sobre dizer ou não dizer te amo
sobre a verdade que perdeu a validade
sobre o exato que não é justo
sobre o que falamos e não é a realidade
alguma coisa deveria ter mudado...

Inserida por tadeumemoria

⁠Os fantasmas se soltam do sótão
As borboletas e as flores da primavera somem,
As noites se alongam e o que é real
Além do que é real e além do que não é
Os loucos construíram o paraíso e criaram os deuses
Tentando entender a dor
Eu criei um hospício onde os loucos arremessam estrelas
Escorregam do arco-íris e voam com as borboletas
Sobre uma plantação de alfazema
Não quero nunca mais entender o amor,
Não devo nunca mais acreditar nos deuses;
E as manhãs, deverei vivê-las sempre,
Mesmo que sejam sempre só uma utopia
E amar com toda dor que eu suportar
E suportar a dor com todo amor do meu querer
Os deuses inventaram o amor
Os loucos inventaram os deuses
E eu invento eu mesmo pelos corredores de paredes úmidas
Dos que já choraram, ou pelos que, das esquinas sombrias
Contemplam a lua na ilusão do perfeito amor

Inserida por tadeumemoria

ABSTRAÇÃO
Esse esvanecer de ter-se consumido
Em todas as noites ter se diluído
Essa neblina, brisa, maresia...
Ledo engano, falsa alegria,
Dissipar-se assim gás e vapor
Por que não existir somente basta

Vagas enormes a afogar meu::” eu o que sou?”
Eu me pergunto, esfumaçando no vazio,
Nesse oceano a afogar o ser,
Como sumir nessa mentira imensa e vasta
Como compor-se na abstração do amor...?

Inserida por tadeumemoria

AS SEGUNDAS

As segundas são longas,
As noites são tensas,
Os anjos fenecem nas esquinas,
Eu faço um poema,
Porque eu sou a poesia,
Porque não sei cantar,
Eu escrevo porque não quero esquecer
As rimas perfeitas que surgem
Assim repentinas...
Eu caminho tão triste,
Eu caminho tão só,
Eu caminho
Porque caminhar é o caminho...
Não sei se amo porque sou poeta
Ou sou poeta porque amo...
Mas amo tanto, que de mim me esqueço
E esquecido assim, no meu mundo
Menos poeta e mais vagabundo
Eu amo tanto e nem te mereço...

Inserida por tadeumemoria

Quantas noites de solidão faz um solitário...
Quantas desilusões faz um homem infeliz?

Inserida por tadeumemoria

TRAUMAS
Tinha pesadelos nas noites; ouvia arrastados de correntes, gemidos, o estalar de chicotes... levantava-se aturdido, corria até o rio e mergulhava. O guandú também era assustador, conduzia ‘presuntos,’ era uma espécie de faxineiro, de uma sociedade suja e implacavel; mas no firmamento tinha o brilho da “rainha”, batizara assim aquela estrela mais brilhante; e rezava com as mãos estendidas em sua direção: “salve rainha, mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa...” Tinha a pele da cor da noite, e aquilo às vezes, ou quase sempre, era um obstáculo até para as coisas mais simples, como conseguir um emprego; mas, herdara aquele terreno da vó Nancy e cultivava uma pequena horta; vivia relativamente bem, claro que com bastante esforço e trabalho. Vó Nancy mencionara várias vezes o sofrimento de seus antepassados, sabia que de alguma forma, seus pesadelos tinham algo a ver com aquilo; sabia que sua bisavó benedita tinha sido escrava, abusada pelo seu amo, tinha dado a luz a um menino louro dos olhos azuis, Atílio, de quem herdara o nome, que no seu primeiro ano de vida foi tirado da mãe. Devia esquecer seus traumas, devia deixar tudo isso no passado, mas nos seus pesadelos, encontrava-se sempre fugindo pelos matos, caçado impiedosamente por cães farejadores que latiam ferozes. Como fugir disso? Eram frequentes os pesadelos, Maria isabel vinha ao seu encontro com o lampião na mão, preocupada com suas saidas repentinas no meio da madrugada, na volta do rio que ficava a menos de cem metros, então iam lá no fundo do quintal, onde tinha uma capelinha e faziam uma oraçao pra santa Anastácia, a partir de então, a noite transcorria tranquila. Na manhã seguinte, até chegava a achar graça das piadas que os vizinhos faziam; mencionavam um lobisomem na beira do rio a banhar-se, ou um escravo em fuga pra algum quilombo; seu rufino afirmava que no casarão malassombrado funcionava na época da escravidão, um quilombo, grupo de escravos fugitivos e rebeldes. Atílio já tinha estado ali e sentira um certa energia, algo de extranatural, queria voltar novamente mas não tinha coragem de ir sozinho; na noite do último pesadelo fizera uma promessa a santa Anastácia se não mais tivesse aqueles pesadelos... Na tarde do dia seguinte reuniu alguns moradores e fizeram orações no casarão, acenderam uma vela de sete dias, as noites transcorreram tranquilas, a partir de então, mas na quarta noite acordou sobressaltado com gritos, levantou-se e percebeu que o casarão pegava fogo, alguns moradores já tentavam em vão debelar as chamas, se juntou a eles mas, por si só as chamas já estavam apagando; algumas paredes já tinham caido. Hoje funciona ali uma pequena capela de santa Anastácia onde realizam-se novenas. Nunca mais pesadelos, Atílio ainda percebe, assim quase como uma visão do que se passou há muito tempo, negros na noite, uns correm, outros jogam capoeira, uns banham-se no rio, tem uma cantoria...suas culturas, suas religiões. Atílio cuida da horta e agora também do milharal, nunca mais pesadelos e quase nenhum tempo para traumas.

Inserida por tadeumemoria

OUTRAS NOITES
Depois vem outra noite dentro da noite
Uma lua crua feito queijo coalho
Cheia de crateras.
A coruja pia, o sapo coaxa
As moças estão nas praças
Com seus vestidos de babados
E lábios de morangos e cerejas

Na noite de meia lua
Um eclipse remete-nos a um apocalipse..
O queijo coalho esta na mesa,
A bíblia esta aberta sobre o criado mudo
Gênesis, o começo de tudo
E Deus disse haja luz
E surgiram estrelas
Mas um dia seu filho morreu na cruz
Então vieram outras noites,
Outros Barrabazes e queijos suíços...
Depois disso, noites e mais noites...
Depois vem outra noite dentro da noite...
E um ciclo!!!

Inserida por tadeumemoria

ANGOLA
Tenho cinco séculos
E na angola,
Quando tua pele retinta trazia a minha mente
As noites, as graúnas ,
E as perolas negras dos teus olhos
Me diziam que eras Helena
Mas teus lábios me falavam de poemas
Que gostavam de beijar
Eu era ainda uma criança
E aprendi com teu corpo
Que é pecado não pecar por amor
Eu tinha cinco séculos
E aprendi beijar nas tuas ancas
E aquela criança amamentada pelos teus seios
E pelos que eu não seios
E pelos pelos feitos plumas
De um ave que eu gostava de voar
E sobrevoar as savanas
Assim conheci a selva do teu corpo
A África da tua negritude
E eu já tinha cinco séculos de juventude
E juventude para outros séculos
Amores e paixões para todas
As tuas áfricas e todas as angolas

Inserida por tadeumemoria

Poema do olhar vazio
Autor: Tadeu G. Memória

Ainda terei longas noites
Para lembrar-te o olhar
E nos momentos de saudades
Escreverei poemas...
Provavelmente mencionando
Ansiedade de horas intermináveis e vazias
Por desalentos e descontentamento...

Escreverei poemas...
Impróprios, secretos e insanos
Relatando com minúcias
Essa intimidade lasciva e indecente

Escreverei poemas...
Insípidos, amargos, amargurados
Pela solidão e o abandono

Escreverei poemas...
Como um álibi a essa cumplicidade
Insensata e viciosa
Que me aprisiona como refém
De prazeres mórbidos...

Escreverei poemas...
Como uma compulsão
Como se isso detivesse a hemorragia
De desanimo e desencanto
De longas noites de insônia
Que me trazem o teu olhar vazio...

Inserida por tadeumemoria

GRANADA

Essa ansiedade me mantém acordado...
Essa ansiedade me mantém acordado...
Noites invernosas habitam meus olhos,
Chove copiosamente...
Deslizes de terra... desmoronamentos...
Descompor-se... dessentir...
Essa ansiedade me faz respirar...
Essa ansiedade me faz respirar...
Um meteorito é um sobreaviso...
Um poema pode ser uma granada,
O Papa sente-se cansado...
Essa ansiedade me mantém acordado...
Essa ansiedade tem a ternura de Isolda,
A leveza de Mata Hari,
Beija-me e me faz levitar...
Quem detém furacões...
Quem detém vulcões...
Esta ansiedade é paciente,
perene como as neblinas...
Dilui correntes e guilhotinas...
Esta ansiedade me salva e liberta
Desperta-me para essa ansiedade.

Inserida por tadeumemoria

⁠"O Preço do Amor"

Recebeste em silêncio o calor do meu colo...
Nas noites sem sono, eu vesti tua dor...
Meus braços foram teu primeiro consolo...
E minha vida, teu mapa de amor.

Dei-te o tempo que o mundo não dava...
Fiz do meu peito abrigo e guarida...
Com lágrimas minhas tua febre baixava...
Cada cuidado, uma parte da vida.

Mas eis que o tempo virou o espelho...
E os dias dourados se foram no chão...
Agora cansada, suplico um conselho:
Preciso pagar-te por um coração?

Se não há salário, não há gentileza...
Se não tem valor, não sobra afeto...
Sou só tua mãe — sem mais nobreza,
Na velhice, teu olhar ficou discreto.

Ah, filha querida, onde está tua alma?
Trocastes o amor por um contrato frio?
Esqueceste da fonte, da estrada, da calma,
Do leite ofertado nos dias vazios.

Talvez um dia o mundo te ensine,
Que afeto comprado tem prazo a vencer.
E quem vende o tempo por um “me convine...”
Não sabe o que é realmente viver.

Inserida por SimoneCarvalhoSantos

⁠lágrimas Viraram Sol
Chorei mares, rios e tempestades
Nas noites frias de ausência e dor.
Mas, reguei sem saber, as saudades com gotas que hoje florescem o amor.

Cada lágrima caiu por um motivo,
Mas nenhuma se perdeu no vazio.
Transformei o pranto em alívio, e fiz do silêncio um doce arrepio.

O que era cinza, ganhou cor.
O que era medo, virou abrigo.
De cada queda, brotou flor.
De cada choro um novo riso.

Hoje sorrio com alma inteira,
Não por ter esquecido o que sofri,
Mas porque fiz da dor passageira,
O trampolim que me trouxe aqui.

Inserida por SimoneCarvalhoSantos

MENINO POETA

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Fui moleque de lua...
passava noites na rua,
me declarando pro céu.

Inserida por demetriosena

As mil ocultações
criaram monstros
que nos devoram
silenciosamente,
As noites totais
e seus impostos
já têm os seus
juros crescentes,
De você tiraram
tudo e estão
devendo a todos
notícias do seu
paradeiro,
Até o presente
momento faltam
dois dias
para completar
um mês sem
notícias
a teu respeito,
Não adianta
criarem asilos
mitológicos,
O destino possui
ritmos astronômicos,
ele zela intrépido
pelos despossuídos.⁠

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Rodeio na escuridão

No meio das montanhas verdes
do Médio Vale do Itajaí
em noites estreladas
ou noites em plena escuridão
aqui na cidade Rodeio
em mim trago plenamente
aceso o verbo candeeiro.

Mesmo com as ruas em total
deserto e silêncio,
a minha casa sempre tem
uma luz acesa, uma oração
e a poesia para aquecer o coração.

A palavra pode estar silenciada,
o pensamento segue na balada,
a fibra pulsa em dois mundos
desta pluma que na verdade é espada,
reviravolta e feita de infinitos sonhos.

Nesta vida uma coisa é
certa mesmo que não
escutem ou não me enxerguem:
sou eu a poética presente
sempre que houver a urgência
de levantamento de uma
rebelião por tudo aquilo
que vale a pena em qualquer estação.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Você me vê nas tuas noites
dançando a coreografia
do coração com luzes
nas mãos indo na direção
da serena e oculta poesia
do teu oásis de amor, paixão,
carícia e humorada malícia
que há de me fazer convertida
sem nenhuma resistência
de joelhos de tanta adoração.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Os Guaritás foram
beijados pela Lua,
Ser para a sua
poetisa das tuas
noites e dos teus dias.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Matrinxã errante
desta Bacia Amazônica
adorada que a cruza
em dias de Sol
e em noites de Lua,
Te celebro poema
escamado e misterioso,
e em ti me inspiro
a continuar seguindo
com força o destino.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Dias, Tardes e Noites
sem nenhuma cor
não me pertencem,
É por isso que escrevo
poemas que falam
do desejo pelo seu amor.

Inserida por anna_flavia_schmitt