Noite Longa
“Há alguns meses as minhas noites estão se tornando cada vez mais longas. Tento me concentrar, tento fazer exercícios pra poder relaxar, rezar, direcionar meus pensamentos a campos imaginários, sentir o corpo levitar... Mas nada é suficiente pra poder relaxar meu corpo. Não é um cansaço físico, é como se viesse de dentro de mim, do meu íntimo, da minha alma. A minha alma está cansada. Tento definir o que me aflige, mas não consigo. São nas noites mais vazias que se percebe o quanto a solidão é importante para o amadurecimento pessoal.
Então eu desisto. Desisto de querer dormir e começo a prestar atenção no meu subconsciente, nas imagens, nas lembranças e tento nele encontrar respostas para essa aflição. Começo a deixar a mente leve e ela me transporta pra lugares impressionantes, situações que eu já vivi, mas que hoje consigo observar de maneira diferente, vejo a minha vida como uma telespectadora crítica, pois tenho a capacidade de julgar, graças ao conhecimento que adquiri com o passar dos anos.
Vejo o quanto eu era infantil e julgava ter maturidade suficiente para fazer escolhas, pra ser livre. Onde na verdade eu era iniciante e prepotente. Quantas vezes quebrei a cara com essa minha mania de independência, de querer ser dona do meu próprio nariz. A liberdade é tão perigosa... Eu desconhecia esses perigos. Hoje conhecendo, queria voltar no passado para fazer um futuro diferente, mas não dá. Ele chega tão depressa! O tempo passou tão rápido que não percebi quanta coisa deixei pra trás e como eu poderia ter feito diferente. Daí já é tarde. O futuro é bem diferente do eu pensava. Eu que tantas vezes queria estar sozinha no mundo, porque eu me achava capaz de mandar na minha própria vida, sem precisar de ninguém! Me encontro sendo consolada pelo travesseiro e querendo o colo da minha mãe.
Começo a ficar apavorada com as alucinações que meu subconsciente provoca. Começo até a sentir o cheiro do meu passado, a ouvir as vozes das pessoas que conviviam comigo naquela época. Então saio da cama, lavo meu rosto e olho a hora: ”Nossa! Três da manhã e eu ainda acordada...”. Totalmente sem sono. Começo a andar pela casa, vou a varanda, volto, ligo o computador, ninguém fala comigo no MSN, parece que o mundo resolveu me ignorar! Meu telefone não toca, nenhuma amiga apareceu hoje na minha casa, ninguém em casa, os vizinhos estão dormindo, o mundo está dormindo e eu aqui em casa, sozinha, sem sono e com medo de tentar dormir e ver novamente a minha vida em 3D.
E são nessas noites longas que eu pergunto aonde foi parar minha maturidade, meu comportamento impulsivo, a mulher independente capaz de mudar o mundo com a sua força interior? Não sei. Nesses dias estranhos ela se afasta de mim.
Fico parada, olhando o mundo pela minha janela. Observo as casas, os gatos no telhado, o silêncio... Olho novamente pra casa e me vejo sozinha. Eu nunca me sentir tão só. Fico triste, choro. Sinto meu coração acelerar, o silêncio é tão grande que ouço o meu coração. “Não era isso que eu queria pra mim!” Eu tinha um costume de dizer que não gostava de gente e percebo que ninguém nasce pra viver só.
É nesse momento sombrio que começam a surgir perguntas sobre o resultado das minhas experiências passadas: “Quem eu sou?” “O que quero?” “Em que eu me transformei?” “Porque eu não consigo mais manter um relacionamento estável?” “As pessoas metem pra mim, ou sou eu quem não entendo o que elas me falam?” “Aonde foram parar aqueles meus amigos?” “Porque eu me apaixono tão fácil?” “Porque eu não consigo demonstrar o amor a quem eu realmente amo?” “Porque eu não consigo perdoar meu pai por ser ausente e consigo perdoar outras pessoas?” “Que carreira seguir?” “Fico aqui, ou vou embora?” “Pra onde vou?” “Qual caminho seguir...?”
Conclusão: estou em conflito comigo mesma!
Tenho medo de voltar às lembranças do meu passado, por não gostar de ver o quanto errei. E me encontro estática com a possibilidade de errar novamente, ficando impossibilitada de seguir em frente, por não saber o que é certo. Mas onde está o problema maior, errar ou parar no tempo com medo da possibilidade do erro?
Paro por alguns instantes e observo novamente minha vida por outro ângulo, só que dessa vez a telespectadora pode interagir, pode ajudar nas decisões.
De repente as perguntas começam a ter respostas...
Sou forte, sou sensível, sei reconhecer quando estou errada, não gosto de ferir ninguém e não tenho medo dos desafios da vida, só estou passando por uma fase de amadurecimento, e esta solidão é necessária para evitar erros futuros e saber administrar melhor minhas escolhas. Eu quero viver bem! Eu não preciso de muito dinheiro, só o suficiente pra viver tranqüila e em paz. Eu não me transformei porque ainda me encontro em mutação, eu deixei de ser adolescente e virei mulher, e preciso me acostumar com essa idéia e mudar de atitudes, assumir minha nova posição. Não é que eu não consiga manter um relacionamento estável, mas já me decepcionei tanto que estou conhecendo melhor as pessoas pra poder me envolver e curando as feridas passadas, para que a entrega seja mais verdadeira. As pessoas metem porque metem, ora bolas. Ninguém é perfeito. Cabe a mim, perdoar ou não e observar se a pessoa quer ser perdoada. Se os amigos sumiram, eles não eram amigos, os amigos não somem, mesmo que separados por longas distancias, os amigos estão sempre presentes. E não é todo mundo que sabe ser amigo. Apaixono-me fácil porque tenho um coração bom, e sei apreciar as qualidades do outro. Não preciso demonstrar que amo porque o ser amado sabe quando é amado; a exposição não é uma característica do amor. Não perdoei meu pai porque ele nunca me pediu perdão, não vi arrependimento da parte dele, como perdoar quem não quer ser perdoado? Impossível.
A vida é uma só. E estou nesse mundo por um propósito grande. Então não posso passar o resto da minha vida lamentando meu passado ou do rumo que a vida tomou. Se hoje estou aqui é porque fiz o que achei que fosse certo. Só eu sou responsável por minhas escolhas e pelas conseqüências que possivelmente terão, não posso esperar que ninguém faça escolhas por mim, nem depositar no outro a responsabilidade das conseqüências. O mundo não tem culpa. Se hoje sei onde errei, só preciso aprender a me perdoar e não repetir, porque caso ocorra novamente, não pode mais ser chamado de erro, e sim de escolha.
Só não consegui definir ainda se fico ou se vou. Se for, pra onde? Sei o que não quero, e isso já é um bom começo. Mas preciso decidir logo que rumo seguir, pois o tempo não pára para que as minhas escolhas sejam feitas. O tempo passa rápido demais.
As perguntas irão existir sempre, assim como as dúvidas, os medos, os anseios, o ressentimento. Mas é preciso escolher se quero me lamentar ou enfrentar novamente o que a vida tem a oferecer! Afinal, de que adianta observar o mundo pela janela se a graça é percorrer os caminhos que ele tem?
Enfim, o sono chega. Encontro-me mais calma e tenho a sensação de dever cumprido. Percebi que o que eu mais precisava essa noite era algo que eu vinha adiando há tempos: o encontro comigo mesma.”
Poema do olhar vazio
Autor: Tadeu G. Memória
Ainda terei longas noites
Para lembrar-te o olhar
E nos momentos de saudades
Escreverei poemas...
Provavelmente mencionando
Ansiedade de horas intermináveis e vazias
Por desalentos e descontentamento...
Escreverei poemas...
Impróprios, secretos e insanos
Relatando com minúcias
Essa intimidade lasciva e indecente
Escreverei poemas...
Insípidos, amargos, amargurados
Pela solidão e o abandono
Escreverei poemas...
Como um álibi a essa cumplicidade
Insensata e viciosa
Que me aprisiona como refém
De prazeres mórbidos...
Escreverei poemas...
Como uma compulsão
Como se isso detivesse a hemorragia
De desanimo e desencanto
De longas noites de insônia
Que me trazem o teu olhar vazio...
SOLIDÃO
E o que restou a mim?
Na solidão, tão longa da noite...
Nada....
Só o este vazio angustiante...
Tu levou contigo, tudo...
Tu levou de mim o teu amor
Sandra
As minhas noites são mais longas quando penso em você .. que nem consigo fechar os olhos e dormir .. você me tira o sono.
Insônia
O pior de tudo, ainda é minha insônia, aquelas malditas e longas noites que me reviro na cama.
E é então que sinto aquele vazio enquanto encaro o teto no escuro...
A melancolia que me cerca todos os dias.
E na penumbra que produz a luz da minha TV ligada sem som eu posso me ver... Sozinha.
Nessa hora lembro-me de você, ouvindo os pingos de chuva caindo no telhado penso em quanto tempo já se passou...
Tempo demais para eu ter esquecido e nem queria mais lembrar...
Talvez eu não seja tão forte quanto eu pensava. É.
A noite pode ser longa, mas a manhã vêm, e finalmente as dores chegam ao fim...Essa é a lei da vida!
Você já sentiu vontade de continuar a trabalhar mesmo após ter finalmente terminado uma longa noite de trabalho? Pois bem, essa é a diferença entre trabalhar e fazer aquilo que você ama.
Noites longas, noites frias o vento gela.
Minh'alma esfria.
A realidade me amedronta nas calçadas ao relento.
Não há esperança, não há sonhos, só pesadelo de olhos abertos,
se não espero então não vivo. sofro calado aqui na esquina.
Estou com fome, tenho sede;
Sou o que vejo Sou sofrimento.
Se me olham viram o rosto; estou sujo e fedendo,
fecham os olhos e sentem nojo da minha indigência!
Em quem esperar? Se a esperança estou perdendo! Estou morrendo no cimento.
socorro!!! Eu grito, ninguém me escuta, então me calo e me sufoco em soluços.
Os meus vizinhos são a morte e a depressão, que mesmo eu não querendo eles insistem em me fazer companhia;
Na rua ou na esquina, ali na ponte ou no esgoto, assim eu vivo, assim pereço!
Sou assim: Um cidadão sobrevivente na rua...
Em longas noites de amor
Mergulho no teu amor.
Absorvo tua pele molhada
Em meu corpo cansado
Exausto de amar você
E essas noites longas que as vezes parecem não ter fim.
E esses dias vastos que o sol queima somente de um lado do rosto.
E essas prosas sem fim e conteúdos que te fazem perder o teu tempo.
E esses conflitos que te roubam a vida e te trancam numa senzala suja e fedida.
E essas matemáticas não usadas que te fazem estudar na escola, mas que no fim tu não usas pra nada.
E essas teorias que te contam e te inquietam num pensamento de não querer entender.
E esse texto que tanto fala e nada quer dizer.
( A proeza das palavras sem sentido )
As vezes as noites são tão longas. As vezes os dias são tão curtos. Mas, a cada hora que passa, é menos uma...
O Céu me encanta com sua noite bonita
As estrelas brilham e a lua ilumina
São longas horas de pura paixão
São muitas delas numa constelação
Sou novo pra tudo só quero sonhar
Me - imagino no céu tocando as estrelas
Eu penso nelas de todas as maneiras
Eu sou criança na Segunda-Feira
Quem disse que sonho não se realiza
Feche os olhos imagina, crie um mundo de fantasias
Histórias de criança todo mundo finge que acredita
Só basta sonhar e continuar a escrever
sem se esquecer e viver.
Canto da insônia
A noite começa a ficar longa
A briga é entre mim e a cama
A máxima está no não pensar
Não, não tem jeito
Tudo emaranha nas lembranças
Vejo Bandeira na tela escura da TV
Leio Florbela tão viva que fica na cabeceira
Escuto Pessoa nas lástimas de Belchior
Numa nuance, na neblina da madrugada
Forma-se a imagem do meu menino
Tão real, tão lindo
Inatingível, se desfaz e morre
Minha face apresenta desgaste
E o dia nasce perfeito.
Nesta vida
As noites da alma
São todas muito longas
Mas chegará o tempo
Em que os dias serão eternos...
Nunca mais esquecerei esta noite, a primeira noite no campo, que fez da minha vida uma noite longa e sete vezes aferrolhada.
ANOITECE DEVAGAR
Anoitece devagar esta noite já tão longa
Sobre os meus ombros onde não estou
Em redor do teu corpo vejo-te a dormir
A penumbra invade a nossa velha cama
Corroendo tudo que é da própria solidão
Ela vergava-me, com o passar do tempo
Escrevo-te nesta noite, sinto um arrepio
Vertigem que enche o coração de pavor
Povoei-a com sorrisos e muitas saudades
Aderiram à memória com pequenos gestos
Onde vivo e pressinto o coração a arder
Anoitece e estás constantemente presente
Vibras sob a luminosidade imperceptível
O teu corpo vive hoje dentro do espelho
Uma sombra refletida onde se perdeu o meu.
Se morresse agora não deixava nada ser eterno
Bebia toda a minha sede, devoraria as noites amargas.
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