No Silencio da Noite Sinto sua falta
noite
a sinfonia da noite
cai sobre o cerrado
a alma neste açoite
é retiro amordaçado
é silêncio em seresta
a solidão num gorjeado
e a quimera numa fresta
a noite cerrando o cerrado
Luciano Spagnol
Curso
Amanhece a manhã
Numa alvorada de prece
O ontem uma escrivã
Da noite que encanece
Num novo amanhã
Que nasce e anoitece
Hoje te encontrei na saudade
Nas fotos no tempo amareladas
Que um dia se fez realidade
E as noites dores enrugadas
Eu te encontrei na saudade...
No varal do quintal pendurada
Amanhece a vida da manhã
Despertada pelo sol a brilhar
Adormecendo a lua no divã
Da noite para o seu repousar
Teoria de amor
Na noite solitário já chorei
Naquela música emocionei
O tom de tua voz lembrei
E vi que assim me apaixonei
Na solidão já fui peão
Da dor eu fui escravidão
Do sorriso apenas irmão
E vi que das falas fiz canção
No medo eu já me perdi
Por um alguém eu já sofri
Tal ligação eu não atendi
E vi que muito tinha por vir
Nas juras prometi eternidade
Me encontrei em falsidade
Dos beijos eu tive saudade
E vi que muito era brevidade
No vasto e pouco eu tentei
Alguns momentos eu odiei
Outros fui magoado e magoei
Amei, fui amado, e não amei...
Sussego é você ir para a cama
toda noite, e dormir o sono
do amor, no coração em chama.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
ANDOR DO AMOR
Quem não quer, não estar sozinho
Na noite fria acobertar-se de calor
Estadear estórias e paixão compor
E ter a cumplicidade pelo caminho
A solidão é sentir no vazio, amargor
É grito sem eco, mimo sem carinho
Avitar a rosa por ferir-se no espinho
Querer no azedado ter doce sabor
Cada qual traz ideal no seu cantinho
Um oferece o abraço em laço e flor
Outro doa afeto num olhar mansinho
Pois, não se é perene no retiro opressor
Nem tão pouco um solitário mesquinho
Que não orne de rosas o andor do amor
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
SONETO DA SOLIDÃO
Eu estou completamente solitário
Passa o dia, vem a noite, agonia
A tarde entristece, cinzenta e fria
E eu aqui no cerrado, destinatário
O por do sol, de belo, virou nostalgia
Numa clausura da saudade... Unário
Eu, vejo o tempo não mais temporário
Tal folha de outono sem a autonomia
Nesta sequidão aumenta o itinerário
Do místico e algoz retiro em infantaria
Avançando firme, sendo um breviário
A solidão na vida, tornou-se relicário
Onde o tempo ora neste árido sacrário
Em cadência nas contas da melancolia
Luciano Spagnol
30/06/2016
Cerrado goiano
Esta noite com a lua vou confidenciar
As minhas lembranças mais secretas
Numa vigia nas memórias prediletas
Que na vida me fizeram assim sonhar
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
No cerrado a noite fria
escorre a lua, na árida
nuvem, em cachos de poesia...
Luciano Spagnol
Maio, 2026
Cerrado goiano
Soneto do meu eu
Em busca do meu eu, muito errei
Noite a dentro, adentrava em prece
Tolo fui eu, pois a vida acontece
E por muito querer, muito eu andei
Neste dilema o silêncio foi solitário
Achei areia e cascalho sob os pés
E nas procuras tive prazer e revés
Mas sempre nostálgico no itinerário
Fechei os olhos, e ao amor poetei
Pois a poesia tornou-me alicerce
E nos vários temores me encontrei
Tive fala de saudade no meu diário
A cada por do sol tentei ir através
Mas fui operário no meu eu arbitrário
Luciano Spagnol
01/06/2016, 03'16"
Cerrado goiano
A culpa, é da lua
deixou a noite fria e nua
de sonhos e devaneios...
E nesta ausência os anseios,
viraram penumbra
e o poetar uma rumba...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO NO ENTARDECER
Sai o dia, vem à noite no cerrado
treva fria, palia o sol na cor bisonte
breve e leve, tão encantado, é fonte
num manto real no tempo dourado
Ó sombra que se esvai no monte
do entardecer na noite aterrado
desnudando o planalto aluado
numa luz sidérea em desmonte
E no turvo motim no céu calado
surgem alvas estrelas, defronte
ao cais da vida, num ato fiado
Assim como num beijo simbionte
a noite abarca o dia tão esfalfado
para lhe adormecer no horizonte
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Chega à noite, põe-se a luz do sol no fronho.
Acende-se as estrelas para alumiar o nosso sonho.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
HORÁRIO DE VERÃO
Roubada hora
E o tempo não para
Adentra o dia, à noite a fora
Nesta roda vida, que mascara
A madrugada mais cedo
O entardecer que não chora
Embora,
O Relógio já não marque às horas!
Luciano Spagnol
Rio, 16/10/2011
20”14”
Ronda (soneto)
Esta noite com a lua vou confidenciar
As minhas lembranças mais secretas
Numa vigia nas memórias prediletas
Que na vida me fizeram assim sonhar
Nestes eflúvios aos sons de trombetas
Do crepúsculo do cerrado, quero poetar
Nos braços da emoção, então devanear
Em suspiros, delírios em cores violetas
Sim, serão sensações na alma a enlear
De um amar nos jardins das borboletas
Das ilusões, assim, ter vontade de voltar
E aí, então, neste cenário de profetas
Quero nesta ronda poder eternizar
O soneto: em linhas, curvas e retas
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Cerrado goiano
Sai o dia, vem à noite no cerrado
treva fria, palia o sol na cor bisonte
breve e leve, tão encantado, é fonte
num manto real no tempo dourado
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Horário de verão
Roubada hora
E o tempo não para
Adentra o dia, à noite a fora
Nesta roda vida, que mascara
A madrugada mais cedo
O entardecer que não chora
Embora,
O Relógio já não marque as horas!
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