Nem Sabes Chegaste quando eu te Sonhava Poema
As vezes o que precisamos é deixar que o que é nosso possa nos encontrar, principalmente quando já estamos cansados de procurar
pois enquanto procuramos, estamos correndo atrás do que nunca será nosso, e enquanto isso, fugimos daquilo que nos busca..
deixar se encontrar é também parar de fugir..
A Dor
Quando a dor consome
Sua alma
Seu corpo
Sua mente
E gostaria de poder ir embora para um lugar em que a dor agonizante não lhe encontrasse
Mas onde há esse lugar?
Não existe, porque a dor fez morada em você e ela vai lhe acompanhar para onde você for
Nesses dias parece não haver esperança
Esquecemos que tudo são fases
Tudo passa, até a dor
Coaxando à beira rio
Me enamorou
Lavando o pé no fio,
Quando me viu pulou
Quando te encontro distraída,
Caçando em banho de sol,
Jacente na vitória régia,
Sereia!
Eu te amo, como amo a lagoa,
As poças, a chuva e moscas...
Te quero toda minha,
Sapinha linda.
AS PALAVRAS OCULTAS
Quando passávamos por aquele cortejo
Senti palavras dívididas feito queijo
Eram sentimentos de despojo
As mangas estavam bem arregaçadas
Nas praças desgraçadas
Seus vidraços reflectiam tamboradas
Os ninhos eram estilhaçados
Os discalçados tremiam num só clima
As palavras ocultas eram navalhas multiusos, sandálias inocentes foram vítimas implacáveis.
Nesta incredulidade do meu espírito,
O fim vem adiantado, usurpando o começo, na verdade tudo me é inquieto,
Até na lentidão do camaleão vejo manipulação, tudo me é inquieto, porque a verdade foi desnutrida, e a mentira festeja com os melhores vinhos, até invoca "Dionísio", exibindo suas taças, doando sua cabaça numa hora intermédia aos 0x1.
pérola
Quando a onda se aquebranta
em espumas lá na areia,
a jangada se alevanta;
quem é d'água não mareia!
Marinheiro que se encanta
não enjoa nem se espanta
com o canto da Sereia...
Quando um texto esta pra nascer,
as palavras circundam a minha volta, como querendo dizer:
"usa-me aqui estou!"
E elas
iguais parteiras
oferecem suas frases e vErSoS,
para apanhar o poema.
***
✍️🌹💌
<<< Francisca Lucas >>>
Mahatma Gandhi queria dizer que o ápice da paz é quando o mundo conseguir se transformar em unidade
Nada nos separa
Somos seres únicos
Dotados de suas diferenças e particularidades
Mas uma coisa sempre nos une:
A humanidade
Todo mundo sofre,
Chora um dia,
Perde um amor
É traído,
Se sente perdido
Ferido no seu orgulho
Ou na sua mágoa
E é nisso que a gente se encontra
Na capacidade de ser:
Humano
De ganhar, de perder, sonhar e de errar
(E uns perdem mais do que ganham)
No entanto
Uma coisa me difere
Sinto na impossibilidade de ter alguém que possa me amar
Mas estará a humanidade
Não em ser amado
E sim no poder de amar?
Amar
É pra isso que vivemos
É apenas o que está nas nossas mãos e no nosso controle
É preciso enxergar e se contentar na humildade
Por mais que esse sentimento
Não seja retribuído
Vai além do nosso instinto
Da carne
É intrínseco o dom da alma
De amar e de se entregar
Jogar se de um precipício
Sem saber no que vai dar
Sim, amor é um ato de coragem
Porque na insaciável necessidade de ter a aprovação do outro
Ignoramos e nos encorajamos
A tirar de dentro e de si o que é mais valioso
O seu amor
E a dar sem vaidade
Sem a certeza da devolução da outra metade
Porque amor é partilhar
Isso faz parte
Mas amor nunca será amor sem se doar
Isso é inegociável.
É necessário enxergar o todo
E não somente as partes
E por fim se transformará no verdadeiro Amor
A tão sonhada Unidade.
O magnífico ato que é amar
Quando olho em teus olhos
Me perco em seu magnífico olhar
Abandono minha escuridão
E vou rumo a luz segurando tua mão
Seu abraço me conforta
Tua voz me encanta
Quando me deito na cama
Começo a pensar em ti
E não paro nem quando vou dormir
Pois te encontro nos meus mais belos sonhos
Me perco na incrível historia
Que vivo contigo em minha mente
E quando acordo
Só penso em voltar a dormir
Pra ver se te encontro novamente.
Quando a gente estava junto
Tudo perfeito ficou
Depois que nos separamos
Tudo no mundo mudou
Estrelas não brilham mais
A lua se escondeu
A chuva parou nas nuvens
O sol não apareceu
A flor perdeu o perfume
O jardim todo murchou
Passarinho entristeceu
Nunca mais galo cantou
O doce ficou amargo
O salgado azedou
O azul embranqueceu
E o verde amarelou
Nas cobras nasceram pernas
Leão feroz amansou
Minhoca bate em galinha
E elefante falou
A terra perdeu a força
E o maior Rio secou
Os peixes vivem chorando
E o cachorro voou
Pro mundo ser como antes
Preciso do seu amor
Pare, pense e analise
O tamanho do seu valor.
(SOPHIA, Ireni. Sem você tudo mudou. In: GONDIM, Kélisson (Org.). Vozes Perdidas no tempo. Brodowski: Palavra é Arte, 2020. p. 67).
SEJA RARO
Quando a vida for cruel
e quiser te machucar,
Quando esse mundo for pesado
e quiser te esmagar
Seja raro, e mostre ao mundo
como tudo isso superar.
Quando Superar parecer impossível
e nada lhe ajudar
quando tudo for incerto
e você só duvidar
Seja raro e acredite
tudo isso vai passar.
Quando o caminho for difícil
E suas pernas fraquejar
Quando não se tem rumo
e nem lugar pra chegar
Seja raro, reinvente sua estrada
e comece a caminhar.
Quando te faltar o ar
e força pra continuar
Quando os obstáculos
te fizer desanimar
Seja Raro, siga em frente
e nunca pare de tentar.
Quando a maldade te assombrar
e tudo que é bom se ocultar
Quando não tiver carinho
e o abraço lhe faltar
Seja raro, sorria e
reaprenda a amar.
Quando fracassar
e não tiver ninguém pra te ajudar
quando tudo que é ruim
conseguir te derrubar
Seja Raro, tenha fé
e comece a levantar.
Quando não tiver saída
e a solução não encontrar
Quando não houver mais esperança
e for difícil suportar
Seja raro, e entenda que é depois
dos fracassos que se começa a prosperar.
Enfim,
Para ser raro, é preciso ser
resiliente e eficaz
dar o passo à frente
Enquanto todos dão um passo atrás
fazer o que ninguém faz
Ser persistente e desistir jamais.
No calor do momento e da aventura na realeza.
O fascínio de uma beleza em si quando estamos na realeza e no trono banhados em ouro como estrelas cintilantes do universo podemos apreciar a beleza e o encanto dos jardins do palácio de Queluz que nos transmite pela alma. De manhã os teus lábios são doces e frescos como a brisa do vento de Queluz, à tarde o teu calor como um vulcão e o teu suor do teu corpo doce como o mel e o amor.
À noite olhamos para os céus da Realeza e sentimos a tua essência pura e especial como o encanto da lua cheia e das estrelas e do universo a dançar de fascínio e alegria.
Mas quando os dias não caem em minhas mãos, te vejo como um botão metafísico em flor;
fazendo sombra de um pássaro em meu quintal desproporcional.
Na qualitativa desesperada de cantar algo que possa lhe servir de algo.
Sou retroativo quando me falam de você.
[Estou esperançoso sobre nós dois.]
Quando foi que me perdi?
Que me deixei de lado?
Pensar nisso me causa náusea de mim mesmo.
Permiti que os outros
Que as circunstâncias
Que a vontade de sempre estar disponível para ajudar
Moldassem a minha vida.
Agora, sem os outros
Em circunstâncias desfavoráveis
Precisando da reciprocidade prometida
Porém negada
Me moldo sob alta pressão.
Dilaceração
Quando o espírito se dilacera para caber no mundo, dói a alma.
E quando a alma se aflige, as espadas laceram o seu coração.
Em sua face transparecem os vestígios de dor e prostração.
Por dentro as marcas da existência destorçam-lhe. Amargura-lhe
uma dor cruel, uma dor estranha, uma dor desmedida que se prefigura.
É uma dor que perdura porque veio para permanecer.
É anseio, é dor, é aflição, é tristeza... É martírio que faz desvanecer.
De onde vem tão profunda agonia que chamam de depressão?
Há algum remédio que a cure ou não?
Se para a dor da alma, o analgésico é o tempo
Que se esclareça ao sofrimento que o entorpecedor
chegou para sepultar a sua dor. Só que não.
Umbelina Marçal Gadelha
O poeta e o amor
O poeta quando ama
Faz versos em árvores
faz versos-pétalas
Faz versos-flor
Poemas frágeis
O poeta quando ama
Faz versos com asas
Faz versos-pássaros
Faz versos-nuvens
Poemas leves
O poeta quando ama
Faz versos improváveis
Faz versos-noites
Faz versos-dias
Poemas suaves
O poeta quando ama
É todo ele desamparo
Faz amor com versos
Faz amor com frases
Poemas raros
PAT ANDRADE
Acorda
Certamente as cordas não eram para isso,
Pensei em amarrar os punhos da rede,
Quando dei por mim estava amarrada em outro lugar.
Socorro me ajuda, por favor, me ajuda!
Ninguém veio me ajudar.
O brilho dos meus olhos,
Pouco a pouco se esvaindo,
No canto direito do olho, uma lágrima caindo...
Minhas pernas esticadas tentando tocar o chão, meus olhos se fecharam, pensamento a milhão.
O filme de uma vida se passou, o ar que regava meu peito ardeu e, por fim o coração parou. Acabara com a minha dor e enfim, a solidão morreu.
ESPERANÇA E FE'
Esperançoso: diga-me, pode ser ou e'?!
Quando tudo parece longe e não se vê.
Quando a mente se abala e não se crê.
Esperançoso: diga-me, pode ser ou e'?!
Crença: diga-me, pode-se ter ou não?!
E' quando acende um fosforo no ardor,
e em pleno breu se vê o Nosso Senhor.
Crença: diga-me, pode-se ter ou não?!
Fe': e' quando o ultimo fosforo se apaga,
E você continua acreditando que o rosto,
Esta lá velando por você, e você indaga:
Senhor es tu que sondas o meu espirito?
Es tu quem tica fogo em meu coração, e
Por final o mantem diante do meu grito?
poeta_sabedoro
Bastando-se com o viver
o diferente é o diferencial tão necessário quando o tudo igual só aponta um mesmo caminho para o qual não nos sentimos fazer parte
o emergir em novidade de vida se dá a partir do mergulhar mais profundo que podemos ir, aquele adentra e ultrapassa as correntezas do tudo igual que nos levam sempre pelo mesmo caminho
que nos inundam e abundam do sentir que não concebemos poder suportar mas uma vez neste inundar transbordamos e quando percebemos num passe de mágica como se fossemos cuspidos de dentro para fora nos damos a margem tocandoa grama, sentindo as flores e contemplando as correntezas desde as mais profundas às mais rasas que circulam e circundam nosso ser
os pés firmes na areia úmida dando a certeza dos rastros que nossos passos haverão de deixar e quais o vento e as águas irão apagar
aromática solidão trazida pelo vento, olha-mo-nos de fora para dentro, despidos de alma enfim, reconhece-mo-nos
poderemos sobreviver sem as águas que nas correntezas profundas nos fazem transbordar?
quais rastros nossos pés suportarão que os ventos da solidão e as correntes nas ondas de águas rasas apaguem pegadas?
nos bastará em infinita beleza e profunda dor o entender?
eis que
um olhar para dentro, inevitável
e inevitavelmente o mar nos sopra canções do sentir onde e quando nada se entendia e sentindo-se com vida, não importava-se com o entender, bastando-se com o viver..
