Nao me faz Andar pra Tras e nem Ficar Parado
O maior prazer da vida é olhar pra trás e sentir orgulho da sua história.
Entre tantas versões de mim, prefiro a mistura de um sopro leve, como tudo na vida tem início e fim, prefiro acreditar nas coisas que me faz feliz, sonhando e acreditando naquilo que toco e vejo, o grande segredo é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o aqui e o agora.
Você até pode se esconder por de trás de um falso personagem, representar algo ou alguém inabalável e superior, cativar as pessoas e fazer com que vos admirem, porém tudo aquilo que é criado em falsas bases, um dia chega a ruir e seu castelo cairá, e todos verão quem é você, mas se isso não se exteriorizar, pode ter certeza que a si mesmo, nunca enganará...
Lama, lama; ferro,ferro
Aí você olha para trás e só vê lama... Muita lama!
E corre, corre, corre... Corre o mais rápido que pode.
Seus passos parecem lentos, facilmente suplantáveis!
Você sente que a qualquer momento será alcançado,
então corre ainda mais rápido. Corre sem olhar para o passado.
Porque só tem aquele instante de segundo para se salvar.
E todo o resto, naquele exato momento, não importa.
De verdade, não importa!
Não importa quem errou e de quem é a culpa,
se você não sobreviver para contar a história.
Enquanto corre, vê o vulto das árvores tombando a seu lado
e os pássaros em revoada esquivando-se de toda aquela desgraça.
Vê, vê não! Escuta, sente, se aterroriza... Sofre.
Sem poder reclamar ao perceber os passos dos seus amigos de infância
(atrasados na fuga repentina), sendo engolidos um a um pela lama
e subitamente silenciados, sem chance ou possibilidade de defesa.
Vivencia o angustiante desespero momentâneo
que invade e toma conta de todo o seu corpo instantaneamente,
fazendo acender ao mesmo tempo sua gana pela vida.
Vê a vida inteira passando bem diante de seu nariz e imagina...
Se será essa, a sua última chance; se será essa, a sua última vida.
Da lama ao caos, em segundos de desespero, você se salva
e ainda torna-se expectador primeiro de todo aquele pesadelo.
Antes, impensável! Agora, exemplo de como o homem tem sido cruel
e desumano consigo mesmo, com seu semelhante e com a natureza.
É o bicho homem (irracional) sedento por mais capital,
cego para a vida humana, predando cruelmente tudo que tenha vida (ou não).
Presas encarceradas às margens de uma represa (de rejeitos, de maldade),
Aguardando o bote final, o momento derradeiro de serem vitimadas.
E se a montanha tremer novamente é melhor estar preparado!
Para correr pra ruas com cartazes e organização, mobilizando, mobilizado
travestido de predador, não de presa, de leão.
E é melhor levar junto consigo uma manada,
um bando de gente informada, que briga com a faca nos dentes,
contra toda essa gente que mata e destrói, consome e corrói por dinheiro.
Molotov's e resistência, talvez sejam necessários em algum momento.
Quando tudo isso passar e você estiver a salvo no alto do morro,
antes mesmo de a poeira baixar e as máquinas voltarem a operar
- em seu modo mais embrutecido,
verá que o monstro ainda tem muita fome e não pretende se calar.
Verá que os mistérios de Minas Gerais se misturam com o dinheiro sujo
do minério extraído das montanhas,
transformadas num piscar de olhos em pó, todos os dias, há anos.
Verá que antes mesmo de a vila se refazer o monstro migrará em silêncio
se mudará para outro sítio, em busca de mais minério
de mais dinheiro de mais vidas.
Sem se importar com a natureza, com as pessoas, com suas memórias.
Sempre que olho para trás, consigo enxergar os meus passos, porque alcancei os meus objetivos sem que ninguém me levasse nos braços.
E se pudesse voltar para trás
e se pudesse evitar que fosses naquele destino que te levou para os céus
E se pudesse estar contigo, bem daí do alto,
Olhando com os nossos corpos moribundos
o jogo da vida como espectadores;
A dor me consome em cada dia que lembro que exististes,
A dor me consome em cada dia que olho o mundo e não te vejo
A dor me sufoca, grita sem voz, sangra sem sangue.
Os outros falam, especulam, dão palpitem na minha vida no livro da ignorância.
Cegos, que se conhecessem a mágua que cada um carrega no peito teriam vergonham.
Meus olhos não têm lágrimas meu anjo andante que me fizeste sentir a vida.
Meus olhos querem fechar-se de vez.
Meus olhos ficaram baços, sem brilho.
Meus olhos só valem para quem os vê como deve ser.
Evite fundir-se ao seu passado ou ao seus sentimentos, o passado é algo que ficou para trás, é imutável, já nada pode fazer sobre o que aconteceu.
Caminhe sempre sem olhar para trás, porque as pegadas deixadas podem ter sido de uma caminhada difícil e dolorosa
Eu sei que um dia irei olhar para trás e ver o quanto tudo isso aqui fez parte de mais uma de várias fases.
Eu me agarro na brisa da janela meio aberta
Me acalanto com o tanto de frescor que ela trás
Ah, se eu pudesse abrir a porta para o vento,
Ah, se eu tivesse tempo, para passear...
Tirar pedaço da nuvem que parece um algodão
Perder o traço do espaço que já está na minha mão
Embebedar-se com o orvalho que calmamente cai no chão
Pisar no chão que o carvalho forrou em transfiguração
E transformou em um colchão.
Que repousou o beija-flor em toda a sua inquietude
Que abrigou aquela flor para um romântico roubar
Que fez pisar aquela gente cheia de virtude
E fez sonhar aquele sonho que soube apaixonar
Ah, se eu pudesse deixar a brisa entrar e voar...
Minhas lagrimas ninguem nunca será capaz de entender. É muito dificil ver algo por trás dessa armadura de aço, mas lá dentro tambem bate um coraçao. Até os mais fortes lutadores tem seus dias de fraqueza.
Ainda te vejo indo embora sem nem mesmo olhar pra trás, sem deixar rastros, levando consigo o resto de oxigênio e imunidade que me faziam viver, não o oxigênio do corpo, e sim o da alma.
