Nao me Deixa te Odiar
Hoje definitivamente não vou sair
Nem por você
Muito menos por mim
Mais tarde me alimento de tédio
Raiva
E vou dormir
Assim
Passeando por pesadelos
De barriga cheia
Ah Deus
Se tudo não passou de uma alucinação de Friedrich
E o senhor de fato exista
Que o céu desabe sobre nós
Se lá for realmente fresquinho
Que ele caia sobre nossas cabeças mesmo!
Eu queria colar nas minhas costas
A grande verdade suprema:
Que não tenho paciência para animais
Sejam de estimação
Ou os falantes
Pensantes
Cheios de sentimentos vazios
Que dizem que amam
Choram no meu pé
Se são setas
Facas
Espadas
Ou traços falhos
Eu não indaguei
Só posso dizer que me causam espasmos
E consequentes amargos
Na boca
Olhos
E mão
Espero que não explique apenas sobre retas
Infinitos
Planos cartesianos
Conceitue também quadrados
Daqueles bem fechados
Aproveite e me dê um
Só pra ver as estranhezas
Sendo jogadas lá
Ficando sem ar
Sentindo coincidentemente
O que geralmente me causam
Quando passo por elas
Passo
Passo maL
Por que não deu um fim ás fotos?
Apenas se sente bem com aquelas roupas
Fazendo frias poses
Ou possui resquícios masoquistas
E ainda se lembra de mim?
Não comprei nenhum sorinsal querida
Na real sequer dei conta de sair pra sala
O máximo que fiz
Foi caminhar até ao banheiro
Meti o dedo na goela
Várias vezes confesso
Mas nada saiu
Fiquei por insuportáveis tempos
Em completas fazes de enjôo
Na esquizofrênica dúvida
Do afasto ou me jogo
De cara na porca água
Bem cena de trainspotting mesmo
Não foram as acusações de mentiras
Que o tornara vagabundo
Não foi o calar
Que o colocou como louco
Mas a pureza destemida
Bobo de nascença
Apelido
Nome e sobre nome
Não seguiu a ordem de a verdade não falar
Proibiram
Mas ele fingiu não ouvir
Tentou ser justo
Para no fim acabar como o maior injustiçado
Se soubesse como é triste acordar
Ir trabalhar
E mais tarde fingir que está tudo bem
Não recusaria minhas preces
Se bebesse daquele jeito
Todos os dias
Não se sentiria tão pior
O mundo giraria ferozmente
Bambiaria suas pernas
Enganaria os seus pés
Ganharia a falsa sensação
De que caminha para frente
Ainda sai do lugar
As vezes bate um vazio
Mentira
Na verdade o vazio que bate em mim
E não há nenhuma técnica marcial
Que me faça revidar
Não com a tamanha força que ele me atacou
Não pense que vou ficar no chão
Olhando para você
Sentada
Esperando suas quedas
De braços abertos
Só pra te acolher
Mostrando a Cara
.
Contradição forçada á minha ruína
Não possuo mil faces
Apenas uma ilusão
Jogo meu jogo
Sigo minhas regras
Sem nenhuma antemão
Apenas um depravado egoísmo
Promovendo desejos
Ironizando meu coração
Por que as pessoas acham que a vida pública
Mostra como é a vida particular?
Não mostra nada!
Ela esconde tudo.
Ainda que não existam lemas civis
Ou uma ética valorizada
Minha roça é parte do país
E parte de uma nova diáspora...
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