Nao Conto Detalhes e muito menos

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ainda não inventaram
Um jeito certo de sorrir
Na hora triste
Não existe nada que faça
Passar a vontade de estar perto
daquelas pessoas que a gente gosta
E a vida insiste em deixá-las distantes
Mas já foi descoberto e até provado
Que o melhor coisa a fazer
É tentar e tentar e tentar
Tentar até aprender
A deixar permanecer, mesmo que distante
A aqueles que também gostam da gente
Amor sem retorno
É só dor e tristeza sem sorriso
E ainda não inventaram
Um jeito certo de sorrir tristeza
Mas existe com certeza
A garantia de que a escuridão se vai
Nasce outro dia ... e viver é preciso.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Por mais que você
tenha sempre mais
daquilo que não precisa
Venha ver o seu futuro da janela
Aquela brisa leve, um dia vira tempestade
E a tão amada liberdade que invadia a alma
Não há de servir pra mais nada
A vida é uma breve viagem
E você vai perceber
Que deixou de cumprir o prazo
por questão de alguns segundos
O rio da vida, outrora profundo
agora é raso
Por mais que você
tenha sempre mais
daquilo que não precisa
Entenda que nada
Jamais te pertenceu.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Meu espírito de pássaro
Passou perdido por algum lugar
Faz tempo que não sabe aonde
Um mísero passarinho
Um papagaio cuja linha se rompeu
Num atalho, um retalho de vida
O olhar perdido
Acatando às vontades da ventania
Meias verdades, volta e meia
Vagueia ao Sol do Meio-dia
Implorava por um poleiro
Um sorriso de pranto, um canto qualquer
Um galho pra poder pousar
E cantar por um dia inteiro
e deixar o seu rastro perdido
Esquecido na linha
do horizonte que se rompeu
Essa vida era minha
Esse pássaro era eu.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Tem horas
Que não interessa
Saber ou dizer o que é
Tem horas
Que o coração quase chora
E outras em que quase
Hora em hora, frase em frase
O jogo muda
A vida oferece ajuda
Alguma coisa quase sempre
Assume o papel de coisa
E precisa ir embora
E aquilo que fica aqui
Causa rica alegria
E assim
Tem dias em que a gente ri
A risada mais sincera desse mundo
Não espera mais nenhum segundo
E quando dá essa risada
É só de alegria
Jaz o que ficou pra trás
No tempo do nunca mais.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Como se fosse uma mente
Que pensa, mas não pensa
Um vento que trouxe
A saudade pequena
Pena que seja assim
Tão imensa
Pena que seja em mim
Apesar de tudo
E mesmo que esteja distante
Estarei sempre em você
Se você se lembrar
De qualquer lugar onde for
Me levar sempre junto
Se ausente eu estiver
Em minha mente você vai estar.

Edson Ricardo Paiva

Inserida por edsonricardopaiva

Um dia
Num tempo
Hoje não longe
Nem por isso perto
Existia um lugar
Que não chegava a ser deserto
Mas era distante do mar
E ficava em frente a uma janela
Onde havia acima um Céu
Não sei dizer se as estrelas
Que brilhavam naquelas noites
Costumam sair ainda
Meus olhos agora
Enxergam muito mais, quando fechados
Um dia
Reluzia esperanças
Que olhando neste momento
Penso ser melhor esquecê-las
deixá-las de lado
Relegar ao esquecimento
Agora
O silêncio daqueles dias
Ganhou voz e hoje me diz
Que era por não saber
Que eu trazia guardado no peito
O sonho de ser feliz
A gente era apenas criança
Que não sabe nem mais querer
O que um dia quis.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Hoje
Pra mim
Assim como ontem
Não é dia nenhum
Assim como eu
Pra você
Não sou ninguém
Sendo apenas mais um
Posso ser
Um poeta idiota
Um palhaço
Um cara legal e desconhecido
Um amigo, um bandido ou um bebum
É provável que não seja nenhum deles
Assim como esse dia
Também tem tudo pra acabar
Sendo apenas uma marca vermelha
Num calendário que foi parar no cesto
Na primeira terça-feira do ano seguinte
Pode ser que aconteça
No instante em que você passar
Pela moldura da porta
Que estiver mais perto
de repente
Chover no deserto
Num dia qualquer
Nesta vida, onde nada está escrito ainda
O errado pode ser
Que esteja certo
Mas a visão advinda
Lá de um lugar que não se sabe aonde
Venha abrir teus olhos
Pra tudo aquilo
Que você escondia
de você
Pode ser que hoje seja
o grande dia
Tudo depende
Se você
Aprende ou não
Abrir os olhos de ver
As coisas que você procura
debaixo da moldura
das portas que essa vida dura
Permitia a você enxergar
e ao mesmo tempo
te impedia de ver.

Edson Ricardo Paiva

Inserida por edsonricardopaiva

A nuvem no horizonte
Não diz, nem quis dizer nada
ou pode ser que hoje chova
E forme um canteiro de flores
Naquela sombra escondida
que existe por sob a ponte
No final da longa estrada
A Lua minguante à luz do dia
Quem sabe exerça influência
E revire totalmente
Esse oceano de melancolia
Trazendo outra flor
e outra semente
Pode ser que outra dor somente
Os pássaros voltam
Quando o Sol brilha mais forte
Assim como o copo de cristal
Emite um som diferente
Varia a tonalidade
Harmonia em lugar de ruido
nas cores da luz do dia
Festa em fundos de quintal
A luz do Sol na janela partida
Um arco-íris de cacos
Aquarela, mosaico, poesia
Um castelo no ar termina
Tristemente o cristal partido
As cores quentes
Algo a surgir das ruínas
Pode ser que a nuvem feliz
Quis ser sinal no horizonte
a chover por sobre a gente
Conforme o escrito e prometido
e antes que termine a tarde
A vida passe a fazer sentido.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Existe um lugar
Onde todos vivemos
Envolto pelo ar que respiramos
Não existe antes
Não existe nada após
Lá não há alegria
E também não tem ninguém triste
Um Oceano de pedras e poeira
e asneiras e pó e inteligência
e perdão e ódio e nova indulgência
Não existe pressa
Nessa nave que flutua à toa
Não tem ninguém que seja ruim
e também não há gente boa
Existe apenas o Mar que navegamos
Todos os dias nos vemos
E tem sido assim há eras
E vai ser assim por muitos anos
Perdidos
Seguindo a luzes e ruídos
Não existe reta ou coisa certa
Mas também não vejo estrada torta
Apesar de tudo que vemos, não existe nada
Onde a lei é letra morta
Neste imenso Mar que vivemos
Existe um lugar
Onde todos nós vivemos
E nos vemos todo dia
a às vezes também
de vez em quando
Não existe tempo
Nem passado e nem escuro
Não existe luz e nem futuro
Não existe o antes
e também não vejo o após
Mas ainda não desistimos
Nem de nos perder
e nem de nos achar
Neste imenso Mar
Onde todos nós nos afogamos.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

A maior alegria que existe
É a de não saber-se triste
Receber calor do Sol
E boas recordações
Que haverão de vir no inverno
Receber de bom grado
A tudo que vier
Tristeza há de vir também
E passar
Vai passar sem ser vista
A eterna alegria
Não é algo que se conquiste
Se algum dia que a tristeza vier
Eu me agarro à alegria
Que estiver mais perto
Decerto essa vez
A tristeza nem vai perceber
O quão triste me fez.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Árvores não deram frutos
O mundo semeia insatisfação
E colhe satisfeito, o resultado
Veja que a terra não pedia nada
São de Deus o Sol e a chuva
Sem esperar a gratidão do mundo
Não é Deus quem põe a mesa farta
Só oferece o trabalho e a vida
Mas o engano planta ingratidão
E transforma a grande obra
Em mero esboço
Proclama a terra infecunda
O ingrato olha a tudo que recebeu
E declama que apegou-se a um osso
Os porcos buscam milho e farelo
Que o diabo, travestido, espalha
Pobres almas prostituídas
Desertam das missões da vida
Fartando-se da vilania
Furtando-se aos compromissos
Pra depois mirar-se no espelho
Sem rosto vermelho ou enrubescido
As árvores não suplicam gratidão ao mundo
E não mentem, dizendo
Que foi obra de Deus planejar tudo isso.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Existem tantas palavras
Palavras que não se diz
e, se as virmos escritas
Parece que cava
Uma cova no peito
E cresce uma trova bonita
E enleva a alma de um jeito
Pra durar depois da vida
Que a gente queria sentir e não sente
Não sente porque ninguém diz
Palavra feliz de dizer
Quando a gente olha direito
É fácil saber o fácil
É tudo que nem todo mundo
É capaz de fazer
Outro igual, nem parecido
Explícita sutileza, ao mostrar o sentido
Parece uma coisa à toa
Adornada com laço de fita
Que ecoa na alma... tão boa ela era
Mas era somente uma palavra
Simples, feliz e bonita
A que nada imita
Passou-se uma vida
Bastava fazer-se ouvida
Era só dizê-la
Escrevê-la
Pra num verso recitá-la
Num gesto tão simples
A gente o recita
Mas o simples
Simplesmente é resto
Difícil demais
traduzir em palavras
Que gente não diz
E se diz, parece que sente
Ter deixado de ser gente
A palavra é uma semente
Simples, feliz e bonita
A ser plantada
Numa cova que se cava
Ali no peito
é por isso que existe uma lista
de palavras que nunca são ditas.


Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Não se pode segurar o tempo
É difícil saber
A maneira certa
de prender a vida
Assim como a tudo
Que nela houver
Mas, numa tarde qualquer
Acontece de olhar
O vento e a chuva na janela
E guardar no coração
Que nem magia
A chuva que caiu naquele dia
Mesmo sem perceber
A gente vai vivendo
E não enxerga o quanto é triste
O olhar insistente
A buscar somente
O brilhar da prata
Um tosco brilhar que ofusca
A arte da luz do Sol
Que parte e que se reparte
Numa humilde bolha de sabão
E flutua leve, ao sabor da brisa
Mas a pressa de viver
Não deixa ver
Que é dessa simplicidade
Que a vida precisa
E vai ficar eternamente
Se a mão da gente
Pesar feito pluma
Só então se aprende
A repartir a vida
Igual o brilho da espuma
Parte a luz
Com força suficiente
Pra dividi-la e deixá-la ir
Muito tempo se perde
Até que se perceba
Em quanto poder existe
Quando a força da mão é leve
Então
O dom de prender a vida
E vivê-la feliz
Grato a tudo que nela houver
Veja que não importa
O quão breve ela seja.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Não sei dizer quase nada
Sobre a beleza da vida
Também não sei falar de tristeza
Cada dor habita um dia
E mesmo que a dor seja dor
Ele sempre evita
Doer além do permitido
Pra que assim ninguém perceba
O corte, a ferida, a quase morte
Que permite transformar a vida
Em quase vida
Não sei dizer nada também
Sobre a beleza de uma quase vida
Também não sei falar de alegria
Cada riso habita um dia
Mas o riso jamais evita
Alegrar além do permitido
Pra que assim a gente perceba
O corte que sara
A dor que cicatriza
A alma que não se vendeu,
Jamais se entrega
E se nega
A prosseguir vivendo a quase vida
Pois sabe o valor que existe
Na simplicidade do dia que corre
O dia é um lugar no tempo
Onde a alma que se diz insatisfeita
Rejeita a alegria pequena
Porque quer sentir-se plena
Quando "plena" é plenamente
Uma palavra sem sentido, que a escraviza
E morre, sem fazer nenhum ruído.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Não importa em nada
A intensidade ou a quantidade
Se é fútil a existência
Inútil o questionamento.
E quanto mais você quer e tenta
Com que as coisas sejam do seu jeito
Seja ele qual for
Parece que algo acontece
E o mundo, então
Amanhece imperfeito ainda
Com o tempo você entende
Que não importa em nada
A quantidade de pessoas
Que cruzem os vossos caminhos
Em algum momento
Elas vão querer
Estar sozinhas
E sempre terão ideias
Diferentes das suas
Discordarão de você
Pois, assim como a todo mundo
De vez em quando, elas se sentem
À beira de um imenso abismo
Escondido
No lado escuro e triste
Que existe dentro da alma
Penso que a vida é uma missão
E todos, sem exceção
Tem dívidas a ser resgatadas
Dúvidas não respondidas
E as respostas que procuram
Estarão, em parte, no mundo
E outra parte dentro de si mesmas
De repente você percebe
Que o fato de estar sozinho
Não significa exatamente solidão
Assim, como a fria presença
de quem só pensa em si mesma
Não chega a ser companhia
Por isso é desimportante
Que a gente pergunte ao mundo
Lembre-se que
Se você pudesse voar, voaria
Voava aos confins do Universo
Consumindo a si mesmo
Pra descobrir que a resposta
Jamais esteve escondida
Eis que uma porta se abre
À tantas perguntas
Que agora parecem-te tolas
Um dia a existência do nada
O lírio do campo, a migalha
Salta aos olhos
Quando a diferença
Entre um rei e o cretino
Não é ouro, nem vitória
ou batalha enaltecida
nascimento ou destino
e nem glória
A alma nobre e majestosa
Atravessa uma vida
E poucos serão os olhos
A que se faz reconhecida
Mas isso, é uma outra história.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Enquanto vivos
Não se pode evitar a vida
Enquanto vida
Abarrotada de surpresas
A única certeza
Que se pode esperar do outro dia
É que esse dia amanheça
Dito isto
Ainda não se escreveu
O imprevisto
Alegria presente
Embrulhada em papel de tristeza
Se não existe gratidão
Pelo presente
Não deve esperar mais nada
Além de uma ingrata vida
Porque tudo é incerto
E existem dois tipos de tempo
Que passam pela gente
Tem aquele que passa perto
Que não pára, que é efêmero
e que sempre termina.
Termina por mudar
Somente a nossa cara.
E tem aquele que a poucos
A bem poucos...ensina
No tempo certo, a experiência
Esse, muda nossa essência
E termina por ficar guardado
Embalado com o papel da saudade boa
E que esconde o sentido da vida
Pois a vida é aquela bela amiga
Que sempre haverá
de trazer-te surpresas
A beleza da amizade entre você e ela
Se revela na maneira
Como você, mal ou bem, reage diante delas
E até que apareça quem possa impedir
A vida de agir assim
A única certeza, que se espera do outro dia
É que esse dia amanheça
Mas sem garantia de um fim.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Eu não gosto nem de lembrar
do dia que conheci a vida
Eu fiquei assim, meio na dúvida
Se vida era um lugar
uma pessoa
ou um pensamento pensado à toa
enquanto na sala de espera
Não sei nem se bem vida ela era
Me lembro que ouvia falar
Que era linda
Mas isso dependia
de que forma a gente a olhasse
Acho que foi por isso
Que no dia em que a olhei
Face a face
Percebi que nela havia
uma certa graça
Mas nada que não se desfaça
Com o correr dos dias
Enquanto ela se revela
Hoje eu penso que ela podia
Ser tão bonita
Mas eu sinto que ela se irrita
Quando ouve alguém dizer
Que a vida é bela
Essa vida irritada, agora
Me faz olhar pra ela e sentir
Vontade de dizer
Que por ela não sinto nada
Talvez, quem sabe
Uma ponta de saudade
do tempo que ouvia falar
Mas não a conhecia de verdade
É por isso que agora
Nada me dói saber
Que por mais ameaças
de ir embora, ela faça
A maior parte de mim
Já passou pela porta
E a parte que ficou
A bem da verdade
Nem se importa.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Meu filho Raul.

Não existe receita
Ou resposta correta
Se essa precede à pergunta
Nesta vida, sem saber-nos sós
Ainda existe a voz alerta
É como ser sozinho
Enquanto no Universo
Mas sentir a companhia
Do amigo calado
Oculto num canto qualquer
de uma pequena sala
E me fala que vale a pena
Apesar de jamais
Tê-la sorvido por completo
Divido sem pressa contigo
Essa bebida
Que compõe a vida
Sentir como o prazer do tempo
Que fermenta o vinho
Com alegria de amizade lenta
Uma mesa no passeio
Não se sabe a hora
Nem se quer sabê-la
A tarde toda versa
Que a melhor conversa
É quase sempre aquela
Que se joga fora, quase toda
A vida toda voa
Quando pode
Ser vivida à toa
E se não pode
Talvez eu possa então dizer
O quanto a vida é boa
E enquanto passar por ela
Tenta olhá-la bela
Procura só senti-la
no descalço caminhar
Longe do olhar sem sorriso
Distante do veneno que destila
Vida em silêncio
Uma pequena vila
Ninguém jamais
Há de se ver sozinho
Se amigos se tem
E assim haverá todo dia
Um tempo a mais de vida
Saber-te a companhia atenta
Com o prazer do tempo
Que fermenta o vinho.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Pterodactilia.

Era doença sem nome.
Uma crença que não tinha um credo.
Era Deus a fazer poesia
Daquelas que o tempo não leva
Tão belas, que leva muito tempo
Para lê-las todas
Um meio-dia infinito
Era um minuto na eternidade
Mas o vento
Sempre as levaria
Pra lugar distante
Pois, diante de força tamanha
A existência do Universo
É breve
A verdadeira força do vento
Se esconde
No ato de soprar de leve
E sem pressa
Transformando
A mais alta montanha
Em algo leve
Em algo que o vento leve
Tão depressa quanto a vida
Era a pterodactilia de Deus
Doença de fazer
Versos
Poesias
Universos
Fazendo-as parecer
Um pensamento esdrúxulo
E em meio a tudo isso.
Durante o correr de Eras
Saber que era o mundo inteiro
Alguma coisa que coubesse
dentro de um cinzeiro
E sobraria espaço
Era somente questão de espera
Outra parada em qualquer estação
Escrito e previsto
Que o começo e o fim
Se encontram num lugar comum
Num ângulo
de trezentos e sessenta graus
Vai e volta e se consome
E assim bem e mal se vão
Todo lugar é um lugar qualquer
E qualquer lugar é lugar nenhum
Aquilo que ontem era tudo
Desaparece em movimento mudo
Em questão de momento
O vento leva
Até mesmo o sinal de igualdade
E tudo acaba
Sendo eternamente igual
Não se divide o invisível
Em partes iguais
Ponto final
Nada mais.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva

Procura.

O real saber
Não é saber onde fica
O lugar em que a gente se machuca
Quando vai lá
...e por isso não ir
Nem tampouco saber
Como não se machucar
Bom mesmo é não saber.
Desconhecer que o dia renasce
Pois o mesmo dia
Nunca existiu duas vezes
Pra isso é preciso sorver
Um novo cálice de vida
Assim que o dia amanhece.
Entender
Que não existe um novo amanhecer
Pois, quase sempre
Amanhece de novo
Mas que nada
Nunca é novo eternamente.
Guardadas as devidas proporções
Olhar um pouco além
Do lugar onde a rua termina
Comer doce de Lua
E quando precisar
Parar um pouco e descansar
Se possível
Que seja lá no alto da colina.
O calor do asfalto incomoda
E se acaso a roda gira
Que seja uma roda gigante
Pra poder passar a vista
Lá do alto do mirante.
Cada segundo de vida
Que se vive neste mundo
Dura somente um instante
O Mundo gira
O tempo passa
O giro é pra frente
Se a gente olha em derredor
Lugares iguais
São iguais
Por mera opção de escolha
Nada mais.
É preciso aprender
Que cicatrizes
Não são cura
Antes, lembranças
de lugares que não guardavam
Aquilo a que se procura.
Existem noites claras
Manhãs escuras
E nunca é tarde pra saber
Que apegar-se à dor
É algo que ninguém queria
Mas um dia, sem perceber
A gente jura.

Edson Ricardo Paiva.

Inserida por edsonricardopaiva