Nao Chega aos meus Pes

Até mesmo o Olimpo é um deserto se não existir amor.

O homem não é feliz enquanto o seu estorço indeterminado não fixar a si mesmo os seus limites.

A arte não é um estudo da realidade positiva; é uma busca da verdade ideal.

Não podemos deixar de ser difusos com os ignorantes, mas devemos ser concisos com os inteligentes.

Ser mãe não é uma profissão; não é nem mesmo um dever: é apenas um direito entre tantos outros.

Poderão arrancar todas as flores, mas não conseguirão acabar com a primavera.

Uma boa causa não teme nenhum juiz.

Basta... sentir que se poderia viver sem escrever para não mais se ter o direito de fazê-lo.

Você erra 100% dos chutes que não dá.

A autoridade não se consegue sem prestígio, nem o prestígio sem distanciamento.

Pintar é fácil se não sabeis pintar - quando souberdes pintar, é ao contrário.

Não é com os livros que se deve ensinar, é com a memória e com a razão.

A vida não pode existir em sociedade senão através de concessões recíprocas.

Desejamos fazer toda a felicidade, ou, não sendo isso possível, toda a infelicidade daqueles a quem amamos.

Não sejamos tão exigentes: quanto mais transigentes, mais hábeis.

Quando presto algum serviço a um amigo ou lhe zelo os interesses, não há motivo para que me louvem; pois creio que apenas pratiquei um ato indigno de censura.

Caso não ponha fim à guerra, esta não será uma vitória.

O exagero é sempre a exageração de algo que não o é.

Canção de Primavera

Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar, flor, já não dou.

Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar, já não canto.

Eu, Invernos e Outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arrepio…
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.

Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.

Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar…
Mas, se não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
E não por mim assim te chamo?

A vasta noite
não é agora outra coisa
se não fragrância.