Nada Pior que o Silencio
MEU SILÊNCIO
Orgulho de quem sou, de onde vim e pra onde quero ir. Conheço minha cabeça e meu coração, como ninguém. Sou inteira, sou intensa, sou dramática, sou assim. Me desdobro pelo que me faz bem. Corto o que me faz mal. Dieta de sentimentos sabe? Cortei um monte de coisas; medos, frustrações, dúvidas, dores, alguns amores, dissabores. Rasguei algumas páginas do diário da minha vida, outras, queimei e algumas escondi. Se tiver que gritar eu grito. Se tiver que calar, eu calo. Se eu estiver errada, eu peço desculpa. Se eu estiver certa, sei perdoar. Não há meio termo. Não há. Não existe medo no meu vocabulário. Rasguei essa página. Não há sombras, esquinas, neblinas. Se for tempo bom, é sol de rachar. Mas, se é tempestade, faço chover, em alto mar. As vezes, me perco em meus pensamentos e quase sempre, me encontro em meu silêncio. Eu me conheço, como ninguém nunca irá conhecer.
Quando o silêncio do outro, se torna indiferença ou covardia, peça licença e saia de cena. E por favor, não chore, não implore atenção, siga em frente e não olhe para trás. Seu coração é seu guia. Seja consciência, seja verdade, seja ousadia.
E quando observares o meu silêncio, não penses que estou desistindo de tudo. A minha espera é sutil. Aprendi a confiar e descansar.
O silêncio entre dois suspiros
A vida é um corredor estreito, mal iluminado, onde portas se abrem para quartos que nunca escolhemos entrar.
O primeiro passo nos é imposto e o último não nos pertence. Entre um e outro, arrastamo-nos sobre um chão que muda de forma e de temperatura, como se o mundo conspirasse para nos lembrar que o controle é ilusão.
Não há mapa, apenas o instinto de continuar andando, mesmo quando o ar pesa e o coração lateja como se tentasse escapar do corpo.
O tempo nos esculpe sem delicadeza, arranca partes de nós sem aviso e, em troca, deixa cicatrizes que aprendemos a chamar de experiência.
O amor, quando chega, é lâmina e é cura. Pode nos erguer acima de qualquer miséria ou afundar-nos mais do que qualquer abismo.
As pessoas que cruzam nosso caminho são sombras em movimento: algumas se misturam à nossa, outras nos arrancam pedaços, e raras são aquelas que permanecem.
E mesmo essas, um dia, serão levadas.
A vida não é justa nem cruel. Ela é indiferente.
Não se importa se estamos de joelhos ou em pé, se sorrimos ou choramos, se imploramos ou amaldiçoamos o céu.
Os dias seguem, um após o outro, como soldados obedientes a um comandante invisível.
Há momentos em que a luz fere mais do que o escuro, em que o silêncio grita mais do que qualquer multidão.
É nesses momentos que percebemos que não somos heróis da nossa própria história — apenas sobreviventes.
O destino não é escrito nas estrelas, mas na poeira que se acumula sobre nossos ombros.
Arrastamos conosco o peso dos erros que não podem ser desfeitos, o eco das palavras que não conseguimos dizer, o vazio deixado por tudo o que não tivemos força para segurar.
O tempo não perdoa, apenas apaga.
E um dia, quando o corpo já não responder, nem mesmo o medo importará.
Tudo se dissolverá na mesma escuridão de onde viemos.
Poema-Carta Secreta
Guardei comigo um mapa inacabado,
um traço faltando,
um silêncio pesado.
No tempo que fugiu,
não te dei a flor prometida.
Deixei-a murchar no bolso da covardia,
mas nunca a perdi.
Você foi farol e ausência,
caminho e desvio,
mar que chamava sem resposta.
Hoje não trago a mais rara das flores,
trago a que sobreviveu no deserto dos anos,
a que resistiu às estações
e ainda guarda teu nome nos espinhos.
Entrego-a não para voltar ao início,
mas para selar o destino.
Cumpro, enfim, o que ficou suspenso,
e te digo:
se a vida não nos der outra temporada,
no papel já nos dei uma eternidade,
uma versão melhor de ti e de mim.
A vida se dobra sobre si mesma como um caminho de pedra enegrecida pela chuva: o que parece silêncio é o murmúrio de todos os erros não confessados, e o que parece vazio é apenas o espaço onde o tempo esqueceu de colocar sentido. Cada gesto é uma sombra de outro gesto, cada palavra é uma lâmina que corta tanto o mundo quanto quem a pronuncia, e o observador que acredita estar fora da cena já é parte dela, moldado pelo eco que se recusa a se calar.
Existem noites que o silêncio me fala de você. E são nessas horas que eu ouço a mais linda história de amor: você me beija a alma, toca-me a face e acaricia os meus sonhos. Amanheço-me em plena lua de mel.
“Não se deixe ferir pelo peso das vozes negativas.
O silêncio, a serenidade e a leveza podem ser sua resposta —
e, nesse gesto, você se torna maior do que aquilo que tenta te diminuir.”
(Os`Cálmi)
🗞️ ARMAGEDDON
por Purificação
Quando o silêncio vira o fim do mundo dentro da gente.
Eu sei… parece desinteresse.
Parece frieza.
Mas não é.
É só o corpo cansado demais pra explicar o que sente.
É a alma lutando pra não desabar.
Tem dias que eu olho pro nada e penso:
“Por que eu estrago tudo?”
Não sei onde começa o erro —
só percebo quando o que era presença vira ausência,
quando o que era diálogo vira silêncio.
As pessoas acham que a gente se afasta por escolha.
Não entendem que, às vezes, é o peso que afasta.
Que o silêncio é um tipo de grito.
Que quando a mente adoece, o coração fala baixo,
e o mundo parece um lugar onde a gente não cabe.
Tem uma voz aqui dentro — sempre tem.
Ela diz: “Para. Para de sentir tanto. Para de pensar tanto.”
Mas não para.
Nunca para.
E vem outra:
“Não tá cansado das pessoas falando mal de você?”
Tô.
Mas o que eu posso fazer se o mundo só sabe apontar?
Mesmo cansado, eu ainda tento ser bom.
E isso dói mais do que qualquer palavra dita contra mim.
Eu mando mensagem e fico olhando o tempo passar.
Dois dias. Três.
Nada.
E a mente inventa histórias — todas tristes.
Talvez ele tenha cansado.
Talvez eu seja mesmo difícil demais de amar.
Talvez o problema seja existir sentindo tudo o tempo todo.
Chamam isso de drama.
Mas não é drama.
É desespero mudo.
É o corpo presente com a alma desligada.
É tentar viver enquanto o coração se apaga aos poucos.
E o mundo?
O mundo só entende quem sorri.
Ninguém entende o que é lutar pra continuar
quando tudo dentro da gente já quer parar.
ARMAGEDDON não é o fim dos tempos lá fora.
É o fim do que a gente era por dentro —
quando o amor vira eco,
e o silêncio é o único som que sobra.
🕯️ — Purificação
As palavras muitas vezes não sabem falar de sentimentos. Já o silêncio, ah! Esse profere eloquências profundas de amor.
CORPO OCO...
Pensamento estagnado no vazio…
Sinto uma inquietude nesse silêncio…
Fico dolente e de repente vem o arrepio…
E ele chega…
Quem?
- Um anjo trazendo minha alma que fugiu…
“Escrever com alma é deixar que as palavras respirem o invisível, transformando silêncio em sentido e emoção em eternidade.”
Roberto Ikeda - livros
Tem oração que você faz chorando,
e acha que Deus ficou em silêncio.
Mas Ele não ficou.
Ele só estava acalmando aquilo que você nem conseguiu explicar.
Deus responde até o que você não conseguiu falar.
O Silêncio como Morada do Ser
Oh, o silêncio…
Não apenas a ausência de sons,
mas a presença plena do que é essencial.
Quando tudo ao redor se cala,
o ser humano reencontra a si mesmo —
e compreende que a quietude
não é um vazio, mas uma forma mais alta de existência.
No silêncio, a consciência se expande.
Ali descobrimos que a paz não é algo a ser alcançado,
mas algo que sempre esteve disponível,
embora oculto sob o peso do barulho e da pressa.
O silêncio nos devolve o centro,
recoloca cada pensamento em seu devido lugar
e revela a profundidade que o cotidiano tenta encobrir.
O tempo, nesse espaço silencioso,
mostra-se não como inimigo,
mas como mestre da revelação.
Ele nos ensina que só existe um instante real: o agora.
E é somente nele que podemos agir, compreender e transformar.
É por meio do tempo
que a sabedoria se desdobra lentamente,
quase imperceptível,
como uma chama que cresce sem alarde.
Essa sabedoria — a mais elevada das virtudes humanas —
não se adquire por excesso de palavras,
mas pela escuta atenta do próprio ser.
E, quando finalmente silenciamos,
percebemos que há em nós
algo que não é afetado pelo tumulto do mundo:
uma centelha do divino,
uma presença íntima e eterna
que só se revela a quem tem coragem de ouvir o próprio silêncio.
A sabedoria é a esposa do silêncio, o conhecimento e a obediência são os seus filhos mais velhos. Essa família vive em lealdade.
