Muda que quando a Gente Muda
O espírito natalino é uma janela com vistas para a infância que a gente abre no tempo, toda vez que o Natal chega.
E a gente segue acreditando em um tempo melhor, plantando uma esperança aqui, outra ali, confiante de que o ano novo nos traga uma vida leve e dias regados de amor.
Que a gente aprenda a falar sobre o que nos dói, o que nos sufoca, o que nos fragiliza, o que nos desrespeita, o que nos limita até que não precisemos mais falar para sermos ouvidas.
A partir do momento que a gente entende que toda pessoa que entra em nossa vida tem um propósito, fica mais fácil aceitar que umas chegam com a missão de nos amar e outras de ensinar a nos amar.
Com o tempo a gente descobre que o coração, na verdade é bem maior do que aparenta ser. Nele cabe uma vida toda, as emoções que sentimos, a felicidade que vivemos, as pessoas queridas que encontramos no caminho. Nesse coração pequenino, cabe fé, esperança, perdão, solidariedade e muito amor.
Cabe nele também, os sonhos realizados, os amores vividos e os filhos criados.
Nesse coração sonhador, além de caber tudo que eu vivi, cabe ainda o que está por vir. A única coisa que não cabe nele é o mal, a inveja e a ingratidão, pois esses sentimentos eu não permito que faça morada em mim.
Às vezes, a gente só tem que alongar um pouquinho o olhar para enxergar a beleza que se esconde nas miudezas das coisas simples.
Tem gente que pelo fato de não ter dinheiro diz "que não tem muito para nos oferecer" e se esquecem que o respeito, a lealdade, o afeto, o cuidado e a companhia que nos oferece dinheiro nenhum no mundo compra.
É tanta lembrança desnessária congestionando a nossa memória que, às vezes, a gente tem que parar, ficar quietinha no nosso canto para decantar as ideias e reorganizar o pensamento.
Com o tempo a gente percebe que nos tornarmos imunes a algumas dores e maldades e resistente a outras. E segue como rosa se adaptando aos espinhos sem perder a delicadeza, a beleza e o prazer indescritível que é viver.
O problema de conviver com pessoas de duas caras é que a gente nunca sabe a qual delas nos dirigir, já que as duas são falsas.
Eu sempre achei que tudo que a gente precise pedir, não tem valor algum. Respeito que precisa ser cobrado não é respeito, é qualquer outra coisa, mas respeito não. Atenção que precisa ser implorada, não é atenção. Consideração que precisa ser pedida não é consideração. Quando você é importante para a pessoa, não precisa lembrá-la dessas coisas elementares que devem nortear um relacionamento saudável. Na verdade, respeito, atenção e consideração é o mínimo que tem que existir em um relacionamento, seja ele de amizade ou amor.
Não é que as coisas desagradáveis deixem de acontecer com a maturidade ou que a gente fique insensível, elas continuam acontecendo, mas a gente reage de forma diferente de quando era mais jovem. A gente cai, mas levanta antes que possam nos ver no chão. A gente se decepciona, mas não deixa que isso abale nossas estruturas. A gente erra, mas usa o erro como fonte de aprendizado. E por fim a gente não gasta a nossa energia com coisas desnecessárias, simplesmente se afasta e segue dando prioridade a nossa paz e o nosso desenvolvimento espiritual, porque a gente sabe que importante mesmo é ser feliz.
Com o tempo a gente adquire a sabedoria dos rios e assim como eles passamos a aceitar e contornar com inteligência tudo que não podemos mudar.
Tem pessoas que nos faz engolir tanto sapo, nos dá tanta dor de cabeça, deixa a gente com tanta pulga atrás da orelha, e coloca tanta minhoca e grilo em nossa cabeça, que mais parece as pragas do Egito que gente.
Não é com o dinheiro que a gente se encanta, a gente se encanta é com as minúcias, com as coisas aparentemente bobas, com a preocupação com os detalhes, com o cuidado para não magoar, com as atitudes, com a sinceridade. A gente se encanta é com a capacidade que algumas pessoas têm de ignorar a efemeridade do tempo e nos olhar devagar com olhos de eternidade.
A gente sabe que vai dar certo mas, às vezes, o processo é tão lento e dolorido que a gente chega no limite das nossas forças e tem vontade de desistir.
A gente deixa a condição de vítima, para de se lamentar, de colocar a culpa das nossas decepções na outra pessoa, quando descobre que o único culpado fomos nós por termos apostado todas as nossas fichas numa imagem irreal, numa projeção criada pela nossa carência e o nosso excesso de expectativa em quem, nem de longe é o que a gente queria que fosse.
O nosso cérebro é um computador perfeito, mas nele não tem a opção de deletar tudo que a gente quer, quando quer. Por isso, perdoar a gente até perdoa, mas esquecer é outra história. E não é nem porque é ruim, porque não quer ou por mágoa e rancor é porque certas situações causam traumas e dores profundas na gente e mesmo quando nos curamos, a cicatriz fica ali latejando como doida nos dias que ameaça chover na gente.
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