Moradores de Rua

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Estou andando pela rua sem destino, sem direção.
Em algum momento, sei que preciso voltar para casa.
Mas antes mesmo de abrir a porta, uma insegurança
já pesa no meu peito.
A mente inquieta pergunta:
qual das mulheres estará lá, me esperando?
Será aquela mulher sensata,
que acolhe com carinho,
que entende meus silêncios
e enxerga quem eu realmente sou?
Ou será a outra —
a que chega como tempestade,
Estressada, descontrolada,
e transforma meus dias em tormento?
No fundo, essa dúvida revela mais do que quero admitir:
a verdade de nós se esconde nas escolhas que fazemos,
e na coragem de reconhecer
quem queremos ao nosso lado
e quem precisa ficar no passado.
Porque paz também é amor.
E amar, às vezes, é saber voltar para casa
sem medo do que vai encontrar.

⁠ANOS 80
Era fraco e franzino
Menino de rua descobrindo sentimentos
Anos oitenta era assim:
Liberdade no peito
Meio sem jeito ele abraçara a esperança
Bonança em meio às tempestades
E os dias vieram melhores
Saltitante como as flores
Espalhando saudades...

“Quer que as pessoas te notem na rua? Vista a camisa do Vasco.”


— Anderson Silva

A rua da memória sempre me recebe do mesmo jeito:
um beco torto, desses que fingem não conhecer ninguém.
As minhas pegadas — educadas como sempre
apontam discretamente para mim,
como quem indica o culpado que já nasceu pronto.


O alvo mudou, claro.
Mas a corda bamba continua ali,
com aquela generosidade silenciosa
que oferece tropeços como lembranças grátis.
E eu, que já fui pele exposta querendo posar de metal,
ainda caio no truque.


Dizem por aí que esforço salva, silêncio ilumina, amor acerta.
Engraçado.
A verdade vem com farpas e ainda querem que a gente sorria ao morder.


Aprendi a trancar a língua antes que ela fale demais.
E a coragem… bem, essa eu mantenho no bolso, dobrada.
Troco trevas por tropeços, puxo o prumo para o fundo,
faço aquela coreografia conhecida:
nada firma, nada fixa.
Até meu rosto erra o próprio caminho
quando eu digo “tanto fez”,
sabendo que foi exatamente o contrário.


Cada um costura seu casulo com o fio que sobrou.
Depois finge que observa de longe
o afogamento alheio, testando a água
como quem não está com a respiração pela metade.
E ainda distribui sentença, sermão, palpite
tudo embrulhado na convicção
de que a verdade cabe numa mão fechada.


Mas a verdade…
ah, essa prefere escorregar.
Não cabe em palma nenhuma.
E morde.
Principalmente quem jura que não sente.

MÃE SOLO

Lá vai uma mulher na rua,
Andando sem destino,
Com um semblante no rosto,
Ainda não definido.

No seu rosto ainda sem definição,
Não sabemos se é de choro
Ou de gratidão,
O que sabemos é que recebeu uma notícia
Que afetou seu coração.

Lá vai uma mulher
Com as mãos tremendo,
segurando um papel
Que tocou em seus sentimentos.

Lá vai uma mulher que terá que tomar uma decisão, agora tem um filho em seu ventre
E sozinha terá que comprir está missão.

A missão de ser mãe,
mãe solo e sem companhia-
Nas estradas da vida
Terá que se virar sozinha.

Lá vai uma mulher agora com uma criança em seus braços,
Tentando fazer de tudo para que cresça forte e saudável.

Lá vai uma mulher forte e guerreira
sem depender de ninguém,
Suas vestes são coragem, seus calçados
São esperança, e sua missão é cuidar com muito amor
Desta criança !

Hoje a criança cresceu,
Que orgulho tem desta mãe,
Que por vários lugares percorreu - o sentimento é somente gratidão.

Homenagem a minha mãe
Ivone Gomes Pinho
De sua filha
Thaiara Gomes Pinho.
03/05/2025. Gaibu PE.

⁠Havia um miúdinho,
sem nome nem passado,
nu, esquecido,
andava sozinho pela rua,
escaldante de tão gelada,
como sombra sem dono.
Tinha um corpo
feito de cortes e pedras,
parecia ter sido mastigado
por calçadas com dentes.
Era um pobre coitado,
seguido sempre
por um cão magro,
tão sofrido,
igual a ele.
Sentavam-se no pedregulho duro
à espera de um fim.
O miúdo, paciente,
esperava que o cão partisse,
descansasse no reino dos cães,
para então poder matá-la —
a fome.
O cão, por sua vez,
até aprendera a contar horas,
de tanto esperar que o miúdo,
vermelho de dor,
fechasse os olhos
e dormisse de vez.
Assim, ele saciaria a fome
com lógica cruel,
mas destino cego.
O cão não ladrava,
e não sabia truques,
era inútil.
O miúdo, por sua vez,
também não sabia nada,
nada lhe ensinaram.
Era inocente,
imprestável,
invisível ao mundo.
Ambos só serviam um ao outro,
à ninguém mais.
Certo momento...
o miúdo, já derrotado,
deitou a cabeça no granito
para poder descansar o seu corpo cansado,
o cão, desesperado,
cravou como os seus dentes podres
no peito nu do miúdo,
com dó e piedade,
pois isso ainda lhe restava.
Mas morreu também,
porque o miúdo,
coitado,
não tinha carne sequer
para alimentar um cão.

⁠⁠Acordado, porém, inserido em um emocionante devaneio, estou em um cenário noturno, numa rua pouco iluminada, noite chuvosa, a lua está com um brilho discreto e no centro desta rica imagem que dedicadamente a observo, teu é o destaque, um inevitável encantamento.

Banquete muito aliciante para os meus olhos, a partir da tua bela silhueta sendo molhada pela chuva, usando um vestido simples, de tecido fino, um pouco acima dos joelhos, molhado e colado ao teu lindo corpo, estás graciosa, demonstrando um sentimento livre, intenso e audacioso.

Estou usando uma camisa alva de manga longa, desabotoada uns três botões abaixo da gola, ela está para fora da calça, descalço, também à vontade, felizmente, aqui, não tem mais ninguém, além de nós dois, dessarte, não seremos incomodados, uma favorável oportunidade.

Encantado profusamente, não posso perder tempo, vou me aproximando de onde tu estás, cada vez mais perto até estarmos um de frente para o outro e então, iniciaremos um deleitável momento, faremos valer este nosso encontro, acelerando amavelmente os nossos batimentos.

Sei que já estavas me aguarnando, considerando que não estás nada surpresa, que o teu olhar está alegre, brilhando com a minha chegada, irradiando uma notável veemência, a mesma que estou sentindo, finalmente, estamos juntos com os nossos desejos correspondidos.

Vou segurar-te pela cintura, juntando o teu corpo ao meu, beijarei a tua boca carnuda, um beijo profundo, sedento e demorado, uma vivacidade gradativa, meus braços pressionando as tuas costas, achegando-te mais ainda, embevecidos em uma sensação vívida bastante calorosa.

O calor e o impulso dos nossos instintos só fazem aumentar, instigando os nossos movimentos atrevidos, minha mão está debaixo do teu vestido, apertando e acariciando a tua nalga, enquanto, cheiro o teu pescoço e vou descendo, beijando suavemente, um sabor prazeroso.

Com as tuas mãos apoiadas nos meus ombros, levanto a tua perna, deixando-a encostada na altura da minha cintura e nesta troca de afetos, em breve, banhados pela mistura das águas celestes com o nosso suor derramado, após o nosso êxtase ser reciprocamente alcançado.

⁠Mais uma vez, sinto-me sozinho
Nesta rua,
Contemplando a lua,
Enquanto a solidão, em meu peito, flutua.


Tudo o que vejo é escuridão,
Já não sinto as minhas mãos,
Meu olhar se perde ao longe,
E meus passos vagam sem direção.


Minha alma afundou-se num mar de saudades,
Oh, meu amor, liberta-me desta tortura!
Minha alma deseja entrelaçar-se à tua,
Por favor, não me negues esta doçura.


Por mais que não te veja, te almejo.
Por mais que não te toque, te desejo.
És o sonho que vive em meu peito,
A lembrança que nunca rejeito.

O sol da tarde entre a janela
À árvore lá fora
À rua silenciosa
Repleta de amanhã

A Voz na Rua Escura

As geladeiras estavam abertas, escancaradas como bocas sem controle.
Bebidas espalhadas, garrafas fora do lugar, o frio desperdiçado tentando conservar o que já não tinha ordem.
As pessoas passavam diante daquilo tudo como se fosse normal viver assim: portas abertas demais, excessos demais, consciência de menos.

A rua era escura, confusa, barulhenta.
Muita gente falando ao mesmo tempo, risos altos, copos cheios.
A cerveja circulava fácil — não por celebração, mas por esquecimento.
Todos pareciam um pouco fora de si, como se a lucidez tivesse sido deixada em casa, junto com as geladeiras abertas.

No meio da confusão, alguém começou a cantar.
Ou talvez eu.
O canto existia, mas não se impunha.
A música era engolida pelas vozes, pelos ruídos, pelo caos coletivo.
Cantar ali era inútil.

Segui andando e entrei numa loja.
Havia de tudo, coisas demais, sentidos de menos.
Até que, entre tanto excesso, algo chamou atenção: colchões.
Fileiras de descanso à venda.
Conforto exposto em silêncio, enquanto o mundo lá fora não sabia mais dormir.

Saí dali com a sensação de que ninguém descansa onde há barulho demais.

Foi então que me afastei.
Deixei a confusão para trás e fui até um lugar mais quieto, quase vazio.
Ali, sim, cantei.
A voz saiu limpa, inteira, bonita.
A cidade podia ouvir — se quisesse.

Mas nem todos querem ouvir o que é verdadeiro.

De uma janela, surgiu uma senhora.
Xingava, gesticulava, chamava aquilo de barulho, de falta de respeito, de pouca vergonha.
Não percebeu que era música.
Não reconheceu a beleza.
Há quem confunda harmonia com incômodo, e qualidade com afronta.

Continuei cantando.

Porque às vezes não é sobre agradar.
É sobre não se calar.
Mesmo que o mundo esteja bêbado,
as geladeiras abertas,
o descanso esquecido nas vitrines,
e a beleza incomode quem já desaprendeu a ouvir.

Nereu Alves


Quando os emissários do demônio saem pra rua para pedir intervenção militar
Fica evidente que o inferno assumiu o poder e o diabo está governando

✍🏻É muito fácil Amar o próximo, na rua, quando esse próximo não está tão próximo.
♾️🔮🕉️🙏🏻💕

O homem pode pregar na praça na quinta, na rua na sexta e na igreja no domingo, mas, se negligenciar a prática da oração, arma uma cilada para os próprios pés.

O homem pode pregar na rua na quinta, na praça na sexta e na igreja no domingo, mas se ele negligencia a prática da oração, acaba criando uma armadilha para os próprios pés. É por isso que muitos pregadores vão para a cama com o coração pesado e acordam com o espírito amargo.

“O poste da rua passa a vida inteira em pé, iluminando caminhos que não são os seus; as pessoas fazem o mesmo — sustentam a própria solidão enquanto acendem o rumo de quem nunca vai parar para olhar para cima.”

DELÍRIO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Meio queijo no espaço;
vago à noite na rua;
cadê namorada...
Sem saber o que faço,
quase como essa lua
com goiabada.

Eu caminho por uma rua com forte odor de urina, como se aquela passagem fosse um verdadeiro banheiro a céu aberto, com vasos sem dar descarga. Prendo a respiração e meus olhos miram paredes pichadas, que paradoxalmente harmonizam com as velhas casas destelhadas, lembrando que ali morava o abandono do que um dia foi lar. Uma vertigem me sobressai e tenho ânsias de vômito. Até que finalmente acordei, e as paredes do meu quarto tinham cheiro de tédio, de tal forma que a rua com odor de urina, soava até agradável em sua decrepitude. Levantei a contra gosto e tomei um copo de coca-cola, porque me sentia incapaz de fazer um café. Fechei os olhos e respirei profundamente, e já não sabia se estava na rua decadente ou no meu apartamento frio, com o porcelanato impecável. Acendi um cigarro de forma tão automática, que era como se eu respirasse fumaça. Nas redes sociais desejei "bom dia", enquanto pensava que de bom não tinha nada. Sentia meu corpo denso como um elefante, e meus braços pesavam como se carregassem uma carga de cem quilos. Olhei para a janela e pensei: "Quem me salvará de mim mesma?" Em seguida olhei os livros na estante como quem olha para copos sujos na pia. As panelas de comida requentada cheiravam a morfo. E eu simplesmente não ligava. Minha solidão era refúgio. Eu não precisava abrir a boca para articular palavras. Sentei na beira da cama e permaneci inerte por longos minutos. O telefone tocou. Era engano. Deitei novamente na cama e sonhei com aquela rua mais uma vez. Eu pintava as paredes sujas das casas como se tomasse banho e o cheiro de urina da rua me fez urinar na cama. "Quanta decadência", pensei. E me pus a escrever essas palavras como cenas da minha alma exposta ao leitor. E fiz esse texto, não porque fosse necessário nem bonito, mas simplesmente porque precisava preencher a mente com algo que não fosse belo, já que o belo aumentava o meu tédio. Peguei um livro e comecei a rasgar as folhas, pelo simples prazer da destruição. Voltei às redes sociais e escrevi "boa tarde", pelo prazer da ironia. E quem me visse assim, talvez fugisse, ou talvez se uniria a mim para demolir as paredes, não sem antes quebrar o espelho e beber um copo de caco de vidro. Bendito seja aquele que acorda de bom humor.

"Não se sinta culpado nem incomodado, só porque você riu do sujeito que caiu na rua ou derramou comida na roupa. Todos os dias tem gente rindo de você por coisas também simples... Ou não!"
Frase Minha 0032, Criada no Ano 2006

USE, MAS DÊ BOM EXEMPLO.
CITE A FONTE E O AUTOR:

"Não! Eu não vou comer Comida de Rua Indiana nem Semelhante. Favor não Insistir!"
0731 | Criado por Mim | Em 2014

USE, MAS DÊ BOM EXEMPLO.
CITE A FONTE E O AUTOR:
thudocomh.blogspot.com

"No momento do perigo, numa rua escura e deserta, não temais, oreis. Oreis, mas não vos esqueçais também de correr, porque só orar, apesar de importante, pode ser pouco!"
Texto Meu No.1121, Criado em 2022

USE, MAS DÊ BOM EXEMPLO.
CITE A FONTE E O AUTOR:
thudocomh.blogspot.com