Moradores de Rua
[ô tranca rua]
ê laroyê
ô tranca rua
ê mojubá
dono das 7 encruzilhadas
meu camarada
cabra da pá virada
dono do tudo e do nada
me dê os caminhos
tira o tormento
me traga o momento
mesmo em passos lentos
faça ser hoje
ser agora
ser o instante
seja onipresente
meu sentinela
cuida da cancela
se a porta se fechar
abra uma janela
seja pau
seja duro
seja firme
seja eu
ô meu nego
me inverte do avesso
me olha por dentro
cura a minha dor
seja o breu
seja a luz
faça o rebu
dance o lundu
seja eu
seja meu
seja nosso
seja exu.
Voltando
Ausências
Em cada
Rua
Ausências
Em cada
Esquina
Ausências
Por onde
Passa
Ausências
A cada
Instante
Ausências
Por toda
Parte
Presenças
Que
Permaneçem
Nas lembranças
Que sempre
Ficam
A lua me guia
Andando pela rua escura
A lua ilumina o meu caminhar
Meu caminho até você
Apenas a lua entende meus sentimentos
Me de a Lua
Meu maior presente (Para você)
Me de a Lua
Meu maior presente (Para você)
Vou seguindo e contando os passos
Até chegar a você
Meus sentidos já não fazem mais sentido
Palavras já não ecoa pelo ar
Apenas me de a Lua
Meu presente maior para você
Meu desejo único para você
Meu maior Presente (Para você)
Me de a Lua
Meu maior presente (Para você)
Me de a Lua
Meu maior presente (Para você)
No vale da minha memória,
Tudo se resume à mesma rua,
Devasta esta ausência tua,
Tudo me lembra nossa história.
Pensamento -
A minha casa é a rua,
minhas vestes são os campos,
meus olhos de alma nua,
na voz do povo são dois cantos ...
A noite - cama onde me deito,
feita de linho, brocados e cetins,
tem alvas ondas - o teu jeito,
ao pôr as rendas sobre mim ...
Tocam na dolencia os sinos da igreja,
dão horas, meia-noite, tu não estás ...
E onde foste? Aonde irás? Que a vida te proteja!
Que eu, no frio da minha noite, sem nada,
na tristeza das colchas de damasco, adormeço
em silêncio numa cama já cansada!
Tantas pessoas na rua, tantas pessoas esperando algo que não existe, eu as vezes me pergunto, por que as pessoas ainda acreditam no amor?
Sobre um homem chorando na rua,
seu rosto expressava algo terrível, a perda de algo que não se repõem, eu me pergunto o que seria mais terrível que um coração partido?
Diurno -
E é como se as pedras da rua me gritassem aos ouvidos
e os narcóticos silencios tangidos pelo dia fossem rosas de papel,
gemidos ( ocultos, perdidos,) que se adensam no mais escuro da vida, que se misturam no mais dentro da morte!
Vaidades! Só vaidades!
Saudades que se ocultam nos olhares, vendavais de solidão,
mentiras que subplantam o intimo da verdade e olhares,
mil olhares que desolham quando passo - tudo é vão ... tudo é vão!
Tudo pela rua vai passando, tudo passa sem passar,
mentindo e naufragando, magoando, magoando ...
Passageiro clandestino, assim me sinto, assim me vejo!
Um sem rumo, perdido, em luto! Tão longe e tão perto ... deserto!
Vivendo sepultado onde nunca existi - caminho entre as gentes
que morreram e não sabem - zoombies do destino - sem tino ...
São sombras Senhor! São sombras!
Quando passo não as vejo, só as sinto ...
Estão mortos Senhor! Estão mortos!
E eu tão vivo! E eu tão vivo!
Às vezes queria ser um deles, cego, calado, infiel e possuido ...
Sem norte ou direcção!
E a minha direcção qual é?!
Se a tenho quem ma diz?!
Talvez a solidão que pinga dos meus dedos,
que se prende às minhas mãos,
que resvala no meu peito,
que se inclina ao meu olhar ...
Vou-me embora, Senhor, porque afinal, não sei amar!
O pai e a mãe fizeram amor
Deram-nos que poderiam dar
A rua nos ensinou
O foco nos orientou
O amor ao próximo, a humildade e a honestidade exaltou-nos e colocou-nos onde estamos hoje 👨🏾💻
9 de Fevereiro de 2022
A Matéria das Palavras
Na rua do teu peito
caminha a minha
enfurecida paixão
permitida e condenada
por uma mácula de sal
no exílio de uma lágrima
caída e despida por ti.
Nessa deriva em riste
como uma ilha crua
vertida no hino de pedra
que carrega no rosto
a velhice corrosiva
nos endereços da memória.
No caderno aberto do passado
à distância de um destino
no lado desfiado da carne
na rescisão do pacto com o tempo
desce a matéria das palavras
e na rua do meu peito
movem-se por sílabas
as artérias do teu nome.
A vida continua, a gente segue em frente
Algumas coisas são deixadas para trás, esquecidas pela rua
E quem sabe daqui a pouco mais, assim de repente
Um certo alguém...
Que nos faz ver o mundo de uma maneira diferente
Capaz de transformar o brilho do sol, no reflexo da lua
Que nos faz tão bem
Dentro do ônibus eu escuto do barulho da rua nessa cidade
Dentro de mim o pensamento faz barulho da tua saudade
Ta difícil escrever
O ônibus não para de balançar
Da janela eu posso ver...
A noite que passa devagar
E se escrevo é por não saber...
Tudo o que eu queria te falar
Na rua o som dos carros...
Melodia inquietante
Na poltrona de trás, o cheiro de cigarro...
E a cobradora que me olha a todo instante
O amor que eu sinto por você é muito mas que um amor de rua,pois tu tens todas as qualidades de mulher
Tenho medo de exigir......
..... aquilo que não posso dar.....
Medo de olhar para rua ....
ou ainda de dobrar a esquina....
Medo de ficar no escuro.....
nesta escuridão que é a vida.....
medo de ficar sozinha....
.....e na solidão....
Medo de escutar....
e de estar sempre a cair....
medo de iludir-me e arrepender-me....
.......Medo de amar e deixar de amar....
.....sofremos porque amamos.....
sem dor não haveria o amor.....
.....sem a noite não haveria amanhecer....
sem o mar não haveria as ondas....
...a brisa....e o por do sol....
e eu não existiria sem ti.....!!
A paixão tira o sono, nos faz dobrar a rua com um sorrisão, identica em uma ilusão o amado na multidão. Neurose?
O amor faz a canção descer do vento
faz tremer a alma tanto quanto o coração,
faz viajar nas emoções, no corrosel dos sentimentos.
O céu é sempre blue.
