Morada
Cuidado, pois nem sempre morar dentro de você mesmo, será uma boa morada. Saia um pouco para passear.
Nenhum de nós é filho de chocadeira
Todos nós tivemos como primeira morada, o ventre materno
E de lá quando saimos para esse mundo
E cortam o nosso cordão umbilical
Separam os nossos corpos, mas as nossas almas não
Essas continuam unidas e ligadas para todo o sempre
Vocês vão se encontrar de alguma forma, em algum pedaço
Em algum verso deste poema
Sei que o amor não exije
que eu faça sentido
Ele apenas deseja fazer
morada no meu coração
E não poupar-se de elogios;
O Sangue pulsa e reparte,
Assim como corpo é
Morada e parte,
As cinzas são o fim,
Mas também o recomeçar
O Bicho
Na rua estreita, o breu fazia morada,
as lixeiras reviradas em estranha balada.
Passos cautelosos, silêncio a pairar,
o mistério na noite me fez hesitar.
Que ser seria aquele, que ali remexia?
Um animal furtivo em busca de energia?
Talvez um gato, um cão em desespero,
no lixo, seu banquete, um sonho tão efêmero.
Mas ao me aproximar, tremi de assombro,
o que vi não era fera nem monstro do lodo.
Era um homem, dobrado, retorcido de fome,
o "bicho" era humano, sem nome, sem sobrenome.
Olhos vazios, um grito calado,
pele marcada, um destino estragado.
Vi nos seus gestos o peso do mundo,
um eco que grita num abismo profundo.
Meu Deus, pensei, que ironia tão fria,
a cidade dormia, mas sua dor fervia.
O bicho é um homem, e o homem é o bicho,
um ciclo cruel, um abismo sem nicho.
Voltei ao silêncio, mas nunca esqueci,
do rosto marcado que ali descobri.
Que futuro nos resta, que mundo sem chão,
onde homens viram bichos na escuridão?
Krakatoa, o Rugido do Mundo
Nas águas do Sunda, serena morada,
Repousava a ilha, em sua jornada.
Sob o manto do tempo, adormecia,
Um gigante de fogo, em letargia.
Mas o silêncio, como um trovão, rompeu,
O ventre da terra em fúria cedeu.
Krakatoa ergueu-se em brasas e dor,
Um grito que o mundo jamais apagou.
Céus tingidos de cinzas e fogo voraz,
O dia virou noite, um luto tenaz.
E as ondas, imensas, como muralhas,
Levaram histórias às terras distantes.
Seu eco ressoa além da história,
Guardado nas páginas da memória.
Krakatoa, eterno em sua erupção,
Um lembrete do poder da criação.
Hoje, do silêncio, um novo brotar,
Anak Krakatoa, a vida a se renovar.
Das cinzas renasce, a lição guardada:
A força da terra é indomada.
Gente bonita de alma nos encanta, alegra nosso viver.
Gente bonita de alma, faz morada onde a paz governa.
Gente bonita de alma, faz bem, mesmo sem perceber.
Gente bonita de alma!
@odanlemes
MORADA
Se não for pra ser você,
porque deveria ser ela,
aquela, ou todas elas?
– Enorme coração?
– Em tese!
– Sempre cabe mais um?
– Mentira!
É espaço bem pequeno e espremido.
É lugar sem movimento e escondido.
É chão sagrado é terra divina,
sem barulho e bem contido.
Não é morada que se aluga,
nem se empresta, é bem restrita.
O acesso é só com chave, não tem cópia,...é só uma.
Para abrir é só por dentro.
E desta chave já és dona.
Então bem sabes se queres ir.
Só entra alguém, se você sair!
Claudio Broliani
Deus é o Dono do meu coração, mas posso dividir a morada do coração com quem prometer cuidar bem dela. Tratar na Avenida da Paixão, na Travessa do Amor Eterno.
Aprenda a se apaixonar por si
Somos nosso pra sempre
Somos nossa própria morada, nossa casa.
Todos os outros são visitantes que cedo ou tarde se vão, mas você é seu, até o seu último suspiro.
