Meu quarto
Estou em meu quarto, sozinha, ouvindo uma música triste e pensando na vida.
Mas não vou ficar assim. Vou escrever, vou compor, pra esquecer essa dor.
De uma coisa eu sei, que toda lágrima que cai vai secar.
Meu quarto está inundado. De lágrimas, de mágoas e de culpa. Vejo o quanto aprendi e o quanto te ensinei. Mas não há porque voltar, não consigo mais nos ver felizes. Só quero que cada um siga seu caminho sem olhar pra trás, sem enfraquecer. Porque não importa o quanto nós podemos tentar, o quanto podemos nos esforçar, mesmo às cegas, às tontas, mas se não era pra ser, o que se há de fazer?
Meu quarto é o meu PAÍS e eu sou o ESTADO que exerce poder soberano sobre a população de microorganismos que aqui residem.
As vezes eu queria que o mundo fosse só o meu quarto bagunçado, que o amor fosse algo descomplicado, que a saudade não fosse tão presente, que a maior distância fosse o outro lado da rua.
Estou deitada no chão do meu quarto,com o rosto encostado no piso frio, pensando na vida. Estou encolhida assim consigo evitar que a dor se espalhe mais. Acho que agora estou dormindo porque a dor sumiu, o chão frio eu já não sinto mais, está escuro e vazio. Ele veio me ver, tá olhando pra mim, estendeu a mão, ele quer me ajudar, ele quer me abraçar. Err… agora tenho certeza estou sonhando.
Hoje vou além das cenas que vejo da janela do meu quarto. Eu estava como um pássaro na gaiola, livre pra ver, mas presa para agir.Por muitas vezes deixaram até a gaiola aberta, mas tive medo de ir adiante. Nenhum pássaro esquece como voiar, basta apenas consertar a asa quebrada.
Gosto de ficar sozinha no meu quarto , escutando alguma música alta e lembrando dos momentos que passei e ate mesmo planejando coisas para meu futuro.Não gosto de ficar no meio de muita gente que finge se importar comigo , me sinto mal e angustiada ! Quero ficar sozinha buscando as palavras certas para demonstrar o que se passa aqui dentro de mim.
Eu já suspeitava que não iria aparecer.. Assim como o sol também não invadiu meu quarto hoje, foram só alguns raios dele, nesse espaço vazio... Mais nada.
Presa nessa cidade assustadora, eu vejo o sol entrar pela janela do meu quarto. E mesmo já acordada, eu podia senti-lo como ele me sentia a muito tempo...
Agora no meu quarto percebo o que perdi , o destino foi injusto com nós aproximando e distanciando assim tão momentameamente que não podemos nem desfrutar direito do sentimento tão belo que estavamos sentindo.
Nunca vi nada tão intenso, algo qu emocionava , que gelava a barriga e arrepiava o corpo inteiro sem explicação , algo com que dormia pensando todos os dias , que reviravolta que a vida estava fazendo , a alguns dias tão triste por uma desilusão , mas você me mostrou o que é amar de verdade .
Com você tudo era sorriso , me encantava o seu jeito de olhar , um olhar que vi poucas vezes , mas que até hoje esta gravado em minha mente . Aliás é mais facil perguntar o que não esta gravado em minha mente , me lembro de tudo como se estivesse acontecido a uma hora atrás .
Estamos longe hoje em dia e acho que perdi o dom de amar , pois não consigo mais , só vem na cabeça você , sempre me lembro das nossas brigas de dois minutos e das pazes de meia hora , que afinal era a melhor parte . Ainda me lembro de cada jura que te fiz e que pretendo cumprir todas com a ajuda de Deus .
Eu creio no Senhor e sei que com Ele eu posso tudo , me espere um dia estarei ao seu lado .
Ódio de tudo. Do meu msn, das minhas roupas, do meu cabelo, do meu quarto, das pessoas, dos meus amigos, da minha familia, do meu cachorro. Das palavras, dos significados, do meu celular, do meu computador, do amor, da raiva, da alegria, da tristeza, da insegurança, das brigas, de pensar, de dormir, de chorar, de falar, de escrever, de desenhar, de chingar, da falsidade, da mentira, do rancor. Mais de todos os meus ódios, você com certeza, é o pior deles!
Minha vida está uma bagunça. A começar pelo o meu quarto. Portas de um armário se abrem. Uma avalanche de roupas. Nada dobrado, completamente amassadas. Cabides despencando. Desvio o olhar pro lado. Uma cadeira, se fazendo torre de tanta coisa amontoada. Livros para um lado, sacolas pra outro. Ah! sem contar os sapatos espalhados por todos os cantos. O computador? Ah, esse nem se fala. Como se já não bastassem os seus problemas de memória, uma zona. Fotos, mais fotos, mais fotos. Infinitas pastas. músicas que não ouço mais, e outras que nem sabia que existiam. Não consigo mais tempo nem pra mim. Depilação, unhas, cabelo, pele. Corpo. Tudo pra escanteio. Acompanhando seu ritmo devido à necessidade e feito às pressas. Nada com seu tempo dedicado. Nossa, quanta bagunça! Talvez pense que sou desorganizada. Não! Eu não sou. Odeio bagunça. Antes material, mas tem sido também sentimental. Minha cabeça gira sem direção. Confusa. Não sei pra onde vou, com quem. O que quero e o que não quero. Uma ciranda ágil e insana. O relógio num tic-tac frenético. Sonhos, enfraquecidos. Sofrendo de pouca esperança. Futuro? Só penso naquele daqui a meia hora. O prolongado, é um sonho que já está mais pra pesadelo. E se alguém me perguntar como estou? Bem. É mentira! Estou levando essa bagunça adiante. Tentando desfazê-la.
Apocalipse agora!
Hoje, no meio dos boatos apocalípticos,
arrumei meu quarto
que estava o fim do mundo.
Meio aos livros, uma bíblia.
Sem pensar duas vezes,
fui até a esquina, abandonei-a
no ponto de ônibus.
Será que quem a encontrar
acreditará na tolice do milagre?
Será que este livro, salvará
a vida de alguém?
A minha não salvou.
O mundo, não acabou,
a minha crise não acabou
o azar persiste,
a vida continua
e o meu quarto continua...
Apocalíptico!
Eu sei que estou no meu quarto copo de cerveja e que o nosso amor não é pra essa vida, mas deixa eu acreditar, só um pouquinho, que estamos reservados para algo além do que somos.
Te vejo sendo tão infinito e isso não é normal. Quase sempre me pergunto por que você brilha tanto, me perdendo em meio a teorias ensaiadas. Eu tenho um jeito brega de metaforizar as tuas características mais comuns.
Quinto copo. E a memória senta ao meu lado na mesa, me parecendo uma segunda pessoa.
Você me sorriu pela última vez, como se posasse para uma fotografia. Eu aperto firmemente os olhos, arquivando-a em meus pensamentos. Ela ocupará o seu lugar.
Repartimos a conta. Repartimos a vida e até mesmo o céu estrelado. Deveria existir uma constelação que abrigasse todas as estrelas que já nos observaram sorrir, despreocupados, achando que aquela madrugada de sábado duraria para sempre.
Em você eu vejo a passagem de fuga da realidade que não gosto. Arrisco-me ao dizer que consegue desafiar a lógica quando me instiga a ter receio do nosso oitavo fim, tipo aqueles fins que necessariamente nunca se acabam.
Pois, no meu mundo, não há verdades absolutas. Você sempre será a minha controvérsia.
Mais cerveja. E eu alucino. Te encaro, devoro. Não ligo se a multidão dos teus desafetos me pisotear.
Mergulho nas águas do apego e quase me afogo com todas as palavras que nunca te disse.
Não me assusto. Nunca fui de me vestir com os erros dos outros, com os seus não seria diferente.
Fui sincera na mesma intensidade em que pensava em planos infalíveis, sempre saindo da história como a vilã que enlouquece no último capítulo.
Você recua um passo quando eu exijo nada menos que um final feliz.
Mas ainda estou no bar. Eu e a minha memória. Eu, minha memória e o copo de cerveja.
Então percebo que você percorreu os meus labirintos, encontrou os pontos fracos e, como quem tem todos os mapas, descobriu sentimentos em mim.
Sentimentos são cidades fundadas dentro do peito. Inabitadas, cercadas de concreto e flores. Sentimentos são frágeis; saiba preservar. Cuidado com os escombros. Tente reflorescer.
Mais um copo. E ainda tenho muitos tijolos para recolher.
Você me atingiu em cheio, trazendo nos olhos fundos a artimanha de me fazer pensar em qual ponto do caminho falhei por nós. Você! Com essa sua indiferença que carrega na lábia a espontaneidade de quem nunca tem nada a perder. Que enfia os pés pelas mãos com a sutileza de quem sente prazer em correr riscos.
Qualquer palavra etérea sai da sua boca em tom de você-diz-isso-para-todas. Solto um sorriso amarelo; sei que é verdade. Bem, honestamente, você já provou todos os gostos. E eu aqui. Tão cerveja. Tão memória. Tão louca. Acreditando que é conspiração quando você entra na minha vida de qualquer jeito, mesmo que não queira fazer parte dela.
Talvez, bem lá no fundo, você precise de alguém que tope entrar em coma emocional pelas tuas loucuras. Talvez você precise do meu lado fraco, dos suspiros e da minha insensatez. Precisa do meu caos e da destruição em massa que ocorre dentro das minhas cidades. Precisa sentir o abalo e as trepidações enquanto sussurra no meu ouvido frases nada inéditas.
É. Mais um gole com gosto de ausência. Mais um céu sem estrelas.
Mais um amor que não é pra essa vida.
Eu estava aqui deitada, olhando para o teto do meu quarto, pensando na vida, nos planos, nos sonhos e, no quanto ela tem um jeito peculiar de te fazer relembrar cenas que você atuou, viveu, ou apenas sentou ao lado e assistiu tudo passar na sua frente. As vezes somos apenas mero coadjuvantes e, vemos as pessoas entrarem e saírem das nossas vidas, outras até sem ser notadas. Penso ainda em todos os caminhos, nas esquinas do mundo e, nas trilhas que encurtamos, nos montes que escalamos, entao, abro os olhos e, me pego agora chorando, dedilhando as cordas do violão e, como um sopro, surge uma harmonia, surge das notas ensaiadas, uma canção.
Existem canções que queremos cantar, não importa quantas vezes, queremos ouvir a melodia que parece saltar do peito e aí mesmo em meio a calmaria de um arranjo, a doce e suave harmonia, traz a paz, traz consigo a esperança de que quando a música parar, tudo vai ser diferente.
Me pego viajando pelas linhas do pensamento, eles não me decepcionam, consigo voltar no tempo em um flash de um segundo, assistir onde a vida deveria ter recomeçado, zerado o papel. Bom seria que como uma letra mal escrita, pode ser apagada, assim também, algumas histórias que não traduzem o simples gesto de amar, pudessem não existir.
Difícil pensar na vida, organizar a sintonia das notas, enquanto o dedilhado suavemente acontece cantando o amor. Não há tema mais lindo, não a canção que traga prazer que não contemple o amor, mas será que é porque é fácil falar de amor? cantar o amor? Eu não tenho as respostas, porque o tema mais cantado, mais falado, mais usado nas declarações, não surge apenas nas palavras, mas se concretizam nas ações.
Já dizia o apóstolo, o amor é paciente, ciente de que o amor espera o tempo que for para ser amor. Porque não existe contagem do tempo para acabar o amor, mas existe um relógio bem maior, que define que quem ama não tem tempo para amar, não existe tempo para voltar a amar, nem muito menos tempo, para pedir para deixar de amar.
Pedir para deixar de amar, é como se dissesse que é possível apagar as letras escritas da história, embora a mente apagasse existiriam todos os sentidos aguçados, para fazer lembrar.
O amor é uma dádiva, que nao escolhe classe social, nao escolhe cor, idade ou qualquer outra caracteristica que, só quem ainda não amou é capaz de citar.
