Meu Amor Viajou
Poema: "Sotavento"
De meu canto,
sempre fico quieto.
Melhor assim.
Não tenho como opinar,
se há um Deus e um demônio
residindo dentro de mim...
Quisera eu, retroagir.
Para erros passados, corrigir.
Mas, não posso!
A cada dia vejo células, telômeros...
Esgotarem-se ao tempo.
Ah, o tempo!
Guarda em si a ternura do passado
e a amargura de cada pedaço,
cada milímetro...
A soprar em sotavento.
Nunca mais vou fazer o que o meu coração pedir
Nunca mais vou ouvir o que o meu coração mandar
O coração fala muito e não sabe ajudar
Sem refletir, qualquer um vai errar
Tal luz, atingiu meu Coração de tal maneira que o mesmo se partiu, não conseguindo remendar como no passado, apenas deixar o sangue escorrer e assim só arrepender.
Durante o dia és meu escudo, e a noite meu candeeiro! Tu sustenta a terra sobre as águas,sua grandeza é incomparável...
Voa, ave querida, que meu abraço é a amplidão que te protege!
Seja feliz no imenso! Voa!...
Eu ficarei aqui neste ponto diminuto velando tuas asas.
Mas quero que saibas
Que este ponto diminuto é o teu mundo.
Para mais além,
Terás que aprender a voar sozinha!....
Voa!...
respingo de chuva.
*
"Feitiço de porta essa liberdade não vir me visitar. Já atropelou meu interagir com o portão. Sim! Denegriu minha imagem no porta-retratos. Cuspiu e defecou minha dura existência, e, nem no passa-ou-repassa deu comigo para disfarçar o nosso triste diálogo na rua onde todos eram todo ouvido.".
*
Ricardo Vitti
O que me vai na alma
Sentada no peitoril do Mundo,
O meu olhar vela-se de descontentamento.
No meu íntimo, sinto um aperto profundo:
Ao longe, há bombas, choros e sofrimento...
Quem ousa assim ceifar Vida humana?!
Quem faz dos mísseis um mero joguete?!
Habitará, nessa criatura, uma mente insana
E, nesse pulsar, um horrível diabrete!!
O que me vai na alma é revolta e tristeza
E uma impotência atroz incontrolável
Pois, a cada instante, cresce a maldita avareza
Desse monstro horrendo e implacável.
Urge acabar com este terrível flagelo
Para virar tal página negra da História,
Quebrar os fios de arame deste novelo
E ao Bem aclamar a sua justa Vitória!
Mundo, ajuda esta extraórdinária nação
A construir um novo destino de confiança!
Mundo. estende a tua preciosa mão,
Para que, de entre as cinzas, renasça a Esperança!
CrisAlma, abril 2022
Vou te caçando
Pele
Corpo inteiro
Teus olhos no meu sofá
Seduz
Olhos maroto
Menino zangado
Atrevido
Bagunça meus desejos
Proibido
04/06/2022
Não polua meu discurso figurativo perfeitamente aceitável com fatos irrelevantes!
No ensino médio meu professor de filosofia ensinou que falar de política: é falar de rebelião, que é a única atitude a ser tomada pelos escravos. É por isso que existe político querendo acabar com esta disciplina no ensino médio, eles tem medo que a massa crie conciência de classe.
O FABINHO E A LÍNGUA INGLESA
Costumo embaralhar a cabeça do Fabinho [meu filho não alfabetizado, 46 anos, que tem síndrome de Down] com algumas palavras, e até frases, em inglês, que, aliás ele repete e entende muito bem. Exemplo: I love you; bye, bye; money; beautiful; darling; boy e por aí segue.
Agora mesmo, 13h15min, deixei o computador onde estou, há quatro horas corrigindo o novo livro; para descansar e preparar-me para o almoço vim até ao sofá. Sentado ao lado dele, que assiste tênis entre Federer e Isner (he’s a ‘big fan’ de tênis), disse, com natural alegria:
— Fabinho, I love you. Do you love me?
— No — disse ele; e continuou ligado no tênis.
O meu maior desafio não é
conviver com o outro, é manter-me afastada da minha
própria ignorância quando me deparo com a estupidez alheia
Tolerei
Mais um tapa que espanca meu corpo e minha alma tolerei,
Lágrimas derramei, mais um chão beijei, de joelhos supliquei por paz a quem um dia amei,
Tolerei mais um tapa dentro do meu lar, debaixo de um teto falso onde o amor devia ser verdadeiro e manso; não era pra rimar, e com o teto combinar, era apenas pra me amar,
Num lar onde era suposto ser amada e amar, sou espancada cada dia toda vez que o sol irradia minha mente arrepia, porque mais um dia se aproxima e eu já sabia...
Tolerei, pensando que num certo dia tudo de errado em certo se tornaria, o amor em nós derramaria e ai aconteceria a magia, mas quem diria...
Quem diria que nossa lua de mel fosse porta pra um planeta inverso do universo e de um lindo verso, que por de trás daquela linda página de meu casamento havia um cabolço perverso, probabilidade zero nosso amor era incerto,
Tolerei, tolerei, mas já não tolero porque primeiro eu e depois eu em primeiro, hoje prefiro amar meu ego e me dar sussego a amar um cego que tudo de super que tem é o ego,
Não te cales mulher, pois eu, eu por vós, dei voz, eu já tolerei.
São dias que escondo guardados no meu coração para eu não erra de novo contra meu próprio ser.
Cair nesses olhares de promessas só para aquecer minha solidão.
