Mensagem para um Funcionario Destaque do ano

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⁠Deságua

Sou rio, mas não mando em mim.
Nasço tímido entre pedras,
um fio d’água sem dono.
Aprendo cedo a correr,
a buscar o mar sem perguntar.

As pedras me ensinam desvios.
As margens me lembram limites.
Aceito ser água que passa,
que abraça, que perde e que segue.

Se um dia seco, o barro me guarda.
Se transbordo, o mundo me teme.
Mas a vida não me espera—
ela deságua mesmo quando eu já não estou.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠O poema que saiu andando.

Filho,
te inventei sem saber verbo.
Foste broto em meu osso.
Um punhado de manhãs dentro da minha carne.

Tu me viste antes de eu saber que existia.
Sabes dos meus escondidos,
dos meus becos sem luz,
dos passarinhos mortos dentro do meu silêncio.

Teu choro me abriu fendas.
Teu riso me pintou paredes.
Meu corpo virou pássaro sem asas pra te esperar.
Minha alma virou ninho sem entender voo.

Agora andas vestido de chão próprio.
Teu nome não me cabe mais nos dentes.
És árvore que me espiou por dentro,
raiz que virou rio.

Maior que eu. Melhor que eu.
A minha coisa mais bonita.
O poema que saiu andando,
descalço de mim.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Francisco

Você tinha um quê de passarinho.
Não voou, mas havia um céu inteiro
dentro de si.

O céu cabia nos teus bolsos —
um céu de algodão-doce,
de nuvens que sabiam cochichar.

De vez em quando, abria a boca
e soltava um bando de andorinhas:
palavras de um certo Galileu,
um Latino Galileu.

Enquanto o mundo lhe exigia asas,
não precisou sair do chão.
Quem carrega um céu dentro do peito
não precisa provar nada ao vento.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Til

No til não há pressa.
Também não há urgência.
É um sinal menor,
mas que carrega pão,
mãe,
irmão.
Sem ele, o mundo seria mais seco.
Seria são demais.
Seria não.

Til é curva que não encurva.
É nariz da língua,
sorriso discreto no rosto da letra.
Ninguém repara —
até que falta.
E quando falta,
tudo desafina.

Poderíamos viver sem ele?
Claro.
Como se vive sem o silêncio.
Mas é no til que a fala respira.
E a palavra se lembra de ser palavra.

Inserida por Epifaniasurbanas

Versos tecidos no silêncio

Quantas horas leva alguém para se tornar expert em um assunto?
Foram milhares as horas que dediquei ao meu silêncio.
Hoje, é a língua na qual possuo maior fluência.

Aprendi a escutar o tempo,
a respirar o compasso de cada segundo.
Ao respeitar sua dança, percebi:
o silêncio não é ausência,
mas uma fonte infinita de compreensão.

No silêncio, as palavras ganham novos contornos,
como se cada sílaba fosse esculpida pela quietude.
A ausência de som cria melodias invisíveis,
e os sentimentos nascem, livres,
sem a limitação da fala.
Uma sinfonia espacial.

Descobri que, quando a boca cala,
outros sentidos florescem.
Os olhos traduzem o que os lábios calam,
o olfato beija o tato,
e os ouvidos, ah, eles leem o murmúrio do mundo.

Na quietude, encontrei a língua do sentir.
Foi assim que fiz poesias com meus sentidos.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Professores, alunos e ostras

Professores são provocadores.
Suas ideias, pequenos grãos.
Um grão faz a ostra sofrer,
e a pérola é a resposta a esse sofrimento.

Os professores lançam grãos no silêncio da gente.
Grãos pequenos, insignificâncias...
Mas as ostras se inquietam com as miudezas,
o saber também incomoda.

Do desconforto do conhecimento,
ostras e mentes fabricam claridades.
Não é só o mar que faz pérolas,
a paciência do ensinar também.

As ideias dos mestres,
esses grãos de perguntas,
é o que fazem brotar no miúdo do nosso pensar
um clarão de entendimento.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Da Ideia à Criação

Antes da lâmpada brilhar,
houve a sombra da ideia,
um pensamento que se insinuava
como quem espreita o destino
sem revelar suas intenções.

O homem, em suas limitações,
só cria porque contempla
o que ainda não existe.
Do verbo ao cosmos,
do planar ao conceito de vôo,
tudo vibra na necessidade
de criar o novo, de moldar o nada.

Pensar é plantar mundos,
colher inovações
que o futuro não supõe.
É fazer do impossível o alicerce
e do impensável
o corpo da criação.

A primeira ideia foi o verbo,
e, desde então,
cada invenção é como uma prece
que nasce nos cantos da alma,
esperando o instante
em que essa ideia se faça matéria.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Esperança é um menino de pés descalços brincando entre nós. Não se contenta em esperar, mas age com a simplicidade dos pequenos gestos. Vive o presente como quem descobre um inseto no quintal, agradecendo ao passado sem se deixar aprisionar por ele. O passado é um rio. A vida segue. O futuro deve ser olhado com a calma de quem observa nuvens. Algumas coisas mudam com nossas mãos; outras, como o tempo, nos cabe aceitar. Isso é esperança.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠À margem, aguardo o repouso do rio.
Ao ouvir o murmúrio de suas águas, aquieto-me.
Sinto um amalgama de esperanças futuras
e temores imediatos.
Transbordo.
Rompo diques, mas nunca é o suficiente.
Estou exausto!
Reprimo-me.
Sustento um pequeno universo.
Será que algum dia alcançarei minha margem?
E, ao lá chegar, poderei finalmente descansar?
E, nesse merecido repouso, encontrarei
ouvidos ávidos por meus murmúrios, com o intuito de descobrir neles a sua própria serenidade?
À margem, aguardo o repouso do rio...

Inserida por Epifaniasurbanas

Um aroma úmido,
um pequeno nada,
exala o singular cheiro de terra molhada.
Composto de chão de terra, britas e
fragmentos do cotidiano.

O perfume da chuva
tem aroma de óleo de sândalo,
restaura lembranças
ao passo que apaga os rabiscos do chão.

Perfuma o vento
no entardecer das cores,
limpa a lousa da calçada e da vida,
hidrata nossa esperança
e restaura nossos sonhos.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Além das Sombras de Ontem

Não me julgues pelo ontem,
onde sombras habitavam um passado distante,
como uma saudade que não sabe ser presente.
Não moro mais lá,
meu ser se desvencilhou das correntes antigas,
como a lua se liberta da noite.

Ao meu passado,
devo o saber e a ignorância,
as necessidades e relações,
a cultura que o moldou e o corpo que me guia,
como um rio que aprende a ser mar.

Não sou mais escravo de seus ecos,
nem de suas sombras persistentes,
que tentam se fazer eternas.

Hoje, sou um novo começo,
liberto dos grilhões que já me prenderam,
caminho firme na estrada presente,
sem olhar para trás, apenas em frente,
como um sonho que aprende a ser real.

Inserida por Epifaniasurbanas

⁠Sou um amontoado de pedaços, onde moram partes que não nasceram em mim e hoje florescem em um corpo que é, de algum modo, meu. Tenho um pouco de todos e todos têm um pouco de mim, vejo-me espalhado.

Esse eu sem nome, essa parte que nasceu em mim e agora habita em outro corpo, ainda sou eu. Desgasto-me com velocidade absurda, meus fragmentos se espalham por toda parte. Sinto-me completo somente quando estou disperso.

Como um galho arrancado da árvore e plantado em nova terra. Como a árvore que viaja através de suas sementes, eu vivo nas entranhas alheias.

Assim, quem busca a perfeição humana se perderá, pois não há encaixes perfeitos em pedaços distintos.

Inserida por Epifaniasurbanas

A felicidade é única, um sentimento inexplicável, mas é fácil compreender o quanto é bom ser alegre. ⁠

Inserida por marcusmartins

Se o sol ainda brilha
Se o mar não se esvazia
Ainda há tempo de lembrar
Que existe um novo dia.

Inserida por BrancaHolanda

A sociedade não pode existir, a menos que haja um poder controlador sobre o apetite e a vontade. Quanto menos desse poder existir internamente, mais deverá ser imposto de fora. Isso está ordenado na eterna constituição das coisas: que homens de mente imoderada não podem ser livres. Suas paixões forjam seus grilhões.

Inserida por rapha777

⁠Não era a amizade um milagre em si, o encontro com outra pessoa que fazia o mundo solitário de certa forma parecer menos solitário?

Inserida por pensador

⁠Mas o que era a felicidade se não uma extravagância, um estado impossível de se manter, em parte por ser tão difícil de ser articulada?

Inserida por pensador

⁠Somos feitos de conflito. Dentro de cada um de nós, há conteúdos recalcados que insistem em retornar desejos, falhas, impulsos que negamos, mas que encontram abrigo no julgamento que lançamos sobre o outro. Não há pureza psíquica, apenas máscaras moldadas para apaziguar o superego e manter o ego ileso.

A virtude não está em errar menos, mas em reconhecer os próprios mecanismos de defesa, as projeções, as repetições inconscientes. O que nos torna verdadeiramente humanos é a capacidade de enfrentar aquilo que o recalque tentou soterrar. A dignidade está em suportar o próprio inconsciente sem fugir de sua verdade.

Afinal, diante do tribunal da psique, ninguém é inocente. Mas os que aceitam sua culpa, sua ambivalência e seu desejo, talvez caminhem com mais lucidez, ainda que não com mais leveza.

Inserida por michel_souza_2

⁠Nunca se deve pensar que ter sido um bom jogador basta para quem quer se tornar treinador.

Carlo Ancelotti
Liderança tranquila. São Paulo: Grande Área, 2018.
Inserida por pensador

⁠Eu estou tão sozinho, sem família e amor, sem carinho, abandonado como um cachorrinho...

Inserida por fabio_wunderwald

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