Memória
Se no final seremos apenas uma foto, uma filmagem, uma memória…
Então, que seja uma foto, uma filmagem e uma memória de amor, paz e felicidade.
Soneto de Nenhuma Dor
Nenhuma dor dói mais que dor nenhuma,
Nenhuma palavra pode até ser um soneto,
Nenhum sorriso não quer dizer tristeza,
Nenhuma verdade torna o silêncio obsoleto.
Nenhuma dor me traz a solidão,
Nenhuma ausência me faz sentir sozinho,
Tanta paixão me deu nenhum amor,
A solitude amplia meu caminho.
Nenhum ocaso me faz pensar que é tarde,
Nenhuma verdade me faz refém do medo,
Nenhum perdão me ameniza a mágoa.
Nenhuma lembrança é a dor que ainda arde,
Nenhuma saudade tem o gosto azedo,
Nenhuma agrura me arranha a alma.
Aos fortes braços eu corri confiante
Meigo e bondoso, não me recusaste
Bem sei que nas preces eu posso buscar-te
Jamais dessa bênção na vida eu descri
Contudo, é possível que eu dela me afaste
Por isso, Senhor, eu preciso de ti
"És que loucos e doidos se encontram na fila dos corredores,
emparelhados em conflitos, entre surtos e risos,
conversas à beça, onde o choro e os vícios se misturam.
Sempre a tirar piadas,
sinalizando olhares convictos de cismas na troca de pira."
A paixão é um corcel branco alado, todo enfeitado,
arreios dourados...
o amor é um jumentinho cinzento, velho e lento...
Insônia
Silenciosa vem a noite
E no vazio das horas
Tua presença se impõe
Porque eu ainda sonho...
É tudo o que a noite me permite,
E ao contrário do tempo,
Eu tenho os meus limites...
E a noite silenciosa apenas diminui
O que eu pensava vasto,
Deturpa o que eu julgava casto,
E o que eu pensava edificado, rui...
A noite silenciosa habita em mim,
E quando chega a manhã,
A noite continua,
Sem lua, sem estrelas, sem luzes...
A noite sou eu,
Com todas as ausências, todas as ausências...
Poema do olhar vazio
Autor: Tadeu G. Memória
Ainda terei longas noites
Para lembrar-te o olhar
E nos momentos de saudades
Escreverei poemas...
Provavelmente mencionando
Ansiedade de horas intermináveis e vazias
Por desalentos e descontentamento...
Escreverei poemas...
Impróprios, secretos e insanos
Relatando com minúcias
Essa intimidade lasciva e indecente
Escreverei poemas...
Insípidos, amargos, amargurados
Pela solidão e o abandono
Escreverei poemas...
Como um álibi a essa cumplicidade
Insensata e viciosa
Que me aprisiona como refém
De prazeres mórbidos...
Escreverei poemas...
Como uma compulsão
Como se isso detivesse a hemorragia
De desanimo e desencanto
De longas noites de insônia
Que me trazem o teu olhar vazio...
UNIVITELINAS
Uma vinha de “tomara que caia”
Sandálias de dedo,
Flor nos cabelos soltos
E batom de groselha...
A outra vinha numa draga,
Trazia uma adaga, um pé-de-cabra
Vestia calça de cowboy e esporas de prata...
Uma declamava versos,
Sonhava com beijos,
Pensava num sapo que viraria príncipe...
A outra trazia um gargalo,
Cheirava rapé, lambia uma faca,
Bebia cachaça.
Jurava de morte o homem que a importunasse...
Uma corria no campo,
Saltitando num balé romântico,
Sonhava com filhos, imaginava um idílio,
Um homem viril que lhe amasse...
A outra escalava montanhas,
Caçava javalis, cortava lenha, laçava touros,
Amansava cavalos...
Univitelinas, uma era o reflexo da outra,
Idênticas e tão diferentes...
Faço parte da sociedade de consumo sem sumo...
"As pessoas pra mim são como lagos, eu avalio-as pelas suas profundidades..."
"Há um deus crucificado para cada judas que morre enforcado."
Olhe para o céu, preste atenção às estrelas, elas são flores incandescentes
Que demonstram a paixão de um ser divino...
No espelho o reflexo às vezes me assusta
O que riscou tanto o meu rosto?
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