Me Desculpe Nao Quiz te Magoar

Geometria dos ventos

Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma. Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio; onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia.

(Poesia feita em homenagem ao poema Geometrida dos Ventos de Álvaro Pacheco)

Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados.

Eles são honestos: não mentem sem necessidade.

Não conte os seus pintos antes de saírem da casca.

Não é gostoso ficar sem ter o que fazer; o divertido é estar cheia de obrigações e não fazer nada.

Não podemos fazer tudo imediatamente, mas podemos fazer alguma coisa já.

O ridículo não existe; os que ousaram desafiá-lo de frente conquistaram o mundo.

A felicidade não é uma recompensa, é uma consequência.

Não procure a felicidade tão ávidamente, e não tenha medo da infelicidade.

A ação não surge do pensamento, mas de uma disposição para assumir responsabilidades.

Não há homem completo que não tenha viajado muito, que não tenha mudado vinte vezes de vida e de maneira de pensar.

Quem julga pelo que ouve e não pelo que entende, é orelha e não juiz.

As mulheres coram por ouvirem falar daquilo que não receiam de modo algum fazer.

Quem quando pode não quer, merece que quando queira não possa e perca pelo malquerer o bem poder.

Não há absolutamente ninguém que faça um sacrifício sem esperar uma compensação. É tudo uma questão de mercado.

Porque o arrependimento, como o desejo, não procura analisar-se, mas sim satisfazer-se.

O criminoso não está, muitas vezes, á altura do seu ato: amesquinha-o e difama-o.

Posso simpatizar com a dor de uma pessoa, mas não com os seus prazeres. Há algo de rigorosamente monótono na felicidade dos outros.

É certo, afinal de contas, que neste mundo nada nos torna necessários a não ser o amor.

Não gosto de trabalho, nem quando é outro a fazê-lo.